Fanfics Brasil - Capítulo 19 Destinado - As Memórias Secretas do Sr. Uckermann (Vondy) [TERMINADA]

Fanfic: Destinado - As Memórias Secretas do Sr. Uckermann (Vondy) [TERMINADA] | Tema: Vondy [Adaptada]


Capítulo: Capítulo 19

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Acordei de súbito. Eu estava queimando.
Meu corpo todo parecia imerso em lava, a virilha pulsava no mesmo ritmo irregular de meus batimentos cardíacos. Eu estava completamente teso e, por todos os demônios, explodiria a qualquer momento.
O colchão se moveu, algo quente e muito macio se encaixou em mim. Entreabri os olhos e me deparei com Dulce.
Completamente nua.
Bem, isso explicava muita coisa.
Algumas perguntas surgiram em minha mente, mas foram banidas com rapidez, já que Dulce se encolheu toda, colando-se a mim dos ombros às coxas. Isso e o fato de seu traseiro redondo ter capturado a dura ereção que saltava orgulhosa de meus quadris.
Ela permanecia adormecida, porém um gemido lhe escapou dos lábios ligeiramente separados e reverberou por minha espinha. Abracei sua cintura, pressionando-me a ela, afundando a cabeça em seus cachos para poder beijar aquela pequena depressão atrás da orelha. O gemido se repetiu e eu me flagrei sorrindo contra sua pele. Então ela arqueou as costas, empurrando o quadril de encontro ao meu com firmeza, e a diversão se transformou em outra coisa.
Deslizei a boca por seu pescoço, terminando em seu ombro, onde a mordisquei de leve. Dulce adorava aquilo. O som rouco que ela produziu combinou com o meu. Comecei a deslizar a ponta dos dedos por seu braço, cintura, subindo por seu esterno, até encontrar o seio macio. Acariciei com os nós dos dedos o rosado mamilo entumecido. Foi nesse instante que seus olhos se abriram. Ela virou a cabeça e sorriu, pronta para dizer alguma coisa, mas eu a silenciei ao tomar sua boca. Ela não ofereceu resistência — correspondeu ao beijo com paixão e abandono.
Eu tinha a intenção de manter as coisas assim por um tempo, esperar que ela despertasse de vez, que a bruma confusa que a inconsciência ocasionava se dissipasse, porém ela rolou até ficar sobre mim, as coxas escarranchadas, um joelho de cada lado de meu quadril. Ela buscou minha boca, depois minha garganta, esfregou o nariz em meu peito, a ponta da língua. Suas pernas se abriram mais, um convite, uma convocação, uma ordem. E era imperativo que eu obedecesse.


 


                                                                   * * *


 


 


