Fanfics Brasil - Capítulo 38 Destinado - As Memórias Secretas do Sr. Uckermann (Vondy) [TERMINADA]

Fanfic: Destinado - As Memórias Secretas do Sr. Uckermann (Vondy) [TERMINADA] | Tema: Vondy [Adaptada]


Capítulo: Capítulo 38

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Onde é que eu estava? E, o mais importante, como tinha ido parar ali? A última coisa da qual me lembrava era ter ido até a Fazenda Boa Esperança em busca de novos garanhões. E aquele lugar não se parecia em nada com o que havia no percurso entre a fazenda e minha propriedade. Nada mesmo!
— Quer protestar comigo? — uma jovem me abordou, sorrindo.
A morena de cabelos curtos que mal chegavam aos ombros trazia uma espécie de cartaz nas mãos. Era bonita, apesar dos trajes diferentes.
— Eu não... Perdoe-me, mas creio que estou no lugar errado.
Ela franziu a testa.
— Você tá perdido?
— Parece que sim, embora eu não tenha nenhuma ideia de como isso aconteceu.
— Afinal, eu conhecia o caminho entre meu fornecedor e minha casa como a palma da mão.
— Olha, não vai lá pra frente. — Ela apontou para o que me pareceu ser uma batalha. — Uns idiotas jogaram fogos de artifício na polícia e a coisa ficou preta. Você tá sozinho?
— Estou. E gostaria de me lembrar de onde deixei o meu cavalo.
— Você veio aqui de cavalo? Sério? Que coisa maluca. — Ela riu. — Quer que eu te ajude a encontrá-lo?
— Agradeço, mas não será necessário.
Ela piscou algumas vezes, um tanto decepcionada, antes de dar de ombros e seguir em frente.
Eu precisava encontrar o caminho de casa e dar o fora dali. Maite estava sozinha, e eu detestava deixá-la aos cuidados dos criados. Não que a senhora Madalena não fosse a mais zelosa das mulheres ou Gomes o mais cuidadoso e observador dos mordomos. Mas, quando se tratava de Maite, a responsabilidade era minha.
Havia muito éramos apenas nós dois. Minha irmã caçula sentia tanto a minha falta quanto eu a dela, quando as malditas viagens se mostravam inevitáveis.
O problema era que meu peito ardia, como se estivesse esperando por algo ou alguém. Ora, mas que diabos, meu pulso corria mais rápido que aquele maldito corcel negro que eu comprara meses antes.
Esfregando o centro do peito para me livrar da ardência, percebi que minhas roupas eram tão estranhas quanto as de qualquer outro homem ali. Não tinha certeza do que aquilo poderia significar, mas não me pareceu um bom sinal.
Talvez eu tivesse bebido. Sim, muito conhaque, que me impedia de lembrar qualquer coisa.
Fiz a volta e comecei a me mover entre a multidão, indo para o lado contrário ao do confronto. Eu marchava no sentido oposto ao da turba, por isso recebi diversos olhares e xingamentos que prefiro não repetir. Era surpreendente a quantidade de damas presentes, no entanto. Ainda mais surpreendente era a maneira como elas pareciam exercer a liderança.
— Ei!
Olhei para a moça de cabelos escuros a tempo apenas de vê-la se agarrar a meu pescoço e grudar a boca na minha. De olhos arregalados, afastei-a como pude.
— Senhorita!
— A aula hoje é na rua! — Ela riu e seguiu em frente.
Limpei a boca nas costas da mão para me livrar do gosto de álcool e... charuto, talvez?
Subitamente, uma pequena clareira se abriu e então... E então eu me detive de imediato, tropeçando no piso áspero quando a vi. Alguém colidiu comigo e disse algo que não escutei. Como poderia, se o meu pulso zumbia alto em meus ouvidos?
A jovem no centro da pequena clareira deixou meu coração confuso. Primeiro ele se deteve, então tropeçou e disparou, tremendo em meu peito, quase como se dançasse. Era compreensível. A moça perdida entre o mar de rostos era a coisa mais linda em que eu já tinha posto os olhos. Seus longos cabelos, dourados como mel, ondulavam na brisa noturna, o rosto delicado mostrava força e fragilidade conflitantes.
