Fanfics Brasil - Capítulo 7 Destinado - As Memórias Secretas do Sr. Uckermann (Vondy) [TERMINADA]

Fanfic: Destinado - As Memórias Secretas do Sr. Uckermann (Vondy) [TERMINADA] | Tema: Vondy [Adaptada]


Capítulo: Capítulo 7

651 visualizações Denunciar


— Christopher, eu acho que Maite fugiu de casa — repetiu Dulce, diante do meu silêncio estarrecido.
Dois dias antes, eu teria dito que minha esposa havia perdido o juízo, que Maite nunca faria algo remotamente parecido com fugir de casa. Eu também teria apostado minha vida que ela jamais colocaria sua reputação em risco.
— Mas para onde a menina pode ter ido? — indagou a senhora Madalena, a preocupação estampada naquele franzir de sobrancelhas.
Se Maite tinha fugido de casa, só havia um lugar onde pudesse ter buscado refúgio.
Dulce e eu nos entreolhamos.
— Anahí — dissemos em uníssono.
Praguejei uma porção de impropérios, dando-me conta tarde demais do rubor no rosto de minha governanta.
— Vou pedir a Isaac para selar seu cavalo. — A senhora. Madalena se apressou em deixar o escritório.
— Não posso acreditar que minha irmã tenha fugido! — bufei. — E procurou abrigo justamente na casa de tia Cassandra! Ela me disse ontem que pretendia levar Maite para a propriedade quando o parto se aproximasse. Ela vai fazer um estardalhaço para impedir que eu traga minha irmã para casa.
— Calma. É só uma teoria, Christopher. Pensando melhor, não é muito a cara da Elisa sumir assim sem um bilhete sequer. Mesmo estando chateada com você, ela teria
deixado algum recado para mim, não teria?
Eu já não estava certo. Por isso fui até o armário e, da prateleira mais alta, retirei a caixa de madeira que guardava o par de pistolas. Escolhi uma.
— Opa, peraí! — Dulce se colocou entre mim e o móvel. — O que vai fazer com essa pistola?
Coloquei a bala no cano e depois a pólvora, preparando-a.
— Se Maite fugiu, eu a trarei para casa. Mas, se o caso for outro, preciso estar preparado, Dulce.
— Para de socar coisas nessa arma! Não vou deixar você sair de casa desse jeito!
— Não pretendo usá-la. — Acomodei a pistola nas costas, enroscando-a no cós da calça, e me preparei para sair.
— Ah, não. De jeito nenhum! Pode parar aí mesmo! — Dulce se plantou à minha frente, os braços prontos para me agarrar. Em outra situação, eu teria rido de sua valentia. — Você não vai sair desta casa sozinho tão puto da vida e armado!
Trinquei os dentes.
— Dulce...
— Não vou deixar, Christopher. Você até pode conseguir passar por mim, mas já vou avisando. Vou pegar meu faetonte e vou atrás de você feito louca. Você me fez prometer que ia devagar, mas sempre há exceções...
Ora, mas que inferno! Dulce já voava naquela carroça quando não tinha urgência. Eu podia muito bem imaginar o que ela faria se estivesse com pressa.
Deixei a cabeça pender para trás e mirei o teto.
— Maldição, Dulce!
— Eu sabia que você ia querer me levar com você. — E ficou na ponta dos pés para beijar meu queixo.
Atravessamos a casa instantes depois. Storm estava selado e pronto, à minha espera, na porta da cozinha. Ajudei Dulce a montar.
— O que pretende fazer? — Ela se segurou firme conforme eu subia. Storm não perdeu tempo e disparou imediatamente.
— Vou trazer Maite para casa. — Passei um braço por sua cintura a fim de mantê-la segura.
— Tá. E se ela não quiser voltar?
Segurei as rédeas com força, até sentir os ossos dos dedos estalarem.
— Não sei, Dulce. Realmente não sei o que farei então.
Cutuquei as costelas de Storm, incitando-o a ir mais rápido. A propriedade de
Alfonos ficava a pouco mais de meia hora da minha em condições normais.
Naquela manhã, percorremos o trajeto em um quarto de hora.
A casa não era muito diferente da minha, exceto pelo fato de que Cassandra resolvera trocar todas as janelas por outras mais modernas, e agora o edifício se encontrava em reforma. Parei em frente à porta de entrada e ajudei Dulce a desmontar. Então subimos os poucos degraus, e não me dei o trabalho de esperar um empregado abrir a porta.