A cabeça de Dulce estava aninhada sobre meu coração, que ainda batia descompassado. Eu brincava com seus cabelos enquanto tentava recuperar o fôlego. Ela se moveu, apoiando o queixo em meu peito para me fitar. Sorria.
— Esse foi um ótimo jeito de começar o dia.
— Certamente foi. — Diabos, eu devia ter me controlado. Estava tão perto agora!
Obviamente, uma vez em sua cama, seria impossível resistir. Ora, mas que inferno, eu havia prometido que manteríamos distância, como pediam a tradição e o decoro, até que nosso casamento se realizasse. O que tinha acontecido para que eu mudasse de ideia? Aliás, o que tinha acontecido na noite passada para que eu terminasse em sua cama?
Revirei o cérebro em busca de resposta e encontrei apenas um vazio obscuro.
Olhei ao redor, para ao menos entender se estávamos em seu quarto ou no meu e, a partir disso, tentar compreender o que eu havia feito. Cortinas diáfanas pendiam da janela, e, com a claridade que se infiltrava por elas, pude ver que não estava em nenhum dos dois cômodos. Aquele aposento era pequeno, comportava a cama, um guarda-roupa e duas mesas de cabeceira. E me era completamente estranho. Fitei o teto, franzindo a testa. Havia uma espécie de prato no centro dele. Por que diabos alguém penduraria um prato no teto?
— Tá legal, vou ver se consigo encontrar alguma coisa pra gente comer. Tô morta de fome — disse Dulce, espreguiçando-se.
A luz do sol tocou seus cabelos, fazendo-os reluzir feito ouro. Assim como a aliança que ela tinha no dedo anular da mão esquerda, pareada ao anel de noivado.
Imediatamente ergui a mão esquerda e, com o coração se arrebentando contra as costelas, deparei com a aliança que encomendara ao joalheiro da cidade algumas semanas antes. Analisei-a, sentindo seu peso em meu dedo, o toque frio do metal em minha pele.
Meu Deus, o que eu fiz na noite passada?
Eu a retirei do dedo e pressionei o encaixe, abrindo-a. A inscrição que eu pedira estava correta, incluindo a data. Mas ainda faltavam algumas semanas para o casamento acontecer! Dulce tinha retornado para mim havia poucos dias, então como as alianças já estavam em nosso dedo?
— O que está olhando aí? — perguntou Dulce. Seu olhar se prendeu no que eu tinha nas mãos e um sorriso lento se abriu. Por que ela sorria? Por que não parecia confusa? — Ah, eu também adoro quando ela faz isso. Às vezes fico brincando com a minha, apertando os dedos um contra o outro pra ver se consigo desencaixá-la. Nina adora quando eu consigo. Incrível que já faça tanto tempo, não é? Caramba, esse um ano e meio passou voando! Parece que nos casamos ainda ontem.
— Um ano e meio? — Ela estava brincando comigo?
Um ruído agudo ressoou por... onde quer que estivéssemos, e eu me sentei abruptamente, puxando Dulce para junto de mim.
— Calma, é só o interfone. Tá tudo bem. Deve ser a Nina e o Rafa. Vou liberar a entrada deles. Já volto.
O barulho voltou a ecoar enquanto eu me perguntava a qual Nina ela se referia.
Decerto não podia ser a única Nina de que eu já ouvira falar, sua melhor amiga.
Não podia, pois essa Nina vivia no século em que Dulce tinha nascido.
Ela beijou meu peito antes que eu pudesse encontrar minha voz e se desprendeu de mim. Pegou um tecido escuro no chão e deixou o quarto. Instantes depois, sua voz ligeiramente abafada chegou a meus ouvidos.
— Ah, sim. Pode deixar ela subir. Hã... Não, não muito tempo, seu Jair. Só estou de passagem mesmo. Daqui a pouco eu vou embora outra vez. Ah, foi mesmo...?
Com quem Dulce estava falando? Coloquei a aliança de volta no dedo, levanteime da cama e, diabos, tropecei em alguma coisa. Estendi o braço em busca de apoio, agarrando-me às cortinas. Uma delas correu no trilho e uma fresta da janela ficou visível, revelando parte da paisagem. Prédios tão altos que pareciam tocar o céu encobriam o horizonte.
— Mas o quê...?
Puxei o tecido para o lado, estreitando os olhos ante a claridade. Não podia ser.
Um ruído ensurdecedor me sobressaltou. Afastei-me da janela, trombando com a cama e caindo no colchão. Pela vidraça, divisei um pássaro gigante passando a poucos metros das altas construções logo em frente. Levantei-me, meio cambaleante, e me colei ao vidro. Aquilo não era um animal. Soltava fumaça, como uma máquina a vapor, mas era muito mais barulhento e rápido. O bico se elevou, então o que quer que aquilo fosse subiu até se tornar apenas um ponto branco no céu sem nuvens.
A essa altura, meu coração estava tão acelerado que um batimento atropelava o outro.