Seus olhos encontraram os meus e então tudo dentro de mim chacoalhou. Não percebi que um grupo se aproximava dela até que fosse tarde demais. A jovem foi empurrada para trás e desapareceu de vista. Disparei em sua direção, lutando contra as pessoas que me impediam de ser mais ligeiro. Quando finalmente cheguei até ela, encontrei-a no chão. Sangue lhe escorria do cotovelo.
Agachei-me a seu lado, tentando protegê-la das pessoas que passavam sem notála ali, caída e indefesa.
— Fiquei com tanto medo de nunca mais te encontrar — ela murmurou.
— Eu... Perdoe-me. Já nos conhecemos?
Ela ergueu os olhos, duas grandes gemas castanhas, e os fixou em mim. Estavam marejados. Um nó na garganta me fez engolir em seco.
Levei a mão ao bolso do paletó, apenas para me lembrar de que não vestia um.
Tateei a calça de tecido áspero e encontrei o que procurava. Estendi o lenço a ela, mas não ousei tocá-la.
— Posso... Cuidado! — Empurrei o pé grande que ameaçou esmagar sua canela.
O rapaz franzino quase caiu, tropeçando nos próprios pés.
— Foi mal.
— Tenho que tirá-la daqui. — E, sem esperar por seu consentimento, passei os braços sob suas pernas e a suspendi.
Ela não protestou, mas, dada a maneira como parecia aterrorizada, deduzi que nem ao menos percebeu que eu a carregava. Ela não pesava muito, mas foi difícil vencer a multidão, sobretudo porque eu tentava evitar qualquer tipo de colisão contra o corpo dela. Como que por milagre, avistei um canto livre no fim da praça e foi para lá que a levei. Com cuidado, acomodei-a em uma mureta de pedras escuras que ladeava o jardim.
O sangue que escorria de seu braço havia ensopado minha camisa, ou o que quer que fosse aquilo. Suas roupas pouco escondiam, e pude ver que seu joelho também estava arranhado, mas achei melhor cuidar do ferimento no cotovelo primeiro. Era o que sangrava mais.
Tentando tocá-la o mínimo possível, amarrei o lenço em seu braço, cobrindo a ferida e rezando para que aquilo detivesse o fluxo até que eu pudesse descobrir onde encontrar um médico por ali. Porém o tecido ficou tingido de vermelho em poucos instantes.
Engoli um palavrão.
— Está sangrando muito. Vou procurar ajuda — eu disse a ela. — Sabe onde posso encontrar um médico para a senhorita?
— Você já não lembra de mim. — Sua voz mal passava de um sussurro alquebrado.
— Eu...
— Não lembra. — Uma lágrima escorreu por sua bochecha. Tive de cerrar as mãos em punhos para conter o desejo de secá-la.
— Estou tendo um dia difícil — falei, porque tinha de lhe dizer alguma coisa. —
Perdoe-me. Isso não aconteceria em circunstâncias normais.
— Acabou! Nosso tempo acabou. A história... a nossa história já... — Ela soluçou e se abraçou a minha cintura, enterrando o rosto em meu peito. Por um
momento, perdi-me na sensação de ter seu corpo quente tão próximo ao meu.
— Não chore. Por favor, não chore! — Um tanto desajeitado, passei os braços ao redor dela. Então, findo o espanto ao notar quão bem ela se encaixava em mim, apertei-a com mais força.
— Era assim que teria acontecido — ela ergueu a cabeça, os olhos buscando os meus —, se minha vida não fosse uma bagunça, não é?
— Acontecido o quê?
— Que nós teríamos nos conhecido. — Sua voz estava baixa, o olhar percorrendo meu rosto, como se o memorizasse.
Eu devia fazer a coisa certa. Dizer que ela estava me confundindo com outra pessoa, que aquilo não passava de um engano. Mas não pude. Isso significaria que eu teria de soltá-la.
— Teria sido assim — ela prosseguiu. — E você teria pedido meu número e ligado no mesmo dia, porque você é esse tipo de cara. Então a gente ia terminar se apaixonando sem nem perceber, e um tempo depois... um tempo depois a gente ia se casar, já que eu não suportaria viver longe de você, nem mesmo por algumas horas. — A ponta de seus dedos tocou meu queixo e algo me atingiu.
Fogo, caos, ternura, o mundo todo naquele toque. — Nós teríamos vivido felizes para sempre. Uma história de amor comum, como tantas outras, mas que pra gente seria especial, pois é assim pra quem ama, não é? E eu te amo! Te amo tanto!
