Fanfic:  Uma Babá em Minha Vida - AyA | Tema: AyA Ponny CEO Romance Hot

Se eu estava nervosa? Imagina, nem um pouco. Ok, talvez um pouco. Quem eu queria enganar? A mim mesma? Eu estava nervosa pra caralho! E com Dulce María falando sem parar na minha cabeça por mais de uma hora, não ajudava em nada.

- Pelo amor de Deus, Dul. Você precisa tomar um fôlego, está me deixando pior... - Falei enquanto colocava Faith sobre minha cama e a secava. Seus dentinhos estavam nascendo e eu estava passando mais noites acordadas do que gostaria.

- Você já se olhou no espelho, Any? Está horrível! - Falou assombrada, enquanto eu passava a pomada contra assadura em minha futura enteada.

Eu bufei e tentei ignorá-la, o que infelizmente não funcionou.

- E quanto peso você perdeu em apenas três dias? Está fazendo alguma dieta pra tentar entrar no seu vestido secreto? - Perguntou com deboche, enquanto mexia em minha penteadeira. - Vamos precisar dar um jeito em suas olheiras amanhã, porque querida, você está com cara de enterro...

- Dulce, eu estou nervosa demais pra comer e nervosa demais pra dormir. Além disso, Faith tem tido noites ruins com o nascimento do primeiro dentinho, não é meu amor? - Perguntei para a linda menina com um sorriso enorme no rosto à minha frente. Nem parecia ter ido dormir as três e ter me acordado às cinco. - E sobre meu vestido, tenho certeza que Alfonso escolheu um maravilhoso. Ele tem bom gosto, afinal, escolheu a mim para casar.

- Nada convencida, né? - Dulce riu e caminhou até parar ao meu lado e me ajudar a vestir Faith. Era uma babona na menina, mas não admitiria por nada.

- Só um pouco. - Me joguei de costas na cama e encarei o teto sorrindo.

Tudo estava indo tão bem, finalmente eu teria tudo que sonhei e muito mais. Espiei Dulce brincando com Faith sentada na cama e ai sim, confirmei a sorte que eu tinha. Eu amava aquela garota e amava seu pai também. Farei de tudo para que todos nós possamos ser felizes como uma família de verdade.

- Any... - Dulce me chamou e eu a olhei. Seu semblante estava sério, como se estivesse com medo de perguntar algo. Pior, parecia com medo da minha resposta.

- Sim.

- Você não está tendo aquele...problema de novo, está? - Perguntou receosa.

Eu sabia muito bem do que ela estava falando e fiquei tentada a mentir. Mas ela, como boa jornalista que era, descobriria mais cedo ou mais tarde. E também, eu nunca mentia para Dulce. Nunca.

- Sim. - Sussurrei e desviei meu olhar para o teto novamente. Qualquer coisa para não ter que ver a sombra de decepção em seus olhos novamente.

- Oh Any... - Lamentou e se deitou ao meu lado, com Faith de bruços entre nós. A pequena se adaptou rapidamente, ainda mais porque já está começando a engatinhar pela casa. Dulce colocou um mordedor em forma de pé em suas mãos para distraí-la e segurou minha mão. - É por isso que você perdeu tanto peso? Any, se eu reparei, Alfonso com certeza irá perceber que tem algo de errado com você. Eu tenho certeza que você ainda não contou isso pra ele, não é?

Uma lágrima escorreu pelo meu rosto e eu rapidamente limpei, evitando o contato visual com a minha melhor amiga e irmã.

- Não, não foi por isso. É porque eu realmente estou nervosa com o casamento, não tenho nem comido, quanto mais vomitado. - Murmurei com vergonha. Sempre senti vergonha dessa minha doença, mas não conseguia evitar. - Eu tenho feito, só não com tanta frequência como antigamente. Você está certa, eu não contei pra ele. Eu vou parar Dul e ele nunca vai precisar saber que isso aconteceu comigo, você vai ver.

Ouvi o suspiro de Dulce e ela apertou minha mão em sinal de conforto.

- Eu sempre estarei aqui, você sabe. - Comentou depois de alguns minutos de silêncio confortável, que fora quebrado somente em alguns momentos pela tentativa falha de Faith de falar.

- Eu sei. - Apertei sua mão de volta, em sinal de agradecimento.

Algumas horas depois Dulce se despediu, deixando eu e Faith sozinhas no andar de cima. Eu estava terminantemente proibida de pisar no andar de baixo por ordens de Alfonso, que queria me fazer uma surpresa. Ele queria algo íntimo, só para os amigos, já que ambos não tínhamos família. Eu concordei, afinal, porque eu precisaria de algo grande mesmo se meu círculo de amigos se resume a quase dez pessoas? Seria exagero mesmo.

Não havia visto Alfonso durante todo o dia, então resolvi experimentar em Faith seu vestido de dama de honra. Fora a única coisa que implorei para que Alfonso não fizesse sem eu poder ajuda-lo. Acabou que eu mesma a levei na loja e compramos juntas o vestido. Eu tinha levado o cartão de Alfonso comigo, o que ele me deu para emergências, mas eu mesma quis pagar o vestido da minha princesa. Faith ficou feliz e não parava de e bater as mãos toda vez que entrava naquele pedaço de pano extremamente caro.