— Por Deus... — reclamou o mordomo, saindo do caminho enquanto eu arrastava Dulce pelo pórtico. Ela tropeçava para me acompanhar.
A família toda estava na sala de estar. As paredes azuis como cobalto acentuavam o merlot dos estofados e o castanho da mobília francesa. Cassandra se avultava sobre o bordado que Anahí executava no sofá maior, enquanto
Thomas lia o jornal em uma poltrona do outro lado da sala. Ele foi o primeiro a notar nossa chegada, dobrando o jornal e se pondo de pé.
— Christopher, o que o traz aqui tão...
— Vim buscar minha irmã, Alfonso. Vá chamá-la — atalhei, impaciente.
Sua testa se franziu ao mesmo tempo em que sua esposa perguntou:
— Maite? Por que ela estaria aqui?
— Meu sobrinho — Cassandra se levantou, alisando as saias com empáfia. — Não acha que devia ao menos nos cumprimentar adequadamente depois de invadir esta casa de maneira tão pouco civilizada?
— Desculpe-me pelos maus modos, senhora, mas estou um tanto sem paciência esta manhã. Vim buscar minha irmã. Sei que ela veio para cá.
A mulher se mostrou preocupada. Ah, diabos...
— Maite não está aqui.
— Anahí — Dulce se sentou ao seu lado e pegou sua mão —, por favor, nos diga onde está a Maite.
— Eu diria, querida Dulce, se soubesse. Mas não a vejo desde ontem. Decerto esperava pela visita de minha amiga. Imaginei que ela viria me contar sobre o noivado tão logo pudesse. Mas presumi que viria só depois do almoço.
— Por que pensaram que ela estaria aqui assim tão cedo? — Alfonso quis saber.
— Nem são dez horas.
— Porque... — comecei, sem saber como concluir — há uma chance de que Maite tenha fugido.
— Perdão, como disse? — Anahí piscou repetidamente. — O que aconteceu com a senhorita Maite?
— Ela... humm... não passou a noite em casa. — Dulce mordeu o lábio inferior, ficando de pé. — Então pensamos que... bom... ela tivesse vindo pra cá.
— Explique-se melhor, senhora Uckermann. — Cassandra a pegou pelo braço. — Minha sobrinha está desaparecida desde ontem?
— É possível, mas não dá para ter certeza.
Estudei as feições da mulher. Ela parecia, de fato, preocupada com o que ouvia.
— Ninguém a viu desde a madrugada — eu disse a ela.
— Oh, céus... — A mulher balançou e eu tive de ampará-la. Com algum esforço, levei-a até o sofá. — Oh, não! Oh, que tragédia! Eu sabia que mais cedo ou mais tarde algo terrível acabaria acontecendo. Ah, aquela menina tola! — Então fixou os olhos subitamente faiscantes em Dulce. — A culpa é toda sua!
— Minha?
— Sim! Você encheu a cabeça de Maite com essas ideias disparatadas de que as mulheres têm direitos iguais aos dos homens!
Minha esposa ergueu os ombros.
— Mas elas têm.
— Essa é a coisa mais estapafúrdia que já ouvi... — Tia Cassandra se deteve, os olhos dardejando, a boca escancarada em uma exclamação muda. — Ah, Virgem Santíssima!
— O que foi? — Dulce se sentou ao lado dela. — A senhora sabe de alguma coisa, dona Cassandra?
Minha tia olhou para ela. Surpreso, percebi que havia lágrimas em seus olhos.
— Não está claro, senhora Uckermann? Não percebe o que acabou de acontecer bem debaixo do seu nariz? Maite fugiu!
Dulce revirou os olhos.
— Isso a gente já imaginava. Bom, então, se ela não veio pra cá, talvez tenha ido pra casa da Valentina — ela me disse, sem entender o real significado do que Cassandra acabara de declarar.
Maite tinha fugido?
Não fazia sentido. William havia pedido sua mão e eu dera o consentimento — ainda que forçado, é verdade. Por que fugiriam se tudo estava acertado?
A menos que...
— Oh, céus, Alfonso! — Anahí se levantou com alguma dificuldade e se abraçou ao marido com desespero. — Minha amiga não pode ter feito uma coisa dessas! Não pode ter arruinado sua reputação desta maneira!
