Fanfic:  Uma Babá em Minha Vida - AyA | Tema: AyA Ponny CEO Romance Hot

Minha respiração estava ofegante, como se eu tivesse corrido uma maratona equivalente a dez quilômetros. Mas não, eu não havia saído do lugar.

- Como, como assim sumiu? – Perguntei com a voz falha, cheia de culpa.

- Nós ligamos para aquela amiga dela, Dulce. Disse que está vindo para cá, mas que não conseguiu falar com Anahí também. O celular só dá fora de área. – Blair disse, com pena.

Meu primeiro pensamento foi que alguma tragédia havia acontecido com ela ou que ela mesmo tenha se feito alguma coisa. Mas não minha Any, ela é tão forte.... Passei a mão pelo cabelo, desesperado. Peguei meu celular e disquei o número dela. Eu tremia tanto, que precisei apagar várias vezes até discar o número correto.

- Isso está errado, ninguém some assim, ninguém. – Murmurei para mim mesmo, sentindo o olhar de Chuck e Blair em mim.

Desligado. Tentei novamente. De novo. Joguei o celular com raiva em cima do sofá e me animei quando o celular do Chuck tocou.

- Chuck. Sim. Que horas? Entendo. Me mantenha informado. – Falou e desligou. – O chefe da segurança disse que Anahí sacou em torno de mil dólares no caixa eletrônico há três horas atrás e desde então, nenhuma movimentação.

Nisso o elevador se abriu e uma Dulce furiosa, com olhos vermelhos e borrados, me atacou. Christopher tentou contê-la, mas levou um arranhão no rosto.

- O QUE VOCÊ FEZ COM ELA, SEU CRETINO? ME RESPONDE MALDITO! – Gritou, socando os punhos no meu peito. Ela chorava desesperada e a culpa piorou mil vezes. Eu havia feito aquilo. Eu havia acabado com Anahí. Não tentei segurar Dulce ou impedi-la. Sabia que era culpado. Mordi os lábios, contendo o soluço. Mas as lágrimas escorrerem mesmo sem a minha autorização. – ELA TE AMAVA DE VERDADE SABIA? ELA AMAVA VOCÊ... – Suas unhas me arranhavam e eu apenas fiquei ali, parado, recebendo o que merecia. Dulce lutava pela honra de Anahí e era algo que eu devia ter feito, não ela. Mas eu era o covarde que havia quebrado a porra do coração dela. – Eu te odeio Alfonso Herrera, se acontecer alguma coisa com Anahí eu acabo com você! – Seu choro se intensificou e Christopher a segurou, abraçando-a em seguida.

Dulce soluçava nos braços dele, enquanto eu sangrava por dentro. Eu precisava achar Anahí, eu precisava achar os pais de Faith. Eu precisava do perdão dela e de reconquistá-la de volta. Dulce María fungou e me olhou novamente, os olhos frios como uma geleira. Aquilo era pior que os socos, eu admito. Limpei meu rosto, esperando qual seria o xingamento a seguir.

- Você é o pior monstro que eu tive o desprazer de conhecer em toda minha vida e Anahí, não merecia isso, ouviu? Aquela menina sofreu toda merda da vida dela desde que nasceu. Ela sabia que os pais não a amavam e mesmo assim se matou de trabalhar para que os dois ingratos tivessem o melhor tratamento possível. O mínimo que ela merecia, era a verdade de você. E não esse monte de mentiras cruéis que você plantou na cabeça dela. Foi a primeira vez que ela se abriu para alguém, você tem noção do que é isso? TEM A PORRA DA NOÇÃO? – Murmurou com crueldade.

Meu coração se apertou. Eu não sabia que eu era o primeiro amor de Anahí. Peguei a primeira coisa que vi e joguei na parede. Era um vaso de cristal, que esparramou água para todos os lugares. Blair deu um gritinho pelo susto, mas Chuck a acalmou. Eu realmente parecia louco, bem, eu estava. Só precisava extravasar de alguma forma.

- Me ajude a acha-la, por favor? – Pedi, olhando para Chuck.