— Dulce! — Afastei-me da janela. Em meio a meu desespero, bati o pé na
beirada do criado-mudo. — Cara/lho! — O que eu acabara de ver não podia ser o que eu achava que era.
Um tempo atrás, quando Dulce me explicou de onde vinha, contou-me fatos sobre seu mundo. O meio de transporte como eu conhecia não existia mais, e os carros eram tocados por motores em vez de cavalos. E o homem agora voava, usando uma máquina movida a um tipo de óleo altamente explosivo. O tal avião. Uma vez vi em um livro algumas das gravuras de ornitópteros de Leonardo da Vinci.
Então, enquanto Dulce discorria sobre o avião, aquela imagem me veio à mente.
Não era exatamente o que eu acabara de avistar pela janela, mas se assemelhava. E isso não podia estar certo, pois significaria que eu estaria agora no... Deus do céu!
Saí mancando do quarto, o zumbido nos ouvidos me atordoando. Adentrei uma pequena sala a tempo de ver minha noiva fechar a porta e a jovem que chegava se deter. A morena se virou de costas.
— Ah, eu não queria interromper vocês. — E começou a rir.
— Não interrompeu. — Sofia passou a tranca na porta. Então se virou, me viu e seus olhos se arregalaram enquanto desciam por meu corpo. — Ah...
O quê?
Segui seu olhar, examinando meu corpo e... Ah, inferno, eu estava completamente nu!
Cobri-me com as mãos e voltei para o quarto, o sangue ardendo em minhas bochechas. Procurei alguma coisa para vestir, mas não encontrei nada que desse em mim além de um roupão curto repleto de coraçõezinhos. Sofia passou pelo batente com uma bolsa de papel colorida na mão.
— Desculpa. — Deixou a sacola aos pés da cama. — Pensei que você tivesse ouvido a campainha. A Nina trouxe suas coisas e mais algumas roupas. O Rafa tá chegando com o café.
Quem conseguiria pensar em café em um momento como aquele?
— O que está acontecendo, Dulce?
— Como assim?
— O que a Nina está fazendo aqui? — Eu não tinha dúvida de que a moça no outro cômodo era a mesma que eu vira em um retrato, por meio do celular de Dulce, logo que ela voltara para mim.
Pensando melhor, presumi que a pergunta fosse outra. O que nós fazíamos ali?
— A gente combinou de se encontrar aqui, lembra? — Ela enfiou a mão na sacola e me estendeu um tecido branco. — Estou com uma intuição boa hoje, Christopher. Acho que vamos encontrar a Elisa e aí esse pesadelo termina.
A camisa estranha que ela tinha me dado caiu no chão.
— Maite... — foi tudo o que consegui dizer.
Ela suspirou.
— Eu sei. — Passou a mão nos cabelos desordenados, sentando-se ao pé da cama. — Também estou morta de preocupação, mas a gente vai descobrir onde ela está. Tô sentindo! Aqui no século vinte e um temos meios bastante eficientes.
Século vinte e um. Meu bom Deus! Estávamos mesmo no século vinte e um! E ela dizia isso como se não fosse nada anormal!
Meus joelhos falsearam e eu desabei na cama para não terminar com o traseiro no chão.
— Ei. — Sofia se inclinou e tocou minha bochecha, o rosto preocupado. — O que foi?
Nós estávamos no futuro. E Elisa também, por alguma razão.
Segurei Dulce pelos ombros, afundando os dedos em sua carne, tentando ordenar os pensamentos e lhe fazer perguntas. Mas os comos e os porquês não importavam tanto, percebi. Não quando Dulce estava de volta ao seu lugar de origem.
— Christopher?
E, ao que parecia, Maite havia se perdido nele!
Não consegui fazer pergunta alguma. Não estava certo se queria ouvir a resposta.
Medo, desespero, qualquer que fosse o nome do que eu estava sentindo. Então eu a trouxe para mais perto, abraçando-a com força.
— Maite... ela... minha irmã... — Por Deus!
Seus braços me envolveram a cintura.
— Eu sei. Mas vamos tentar manter a calma e a esperança — ela sussurrou, com a voz tão miúda que eu mal pude ouvir. — Vamos espalhar cartazes pela cidade inteira se for preciso, mas nós vamos encontrar a Maite. Droga, Christopher! Eu só quero que esse pesadelo acabe.
Éramos dois.
Minha irmã caçula estava perdida em algum lugar da selva de concreto que eu divisara pela janela. Como permiti que isso acontecesse? Maite era apenas uma menina, não vira nada do mundo ainda, e certamente ser lançada em um tempo tão diferente a deixara aterrorizada.
Eu estava.
— Sua memória já voltou? — Sofia indagou.
Aquilo respondia a muitas das minhas perguntas.
— Receio que não, pois não me lembro de como viemos para este lugar.
Ela inspirou fundo, prendendo os dedos de uma das mãos em meu pulso.
— Saco. Pensei que depois de uma noite de sono poderia ter voltado. Será que não seria melhor te levar para o hospital para fazer uns exames antes de sairmos para procurar a Maite? Só por garantia?