A menos que toda aquela fúria que dominara Maite tivesse outra razão. Que Dulce tivesse entendido tudo errado e o coração de minha irmã pertencesse a outro.
Mas, diabos, a quem?
Não, não, não. Maite era transparente como uma taça de cristal, não sabia manipular ou ludibriar. Todos os seus sentimentos sempre terminavam expostos em seus francos olhos azuis. Ela estava apaixonada pelo maldito Lucas, disso eu estava certo.
— Gente, calma aí. — Dulce começou a abanar Cassandra, que parecia a ponto de passar mal. — Maite não é uma adolescente rebelde pra fugir de casa assim.
Isso foi só uma ideia que me ocorreu, já que ela e o Christopher se desentenderam. Além do mais...
— Oh, Dulce, querida! Você não compreendeu — gemeu Anahí, no ombro do marido. — Maite fugiu!
— A senhorita Maite fugiu?
Virei-me em direção à voz masculina que eu ouvira com muita frequência no último ano e meio. William estava ao lado do mordomo, que não tivera tempo de anunciar sua chegada. O rosto do rapaz estava branco, os olhos vazios, o chapéu pendia de sua mão.
Ah, por tudo que é mais sagrado!
Ele ouvir parte da conversa e começar a fazer suposições era tudo de que eu não precisava agora. E, obviamente, sua presença ali comprovava que, se Maite fugira, não tinha sido com ele.
— A senhorita Maite fugiu? — repetiu ele, a voz um pouco mais firme.
— Ah, inferno — murmurou Alfonso, olhando para o recém-chegado.
— Acho que tá mais pra dando um tempo na casa de uma amiga — tentou Dulce.
— Dando um tempo? — William pareceu não entender. Sacudiu a cabeça. — Acabo de passar por sua propriedade, senhor Uckermann, e fui informado de que a senhorita Maite estava aqui. A senhorita Maite... Ela... Ela fugiu?
Aquilo não podia estar acontecendo. Não podia ser real. Se fosse, eu teria de encarar a obscura realidade de que falhara com Maite. E de que eu não tinha a menor ideia de onde minha irmã havia se metido.
— Eu não sei, William. — Trinquei a mandíbula. — Realmente não sei.
— Oh, meu bom Deus! É claro que ela fugiu! — grasnou Cassandra. Parecendo ter recuperado as forças, a mulher ficou em pé. — Aquela menina ingrata!
Manchando o nome da família a troco de um capricho impensado. Oh, que escândalo será! Jamais seremos aceitos em parte alguma!
— Calma aí, caramba! — Dulce se colocou na frente da mulher, para impedir que ela se aproximasse de William. — Também não precisa exagerar. Acho que a Maite só está tentando colocar a cabeça no lugar. Poxa vida, quem é que ficaria feliz por ser forçada a casar? Ahhhhh... casar com o cara que ela ama, é claro — adicionou depressa, relanceando William. — Ela não fugiu, apenas se afastou pra pensar. Não há motivo para ter fugido.
— Creio que o correto não seja especular os motivos, e sim com quem, senhora Uckermann — alfinetou Cassandra.
Dulce finalmente compreendeu, e buscou meus olhos. Engoli em seco, na tentativa inútil de me livrar do nó que se alojara em minha garganta.
— Não. Maite não faria uma tolice dessas! — Eu realmente esperava que não! — Conheço minha irmã, e sei que ela jamais seria tão tola a ponto de abandonar todos que ama para viver uma aventura.
Wlliam balançou e buscou apoio no encosto de uma cadeira. O rapaz parecia prestes a vomitar no tapete da sala a qualquer momento.
— Não se iluda, meu sobrinho. Maite é uma Uckermann. Corre fogo em suas veias.
Nas de todos vocês. E o comportamento dela ontem no baile provou isso.
— Oh, não diga isso, minha sogra! — Anahí se desprendeu de Alfonso. — Maite sempre foi muito ajuizada. Deve ter tido seus motivos para...
— Fugiu. Maite fugiu — William murmurou, os olhos perdidos, a voz tão baixa que quase não pude ouvi-lo. — Ela preferiu a ruína a se casar comigo.
— Ora, é mesmo? — Cassandra fitou a nora. — E quais seriam esses motivos, Anahí? Fogo na...
— Calem a boca! — gritei.
