Fanfics Brasil - Capítulo 1 Destinado - As Memórias Secretas do Sr. Uckermann (Vondy) [TERMINADA]

Fanfic: Destinado - As Memórias Secretas do Sr. Uckermann (Vondy) [TERMINADA] | Tema: Vondy [Adaptada]


Capítulo: Capítulo 1

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Às vezes a vida é boa. Algumas vezes é fácil. Raramente é perfeita.
Então eu estava muito ciente da sorte que tinha. Se alguém buscasse em um dicionário a definição da palavra “felicidade”, certamente encontraria o meu nome ali.
Tinha sido assim nos últimos dezoito meses.
E era assim que eu me sentia naquela manhã ao sair de casa, pouco depois de o sol raiar, para fazer uma entrega. O dia estava particularmente agradável, fresco, sobretudo levando-se em consideração que já era novembro. Ao que parecia, o verão de 1831 seria mais ameno que o anterior. Uma sexta-feira perfeita para uma corrida, ponderei. E o corcel negro sob mim concordava, pois abaixou a cabeçorra, pronto para disparar. Estreitei as guias a fim de detê-lo.
— Mais tarde, Storm — prometi, dando tapinhas gentis em seu pescoço.
Ele resfolegou de leve, como se dissesse: “Mas que chatice, Christopher”. Eu sabia exatamente como ele se sentia; a frustração por se conter, entediado por ter de ir mais devagar. Storm adorava disparar em retas tanto quanto eu, mas, com a égua atrelada a sua sela, seria muito imprudente. Então eu o mantive sob rédea curta durante todo o trajeto até a propriedade dos Bernardi. Os novos vizinhos tinham se mudado havia pouco, e o estábulo estava praticamente vazio. Esse era o motivo pelo qual eu estava ali. O senhor Bernardi tinha ouvido sobre os meus cavalos e dias antes fora visitar meu estábulo, abastecido com os melhores espécimes. Escolhera uma magnífica égua puro-sangue inglês de pelagem tordilha, que agora reluzia seus padrões de cinza depois de eu tê-la escovado antes de sair. Estrela era muito ágil e robusta, mas dócil como um gatinho.
Cheguei ao destino pouco antes do almoço. Tão logo emparelhei Storm e Estrela em frente ao casarão, a porta se abriu e o próprio senhor Bernardi surgiu sob obatente, sorrindo ao me ver. Começou a descer as escadas, parecendo ansioso, enquanto eu saltava do lombo de Storm.
— Senhor Uckermann, que grata surpresa vê-lo aqui assim tão cedo. — Ele ajeitou a gravata, presa por um alfinete de pérola. Rendas despontavam das mangas de seu paletó de brocado. As calças curtas terminavam na altura dos joelhos, onde meias de seda branca começavam. Os sapatos de salto enfeitados por laços compunham uma imagem pouco máscula. Mas o que eu entendia de moda, afinal? — Eu esperava que viesse só depois do almoço — disse ele.
— Como sabe, ofereceremos um baile esta noite. — Mais um, resmunguei mentalmente, ao fazer um gesto de cortesia para cumprimentá-lo. — Temi ficar detido depois do almoço, por isso me adiantei. É uma bela propriedade, senhor Bernardi.
Ele colocou as mãos nos bolsos do colete, feito com o mesmo tecido do paletó, estufando o peito arredondado, admirando suas posses.
— A melhor da região, estou certo.
Aquela não era a primeira vez que eu punha os pés naquelas terras. No entanto, já fazia tanto tempo que quase não me lembrava do lugar. Eu tinha pouco mais de oito anos de idade quando estivera ali, e as circunstâncias não foram nada agradáveis.
Na época, a propriedade pertencia à família Dornelles, e uma das mais temidas pragas entre os criadores de cavalos se abateu sobre o estábulo do senhor Vasco.
Tão logo se espalhou a notícia de que o mormo havia chegado à região, todos os criadores se puseram em alerta, inclusive meu pai. A doença, porém, alastrou-se ainda assim e dizimou quase todos os belos animais do senhor Dornelles. Os poucos que restaram foram sacrificados dias depois, pois o medo recaiu sobre a região com a triste notícia de que o cavalariço da família havia contraído a doença. Meu pai ajudou os vizinhos como pôde, tomando providências e disparando ordens de maneira quase militar, enquanto o senhor Vasco tentava
