Fanfics Brasil - Capitulo 7 - Dulce O Acordo - Vondy (Adaptada)

Fanfic: O Acordo - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 7 - Dulce

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DULCE


 


 


Em geral, orgulho-me de ter a cabeça no lugar e de tomar decisões sensatas, mas concordar em dar aulas para Christopher? Mais idiota impossível.                                                                                                                      Na noite seguinte, no caminho até a casa dele, ainda me crucifico por isso.


Quando me encurralou na festa da Sigma, tinha total intenção de lhe dar um fora


para ele parar de encher o meu saco, mas aí ele ficou exibindo Justin bem diante


do meu nariz como se fosse uma cenoura, e caí feito um patinho.


Perfeito. Agora estou misturando as metáforas.


Acho que está na hora de admitir a triste verdade: meu bom senso é zero


quando se trata de Justin Kohl. Na noite passada, saí da festa com o propósito


único de esquecê-lo, e, em vez disso, deixei Christopher Uckermann me alimentar da


emoção mais destrutiva para a humanidade — a esperança.


Esperança de que Justin possa prestar atenção em mim. Esperança de que possa me querer. Esperança de que talvez tenha finalmente encontrado alguém capaz de me fazer sentir alguma coisa.


É vergonhoso como estou caidinha pelo cara.


Paro o carro na entrada da casa, atrás do Jeep de Christopher, ao lado de uma picape preta reluzente, mas deixo o motor ligado. Fico me perguntando o que minha antiga psicóloga acharia se soubesse do acordo que acabei de fechar com o capitão do time de hóquei. Acho que seria contra, mas Carole vive batendo na tecla do empoderamento. Sempre me encorajou a tomar as rédeas da minha vida e agarrar


qualquer oportunidade que me permitisse deixar a agressão no passado.


E de uma coisa sei: saí com dois caras desde o estupro. Dormi com os dois. E


nenhum deles me fez sentir tão excitada quanto Justin Kohl conseguiu com um


único olhar.


Carole me diria que vale a pena explorar a oportunidade.


Christopher mora numa casa geminada de dois andares, revestimento de estuque,


uma varanda na entrada e um gramado supreendentemente bem cuidado. Apesar


da relutância, forço-me a sair do carro e caminhar até a porta. As paredes


reverberam um rock alto. Uma parte de mim torce para que ninguém escute a


campainha, mas ouço o som abafado de passos atrás da porta, ela se abre, e me


vejo diante de um cara alto, com cabelo louro espetado e um rosto esculpido que


parece saído de uma capa da GQ.


“Ah, oi”, ele cumprimenta com a voz arrastada, me olhando de cima a baixo.


“Meu aniversário é só semana que vem. Mas, se isso for um presente adiantado,


quem sou eu para reclamar, gata.”


Claro. Eu deveria ter imaginado que os companheiros de república de Garrett


são tão detestáveis quanto ele.


Aperto os dedos ao redor do elástico da minha pasta enorme, me perguntando


se sou capaz de voltar para o carro antes que Christopher saiba que estou aqui, mas


meu plano maligno vai por água abaixo quando ele aparece na porta. Está


descalço, usando uma calça jeans desbotada e uma camiseta cinza surrada, e o


cabelo está molhado como se tivesse acabado de sair do banho.


“Oi, Savis”, cumprimenta, descontraído. “Está atrasada.”


“Eu disse oito e quinze. São oito e quinze.” Encaro friamente o sr. GQ. “E se


você estava sugerindo que pareço com uma prostituta, considere-me ofendida.”


“Você achou que ela fosse uma prostituta?” Christopher arregala os olhos para o


amigo. “É a minha professora, cara. Mais respeito.”


“Não achei que fosse uma prostituta… Achei que fosse uma stripper”, retruca o


louro, como se isso melhorasse as coisas. “Tá até fantasiada, caramba.”


Ele não deixa de estar certo. Meu uniforme de garçonete não é exatamente


muito discreto.


“Aliás, quero uma stripper de presente de aniversário”, anuncia GQ. “Acabei de


decidir. Se vira.”


“Vou ligar para umas pessoas”, promete Christopher, mas, no segundo em que o


amigo se afasta, revela: “Que stripper que nada. Fizemos uma vaquinha para


comprar um iPod novo. Ele deixou o velho cair no laguinho atrás da Hartford


House.”