— Não preciso de exames — refutei de imediato. — O que preciso é encontrar minha irmã. — E com urgência.
— Faremos isso juntos. Como prometemos no dia em que nos casamos.
Não podia ser. Eu não podia ter me casado e não me lembrar. Não era algo que um pileque pudesse apagar da memória. Nada poderia. Mas aquela aliança estava em meu dedo! E o olhar de Dulce era franco, sem zombarias. Ela jamais brincaria com algo que sabia ser tão importante para mim.
Deus, estávamos casados! E já havia um ano e meio, ela tinha dito.
Sempre pensei que meu pior pesadelo fosse perder Dulce. E, sim, era inaceitável, inconcebível a mera ideia. Entretanto, perder as lembranças e esquecer tudo o que vivêramos no último ano e meio me deixou com a sensação de ter sido mutilado. Eu jamais me sentiria completo sem aquelas recordações do momento em que Dulce se tornou minha e eu dela. Quanto mais eu havia perdido?
E o que ela faria quando encontrássemos minha irmã? Iria para casa conosco — contanto que eu descobrisse como nos levar de volta — ou hesitaria?
Ouvi um abrir e fechar de porta. Dulce também, e se soltou de meu abraço, ficando em pé.
— Vamos, Christopher. Quanto antes a gente começar, mais cedo podemos localizar a Maite.
Ela trocou de roupa — malditas calças justas, que deixavam pouco para a imaginação — e me ajudou com as minhas. Encontrei minha pistola no fundo da bolsa de papel. Examinei-a por um instante. Estava carregada.
Por que eu tinha saído de casa portando uma arma?
Fitei Dulce. Ela estava desenrolando um par de meias que encontrara na gaveta bagunçada, mas percebeu minha confusão ao relancear a pistola.
— A gente não sabia o que tinha acontecido com a Maite. — Um rolo de notas de papel surgiu de dentro da meia. Dulce as enfiou no bolso da calça. — Mas ela não fugiu, só... sabe? Tropeçou numa máquina do tempo por acidente. E é melhor deixar isso em casa, Christopher. Já chega de confusão.
Andei até o criado-mudo para guardar a arma dentro de uma das gavetas. A máquina do tempo, que eu vira apenas uma vez, estava sobre um livro.
— Foi isso que nos trouxe aqui, não foi? — Peguei a máquina, sentindo sua frieza em minha palma.
Dulce chegou mais perto, olhando para a coisa com certa aversão.
— Foi, sim. — E tentou pegá-la.
— Eu fico com ela. — De maneira alguma eu permitiria que ela estivesse de posse daquele artefato. Guardei-o no bolso da calça apertada, já que a camisa não tinha bolsos e eu não vestia casaco.
Dulce me arrastou para fora do quarto e me levou ao tal banheiro. Era inacreditavelmente perfumado. A privada que Dulce sempre mencionava — parte do acordo que a fizera aceitar se casar comigo — diferia um pouco do que eu tinha em mente. Sem nenhum constrangimento, Dulce a usou e eu fiquei atento, prestando atenção e aprendendo. De fato, a privada era útil, mas o que me intrigou mesmo foi a torneira, como ela a chamou.
— Qual o limite de armazenamento? — eu quis saber.
— Não tem. Enquanto tiver água na caixa-d’água, quer dizer.
Deus, como seria cômoda uma vida em que a água estivesse à disposição durante as vinte e quatro horas do dia!
Assim que estávamos apresentáveis, deixamos as instalações e seguimos para a sala.
A melhor amiga de Dulce e o homem de cabelos claros estavam sentados no sofá.
— E aí, cara, sua cabeça ainda tá zoadona? — Rafael, deduzi, perguntou-me com a intimidade de velhos amigos. E um palavreado estranho, obviamente.
Logo que Dulce apareceu em minha vida, eu me espantei com seu modo de falar, suas expressões sem sentido. Presumi que a situação fosse inversa agora, que eles é que se espantariam com meu jeito de me expressar.
Naturalmente, eu não me lembrava de tê-los visto, mas Dulce mencionara os dois ainda agora, pouco antes de me contar que eu estava sem memória. Era provável que aquela não fosse a primeira vez que nos encontrávamos.
— Ainda... humm... cara — arrisquei.
Dulce deixou escapar uma risada, olhando-me com uma expressão de divertimento.
— Que bosta. — Rafael pegou um dos copos brancos sobre a mesa de centro. — Se precisar, te ajudo a dar um jeito nisso.
Aquilo capturou meu interesse de imediato.
— De que maneira?
— Ué, já te falei. Que nem nos filmes. Uma bela pancada na cabeça... Ai, Nina! — ele resmungou quando o cotovelo dela se encontrou com suas costelas. — Quase derrubei todo o café!
— Para de falar besteira.
— Caramba, Christopher! — exclamou minha noiva. Esposa. Minha esposa! Ela mantinha a atenção em um caderno. — Você conseguiu! Ficou perfeito!