Ainda que se tratasse apenas do delírio de alguém claramente em choque, peguei-me querendo que o que ela dizia fosse mesmo dirigido a mim. Naquele instante, com aquela mulher em meus braços, desejei mais do que já desejara qualquer coisa na vida ser o homem a quem todo aquele amor era destinado.
Mas eu não era. E me pareceu cruel continuar com a farsa. Assim como me pareceram atrozes as palavras que proferi em seguida, mesmo sendo o correto a fazer.
— Receio que esteja me confundindo com alguém, senhorita. Você está ferida e assustada. Precisa de cuidados. Se me disser onde posso encontrar ajuda, partirei agora mesmo.
Ela balançou a cabeça com urgência. O desespero que dominava suas feições teria me feito cair de joelhos se eu já não estivesse nessa posição. Era como se o mundo girasse ao contrário. Como se o sol nunca mais fosse nascer.
— Não há mais ajuda. Acabou, Christopher. Tudo o que eu quero é que você me abrace.
Ela sabia meu nome. Mas como? Eu jamais teria me esquecido daquele rosto ou da maneira como seus olhos brilhavam, disso eu tinha certeza. Como ela me conhecia?
— Senhorita, eu... — Mas me detive. Como perguntar a ela, se eu mesmo não conseguia entender por que não me lembrava dela, mas meu corpo parecia reconhecer o seu?
— Você me conhece, Christopher— disse ela, como se tivesse ouvido meus
pensamentos, enroscando os dedos em minha camisa. — Melhor até do que conhece a si mesmo. Sabe do que eu preciso antes mesmo que eu me dê conta de que preciso de alguma coisa. Sempre foi assim. Desde a primeira vez.
As lágrimas rolavam sem controle. Não resisti à urgência e apaguei algumas delas com o polegar. Sua pele era ainda mais macia do que eu tinha imaginado.
— E isso acontece porque você foi feito pra mim, assim como eu nasci pra amar você... — Ela deixou a cabeça tombar para a frente, repousando a testa em meu queixo, os dedos ainda agarrados a minha roupa. — Em um mundo diferente, em outro tempo, onde tudo fazia sentido. E o meu coração não quer mais bater sozinho, agora que conheceu o seu. Simplesmente não pode mais! Você não se lembra disso. — Uma de suas mãos se desvencilhou do tecido e percorreu o caminho de meu peito, detendo-se sobre meu coração. Este, que já batia enlouquecido, desesperou-se, tentando abrir caminho a pancadas para chegar até aquela palma. — Mas tá aí. Tá tudo aí. Tem que estar, porque... — Um soluço lhe
impediu de continuar.
Eu a beijei.
Pela primeira vez na vida, agi de acordo com o que minhas emoções imploravam, sem me importar com as consequências. Inclinei-me sobre ela e tomei sua boca sem nenhuma permissão, sem acanhamento algum, sem um único pensamento lógico. E sem nenhum arrependimento.
Não tenho ideia do que me motivou a beijá-la daquela maneira: se suas lágrimas, suas palavras ou o olhar desesperado. O fato é que, quando nossos lábios se encontraram e uma emoção desconhecida, porém arrebatadora, incapacitante até, extravasou dentro de mim, correndo por minhas veias tão depressa que me deixou tonto, acreditei que ela pudesse estar certa. Eu havia nascido para aquela mulher.
Enlacei sua cintura e a trouxe para mais perto, colando-me a ela de um jeito que teria merecido um tapa. Um empurrão. Uma série de gritos histéricos. O cano de uma arma apontado para a cabeça. Ainda assim, nada disso teria me feito parar.
Exceto, é claro, se ela pedisse. O que não aconteceu. Ao contrário, ela moldou seus contornos suaves à dureza de meu corpo acostumado ao trabalho bruto no estábulo, e, naquele instante, naquele breve e extraordinário instante, o mundo ganhou um novo sentido.
Um zumbido, um resmungo que era quase um lamento reverberou no ar e em meu peito. A jovem em meus braços se retesou dos pés à cabeça, as unhas cravando-se em minha pele, como que implorando ajuda.
A umidade desceu por meu rosto, e não estou certo se aquelas lágrimas eram da mulher cujo nome eu não sabia, mas que de um instante para o outro tinha virado meu mundo de cabeça para baixo.