- Já estamos nisso Herrera. – Ele assentiu.

- Oh meu Deus, Christopher... Ela vai parar no fundo do poço, eu sei que vai... – Dulce soluçou novamente, inconsolável nos braços de Christopher.

- Dulce, fica calma. Anahí vai superar isso, ela é uma mulher grande. – Blair se aproximou dela, afagando suas costas.

- Sim, ela vai superar esse canalha. Ela é forte. Mas eu estou falando...de outra coisa... – Ela se afastou, indo em direção a janela de vidro. Mantinha os braços em volta de si, pensativa.

- Que tipo de outra coisa? – Blair perguntou, com medo da resposta.

Dulce se virou, com lágrimas silenciosas escorrendo pelo rosto. Ela as limpou e desviou o olhar. Respirou fundo, antes de nos olhar novamente.

- Ela vai me matar se eu contar isso para vocês... – deu outro suspiro – Anahí sofre de bulimia.

Eu ofeguei e cai de joelhos no chão. Pela segunda vez naquele dia, eu estava derrotado.

- Eu não...- Dei uma pausa, sem palavras exatas. Estava atônito. – Eu não vi isso em nenhum lugar do dossiê que fiz sobre ela. – Sussurrei, magoado.

Como eu deixei passar isso? Bem ali, na frente dos meus olhos. A mulher que eu amo estava doente todo esse tempo e eu não consegui enxergar por ser um filho da puta egoísta. Eu realmente mereço toda essa merda que a vida jogou em cima de mim, sobre Valentine, sobre Faith...

- Você fez O QUE? O CARALHO DE UM DOSSIÊ SOBRE ELA? – Dulce se enfureceu novamente, mas antes de voar sobre mim, Christopher a agarrou pela cintura, mantendo-a no lugar.

Eu me encostei no sofá, ainda sentado no chão, apoiando meus cotovelos no joelho e segurando minha cabeça. Tudo estava uma bagunça e cada vez piorava ainda mais. E se ela estivesse por aí, sem querer comer? Sozinha, vagando pelas ruas? Quem irá cuidar dela? Quem irá socorrê-la se algo acontecer? Eu tremia da cabeça aos pés, precisava acha-la.

- Eu precisava, ok? Não foi exclusividade dela, eu tenho um para todos os meus funcionários... – Tentei explicar e parece que ela se acalmou.

- Ela foi internada alguma vez? Ela já teve alguma ajuda? – Parei de me sacudir e encarei Dulce, que ainda tinha a cara fechada para mim.

- Você acha mesmo que aqueles dois, que se diziam pais dela, iam mesmo procurar ajuda? Acorda, Alfonso! Eu a ajudei, quando a conheci... – Desviou o olhar – Ela melhorou, por um tempo, até que...

- Até que o que? – Perguntei, com medo da resposta.

Todos continuavam calados até aquele momento. Chuck digitava alguma coisa furiosamente no celular e Blair havia se sentado no sofá, próxima de mim. Christopher deu um copo de água para Dulce, fazendo-a se acalmar, pelo menos um pouco.

- Até uma semana atrás, quando você marcou o casamento. Ela disse que estava nervosa demais e confessou. Comentou sobre as suas escolhas – Falou com desprezo – Vestido, decoração, lista de convidados... – Riu sem humor – Acreditando que você ia lhe dar o casamento dos sonhos. Pobrezinha... – Fungou.

Eu literalmente me sentia a merda do cavalo do bandido nesse momento. Não tive tanto tempo para refletir, pois María trouxe Faith agitada nos braços.

- O que aconteceu? – Perguntei preocupado, pegando-a no colo.

- Está ardendo em febre, desde ontem a pobrezinha. Já dei remédio, banho gelado, mas eu acho que é outro problema... – Maria falou, apreensiva.

Blair suspirou ao meu lado, passando a mão pelo cabelo da minha filha.

- Eu sei o que é. – A olhei – É febre emocional, Poncho. Faith está sentindo falta da Any...