acalmar os poucos empregados que permaneceram na fazenda. A maioria fugiu tão logo soube do contágio de mormo em um ser humano. O cavalariço não resistiu. Apesar do enorme prejuízo com a morte de animais, não houve outras vítimas humanas. Eu ainda me lembrava do cheiro pungente das carcaças em chamas, do fogo destruindo o estábulo e tudo o que se encontrava ali dentro, das labaredas erguendo suas línguas cor de laranja em direção ao céu. Tudo foi reduzido a cinzas em poucas horas. Os Dornelles, muito abalados pela tragédia, mudaram-se pouco depois, e desde então a grande casa branca de janelas azuis, rodeada pela larga varanda, estava fechada. Isso até o mês passado. Um novo estábulo foi construído às pressas, a casa recebeu os cuidados necessários para abrigar os novos moradores e, embora o jardim em frente às escadas precisasse da atenção de um bom jardineiro, o lugar estava novamente agradável.
— Ah, aí está a minha égua. — Bernardi se aproximou de Estrela. — É tão bonita quanto eu me lembrava. Será tão mansa quanto o senhor diz?
— Garanto que jamais lhe trará qualquer problema. Eu mesmo a amansei.
— Excelente! Vamos, meu rapaz. — Ele pousou a mão em meu ombro. — Vamos levá-la ao meu estábulo. Tenho trabalho esperando por esta belezinha.
Comecei a desfazer o nó do arreio preso à sela de Storm quando um alvoroço que parecia vir da lateral da casa me deteve.
— Mas que diabos! — cuspiu Bernardi, afastando-se para ver o que estava acontecendo.
Eu o acompanhei, mas parei assim que contornamos a casa. Um pangaré tinha duas patas arriadas. Como estava atrelado à carroça, os tambores de leite que carregava colidiram, causando o rebuliço que eu ouvira instantes antes. O empregado havia descido da carroça e tentava a todo custo fazer o animal se levantar.
Eu duvidava que conseguisse. As condições daquele pangaré eram de dar pena.
A pelagem acastanhada estava rala e opaca em muitos pontos, as costelas proeminentes, havia feridas nos flancos e lombo, e eu apostaria minha vida que lhe faltava uma das ferraduras. A da pata traseira esquerda, pela maneira como ele coxeava.
— Maldito animal dos infernos! — Bernardi se aproximou de seu empregado e lhe tomou o chicote. — Levante-se, seu monte de pulgas inútil! Levante-se! — E começou a açoitar o animal.
— Pare com isso! — gritei, me aproximando dele em duas passadas. — Ele está fraco. Não vê que assim vai matá-lo?
— Não me servirá de muito mais, de toda maneira. Foi por isso que comprei aquela égua. Para executar as tarefas desta besta imprestável. Levante-se, diabos!
O chicote estalou mais uma vez, e o som do couro contra as costelas descarnadas do pangaré fez meu sangue ferver nas veias.
— Vejo uma besta aqui — cuspi entredentes. — Mas não o pobre animal que o senhor pretende matar a chibatadas. É assim que costuma tratar seus cavalos?
— A maneira como conduzo minha propriedade ou meus cavalos não lhe diz respeito, senhor Uckermann. Sua função é trazer-me a égua, pegar seu dinheiro e ir embora sem se intrometer em meus assuntos. — Ele chicoteou o animal com ainda mais vigor, e, fraco como estava, o pangaré arriou de vez enquanto o homem esfolava seu lombo.
Foi a gota-d’água. Segurei o braço do “cavalheiro”, aquele que erguia o chicote sem dó. Gostaria que ele tivesse feito algo mais além de virar a cabeça e me encarar com desaforada indignação, pois assim eu teria uma desculpa para jogá-lo no chão, tomar-lhe o chicote e tratá-lo com a mesma cortesia que ele dispensara ao animal. Entretanto, covarde que era, apenas ficou ali, me olhando com desprezo.
