Fanfics Brasil - Prólogo Draculea: A Ascensão dos Vampiros

Fanfic: Draculea: A Ascensão dos Vampiros | Tema: Vampiros


Capítulo: Prólogo

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Draculea: A Ascensão dos Vampiros


 


Prólogo


 


Paris, França.


Quarta-feira, 15 de dezembro de 2021.


 


Uma sala de estudos rica e bem decorada. Junto às paredes cobertas por carpete cheio de símbolos do antigo reino franco há várias estantes repletas de livros sobre política, sociologia e outros assuntos pertinentes a um grande líder.


Um luxuoso lustre ilumina o ambiente, no qual, próximo a uma janela aberta que dá para uma sacada, um homem de terno, gravata, óculos e cabelos grisalhos trabalha incessantemente sentado atrás de uma mesa. Sobre o móvel é possível ver uma pequena placa branca onde, em letras negras, estão inscritos o nome e cargo do indivíduo: “Jacob Fortescue – Presidente da Aliança Europeia”.


Naquele momento, mais precisamente onze da noite, o homem público – dono da posição de maior poder dentro da Aliança Europeia desde que fora eleito pelo Conselho há pouco mais de dois anos – revisava atentamente alguns documentos que necessitavam urgentemente de seu visto. Os últimos dias haviam sido extremamente agitados e cansativos, dados os incontáveis preparativos para a entrada dos novos países do Leste Europeu na Aliança, mais precisamente Bulgária e Romênia, adesão a qual se concretizaria numa cerimônia a ser realizada no primeiro dia do novo ano, 2022. Os dois países há muito já eram membros da antiga e falida União Europeia, nela tendo ingressado em 2007; mas, desde a conversão da mesma na nova e fortalecida Aliança, as nações do leste só vinham sendo lentamente integradas ao grupo – mais por temor dos antigos membros de suas respectivas populações muçulmanas, maiores que as de qualquer país da Europa Ocidental – do que incapacidade de se equipararem econômica ou militarmente aos demais.


Estar logo com Claire e o pequeno François era a esperança que o movia a continuar adiantando todo aquele trabalho antes que o Natal chegasse, querendo também ver-se livre de suas obrigações para aproveitá-lo ao máximo com a família...


Apesar de tudo, Fortescue se orgulhava imensamente de seu cargo, posição de grande importância entre as nações do “Velho Mundo” – ajudando a reintegrá-lo e a recuperar sua posição proeminente no planeta desde a tragédia social de anos antes – mas, acima de tudo, incutindo entre seus membros um mínimo de tolerância, característica tão perdida desde que os nacionalismos haviam voltado a aflorar e o arame farpado erguido junto às fronteiras. Até o fim de seu mandato, não desistiria de investir em políticas de diálogo e, acima de tudo, no retorno dos direitos e garantias aos imigrantes muçulmanos. Dentro de algum tempo, talvez, seriam criadas oportunidades para que todo aquele fechamento europeu fosse abrandado e, acima de tudo, a palavra desarmamento voltasse à pauta. Tinha de reconhecer, porém, que toda a burocracia envolvida para tais fins o incomodava. E muito.


Era por isso que, de tempos em tempos, preferia abandonar os corredores agitados e as construções de aspecto moderno dos órgãos oficiais da Aliança em Berlim – ao mesmo tempo integradores e sufocantes – para se recolher em seu bom e aconchegante escritório particular em Paris, no qual poderia trabalhar com sossego, além de estar perto da família.


Bocejando, Jacob concluiu a revisão de mais um documento e retirou os óculos de leitura, fitando uma grande bandeira da Aliança Europeia que cobria parte de uma parede, com seu azul imponente e as quinze estrelas douradas formando um círculo em torno de duas espadas entrecruzadas, representando os quinze primeiros países a aderirem ao pacto e as prerrogativas militares que adquirira desde que a antiga OTAN fora dissolvida. Tinha a mente na reunião do dia seguinte, e de que forma ia conseguir aturar os turrões britânicos e o presidente da Bulgária – o qual parecia se comunicar apenas na linguagem dos resmungos, principalmente quando a palavra “imigração” era citada.


Deixando momentaneamente tais reflexões, Fortescue concluiu que precisava andar um pouco, pois suas pernas já haviam começado a ficar dormentes. Estava ali há horas, e necessitava mexer um pouco seus velhos ossos. Ergueu-se da cadeira, viu que horas eram no relógio digital em seu pulso (o qual, aliás, possuía o símbolo da Aliança representado sob a superfície de safira, quase como uma marca d’água) e finalmente caminhou sem pressa até a sacada.