Era só o que faltava! Comecei a desesperar quando Faith não parou de chorar nem mesmo com a mamadeira. Maria ligou para o pediatra, perguntando se poderíamos dar algum remédio mais forte, mas sem entrar em detalhes da situação. Enquanto aguardávamos o remédio fazer efeito, Blair tentava substituir o colo de Anahí.

- Dulce, esse momento é crucial. Sabe de alguém que poderia acolher Anahí? Algum parente distante ou algum amigo? – Indagou Chuck, com a voz grave e profunda.

Dulce sacudiu a cabeça, negando. O fio de esperança que havia aparecido se perdeu, então.

- Ela não tem mais nenhum familiar vivo. Nós duas não temos muitos amigos, eu apenas os colegas de trabalho e ela...só tem a mim. – Soluçou, e Christopher envolveu o braço em seu pescoço, puxando-a para ele. – Se ela tivesse conhecido alguém teria me falado, tenho certeza.

- Então enquanto ela não fazer contato com você, estamos no escuro.

O celular de Dulce apitou com uma nova mensagem. Todos ficaram em silêncio, até mesmo Faith parecia ter entendido a gravidade da situação. Dulce abriu a bolsa, trêmula e leu a mensagem.

- " Estou bem, não se preocupe. Por favor, não me procure. " – Dulce leu em voz alta e voltou a chorar novamente. – Deus, por favor, não deixe que Anahí seja refém dessa doença novamente, por favor... – Implorou ao vazio.

Blair lhe olhava com pena, sabendo da gravidade da situação. Eu não queria receber aquele tipo de olhar, eu precisava encontrar Anahí. Eu precisava do seu perdão. Mas antes de tudo, eu tinha uma pequena bebê que dependia de mim, mais do que tudo e que todos. Tomei Faith dos braços de Blair e subi até o quarto da Any. Ali ainda tinha o seu cheiro, suas roupas, suas manias. Deitei Faith na cama de Anahí e me deitei ao seu lado, apoiando minha cabeça no braço para observá-la. Minha filha chorava de soluçar e aquilo acabava comigo. Eu era o culpado.

- Papai está aqui meu amor... papai vai cuidar de você. – Sussurrei, passando a mão pelo rosto corado pela febre.

Observei o quarto, tudo exatamente como ela havia deixado. Eu não mudarei nada, até ela voltar. Peguei a camisola que estava quase caindo no chão e levei ao meu nariz. O choro veio instantaneamente, mas agora, estávamos só eu e minha filha ali. Chorando pela perda da mulher que amávamos. Puxei Faith para perto de mim, beijei sua testa e posicionei a camisola de Anahí ao lado dela. Ela agarrou um pedaço do tecido e como um milagre, se acalmou.

Os dias foram se passando e quando vi, uma semana completa desde que Anahí havia ido embora de nossas vidas. Faith mal comia, recusava quase todas as mamadeiras. Era época de introduzir alimentos sólidos em sua dieta, mas ela recusava qualquer coisa. Até mesmo a papinha de banana, que era sua favorita. Tentei preparar do jeito que Any me ensinou, afinal, era só amassar a droga da banana. Mas Faith sabia que não era ela que tinha feito. Suspirei cansado e tirei Faith da cadeira de alimentação. Ela estava mais manhosa e tinha febre todas as noites desde que Anahí se foi. Comecei a leva-la para o quarto da Any e ambos só conseguíamos dormir, se fosse lá. Ainda tinha o cheiro dela, suas roupas, seus sapatos...

Eu também não estava muito diferente de Faith. Entreguei meu cargo de CEO temporariamente para Chuck, sendo necessário somente para assinar alguns papéis que só o dono poderia fazê-los e tomar algumas decisões. Precisava cuidar da minha filha, mas Anahí também não estava em segundo plano.

Dulce aparecia todos os dias para ver Faith, creio que queria ficar próximo a uma das pessoas que Anahí também amava. Blair também dava as caras, mas creio que era para ficar mais de olho em mim do que minha filha. Ela estava estragando Faith, trazendo presentes praticamente todos os dias.