Consegui me conter o suficiente para perguntar, com a mandíbula trincada:
— Quanto quer por ele?
Suas sobrancelhas arquearam-se em surpresa.
— Quanto quer por ele? — repeti, sem paciência.
Seu olhar reluziu e um sorriso desprezível esticou o rosto roliço.
— Quer comprar este saco de pulgas, senhor Uckermann? Pois bem. — Ele me disse o valor. Era duas vezes o que eu pedira pela égua.
Eu o soltei com um safanão e peguei as moedas no bolso do paletó. As sobrancelhas do sujeito subiram tanto que quase tocaram a linha onde os cabelos ralos e finos começavam.
Ora, mas que inferno, eu mesmo não podia acreditar que pagaria tanto por um animal semimorto, que não teria nenhuma utilidade para mim. Meu estábulo era habitado por puros-sangues, altamente treinados e bem tratados do momento em que nasciam até a venda. O que eu faria com aquele pangaré esfolado, que me custaria o mesmo que dois bons andaluzes, eu não fazia ideia. Contudo, não havia como deixar aquela propriedade sabendo o que o “cavalheiro” pretendia fazer com ele.
Joguei o dinheiro ao senhor Bernardi sem muita cortesia e, sem perder tempo, comecei a desafivelar as tiras que prendiam o pangaré à carroça. O empregado, ao perceber que o negócio havia sido firmado, prontificou-se a me ajudar.
Examinei brevemente as feridas do animal enquanto o libertava. Algumas eram profundas, e eu não estava certo se cataplasmas fariam diferença. Como eu desconfiara, faltava-lhe uma das ferraduras. Outra estava se soltando e precisava ser substituída. Não era para menos que o animal mal se sustentasse sobre os cascos.
O bicho se aprumou um pouco assim que se viu livre do peso da carroça, resfolegando.
— Isso mesmo. Vamos sair daqui — eu disse a ele, correndo os dedos de seu focinho úmido até as orelhas pontudas para pegar o arreio e trazê-lo para a frente. O gesto o assustou, no entanto, e me perguntei a quanta crueldade ele havia sido submetido nas mãos daquele sujeito repugnante. Mais uma vez lutei contra o desejo de pegar o chicote e ensinar ao senhor Bernardi com quantas tranças se fazia um bom açoite.
Guiei o pangaré — devagar, devido a seu estado — até a sela de Storm, onde substituí o cabresto por um pedaço de corda que eu levava no alforje. Prendi a corda ao redor de seu pescoço com alguma dificuldade, já que ele não parava de se agitar, e a outra ponta à sela de Storm. O senhor Bernardi me vigiava de perto, brincando com as moedas em sua palma.
— Bem, posso dizer que estou muito satisfeito em negociar com o senhor. O que me pagou é o bastante para comprar esta égua e talvez ainda me sobre para mais uma...
— Certamente é o suficiente. Mas, sabe, senhor Bernardi... — Eu me aproximei dele. O sujeito deu um passo para trás, tropeçando naqueles ridículos sapatos de salto, os olhos arregalados como os de uma corça. — Não negocio com animais, apenas os vendo.
Ele piscou, atordoado.
— Como disse?
— Estrela não está mais à venda. Na verdade, nenhum dos meus cavalos está disponível para o senhor.
Eu me dirigi para minha montaria e apoiei a ponta da bota no estribo, encaixando-me na sela com agilidade.
Bernardi permanecia no mesmo lugar, fitando-me com a boca escancarada.
Cutuquei os flancos de Storm com os calcanhares, mas o sujeito resolveu se mexer, apressando-se em minha direção e estupidamente levando a mão ao cabresto de Storm.
— Espere um pouco, rapaz. E quanto a minha...
Storm não gostou que o homem o tocasse e empinou, as patas dianteiras se agitando com entusiasmo a pouco mais de um palmo da cara horrorizada de Bernardi. Agarrei-me ao arreio e comprimi as pernas em torno de seus flancos para não acabar caindo. Por sorte, os cavalos atrelados à sela se mantiveram imóveis, ou eu estaria em sérios apuros. Um gritinho muito embaraçoso escapou da garganta de Bernardi. Entendendo aquilo como um elogio, Storm resfolegou, exibindo-se um pouco mais. Naturalmente, o sujeito decidiu sair de seu caminho.
