Fanfics Brasil - 7 - As cartas da guerra Unbroken Road

Fanfic: Unbroken Road | Tema: The Elder Scrolls - V Skyrim


Capítulo: 7 - As cartas da guerra

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Kvulsin não conseguia se perdoar, ele via no rosto de Aalis o ódio que ela estava sentindo, mas a vida dele era aquela missão, todo seu esforço de anos dependia dela ser executada com sucesso. Ele cresceu em Windhelm ouvindo o pai, um homem bronco de poucas palavras afetivas e que fazia parte da guarda da cidade dizendo o quanto se orgulhava do trabalho e queria que seu filho seguisse carreira na guarda. Em sua adolescência já era um exímio caçador e responsável em parte do lucro da família, pois vendia suas caças no mercado da cidade, até que decidiu entrar para a guarda da cidade.


A mãe de Kvulsin, uma mulher doce e também de poucas palavras, já fragilizada pela vida difícil morreu de uma doença e seu pai viera a falecer anos depois em uma pequena batalha nos arredores da cidade. Então Kvulsin decidido se tornou um dos guardas mais fortes e inteligentes, logo foi promovido a capitão e devido a sua lealdade alguns anos depois foi escalado por Ulfrick para realizar a missão de descobrir sobre o artefato de comando que possibilitaria a Ulfrick o poder de comandar as ações da dragonborn.


Ele realizou sua missão com êxito, só não esperava se apaixonar por sua “vítima”, e agora sentado a olhando, sua vontade era de levá-la para longe dali e colocá-la em segurança, mas por outro lado pensava em sua vida e carreira, ele levanta e sai da barraca onde Aalis está adormecida.


Ao sentir que estava sozinha Aalis abre os olhos, e se vê vestida com o uniforme dos Stormcloaks, sua cara se retorce em ódio, ela tenta se mover, mas a dor em sua cabeça a faz ficar tonta, seu corpo pesado e dolorido sente a força das cordas que a impedem de se mover.


Quando sua mente clareia, ela começa a pensar em como fugir dali, mas Ulfrick entra na barraca e começa a dizer o que ela deveria fazer em forma de ordem.


- Você irá com o batalhão, atacar um forte em território inimigo, o propósito é resgatar alguns soldados que foram capturados e estão sendo mantidos presos, mate quantos inimigos for necessário e traga alguns nocauteados para que possamos obter informações...


- Eu não vou lutar por você Ulfr...


- AAN AAR MID! (Um Servo Leal)


                Aalis foi interrompida em sua frase de repúdio a Ulfrick e minutos depois se vê sentada na carroça que levava ela e mais guardas para o forte que seria atacado. Algumas horas depois vê seu corpo se movendo e indo na direção do forte, ela tentava lutar contra, mas seu corpo não a obedecia.


                Suas mãos pegam o arco e uma flecha da aljava, com toda sua força ela tenta abrir a mão para que as armas caíssem no chão, mas toda vez que tenta ela acabava perdendo a concentração e seus pensamentos ficavam aleatórios. Era como um pesadelo e agora seu corpo está indo em direção ao forte com mais dois soldados se esgueirando e atacando os guardas Imperiais que vigiavam os muros. Com os vigias mortos o restante do batalhão Stormcloack entra no forte e atacam de surpresa, assim ganhando vantagem.


                Aalis entra no forte, com o arco mata mais dois Imperiais, e ao avançar é atacada por mais dois. Seu corpo movia-se sozinho e estava fazendo o que lhe foi ordenado para o sucesso desta batalha.


                Sua mão direita pega a espada de sua cintura imediatamente e a mão esquerda larga o arco no chão, logo veio o ataque do guarda rival do qual ela repele com sua espada, e quando o próximo ataque do guarda vem, ela desvia e deixa-o se desestabilizar com o peso de seu próprio corpo enquanto ela enfia a espada no peito do guarda. O outro guarda aproveita o momento e tenta atacar seu ponto cego, mas ela gira o corpo junto com a espada imediatamente arrancando a cabeça de seu oponente.


                Aalis chora ao perceber que estava matando sem poder se controlar, para ela eram pessoas com famílias e uma vida fora do campo de guerra. Kvulsin que também estava na batalha via as lágrimas nos olhos da dragonborn.


                Um soldado estava vindo para cima dela e com rapidez ela saca uma flecha a posiciona no arco, e ao perceber o que estava prestes a fazer grita.


                - Não!


                A flecha acerta o peito do soldado rival, ela queria fechar os olhos, queria poder mandar em seu próprio corpo, mas seu corpo não a obedecia. Em seu rosto desesperado as lágrimas se juntavam ao sangue dos adversários, sua mente contrariada com tanto esforço para parar suas próprias ações fica sobrecarregada. Agora Aalis não enxerga mais nada, ela sente um forte cansaço e dor de cabeça, a pressão é tanta que ela cai no chão desmaiada.


                Assim que Kvulsin vê o corpo de Aalis no chão, ele se aproxima e permanece lutando próximo, como ela estava caída sabia que pensariam que ela estaria morta, mas por precaução permaneceu ali até o final da batalha. Da qual a vitória é dos Stormcloacks, minutos depois os prisioneiros são liberados e acomodados nas carroças juntamente com os feridos.


                Ao se aproximar do corpo de Aalis, Kvulsin vê que ela respira com dificuldades e então a leva para o acampamento de guerra em seu próprio cavalo.


                               ***


                - Parabéns meus companheiros, essa foi só uma vitória perto das próximas que virão, estejam preparados já que o fim desta guerra está próximo e a vitória definitiva será nossa!