O silêncio caiu sobre a sala, e Cassandra, de fato, desabou de volta no sofá, os olhos muito abertos.
— Muito bem — Dulce sorriu para mim, agradecendo. — Agora que todos estão prestando atenção, vamos esclarecer algumas coisas. A primeira: Maite ficou de amasso com o William, pois gosta muito dele. A segunda: ela ficou furiosa com o Christopher, uma vez que ele a viu cometer uma indiscrição e o decepcionou. E ela me disse que odeia decepcioná-lo. Terceira: é óbvio, ela também ficou bastante put... humm... brava com o William porque ele a pediu em casamento.
— O quê? — William deixou cair o chapéu.
Dulcerevirou os olhos.
— Olha, William, você é um cara muito legal, mas eu já te falei que as mulheres não sabem ler mentes. Custava ter demonstrado só um pouquinho de alegria, que você queria realmente pedi-la em casamento, em vez de parecer que estava apenas tentando não ser enforcado pelo Christopher?
— Mas o senhor Uckermann não me permitia respirar!
— Não me culpe — resmunguei. — Foi você quem começou isso ao levar minha irmã para o jardim. Você sabia que existia a possibilidade de ser enforcado.
— Sim, eu sabia. — Ele fez uma careta, então voltou a atenção para Sofia. — E como eu poderia dizer qualquer coisa a Maite com seu marido bem ali, ouvindo tudo? — Ele se abaixou e pegou o chapéu.
Ela ergueu os ombros.
— Você podia ter dado um jeito. Um sorriso, uma piscada...
— E então o seu marido me mataria ali mesmo. — Ele abriu os braços, em sinal de impotência.
Dulce me fitou, uma sobrancelha arqueada.
— Certamente mataria. — Anuí com a cabeça.
— Fica quieto, Christopher... — Ela me lançou um olhar afiado antes de voltar a atenção ao garoto. — Enfim. Essa foi a impressão que ela teve, William. Que você a pediu em casamento apenas porque era a coisa certa a fazer. E ela gosta demais de você para ficar feliz com isso.
— Onde ela está? — Ele deu um passo à frente. — Posso pensar em mil maneiras de provar a ela quanto eu a adoro... a amo. Eu amo a senhorita Maite desde a primeira vez em que a vi, senhora Uckermann.
— Pelo amor de Deus — bufei, esfregando o rosto.
Dulce, no entanto, apreciou toda aquela falação e sorriu para ele.
— Você só precisa dizer isso a ela, Lucas.
— O que nos traz de volta ao problema inicial — rugi, impaciente. — Para onde Maite foi? Onde ela pode ter passado a noite? A vila é muito distante para ela ter ido a pé.
— Algum cavalo desapareceu do estábulo? — Alfonso me perguntou.
— Não sei, não cheguei a pensar nisso antes, mas imagino que Isaac teria me dito alguma coisa se um deles tivesse sumido.
— Então ela só pode ter ido a pé — Dulce concluiu.
— Ah, inferno! — Por que não pensei nisso antes? Duas cercas e pouco mais de vinte minutos de caminhada era tudo o que separava Maite de um teto. — Ela foi para a casa dos Portilla.
— Oh, sim, senhor Uckermann! — Anahí pousou a mão sobre a barriga inchada. — Papai e mamãe certamente a receberam! Devem até ter enviado um bilhete a esta hora, avisando que ela se encontra em segurança.
— Vocês estão perdendo tempo. — Cassandra alisou os cabelos. — Maite estará longe quando se derem conta da verdade.
— E qual seria a verdade, mamãe? — Alfonso perguntou, sem ânimo.
— Ora, Alfonso. Ficou claro que este cavalheiro — apontou para William — não era o que Maite queria.
— Para com isso, dona Cassandra — interveio Dulce. — A senhora não pode ficar pensando essas coisas da Maite sem saber o que aconteceu. E você, William, fique frio e tente pensar com coerência. Maite é a vítima, não a culpada dessa história.
E, se eu tivesse ouvido seus protestos, nada disso estaria acontecendo.
— Ficar discutindo não nos levará a lugar algum. Vou até a casa dos Moura — anunciei. — Vamos, Dulce.
— Mandem notícias assim que for possível — Alfonso pediu.
— Irei com o senhor. — William encaixou o chapéu amarfanhado na cabeça, colocando-se no meu caminho.