Encurtei as rédeas e fiz Storm se aquietar e voltar a andar.
— Preciso desta maldita égua — o homem vociferou. — Quem vai puxar a carroça agora?
— Como o senhor mesmo apontou de maneira tão cortês ainda há pouco, isso não me diz respeito.
Ele tentou me acompanhar, escorregando na grama com seus sapatos delicados, o rosto adquirindo um tom escarlate.
— Volte aqui com a minha égua!
— Tenha um bom dia, senhor Bernardi. — E obriguei Storm a manter o trote suave.
— Volte aqui! — Ele girou o corpo na direção do empregado: — Não fique aí me olhando! Faça alguma coisa, idiota! Ele está levando meu cavalo embora!
— Mas o senhor o vendeu! — A voz do rapaz parecia confusa.
— Ah, cale a boca, maldito inútil. Eu procurarei a justiça! — gritou Bernardi, ainda mais alto. — Está ouvindo, senhor Uckermann? O senhor vai me pagar por essa afronta!
Eu gostaria que ele fizesse isso. Adoraria poder dizer diante de todos que espécie de homem era o senhor Bernardi. O juiz Guilhermino Carvalho, além de justo, era frequentador assíduo das casas de jogos da cidade, e seu apreço pelos cavalos era notório, tão grande quanto o que nutria por suas três amantes. Caso Bernardi recorresse mesmo à justiça — coisa de que eu duvidava, tendo testemunhado o grande covarde que ele era —, ninguém nas redondezas lhe venderia nem mesmo um jumento. De todo modo, eu teria de alertar todos os criadores das redondezas sobre seus hábitos de tortura para com os equinos. Não era muito, mas era o que eu podia fazer para impedir que outros animais fossem judiados. Bernardi que puxasse a própria carroça, se quisesse.
O sujeito continuou berrando até eu estar longe o bastante para que sua voz se tornasse apenas um zumbido irritante.
Mantive o ritmo lento durante todo o trajeto, mas volta e meia Storm e eu grunhíamos. Ele de frustração por ter tido de se conter, eu por... bem, pela mesma razão.
Fazia muito tempo que eu me habituara a voltar para casa o mais rápido que pudesse. Jamais gostei de me ausentar por muito tempo. Sobretudo desde a morte de meus pais, quando a tutela de minha irmã, Maite, caíra em meu colo. Muita coisa havia mudado desde aquela época. Minha irmã já não era uma menina: estava completando dezessete anos naquela sexta-feira e podia muito bem lidar com minha ausência. Prova disso era a ansiedade que o baile que comemoraria seu aniversário lhe provocara. Ela estava nas nuvens, a expectativa reluzia em seus olhos, e eu tinha medo de analisar o motivo disso mais a fundo.
Entretanto, a inquietação e a impaciência que me dominavam agora não eram originadas pelo corre-corre de um baile nem mesmo pelo futuro incerto de minha irmã caçula. Minha frustração respondia por outro nome. O mesmo nome que também era responsável por todos os meus sorrisos. E também por todas as minhas dores de cabeça, acrescentei ao chegar aos limites de minhas terras e avistar ao longe o faetonte, seguido por um rastro de poeira denso feito um nevoeiro.
A causa disso?
A condução perigosamente acelerada e audaciosa de minha imprudente esposa.
— Maldição, Dulce. — E disparei a seu encontro, tão rápido quanto a carga que eu arrastava me permitiu. — Pelo amor de Deus, Dulce, vá mais devagar com essa coisa! — berrei por sobre o ruído produzido pelo impacto das rodas no chão de terra batida.
— Mas eu tô devagar! — ela gritou de volta. O sorriso em sua boca rosada me fez praguejar em português, inglês e alemão. Caso eu tivesse aprendido alguma outra língua, a teria usado também.
Minha vida podia ser definida em antes e depois de Dulce.