Nina se inclinou para espiar o que Sofia admirava.
— Nossa! É tão real que parece que ela tá olhando pra mim. E ela é linda! Olha isso, Rafa! — E jogou o bloco para ele. Rafael não foi rápido o bastante e o caderno caiu no chão. Abaixei-me para pegá-lo e me vi diante de um retrato de Maite. Um esboço, na verdade, e não muito bem feito.
Quando eu desenhei isso?
— E não é que você leva jeito, Michelangelo? — Rafael pegou o bloco de minha mão e levou o copo à boca, examinando a gravura. — Ela é muito bonita.
Dulce se levantou, pegando dois copos com tampa, e se aproximou de mim.
Mordendo o lábio inferior, entregou-me um deles, fitando-me com intensidade, como se partilhássemos um segredo. Um que eu não fazia ideia do que poderia ser.
— Café — disse apenas, levando o seu à boca sem remover a tampa.
Examinei o meu. Pelo furo em formato de sorriso, escapava um vapor aromático. Eu o levei à boca, pouco à vontade. No entanto, quando o café amargo e encorpado atingiu minha língua, esqueci o constrangimento e apreciei o conforto que a bebida oferecia.
Será que Maite teria algo para lhe aquecer a barriga naquela manhã?
Meu estômago embrulhou. O café ameaçou fazer o caminho de volta.
— Devemos ir. — Levantei-me, deixando o café sobre a mesinha.
— Certo. Vamos até a delegacia de novo — contou Dulce. — Temos que denunciar formalmente o desaparecimento da Maite. Mas preciso de um número de telefone para contato. Tudo bem se eu der o seu, Nina? Minha linha tá cortada.
— Não. Pode colocar o seu. — Nina abriu a bolsa e jogou um pequeno objeto preto para Sofia, que o pegou no ar. Um celular, similar àquele em que ela me mostrara as fotos daquele casal. — Achei que ia precisar. É antigo, mas funciona.
O número você sabe de cor. É o da época da faculdade.
— Valeu!
Pegando o caderno, Dulce rabiscou alguma coisa logo abaixo do retrato e arrancou a página, indo em seguida até a estante de livros. Então se abaixou, puxando um caixote cinzento. Pressionando um botão, fez o que quer que fosse aquilo produzir uma infinidade de sons, antes de luzes verdes como as de um vaga-lume se acenderem em um pequeno painel. Não percebi que me aproximava até estar bem ao lado dela, também agachado.
— O que é isso? — apontei para o artefato barulhento.
— Uma multifuncional. Vou usar a função copiadora. Ela copia qualquer coisa que você quiser.
— Qualquer coisa? — perguntei, maravilhado.
Dulce fez uma careta.
— Bom, não. Só coisas que estiverem no papel. Mas ouvi falar de umas impressoras 3D que podem até copiar um órgão do corpo humano.
Ela vasculhou a última prateleira e encontrou um calhamaço de folhas alvas, que enfiou em uma abertura. Erguendo a tampa, posicionou o retrato de Maite com a face para baixo e voltou a fechar. A multifuncional começou a gemer, estalar e resmungar enquanto eu assistia ao papel branco ser engolido pela máquina e ressurgir do outro lado, o retrato replicado. Peguei uma das cópias.
— Impressionante. — Eu já vira uma prensa. Uma vez, ainda na faculdade, fizemos uma visita ao jornal da cidade e acompanhamos todo o processo editorial, dos artigos sendo escritos até o papel sendo maculado pela máquina de prelo. O equipamento era imenso, ocupava quase todo o cômodo e produzia um barulho infernal, que fez meus ouvidos zunirem por uma semana. A máquina de Dulce parecia ter função semelhante, mas era tão pequena que cabia na prateleira de uma estante de livros.
— Merda — minha doce noiv... esposa. Ela era minha esposa agora. Minha doce esposa praguejou.
— O que foi?
— Acabou a tinta.
Ela me mostrou uma das folhas que saía da pequena abertura, totalmente branca.
Nós nos levantamos ao mesmo tempo, em total sincronia.
Rafael e Nina se aproximaram.
— Tudo bem, deve ter umas cem cópias aí — a amiga disse. — Dá pra começar.
Me deixa algumas que eu e o Rafa passamos na gráfica aqui perto e fazemos mais cópias enquanto vocês vão até a delegacia. Vamos andar por aí distribuindo a foto dela. Quem tiver notícias avisa a outra, ou então a gente se encontra na pracinha, no fim da tarde.
— Combinado. — Dulce entregou metade das cópias a ela.
Rafael cutucou meu braço.
— Vê se consegue manter a cabeça fria. Se cuida, falou?
Como não entendi nada do que ele disse, assenti.
— Boa sorte. — E me deu um soco no braço. Um pouco aborrecido, devolvi o gesto, e ele pareceu apreciar.
Balancei a cabeça. Não dava para compreender as mudanças ocorridas no mundo nos últimos dois séculos. Simplesmente não dava.