Solto uma risada contida, e Christopher pula feito um lince. “Nossa! Isso foi uma


risada? Não achei que você fosse capaz de se divertir. Faz de novo para eu filmar?”


“Rio o tempo todo.” Faço uma pausa. “Mas, em geral, é de você.”


Ele leva as mãos ao peito num gesto de dor, como se tivesse levado um tiro.


“Você é capaz de acabar com o ego de um cara, sabia?”


Reviro os olhos e fecho a porta atrás de mim.


“Vamos para o meu quarto”, diz ele.


Merda. Ele quer estudar no quarto? Sei que esse é o sonho de qualquer menina


da faculdade, mas a possibilidade de ficar a sós com Christopher me deixa apreensiva.


“C., essa é a sua professora particular?”, grita uma voz masculina ao passarmos


pelo que concluo ser a sala de estar. “Ei, professora, dá um pulo aqui! Preciso ter


uma palavrinha com você.”


Lanço um olhar alarmado na direção de Christopher, mas ele apenas sorri e me leva


até o corredor. A sala é típica de uma casa de jovens solteiros: dois sofás de couro


arrumados em L, um home theater muito complexo e uma mesinha de centro


cheia de garrafas de cerveja. Um sujeito de cabelos escuros e olhos azuis intensos


levanta do sofá. É tão bonito quanto Christopher e GQ, e, pela forma como seu corpo


esguio caminha na minha direção, sei que é inteiramente consciente de sua


aparência.


“O negócio é o seguinte”, olhos azuis anuncia numa voz muito séria. “O menino


aqui precisa gabaritar essa prova. É melhor que ele consiga.”


Meus lábios se contraem. “Senão…?”


“Senão vou ficar muito, muito chateado.” Seu olhar provocante percorre meu


corpo lenta e deliberadamente, demorando-se no decote antes de voltar para o


meu rosto. “Você não quer me deixar chateado, né, gata?”


Christopher solta um suspiro cansado. “Não perca seu tempo, cara. Ela é imune a


xavecos. Vai por mim, já tentei.” Então se vira para mim. “Esse é Logan. Logan, Savis.”


“Dulce”, corrijo.


Logan pensa por um segundo e balança a cabeça. “Hmm… Prefiro Savis.”


“Você conheceu Dean lá na entrada, e aquele ali é Tucker”, acrescenta Christopher,


apontado para o rapaz de cabelos castanhos no sofá, que — adivinha? — é tão


bonito quanto os outros.


Fico imaginando se ser gostoso é pré-requisito para morar nesta casa.


Não que um dia vá perguntar isso a Christopher. Seu ego já é grande o suficiente.


“E aí, Savis?”, cumprimenta Tucker.


Deixo escapar um suspiro. Ótimo. Acho que daqui para a frente serei Savis.


“Savis é a estrela da apresentação de Natal”, Christopher explica aos amigos.


“Festival de inverno”, murmuro.


“E o que foi que eu disse?”, devolve ele, com um aceno displicente da mão.


“Certo, vamos acabar logo com essa merda. Até mais, pessoal.”


Sigo Christopher pela escada estreita até o segundo andar. Seu quarto fica no final do


corredor e, pelo tamanho do cômodo e do banheiro particular, deve ser o quarto


principal da casa.


“Se importa se eu me trocar?”, pergunto, desconfortável. “Trouxe minhas roupas


normais na bolsa.”


Ele senta na beira da cama e joga o corpo para trás, apoiando-se nos cotovelos.


“Vá em frente. Vou sentar aqui e aproveitar o show.”


Ranjo os dentes. “Quis dizer no banheiro.”


“Não tem a menor graça.”


“Nada disso tem a menor graça”, resmungo.


O banheiro é muito mais limpo do que eu esperava, e um leve aroma


almiscarado de loção pós-barba permeia o ambiente. Coloco depressa uma calça


de ginástica e um suéter preto, prendo o cabelo num rabo de cavalo e enfio o


uniforme na bolsa.


Christopher ainda está na cama quando volto. Está entretido com o celular e nem


ergue os olhos quando despejo uma pilha de livros na cama.


“E aí? Pronto para encarar essa merda, como você mesmo falou?”, pergunto,


sarcástica.


Ele responde, distraído: “Pronto. Um segundo”. Seus dedos digitam uma


mensagem, e ele joga o telefone no colchão. “Foi mal. Estou prestando atenção


agora.”