                Discursa Galmar Stone-Fist para seu batalhão recém chegado da vitória, e em resposta ouve os gritos.


                – Yeeeah!


 


                Kvulsin passa pelo batalhão entusiasmado pela vitória com Aalis em seus braços e vai direto ao curandeiro do acampamento.


                - Hah! Tenho muitos soldados para olhar, ela terá de esperar. Diz o curandeiro para Kvulsin.


                - Só que esta é a dragonborn, o que acha que Ulfrick fará se souber que ela morreu por falta de nossos cuidados?


                Com um olhar de desprezo o curandeiro faz um gesto para que ele deite o corpo de Aalis em uma das peles estendidas no chão. Após examiná-la o curandeiro resmunga para Kvulsin.


                - Ela não tem nenhuma ferida, só está com febre alta e provavelmente desmaiou por conta disto... Isso é o nosso trunfo? Um guerreiro que desmaia em uma batalha? Dito isso a curandeiro vira as costas e sai.


                Kvulsin estranha o fato de Aalis ter desmaiado por febre, já que ela estava bem antes da batalha iniciar, olhando para ela agora, pode ver as marcas de sangue misturadas ao choro em seu rosto.


                A observando ele se lembra de sua ultima noite com ela, e fica perdido em meio a seus pensamentos, até que ouve passos atrás de si.


                - Reporte soldado. Era Ulfrick Stormcloack.


                - Pensei que o senhor voltaria para Windhelm.


                - Ainda não sabemos como este artefato funciona, tenho que avaliar de perto para não correr riscos, de qualquer jeito... vencemos a batalha.


                - Sim, mas não por conta dela.


                - Como assim? Pergunta Ulfrick.


                - Ela estava tentando lutar contra seu próprio corpo, antes de atirar suas flechas contra o inimigo ou esfaqueá-los ela gritava “não” e chorava, acho que o desgaste em sua mente para parar o que seu corpo estava fazendo era tanto que ela não aguentou e entrou em combustão... Ela desmaiou logo no início da batalha após ter matado alguns inimigos.


                - Então esse é o ponto fraco afinal... Mesmo tendo controle sobre o corpo, a mente dela ainda tenta não corresponder... Muito bem soldado, cuide para que ela melhore e assim que estiver pronta para a próxima batalha retornarei para dar as ordens a ela, não a deixe escapar.


                - Sim senhor!


                               ***


                Após um dia inteiro Aalis acorda, e ao abrir os olhos se depara com Kvulsin comendo ao seu lado, ela olha ao redor e vê que está amarrada, amordaçada e ainda deitada em um acampamento de guerra. Já era noite e havia pouca luz na barraca, mas era suficiente para que Kvulsin visse o ódio nos olhos dela.


                - Eu quero falar com você... Vou tirar a mordaça e você não fará nada certo? Pergunta Kvulsin, Aalis faz cara de indiferença e ele tira a mordaça de sua boca.


                - Porque você? Dentre tantos soldados a me vigiar porque tem que ser você?


                - Porque eu convivi com você. Ele responde levantando a cabeça de Aalis e a fazendo beber água, da qual ela cospe na cara dele.


                - Eu não quero você aqui!


                Limpando a água de seu rosto, ele respira fundo e tenta falar com calma.


                - Não é pra ser assim Aalis, tente entender eu tenho meus motivos...


                - Não me interessam seus motivos, vá para o inferno, o que estão fazendo comigo é insano!


                - Sim... Concordo que é insano, mas... Vou avisar para Ulfrick dar as ordens para a batalha de amanhã antes que ele parta para Windhelm!


                Ele sai da barraca, mas pensa melhor e decide não ir falar com Ulfrick, ele sabe que tem de controlar suas palavras perto de seu superior, e nesse momento ele toma uma decisão e volta para se sentar ao lado de Aalis.


                Deitada ela percebe que seus pensamentos estão uma bagunça, não consegue se concentrar em nada, uma ansiedade começa a tomar conta de seu corpo, suas pupilas dilatam e sua respiração fica agitada, ela percebe que não tem mais forças. Tudo que ela mais queria era poder voltar para casa, mas ela estava ali forçada contra sua própria vontade e só de pensar que haverá mais batalhas um medo enorme toma conta dela.


                Após ficar quietos e preso em seus pensamentos Kvulsin finalmente fala.


                - Bom, amanhã suas ordens serão dadas, tudo que tens que fazer por hora é descansar. Dito isso ele pega o pano e levanta a cabeça de Aalis para amarrá-lo em sua boca, mas ela começa a falar com a voz fraca.


                - Por favor... Faça isso parar... Eu não posso mais...


                Ele vê as lágrimas saindo dos olhos dela e sente mais uma vez vontade de levá-la para casa, mas volta a tentar amordaçar quando Aalis continua a falar.


                - Eu gostava de você, eu me entreguei para você, e achava que você sentia o mesmo... Porque você fez isso?... Por...


                Com lágrimas nos olhos Kvulsin amarra a boca de Aalis a impedindo de continuar falando, ele beija sua testa, limpa as lágrimas do rosto dela e diz.


                - Eu realmente sinto muito.


                Dito isso ele limpa suas próprias lágrimas e sai da barraca.



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Autor(a): xkuran

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Aalis não se sentia bem, havia uma inquietação, um suor frio que não cessava. Já havia passado três dias em que ela estava ali no acampamento, a cada minuto ela sentia-se menos ela mesma, era como se estivesse se perdendo, não conseguia lembrar com clareza sobre coisas cotidianas e normais. Seus pensamentos eram confusos e ela ...


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