Fanfics Brasil - Chistopher - Parte 2 O Acordo - Vondy (Adaptada)

Fanfic: O Acordo - Vondy (Adaptada) | Tema: Vondy


Capítulo: Chistopher - Parte 2

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CHRISTOPHER


 



Reprovei.
Não acredito que reprovei.
Por quinze anos, Timothy Lane distribuiu notas dez como se fossem balas. Mas
justo no ano em que eu faço a matéria, Lane bate as botas e tenho que me
contentar com Pamela Tolbert.
É oficial. A mulher é minha arqui-inimiga. Só de ver sua letrinha rebuscada —
que preenche cada milímetro das margens da minha prova — quero dar uma de
Incrível Hulk e destroçar o papel na minha mão.
Tirei dez em quase todas as outras matérias, mas, a partir deste exato instante,
estou com zero em ética filosófica. O que, combinado com o seis em história da
Espanha, faz minha média cair para cinco.
E preciso de média seis para jogar hóquei.
Em geral, não é difícil manter minhas notas lá em cima. Apesar do que muita
gente imagina, não sou um atleta burro. Mas não me importo de deixar que as
pessoas pensem isso. Principalmente as mulheres. Acho que elas gostam da ideia
de ficar com um homem das cavernas musculoso que só sabe fazer uma coisa, e
como não quero nada sério por enquanto, rolos com garotas que só querem sexo
são muito bem-vindos. Sobra mais tempo para me concentrar no hóquei.
Mas se eu não melhorar a nota não vai mais ter hóquei. A pior coisa da Briar? O
reitor exige excelência — tanto acadêmica quanto atlética. Diferente das outras
faculdades, que são mais condescendentes com os atletas, a Briar tem uma política
de tolerância zero.
Maldita Tolbert. Quando perguntei antes da aula se poderia fazer algum trabalho
extra para melhorar a nota, ela me mandou, com aquela voz anasalada, participar
das reuniões com a professora assistente e frequentar o grupo de estudos. Já faço
as duas coisas. Então é isso aí, ou contrato algum garoto prodígio para usar uma
máscara da minha cara e fazer a prova para mim… ou estou perdido.
Expresso minha frustração com um suspiro audível e, de canto de olho, vejo
alguém levar um susto.
Também me assusto, porque achei que estivesse aqui com minha tristeza
sozinho. Mas a menina que senta na última fileira continua no auditório e está
descendo até a mesa de Tolbert.
Mandy?
Marty?
Não lembro o nome dela. Vai ver é porque nunca me dei ao trabalho de
perguntar. Mas ela é interessante. Bem mais do que eu pensava. Rosto bonito,
cabelo escuro, gostosa — cacete, como nunca prestei atenção nesse corpo antes?
Mas agora reparo. Calça justa acompanhando as curvas, a bunda arrebitada e
implorando “me aperta”, o suéter de gola V abraçando uma comissão de frente de
respeito. Porém, não tenho tempo de admirar nenhuma dessas qualidades, porque
ela percebe meu olhar encarando-a, e seus lábios se franzem.
“Tudo bem?”, pergunta, com uma expressão mordaz.
Murmuro algo incompreensível. Não estou a fim de conversar com ninguém
agora.
Ela ergue uma das sobrancelhas escuras para mim. “Desculpa, em que língua foi
isso?”
Amasso a prova e empurro a cadeira de volta para o lugar. “Falei que tudo
bem.”
“Então tá.” Dá de ombros e continua a descer os degraus.
Enquanto ela pega a prancheta com a escala da professora assistente, visto o
casaco do time de hóquei, enfio a prova ridícula na mochila e fecho o zíper.
A menina de cabelos escuros volta até o corredor entre as cadeiras. Mona?
Molly? Acho que o M está certo, mas não tenho a menor ideia do restante. Traz
sua prova na mão, mas nem perco tempo tentando ver a nota, porque imagino
que tenha ido mal como todo mundo.
Deixo-a passar e saio da minha fileira para o corredor. Poderia dizer que foi o
meu lado cavalheiresco, mas seria mentira. Quero dar mais uma conferida nessa
bunda, porque é mesmo uma bunda bem gostosa, e, agora que já vi, posso muito
bem olhar de novo. Sigo-a até a porta do auditório e, de repente, me dou conta de
como é baixinha — estou um degrau abaixo dela e consigo ver o topo de sua
cabeça.
Assim que chegamos à porta, ela tropeça em absolutamente coisa nenhuma e
seus livros se espalham no chão.
“Droga. Sou tão desastrada.”
Ajoelha-se, e eu também, porque, ao contrário do que acabei de dizer, posso sim
ser um cavalheiro quando quero, e a coisa educada a fazer é ajudá-la a pegar os
livros.
“Ah, não precisa. Pode deixar”, insiste.
Mas minha mão já pegou sua prova, e meu queixo despenca assim que vejo a
nota.
“Cacete. Você gabaritou?”, me espanto.
Ela me lança um sorriso autodepreciativo. “Pois é, nem acredito. Tinha certeza
de que tinha mandado mal.”