— Não, não irá.
— Senhor Uckermann, eu tenho de falar com ela. Preciso explicar que não a pedi em casamento apenas por senso de dever. Ela não pode pensar que eu não tenho os mais profundos...
— Eu imagino que tenha mesmo — atalhei. Aceitar que minha irmã estava noiva era uma coisa. Ouvir declarações de amor destinadas a ela era outra, completamente diferente. — Mas agora não é o melhor momento para vocês terem essa conversa.
— Por que não? Ela é minha noiva!
— Mas não quer ser, maldição! — Ele ficou pálido. Diabos! Fechei os olhos, balançando a cabeça, e então prossegui: — Ao menos não da maneira como aconteceu. Temos de encontrá-la e levá-la para casa o quanto antes, sem deixar que as pessoas percebam que houve uma fuga. Se virem você me acompanhando até a casa dos Moura, pode haver boatos. Com um pouco de sorte, vamos encontrá-la antes que um novo escândalo se forme.
Ele fechou as mãos em punhos, mas assentiu devagar.
— Concordo, mas esperarei em sua propriedade. Estarei bem ali assim que ela colocar os pés em casa. Não me obrigue a aguardar até amanhã. Não serei capaz.
Aquilo me comoveu. Reconheci no rapaz algo que eu mesmo sentira tempos antes, com o desaparecimento de Dulce. Pousei a mão em seu ombro.
— Eu sei. Acredite, William, eu sei. Pode esperar lá. Não vamos demorar.
William disparou pela porta e estava sobre seu cavalo antes que eu tivesse conseguido acomodar Dulce em minha sela. Já estávamos no lombo de Storm e longe da propriedade de Alfonso quando ela perguntou:
— E se ela já voltou pra casa?
— Gomes teria arrumado um jeito de me informar.
— Ah. Sabe, foi isso que me deixou com a pulga atrás da orelha. Maite não ia sumir sem avisar. Ela sabia que nós ficaríamos loucos de preocupação. Isso não é a cara dela. Quer dizer, as pessoas não desaparecem assim do nada. — Ela se segurou mais firme quando Storm saltou um enorme formigueiro. — Bom, às vezes desaparecem, né? Como aconteceu comigo, que sumi sem deixar pista, mas não é esse o caso da Maite. Ela devia ter... Ahhhhhhh! — Dulce gritou quando puxei as rédeas de Storm.
O cavalo se assustou com o comando abrupto e empinou. Firmei o braço que rodeava a cintura de Dulce, para impedir que ela se desequilibrasse e caísse.
— O que foi que você disse? — Meu coração batia alto nos ouvidos enquanto Storm se endireitava sobre as quatro patas.
Ela me olhou por sobre o ombro com confusão.
— Que ela devia ter deixado um bilhete...?
— Não isso. — Sacudi a cabeça, tentando desembaralhar as ideias.
O livro. Maite tinha dito que pegaria um livro naquela madrugada. Seria o livro que esquecera em meu escritório? O mesmo em que Dulce tinha tropeçado um pouco mais cedo?
— Meu Deus... — Conforme tudo se assentava em minha cabeça, meu coração começou a bater rápido, minhas mãos tão frias e duras quanto mármore.
— O quê? O que foi? — Dulce quis saber.
Maite não estava na casa dos Moura. Ela não tinha fugido. Por mais furiosa e decepcionada que estivesse, ela era, como dissera Cassandra, uma Uckermann. Não se esquivava ao primeiro sinal de problema.
Aquilo não podia ter acontecido. Não podia!
Mas, que inferno, era a única explicação que realmente fazia algum sentido.
— Christopher, você tá me assustando! Fala comigo, caramba! — Dulce socou meu ombro.
O gesto arrastou meus olhos para ela, para seu rosto tão amado repleto de medo.
— Acho que sei onde Maite está, Dulce.
— Sabe? Então o que estamos esperando? Vamos buscá-la!
Um nó na garganta me fez pigarrear várias vezes antes de conseguir dizer:
— Não temos como alcançá-la.
— Claro que temos. É só você mandar que o Storm voa por essas estradas. Por que ainda estamos aqui parados?
Respirei fundo, mirando seus olhos, o coração se partindo ao meio.
— Dulce, não temos como ir para onde Maite foi. Não sem uma máquina do tempo.