- Onde está minha garotinha... ? – Ouvi sua voz na sala e revirei os olhos, indo em sua direção. – Ai está ela! – Pegou Faith dos meus braços, enchendo-a de beijos. Minha pequena riu, divertida.

Enchi um copo de bebida e me joguei no sofá, observando as duas.

- Jesus, Poncho, você precisa de um banho e... uma navalha. – Falou com nojo. – Anahí vai voltar algum dia, não precisa definhar dessa forma.

- Não seja exagerada, Blair. – Dei um gole no meu copo, desviando o olhar.

Meus olhos estavam vermelhos pelas noites mal dormidas. Eu passava a madrugada toda me perguntando onde estava Anahí, com quem ela estava e se ela estava bem. Nos primeiros dias, eu tinha certeza que ela voltaria para mim ou daria algum sinal de fumaça para Dulce. Eu estava errado. Ela desapareceu como fumaça e nenhum de nós conseguiu encontrá-la. Não usava os cartões que estavam com ela e muito menos seu número comum. Havia mandado mensagens para Dulce de um celular descartável e aquilo quase acabou comigo. Ela não queria ser achada por ninguém, principalmente por mim.

Eu via tudo com clareza agora. Suspeitava antes, mas pensei ser coisa inventada pela minha mente fértil. Quando voltamos do restaurante e eu a ouvi vomitar...a comida não havia lhe caído mal, ela estava colocando para fora, voluntariamente. As vezes que ela recusava dizendo que estava sem fome ou que já havia comido...era tudo mentira. Anahí estava sofrendo, silenciosamente e eu não me dei conta. A obsessão por correr todos os dias, durante horas, não era para manter o peso ou ser apenas saudável...era para emagrecer cada vez mais e mais. Estava ali e eu não enxerguei. 

Eu deixei a porra da minha vingança cegar os meus olhos e não consegui ver que a mulher que eu mais amo no mundo estava definhando bem na minha frente. Eu não deixei que ela confiasse em mim, eu não a acolhi, não me abri. Agi como uma criança mimada de ego ferido e pisoteado, dando valor apenas ao que eu sentia e esqueci do que era mais importante. Agora ela está por aí, sozinha e sem ninguém para apoiá-la porque eu fui cretino o bastante para uma vida toda, afastando um dos meus bens mais preciosos de mim.

Senti as lágrimas umedecerem meus olhos, como acontecia toda vez que eu pensava no seu transtorno. Enchi mais um copo de bebida, mergulhado nas minhas ideias e conspirações.

Antes, eu queria acha-la e implorar que voltasse para cá. Para nós, eu e Faith. Agora, eu só quero encontrá-la, ainda implorar seu perdão, mas não me importa se ela não me quiser mais. Sim, eu nunca mais vou amar ninguém como ela. Mas por eu a amar tanto, eu só quero que ela volte viva e saudável. Ela pode amar outra pessoa, se casar, ter filhos...contanto que esteja viva e saudável. Ela pode me odiar para o resto da minha vida – tenho quase certeza que vai, porque eu sou um filho da puta – mas pelo menos, que ela esteja viva e saudável. Era tudo que eu pedia todos os segundos da porra do meu dia para o universo, para Deus, para o destino ou sei lá quem estivesse no controle de toda essa bagunça.

Eu só não conseguiria suportar viver em um mundo onde ela não existisse.

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Pensa no coração dessa autora...totalmente triste ao escrever essa cena! E com raiva, pois quando fui passá-la do word para cá, ele travou e eu perdi quase um terço do que havia escrito e tive que reescrever... é pra querer chorar ou não?  

Mas está ai, cap postado e não revisado meninas! ( Eu não tenho revisado, pois estou tendo dores de cabeça por conta da mudança de grau do meu óculos. Sorry )

Para aquelas que ainda não viram os dias de post:

- Seg: ENDA 2
- Terça: FA - Quin: DC
- Quar: UBEMV - Sáb: FA/ UBEMV
- Sex: ENDA 2 -Dom: DC

Com amor, Fran.