Acabamos dormindo juntas em minha cama e vendo um filme, já que Alfonso ainda não havia chegado. Liguei para o seu celular inúmeras vezes, mas só dava caixa postal. Talvez ele estivesse em uma despedida de solteiro com os amigos, então deixei uma mensagem. Acordei bem cedo e percebi que Faith estava ardendo em febre. Suas bochechas estavam vermelhinhas pelo calor, então rapidamente tirei sua roupa e lhe dei um banho. A mediquei com o remédio que o pediatra deixou para essa ocasião e ela rapidamente voltou a dormir. Sorri quando vi que a febre havia cedido, então respirei aliviada. Esses momentos sempre me deixavam tensa. Mas se eu tivesse que correr para o hospital e ter que cancelar tudo, sem dúvidas eu faria.

Entrei no meu banheiro e sorri para o meu reflexo. Hoje era o dia. Finalmente eu estaria casada com o homem dos meus sonhos. Aliás, nem mesmo em meus melhores sonhos pensei que conseguiria alguém como Alfonso, considerando a forma como tudo começou. A vergonha tomou conta de mim mais uma vez, só de pensar em tudo que falei para Dulce naquela noite por telefone. Graças a Deus aquelas ideias totalmente loucas saíram da minha mente. O que eu estava pensando?

Tomei um banho rápido, apesar de querer ter demorado, havia um bebê que eu precisava vigiar em minha cama. Ouvi uma batida em minha porta e rapidamente abri, torcendo para que fosse Alfonso.

Tentei esconder minha decepção, quando María apareceu sorrindo para mim. Pelo visto, já estava pronta. Alfonso quis que a cerimônia fosse as dez da manhã e María, como sempre, estava mais adiantada do que todos.

- Bom dia menina! - Ela estendeu uma sacola de vestido para mim e eu quis pular de alegria quando percebi que veria finalmente o meu vestido de casamento. - Isso chegou para você, creio que esteja ansiosa para ver não é? - Sorriu e eu tomei a sacola de sua mão, abraçando-a em seguida.

- Sim, Mah. Eu estou tão feliz! - Ela afagou minhas costas e se separou - Sabe que horas Alfonso chegou ontem a noite?

- Infelizmente não niña e nem se atreva a ir bater naquela porta, me ouviu? Dá azar ver o noivo antes do casamento. - Disse autoritária e rapidamente se retirou.

Minhas mãos estavam suando e sem perder tempo, desci o zíper da sacola. A decepção foi tão grande que por um momento, pensei que fosse desmaiar. Será que era alguma brincadeira de Alfonso? Pois se fosse, era de muito mal gosto. Me sentei na poltrona mais próxima, tentando conter as lágrimas. O emblema de Vera Wang na capa não deixava dúvidas de que a roupa fora cara, mas o design... Ainda não estava acreditando que me casaria com um conjunto de saia e terninho de seda, e nem era branco pelo amor de Deus! Era a porra de um terninho cor de champanhe! Quem eu seria nesse casamento, a noiva ou a mãe do noivo?

Eu sei que Poncho queria algo minimalista, mas isso era demais. Observei meu anel, ainda na mão direita. Tão simples quanto o meu "vestido" de noiva... Segurei o choro, afinal, as olheiras já bastavam. Não precisava ficar com o rosto inchado e os olhos vermelhos para completar o pacote. Respirei fundo e resolvi me trocar, quão ruim poderia ser afinal? Comparado ao resto da vida que teria ao lado dele e de Faith, isso era somente algo material. Tentei me convencer e confesso, não foi fácil.

Resolvi não me olhar no espelho e esperar Dulce para fazer minha maquiagem. Meus nervos estavam à flor da pele e eu com certeza iria fazer algo bem cagado em meu rosto, do jeito que tremia. Calcei minhas sandálias, que graças a Deus, combinavam com aquele conjunto horroroso que eu usava. A saia batia um pouco abaixo do joelho e eu quis gemer quando reparei aquilo.

Tentei ser positiva e resolvi escrever uma carta para Alfonso, à moda antiga. Faith ainda dormia tranquilamente, cercada por travesseiros em toda cama. Procurei por papel e caneta em todo meu quarto e por incrível que pareça, não encontrei nada. Até mesmo encontrei um cartão no fundo da minha bolsa com o logo de uma tal de Maite Perroni Beorlegui e o endereço logo abaixo. Forcei minha mente a se lembrar do que se tratava e me veio o último dia que trabalhei como acompanhante. Engoli seco e joguei o cartão na bolsa mais uma vez. Não era momento de me lembrar daquele dia. Instintivamente, levei minha mão até a bochecha onde havia sofrido a contusão.

Faith se mexeu na cama e eu rapidamente me voltei para o presente. Caneta e papel. Que tipo de casa não tinha caneta e papel? Me lembrei do escritório de Alfonso no primeiro andar e resolvi arriscar. Liguei a babá eletrônica e deixei a porta do quarto encostada, me assegurando de que Faith estava bem antes de finalmente descer.

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Para compensar minhas férias, soltarei mais um capítulo aqui daqui a pouco meninas! Não deixem de comentar a opinião de vocês e quem puder, dar uma estrelinha *---*

Com amor, Fran.