Antes de Dulce, tudo era pacato, previsível e monótono. Eu passava os dias cuidando do estábulo, das propriedades arrendadas e da educação de Maite. O único assunto que me preocupava era minha irmã estar crescendo rápido demais, e já fazia algum tempo que eu tinha percebido que não era mais tão útil quanto costumava ser, que as dúvidas que rondavam sua cabeça não podiam ser decifradas por um irmão mais velho. Por isso eu cogitara me casar, a única opção que me parecia ideal. Eu já tinha vinte e um anos, idade suficiente para decidir o que fazer da vida. O com quem tinha sido o grande problema. Eu conhecia todas as jovens da redondeza, e nenhuma delas causava em mim mais  do que uma educada admiração. Meu pai sempre dizia que, quando encontrasse a mulher que estava destinado a amar, eu saberia. Por muito tempo pensei que, pela primeira vez na vida, ele se enganara.
Então veio o depois, quando conheci Dulce. Bastou um olhar, apenas um olhar, para que eu perdesse o coração, o fôlego e também o raciocínio. Eu a amei desde o primeiro instante, mesmo que ainda não soubesse disso. E, sendo Dulce como é, entrou em minha vida feito uma carroça desgovernada, atropelando-me, fazendo-me entender coisas que antes eu não compreendia e me sentir tão feliz com isso que às vezes doía.
E doeu, de fato. Dilacerou-me a alma quando ela teve de partir. No entanto ela regressou, e desse dia em diante minha vida nunca mais foi a mesma. Dulce preencheu todas as lacunas, todos os hiatos que eu nem havia me dado conta de que estavam ali, apenas esperando que ela os reivindicasse. Ela me tornou completo, e ainda me deu o presente mais maravilhoso de todos: Marina, que, mesmo tão pequena, já dava mostras de uma personalidade muito semelhante à da mãe — o que era preocupante.
Desnecessário dizer que eu amava Sofia incondicionalmente. Não havia nada
que eu não fizesse por ela. Não havia limites que eu não ultrapassasse para vê-la feliz. Até mesmo meus próprios limites. Prova disso era o maldito faetonte que ela conduzia de maneira alucinada.
Onde diabos eu estava com a cabeça quando comprei aquela coisa para ela?
Dulce era diferente, e eu sempre soube disso. Apenas mais tarde cheguei a saber que essa distinção não se devia ao gênio forte ou ao caráter decidido, mas ao fato de aquela garota ter nascido e vivido em um tempo completamente diferente do meu. Naturalmente, eu custara a acreditar que ela tinha vindo do futuro. Do ano 2010! Isso eram cento e oitenta anos à frente do meu tempo. E ela abandonara tudo por mim, por nós. Sua adaptação ao século em que eu vivia não tinha sido fácil, sobretudo porque ela precisava de certa liberdade para se sentir no controle de alguma coisa, e se locomover sozinha sempre fora um problema. Ela tinha dificuldade para aprender a montar, se acovardava sobre o lombo de qualquer cavalo, por mais dócil que ele fosse. Por isso eu havia comprado para ela aquele faetonte, leve, ágil e fácil de conduzir. O que eu não antecipara era que minha insensata esposa gostaria tanto do presente que mal poderia esperar até que eu lhe ensinasse os comandos para sair a toda velocidade, sem respeitar uma única maldita regra de segurança!
Ela continuou se aproximando rápido demais, os cabelos de uma rica cor de mel, quase ouro, ricocheteando em todas as direções. O prazer indisfarçável que aquilo lhe dava fazia seus olhos castanhos brilharem como topázios...
Ela acabaria se matando se não diminuísse a velocidade.
— As rédeas! Puxe as rédeas!
— Ah, é! Para, Lua. Para! — Ela puxou as guias de uma vez, quase me causando um ataque do coração. Os cascos da égua cinzenta derraparam na grama, e uma das rodas do faetonte perdeu o contato com o chão. Meu estômago embrulhou, o medo me deixou lívido. Eu estava longe demais, não conseguiria alcançá-la a tempo. Tudo o que pude fazer foi assistir, impotente, ao acidente que certamente mataria a mulher que eu amava.