Minhas opções de assento são limitadas. Tem uma escrivaninha junto da janela,


mas com uma cadeira só, que está coberta por uma montanha de roupas. O


mesmo vale para a poltrona no canto do quarto. O piso de madeira parece


desconfortável.


Só me resta a cama.


Sento, relutante, de pernas cruzadas no colchão. “Certo, acho que a gente devia


repassar todas as teorias antes. Ter certeza de que você sabe os pontos-chave de


cada uma, e então começar a aplicá-las à lista de conflitos de dilemas morais.”


“Parece bom.”


“Vamos começar com Kant. A ética dele é bem simples.”


Abro o fichário de leituras que Tolbert entregou no começo do ano e passo as


páginas até encontrar o material sobre Immanuel Kant. Christopher escorrega o corpo                                                                                                    grandalhão até o alto da cama e se recosta na cabeceira de madeira. Jogo o material em seu colo, e ele solta um suspiro profundo.


“Leia”, ordeno.


“Em voz alta?”


“É. Depois que terminar, quero que faça um resumo do que acabou de ler. Acha


que dá conta disso?”


Ele fica em silêncio por um segundo, então seu lábio inferior treme. “Talvez não


seja a melhor hora de dizer isso, mas… não sei ler.”


Fico boquiaberta. Puta merda. Ele não pode estar falando sé…


Christopher explode numa gargalhada. “Relaxa, estava brincando com você.” E faz


uma cara feia para mim. “Você achou mesmo que eu não sabia ler? Meu Deus, Savis.”


Abro um sorriso caloroso. “Não teria me surpreendido nem um pouco.”


Só que Christopher acaba me surpreendendo. Ele não só lê o material numa voz


calma e articulada, como é capaz de resumir o imperativo categórico de Kant


quase palavra por palavra.


“Você tem memória fotográfica ou alguma coisa assim?”, questiono.


“Não. Sou bom com fatos.” Dá de ombros. “Só tenho dificuldade em aplicar


teorias a situações morais.”


Dou uma colher de chá para o cara. “Se quer saber o que acho, isso é tudo


balela. Como a gente pode ter certeza do que esses filósofos — todos mortos há


séculos — achariam das hipóteses de Tolbert? No mínimo, analisariam as coisas


caso a caso. Certo e errado não são coisas tão exatas. É mais complexo do que…”


O telefone de Christopher apita.


“Merda, só um segundo.” Ele dá uma olhada para a tela, franze a testa e manda


outra mensagem. “Foi mal, o que você tava falando?”


Passamos os próximos vinte minutos revisando os detalhes das opiniões éticas


de Kant.


Christopher manda mais umas cinco mensagens nesse intervalo.


“Ai, meu Deus”, extravaso. “Vou ter que confiscar esse negócio?”


“Foi mal”, desculpa-se, pela milionésima vez. “Vou colocar no silencioso.”


O que dá no mesmo, porque ele deixa o celular em cima do fichário, e o


aparelho fica acendendo toda vez que chega uma mensagem nova.


“Então, basicamente, a lógica é a espinha dorsal da ética kantiana…” Interrompo


o raciocínio quando a tela acende mais uma vez. “Isso é ridículo. Com quem você


tá falando?”


“Ninguém.”


Ninguém, uma ova. Pego o celular e abro a mensagem. Não aparece nome


nenhum, só um número, mas não é preciso ser astrofísico para perceber que as


mensagens são de uma mulher. A menos que tenha algum cara por aí que queira


“chupar Christopher todinho”.


“Você está mandando mensagens eróticas no meio da aula? Qual é o seu


problema?”


Ele suspira. “Eu não, é ela quem está mandando.”


“Aham. A culpa é todinha dela, né?”


“Leia minhas respostas”, insiste. “Fico dizendo que estou ocupado. O que posso


fazer se ela não entende o recado?”


Repasso as mensagens e vejo que é verdade. Todas as que ele mandou nos


últimos trinta minutos giram em torno das palavras “ocupado”, “estudando” e


“depois a gente se fala”.


Com um suspiro, começo a digitar uma nova mensagem. Christopher reclama e


tenta tomar o telefone da minha mão. Só que demora demais. Já apertei ENVIAR.


“Pronto”, anuncio. “Problema resolvido.”


“Juro por Deus, Savis, se você…” Ele para ao ler o que escrevi.