Ganhando-a, sentiu uma agradável brisa tocar sua pele. Aquele era o inverno mais quente da Europa nos últimos séculos, graças ao infame efeito estufa. Centenas de pessoas estranhavam as temperaturas atípicas para aquela época do ano e, acima de tudo, a ausência de neve. Idosos e crianças sensíveis ao calor lotavam os hospitais. Aquela noite, todavia, estava um pouco mais fria, como era o antigo costume. Quase um presente ao próprio Fortescue – sua pátria acolhendo-o de volta para festas de fim de ano ao menos um pouco amenas.


Apoiando-se no beiral, o Presidente contemplou a bela vista que se tinha de Paris do nono andar do prédio: sobre os telhados podia-se contemplar a iluminada Torre Eiffel, sobre a qual era projetada a luz de vários holofotes e, no topo desta, um outro, girando, lançava um facho de luz sobre as construções da metrópole ao redor de si. Mais ao longe, igualmente banhado numa claridade majestosa, estava o Arco do Triunfo, outro dos magníficos monumentos franceses conhecidos em todo o mundo. Olhando novamente acima das casas e prédios, Jacob pôde ver a extremidade superior da pirâmide vítrea do Museu do Louvre, o qual abrigava incontáveis obras de arte de inigualável valor. Sorrindo, percebeu estar totalmente inebriado por aquela fabulosa visão da cidade outrora considerada capital do mundo.


Porém, aquele momento de calma e relaxamento logo foi interrompido por um barulho vindo de dentro do escritório. Jacob, que há alguns minutos pedira que seu assistente Pierre lhe trouxesse uma água mineral com gás, voltou-se para o interior do recinto, julgando ser ele quem acabara de entrar. Avançou alguns passos para dentro do local, perguntando depois de mais um bocejo, ao consultar novamente seu relógio:


– Pierre, é você? Está cada vez mais devagar, eu pedi que subisse com a água há exatos quinze minutos!


Foi quando o Presidente ouviu uma rouca, porém extremamente calma voz masculina, vinda de suas costas, informar em tom levemente bem-humorado:


– Ele não poderá subir com a água, pois sofreu um pequeno acidente...


Assustado, Jacob virou-se instintivamente para trás, deparando-se com um homem de meia-idade, face extremamente pálida e longos cabelos brancos lisos que lhe cobriam parte do rosto, descendo-lhe até a cintura – tal qual um daqueles personagens andrógenos dos videogames japoneses que seu filho tanto adorava. Usava um sobretudo negro, botas da mesma cor e, sem aparentar qualquer medo de cair, encontrava-se sentado no beiral da sacada, um leve sorriso esboçado em seu semblante.


– Q-quem... Quem é você? – balbuciou Fortescue.


Sem responder, o desconhecido apenas levantou-se, aproximando-se do apavorado político a passos lentos, fitando fixamente seus olhos carregados de temor. Podia sentir o coração deste batendo incrivelmente rápido, como se estivesse a ponto de explodir em seu peito. A poucos centímetros de Jacob, o misterioso homem parou, ainda fitando-o; até que, sem mais nem menos, agarrou-lhe fortemente pelos ombros, fazendo-o gritar de dor e susto.


– O que você vai fazer comigo? – indagou Fortescue, fronte suada. – Por favor, não me mate!


– Na noite do dia quinze de dezembro de 2021, por volta das onze horas da noite, o Presidente da Aliança Europeia, Jacob Fortescue, resolveu tomar um pouco de ar fresco na sacada de seu escritório... – disse o desconhecido numa voz mansa e tom incrivelmente soturno, empurrando o líder, que tentava inutilmente se livrar, até o beiral.


– Por favor... – implorou o pobre homem público, sentindo suas pernas se chocarem contra a borda de pedra, incapaz de reagir à aparente dança mortal que a fala do estranho lhe obrigava a acompanhar.


– Entretanto, enquanto contemplava a vista noturna parisiense, Jacob acabou perdendo o equilíbrio junto ao beiral, despencando de uma altura de nove andares até atingir a rua, perdendo imediatamente a vida... – continuou o desconhecido, fazendo com que Fortescue pendesse cada vez mais para fora da sacada.


– Não! – exclamou Jacob, fitando a via metros e metros abaixo.


– Adeus, meu amigo.


O assassino deu um último empurrão no político, soltando-o. Gritando desesperadamente, ele passou seus últimos segundos de vida vendo o asfalto se aproximar cada vez mais de seu corpo em queda, até morrer instantaneamente logo que seus ossos se partiram com o choque. Alguns transeuntes testemunharam o ocorrido, fitando chocados a sacada da qual Jacob caíra...


E nela não havia nada além das cortinas do escritório, erguidas pela força do vento.


 



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Autor(a): Goldfield

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