Fanfic:  Uma Babá em Minha Vida - AyA | Tema: AyA Ponny CEO Romance Hot

Amanheci com a luz entrando pela janela do meu quarto. Meus olhos estavam inchados e eu estava com uma tremenda dor de cabeça, resultado da choradeira de ontem. Dulce já não estava mais em meu quarto, levantei e fui ao banheiro fazer minha higiene matinal.

- Oh Deus...- gemi quando vi meu reflexo no banheiro, eu estava horrível! Havia um hematoma na minha bochecha, local onde o Ricardo tinha me atingido com um tapa na noite anterior, meu lábio estava inchado mas corte não parecia tão profundo. Tirei meu roupão e tive outra surpresa. Meus braços tinham manchas roxas com marcas de dedos. O cretino havia feito seu trabalho. – Idiota... mil vezes idiota! – rosnei, terminei minha higiene matinal e tomei um longo banho.

- Bom dia amiga...como você está? – Dulce disse cautelosa quando eu entrei na cozinha e me sentei na cadeira.

- Eu estou bem...-suspirei- na medida do possível. – ela colocou uma caneca de café fumegante na minha frente e se sentou ao meu lado.

- Quer me contar o que aconteceu ontem? Eu fiquei muito assustada quando te vi daquele jeito e queria que você estivesse mais calma pra dizer tudo que aconteceu. Foi o seu cliente, não foi? – ela me encarava com o punho fechado sobre a mesa. Dulce não era exatamente a pessoa mais calma do mundo, sinceramente eu não sei como ela estava tão calma ontem considerando o meu estado.

- Foi Dul. – eu confirmei, já não tinha como esconder essa dela e nem queria. Dulce Maria era minha melhor amiga, minha base.- No começo ele foi muito educado... – coloquei uma mexa de cabelo atrás da orelha e esbarrei minha mão sem querer no hematoma em minha bochecha, estremeci com o contato. – ele me tratava bem, sempre um pouco possessivo, mas é normal considerando que eles contratam acompanhantes pra aparecerem para os amigos né? – ela confirmou com a cabeça – Enfim, depois do jantar eu fui ao banheiro retocar minha maquiagem...- ocultei a parte em que eu havia colocado tudo pra fora. Abaixei minha cabeça evitando o contato visual.

- E ai? O que aconteceu depois Any? – ela segurou minha mão sobre a mesa e deu um aperto, me incentivando a continuar.

- E aí quando eu sai ele...ele me puxou pra uma sala dentro do restaurante, estava tudo escuro e eu só o reconheci porque ele começou a falar coisas horríveis pra mim. – eu estava ofegante, como se tivesse corrido uma maratona mas na verdade era o pânico daquela noite que voltava a medida em que eu contava o que havia acontecido.

- Calma Any, eu estou aqui! Se você não quiser, não precisa continuar... –

- Eu preciso! – disse gemendo. Respirei fundo e deitei minha cabeça no ombro dela. – Ele ficava...me...apalpando. Quando tirou a mão que tampava minha boca eu gritei por socorro e o resultado foi esse hematoma no rosto. – Apontei pra minha bochecha e Dulce sorriu.

- Nada que uma boa maquiagem não resolva... – ela acariciava os meus cabelos e me deixava mais calma.

- Enfim, quando surgiu a oportunidade eu desferi os golpes que nós aprendemos naquela aula de defesa pessoal, graças a Deus você me obrigou a fazer, só que eu nunca pensei que fosse obrigada a usar. – funguei em seu ombro. – No final, o santo e milagroso spray de pimenta que você deixou em minha bolsa serviu para atrasá-lo ainda mais e eu sai de lá correndo e entrei em um táxi. – Suspirei. Graças a Deus consegui contar tudo a Dul, seria um fardo enorme carregar isso sozinha.

- Você precisa esquecer isso agora Any, já está no passado. – Ela se levantou e deu um beijo em minha testa. – E a melhor maneira de esquecer é comendo waffles caseiros da Dul com calda de morango! – ela deu um soquinho no ar e fez uma dancinha esquisita da vitória. Eu gargalhei e me juntei a ela, e além do mais, ela estava certa. Eu precisava olhar pro meu futuro agora.

Atacando os waffles caseiros e quentinhos com muita calda, eu olhava o jornal de ontem na sessão de empregos.

- Cozinheira? Não! Garçonete? Talvez. - Marquei com um círculo. – Dançarina de strip? Definitivamente não! – Marquei com um enorme "x". – Babá? – li o anuncio que dizia procurar uma babá em tempo integral para uma criança de seis meses, férias remuneradas, folga três vezes por mês. O salário era simplesmente perfeito! Eu tive que reler duas vezes pra ter certeza de que era aquele valor mesmo. E o nome me chamou muito a atenção, Alfonso Herrera. O multibilionário dono da HBA, ele era um gato! – Sim, sim, sim! – levantei na mesa em um pulo e dessa vez eu fiz uma dancinha da vitória pra valer.

- O que foi sua louca? Pra que essa felicidade? – Dulce apareceu na cozinha novamente, só que dessa vez impecável em uma calça de linho e um terninho combinando.

- Dulce Maria, você não vai acreditar! – peguei o jornal e abraçei contra o meu peito. – Sabe o Alfonso Herrera, aquele gato, gostoso, maravilhoso e ricaço? Ele está procurando uma babá pra filha! Dul isso é perfeito! Eu vou conseguir essa vaga! – disse dando um enorme sorriso.

- Anahí Giovanna, você perdeu completamente o juízo? – ela disse cruzando os braços. – Any você não sabe cuidar de criança, você não sabe cuidar nem de você! – Autch, aquilo doeu. Fiz beicinho.

- Poxa Dulce não fala assim. Eu posso não ser a melhor babá do mundo, mas tem certas coisas que a gente aprende na prática, não é? – respondi levando meu prato sujo pra pia. – E outra, se um ricaço desse colocou anuncio em um jornal de Nova York, o cara deve estar totalmente desesperado! – sorri vitoriosa. – Por favor Dul, você tem que me ajudar a esconder esses machucados! – juntei minhas mãos em forma de pedido e fiz minha melhor carinha de "gato do Shrek". – Por favor....

- Olha Any eu não acho uma boa ideia. – ela torceu a boca. – mas...

- Mas...- respondi ansiosa.

- Mas eu acho que você precisa mudar de ares. Só acho que você tem que tomar cuidado, é uma criança e não uma boneca! – ela me olhou me fuzilando. – Espero que você saiba onde está se metendo.

- Ai Dul, deixa de sermão vai. Me ajuda e tampar esses roxos porque eu tenho que está lá daqui a uma hora. – disse puxando sua mão e a levando para o meu quarto.

Eu tinha que parecer uma babá apresentável e tinha um certo bilionário pra conquistar.