Então eu a abracei com mais força, a ponto de sentir dor, tentando desesperadamente colocá-la sob minha pele e protegê-la daquilo que parecia estar vindo lhe buscar.



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Autor(a): Fer Linhares

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Libertei seus lábios, embora isso me doesse na alma. Ela abaixou a cabeça, uma das mãos agarrada a meu pescoço, a outra deslizando para o bolso de sua... bem, acredito que aquilo fosse uma roupa, embora mal cobrisse seus quadris. De lá, ela retirou um artefato prateado que reluzia tal qual uma estrela. Ele era a fonte do ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 63



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  • tahhvondy Postado em 14/02/2017 - 17:51:28

    nossa simplismente amei!cada um dos livros maravilhosos essa historia e incrível que não tem como não ser apaixonar por ela o amor deles e lindo o Christopher e mt fofo vou sentir saudades dessas confussões deles

  • GrazihUckermann Postado em 13/02/2017 - 19:10:55

    Eu AMEI! não sei qual dos livros foi o melhor. obrigada por postar essa história incrível, essa história é muito linda. Christopher é muito fofo <3 O amor deles é incrível. Quando ele a esqueceu ele se apaixonou por ela de novo, e eu tive que me segurar pra não chorar nessa parte s2 Fiquei feliz com o final da Madelena e do Seu gomes. Espero que tenha outro Baby vondy no livro da Maite, dessa vez tem que ser menino kkjk e não terá um nome melhor que Alexander para dar ao menino neh?? Estarei na próxima fanfic com você, comentando em todos os capitulos. Tchau. um diaa eu volto para ler de novo. (Acho que não demora muito, por amei a história e quero muito ler de novo) s2

  • tahhvondy Postado em 13/02/2017 - 10:57:28

    ai já ta acabando que triste mas ainda bem q vx consequiu baixa o da Maite

  • GrazihUckermann Postado em 10/02/2017 - 20:35:51

    Continuaaaaaaaaaaaaa! s2

  • tahhvondy Postado em 09/02/2017 - 11:28:34

    chequei continua por favor

  • GrazihUckermann Postado em 09/02/2017 - 09:49:37

    Continuaaaaa! s2

  • GrazihUckermann Postado em 07/02/2017 - 16:32:39

    FINALMENTE! CONTINUAAAAAAAAAAAAAA s2

  • GrazihUckermann Postado em 06/02/2017 - 21:08:32

    T-T

  • GrazihUckermann Postado em 06/02/2017 - 21:02:21

    Caraca essa confusão me deixou confusa kkkjk quando ele esquecer ela, ele meio que vai sumir?? vai aparecer no século dezenove como se nada tivesse acontecido?? é isso? não entendi kkkjk Continue mulher, não me deixe ansiosa! s2

  • GrazihUckermann Postado em 05/02/2017 - 22:21:37

    ai me deus!!!! CONTINUAAAAAA T-T


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