Aqui é a professora particular de Christopher. Você está me irritando. Nossa aula termina em


trinta minutos. Tenho certeza de que você é capaz de manter a calcinha no lugar até lá.


Em seguida, ergue os olhos para mim e ri tão alto que não consigo conter um


sorriso.


“Aposto que vai funcionar melhor do que essas suas tentativas de meia-tigela,


não acha?”


Ele dá mais uma risada. “Não tem como discutir.”


“Bom, espero que isso sossegue sua namorada por um tempo.”


“Não é minha namorada. É só uma maria-patins que peguei ano passado e…”


“Maria-patins?”, repito, escandalizada. “Você é tão machista. É assim mesmo que


chama as mulheres?”


“Quando só estão interessadas em dormir com um jogador de hóquei para se


gabar para as amigas dizendo que pegaram um atleta? É assim que a gente chama,


sim”, responde, com um quê de sarcasmo na voz. “Se tem alguém sendo


objetificado nesta situação, sou eu.”


“Se isso o faz dormir bem à noite…” Pego o fichário. “Agora, utilitarismo.


Vamos dar uma olhada em Bentham.”


No final, faço perguntas a ele sobre os dois filósofos que discutimos esta noite e


fico satisfeita de vê-lo responder tudo certinho, mesmo as questões mais


traiçoeiras.


Certo. Então talvez Christopher Uckermann não seja tão burro quanto eu imaginava.


Quando a nossa aula termina, tenho certeza de que não estava só repetindo a


informação que acabara de decorar. Ele realmente havia entendido tudo, como se


tivesse assimilado de verdade as ideias éticas. Uma pena que a segunda chamada


não seja de múltipla escolha, pois tenho certeza de que passaria com o pé nas


costas.


“Amanhã a gente dá uma olhada em pós-modernismo.” Suspiro. “Que, na


minha humilde opinião, é provavelmente a escola de pensamento mais


complicada da história da humanidade. Tenho ensaio até às seis, mas depois estou


livre.”


Christopher assente. “Meu treino termina às sete. Que tal marcar às oito?”


“Por mim, tudo bem.” Enfio os livros de volta na pasta, então entro no banheiro


para um xixi rápido antes de ir embora. Quando volto para o quarto, vejo Christopher


mexendo no meu iPod.


“Você mexeu na minha bolsa”, exclamo. “Sério?”


“Seu iPod estava no bolso frontal”, ele se defende. “Só estava curioso para ver o


que tem aqui.” Seus olhos cinzentos permanecem colados na tela à medida que


começa a ler os nomes em voz alta. “Etta James, Adele, Queen, Ella Fitzgerald,


Aretha, Beatles… cara, que eclético.” De repente, balança a cabeça em desaprovação.


“Ei, você sabia que tem One Direction aqui?”


“Não brinca!”, transbordo sarcasmo. “Deve ter baixado sozinho.”


“Acho que perdi todo o respeito por você. Que decepção para alguém que está


cursando música.”


Pego o iPod de volta das mãos dele e enfio na bolsa. “One Direction tem


harmonias muito boas.”


“Discordo plenamente.” Ele ergue o queixo, decidido. “Vou montar uma seleção.


Você obviamente precisa aprender a distinção entre música boa e porcaria.”


Respondo, por entre os dentes: “Até amanhã”.


Christopher caminha até o iMac em sua escrivaninha e pergunta em tom


preocupado: “O que você acha de Lynyrd Skynyrd? Ou você só gosta de bandas


em que os caras usam roupas combinando?”.


“Boa noite, Christopher.”


Saio do quarto prestes a arrancar os cabelos. Não acredito que concordei com


uma semana e meia disso.


Que Deus me ajude.



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Autor(a): srta.uckermann

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 7



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  • SweetPink ♡ Postado em 01/02/2017 - 12:07:10

    POR FAVOR CONTINUA LOGO!

  • SweetPink ♡ Postado em 01/02/2017 - 12:06:53

    Leitora nova e apaixonada!!!

  • candydm Postado em 01/02/2017 - 01:32:11

    Leitora nova, continua por favor, já estou amando!

  • tahhvondy Postado em 19/01/2017 - 16:57:43

    continua assim esta bom

  • minhavidavondy Postado em 18/01/2017 - 22:53:23

    Assim está ótimo

  • tahhvondy Postado em 17/01/2017 - 20:23:48

    continua amado

    • srta.uckermann Postado em 18/01/2017 - 20:43:40

      Continuando...


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