Comentem e Favoritem meus amores bjss!!!


 



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Autor(a): Fer Linhares

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O mundo congelou naquela fração de segundo.A freada brusca arrastou Lua para a frente, e o faetonte sacolejou de um lado a outro. A égua se agitou com o peso que ameaçava derrubá-la, e, graças a isso — ou a um milagre da divina providência —, a roda elevada bateu no chão com um forte impacto.&m ...



Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 63



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  • tahhvondy Postado em 14/02/2017 - 17:51:28

    nossa simplismente amei!cada um dos livros maravilhosos essa historia e incrível que não tem como não ser apaixonar por ela o amor deles e lindo o Christopher e mt fofo vou sentir saudades dessas confussões deles

  • GrazihUckermann Postado em 13/02/2017 - 19:10:55

    Eu AMEI! não sei qual dos livros foi o melhor. obrigada por postar essa história incrível, essa história é muito linda. Christopher é muito fofo <3 O amor deles é incrível. Quando ele a esqueceu ele se apaixonou por ela de novo, e eu tive que me segurar pra não chorar nessa parte s2 Fiquei feliz com o final da Madelena e do Seu gomes. Espero que tenha outro Baby vondy no livro da Maite, dessa vez tem que ser menino kkjk e não terá um nome melhor que Alexander para dar ao menino neh?? Estarei na próxima fanfic com você, comentando em todos os capitulos. Tchau. um diaa eu volto para ler de novo. (Acho que não demora muito, por amei a história e quero muito ler de novo) s2

  • tahhvondy Postado em 13/02/2017 - 10:57:28

    ai já ta acabando que triste mas ainda bem q vx consequiu baixa o da Maite

  • GrazihUckermann Postado em 10/02/2017 - 20:35:51

    Continuaaaaaaaaaaaaa! s2

  • tahhvondy Postado em 09/02/2017 - 11:28:34

    chequei continua por favor

  • GrazihUckermann Postado em 09/02/2017 - 09:49:37

    Continuaaaaa! s2

  • GrazihUckermann Postado em 07/02/2017 - 16:32:39

    FINALMENTE! CONTINUAAAAAAAAAAAAAA s2

  • GrazihUckermann Postado em 06/02/2017 - 21:08:32

    T-T

  • GrazihUckermann Postado em 06/02/2017 - 21:02:21

    Caraca essa confusão me deixou confusa kkkjk quando ele esquecer ela, ele meio que vai sumir?? vai aparecer no século dezenove como se nada tivesse acontecido?? é isso? não entendi kkkjk Continue mulher, não me deixe ansiosa! s2

  • GrazihUckermann Postado em 05/02/2017 - 22:21:37

    ai me deus!!!! CONTINUAAAAAA T-T


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