kaillany: complicado já ta sendo, mas a Dulce não perdeu a memoria, vai demorar um pouco ainda kk bjss {#emotions_dlg.kiss} S2


 


GrazihUckermann: muitas confusões estão por vim kk bjss {#emotions_dlg.kiss} S2


 


Girl: E ele vai continuar perdendo algumas coisas importantes da vida deles, que bom que veio bjss {#emotions_dlg.kiss}


 


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Autor(a): Fer Linhares

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— Certo, não podemos deixar que mais nada dê errado — Dulce disse, receosa, enquanto esperávamos na caótica sala na entrada da delegacia.— E devo deixar tudo por sua conta — completei, acomodando melhor a pilha de retratos sob o braço.— Bom, eu não ia dizer isso, mas pode ser mais fácil a ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 63



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  • tahhvondy Postado em 14/02/2017 - 17:51:28

    nossa simplismente amei!cada um dos livros maravilhosos essa historia e incrível que não tem como não ser apaixonar por ela o amor deles e lindo o Christopher e mt fofo vou sentir saudades dessas confussões deles

  • GrazihUckermann Postado em 13/02/2017 - 19:10:55

    Eu AMEI! não sei qual dos livros foi o melhor. obrigada por postar essa história incrível, essa história é muito linda. Christopher é muito fofo <3 O amor deles é incrível. Quando ele a esqueceu ele se apaixonou por ela de novo, e eu tive que me segurar pra não chorar nessa parte s2 Fiquei feliz com o final da Madelena e do Seu gomes. Espero que tenha outro Baby vondy no livro da Maite, dessa vez tem que ser menino kkjk e não terá um nome melhor que Alexander para dar ao menino neh?? Estarei na próxima fanfic com você, comentando em todos os capitulos. Tchau. um diaa eu volto para ler de novo. (Acho que não demora muito, por amei a história e quero muito ler de novo) s2

  • tahhvondy Postado em 13/02/2017 - 10:57:28

    ai já ta acabando que triste mas ainda bem q vx consequiu baixa o da Maite

  • GrazihUckermann Postado em 10/02/2017 - 20:35:51

    Continuaaaaaaaaaaaaa! s2

  • tahhvondy Postado em 09/02/2017 - 11:28:34

    chequei continua por favor

  • GrazihUckermann Postado em 09/02/2017 - 09:49:37

    Continuaaaaa! s2

  • GrazihUckermann Postado em 07/02/2017 - 16:32:39

    FINALMENTE! CONTINUAAAAAAAAAAAAAA s2

  • GrazihUckermann Postado em 06/02/2017 - 21:08:32

    T-T

  • GrazihUckermann Postado em 06/02/2017 - 21:02:21

    Caraca essa confusão me deixou confusa kkkjk quando ele esquecer ela, ele meio que vai sumir?? vai aparecer no século dezenove como se nada tivesse acontecido?? é isso? não entendi kkkjk Continue mulher, não me deixe ansiosa! s2

  • GrazihUckermann Postado em 05/02/2017 - 22:21:37

    ai me deus!!!! CONTINUAAAAAA T-T


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