GrazihUckermann: Só daqui dois caps kk bjss {#emotions_dlg.kiss} 


 


Comentem!!!


 



Compartilhe este capítulo:

Autor(a): Fer Linhares

Este autor(a) escreve mais 10 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?

+ Fanfics do autor(a)
Prévia do próximo capítulo

Cretino. Imbecil.O que eu estava pensando quando deixei aquela maldita coisa dentro de casa, pondo em risco minha família? Qualquer um poderia ter encontrado. Qualquer um poderia ter acionado por engano. Qualquer desavisado poderia ter embarcado em uma viagem sem volta.Maite. Por Deus, Maite!— Christohper, do que você tá falando? &mda ...


  |  

Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 63



Para comentar, você deve estar logado no site.

  • tahhvondy Postado em 14/02/2017 - 17:51:28

    nossa simplismente amei!cada um dos livros maravilhosos essa historia e incrível que não tem como não ser apaixonar por ela o amor deles e lindo o Christopher e mt fofo vou sentir saudades dessas confussões deles

  • GrazihUckermann Postado em 13/02/2017 - 19:10:55

    Eu AMEI! não sei qual dos livros foi o melhor. obrigada por postar essa história incrível, essa história é muito linda. Christopher é muito fofo <3 O amor deles é incrível. Quando ele a esqueceu ele se apaixonou por ela de novo, e eu tive que me segurar pra não chorar nessa parte s2 Fiquei feliz com o final da Madelena e do Seu gomes. Espero que tenha outro Baby vondy no livro da Maite, dessa vez tem que ser menino kkjk e não terá um nome melhor que Alexander para dar ao menino neh?? Estarei na próxima fanfic com você, comentando em todos os capitulos. Tchau. um diaa eu volto para ler de novo. (Acho que não demora muito, por amei a história e quero muito ler de novo) s2

  • tahhvondy Postado em 13/02/2017 - 10:57:28

    ai já ta acabando que triste mas ainda bem q vx consequiu baixa o da Maite

  • GrazihUckermann Postado em 10/02/2017 - 20:35:51

    Continuaaaaaaaaaaaaa! s2

  • tahhvondy Postado em 09/02/2017 - 11:28:34

    chequei continua por favor

  • GrazihUckermann Postado em 09/02/2017 - 09:49:37

    Continuaaaaa! s2

  • GrazihUckermann Postado em 07/02/2017 - 16:32:39

    FINALMENTE! CONTINUAAAAAAAAAAAAAA s2

  • GrazihUckermann Postado em 06/02/2017 - 21:08:32

    T-T

  • GrazihUckermann Postado em 06/02/2017 - 21:02:21

    Caraca essa confusão me deixou confusa kkkjk quando ele esquecer ela, ele meio que vai sumir?? vai aparecer no século dezenove como se nada tivesse acontecido?? é isso? não entendi kkkjk Continue mulher, não me deixe ansiosa! s2

  • GrazihUckermann Postado em 05/02/2017 - 22:21:37

    ai me deus!!!! CONTINUAAAAAA T-T


ATENÇÃO

O ERRO DE NÃO ENVIAR EMAIL NA CONFIRMAÇÃO DO CADASTRO FOI SOLUCIONADO. QUEM NÃO RECEBEU O EMAIL, BASTA SOLICITAR NOVA SENHA NA ÁREA DE LOGIN.


- Links Patrocinados -

Nossas redes sociais