“Caramba.” Começo a me sentir como se tivesse acabado de topar com o
próprio Stephen Hawking, e ele exibisse os segredos do universo bem debaixo do
meu nariz. “Posso ver suas respostas?”
Ela ergue as sobrancelhas de novo. “Meio atiradinho da sua parte, não? A gente
nem se conhece.”
Reviro os olhos. “Não estou pedindo para você tirar a roupa, gata. Só quero dar
uma olhada na sua prova.”
“Gata? Tchau, atiradinho; oi, presunçoso.”
“Você prefere senhorita? Ou madame? Usaria seu nome, mas não sei.”
“Claro que não.” Ela suspira. “É Dulce”, e, após uma pausa forçada: “Chistopher.”
Tá, eu tinha errado feio com o negócio do M.
E também não me passou despercebido o jeito como ela pronunciou o meu
nome, como se dissesse: Está vendo, eu sei o seu, babaca!
Ela pega o restante dos livros e se levanta, mas não lhe entrego a prova. Em vez
disso, fico em pé e começo a passar as páginas. Ao correr os olhos por suas
respostas, meu humor despenca ainda mais, porque se esse é o tipo de análise que
Tolbert espera, estou ferrado. Caramba, estou estudando história por um motivo
— lido com fatos. Preto no branco. Tal coisa aconteceu a tal pessoa e aqui está o
resultado.
As respostas de Dulce giram em torno de baboseira teórica e de como os
filósofos responderiam a diversos dilemas morais.
“Obrigado.” Devolvo a prova e, enfiando os polegares nos passadores da calça
jeans, arrisco: “Ei, escuta. Você… acha que poderia…”. Dou de ombros. “Você
sabe…”
Ela treme os lábios como se estivesse fazendo força para não rir. “Na verdade,
não sei, não.”
Solto um suspiro. “Topa me dar umas aulas?”
Seus olhos verdes — os olhos verdes mais escuros que já vi, delineados por
grossos cílios pretos — vão de surpresos a céticos em segundos.
“Eu pago”, acrescento, às pressas.
“Ah. Hmm. Bom, é claro que eu cobraria. Mas…” Ela balança a cabeça.
“Desculpa. Não posso.”
Disfarço a decepção. “Vamos lá, quebra essa pra mim. Se eu me sair mal na
segunda chamada, minha média vai pro saco. Por favor?” Abro um sorriso, o que
faz minhas covinhas aparecerem, e isso nunca falha em derreter corações.
“Isso costuma funcionar?”, ela pergunta, curiosa.
“O quê?”
“Esse sorriso de menino pidão… te ajuda a conseguir as coisas?”
“Sempre”, respondo, sem hesitar.
“Quase sempre”, me corrige. “Olha, sinto muito, mas realmente não tenho
tempo. Já estou conciliando trabalho e estudo, e com o festival de inverno
chegando, vou ter ainda menos tempo.”
“Festival de inverno?”, pergunto, sem entender.
“Ah, esqueci. Se não for sobre hóquei, então você não sabe o que é.”
“Quem está sendo presunçosa agora? Você nem me conhece.”
Após uma pausa, ela solta um suspiro. “Estou cursando música, entendeu? E o
departamento de artes organiza duas apresentações por ano, o festival de inverno e
o de primavera. O de inverno garante uma bolsa de cinco mil dólares. É um
evento grande, na verdade. Gente importante do mercado viaja o país inteiro para
acompanhar. Agentes, produtores, caça-talentos… Então, por mais que adore a
ideia de ajudar você…”
“Adora coisa nenhuma”, resmungo. “Você está com uma cara de que nem
queria estar falando comigo.”
O movimento de desdém que ela faz com os ombros é de tirar do sério. “Está na
hora do meu ensaio. É uma pena que você vá reprovar nessa matéria, mas, para
você se sentir melhor, todo mundo vai.”
Estreito os olhos. “Menos você.”
“Está fora do meu controle. Tolbert parece gostar do meu tipo de baboseira. É
um dom.”
“Bom, quero esse dom. Por favor, mestre, me ensina a arte da baboseira.”
Estou a dois passos de me jogar de joelhos no chão e implorar, mas Dulce
segue até a porta. “Tem um grupo de estudos, sabia? Posso passar o telefone…”
“Já estou no grupo de estudos”, murmuro.
“Ah. Nesse caso não posso fazer muito mais por você. Boa sorte com a segunda
chamada. Gato.”
Ela dispara em direção à porta e me deixa para trás, encarando o vazio,
frustrado. Inacreditável. Todas as meninas da faculdade dariam um braço para me
ajudar. Mas essa? Foge como se eu estivesse sugerindo que a gente matasse um
gato e fizesse um sacrifício ao demônio.
Agora estou de volta ao ponto em que estava antes de “Dulce que não começa
com M” me dar um lampejo mínimo de esperança.
Totalmente ferrado.


 


 


 


Por hoje é só isso, espero que todos gostem, comentem, favoritem que eu volto rapidinho.... Beijos, beijos



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Autor(a): srta.uckermann

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 7



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  • SweetPink ♡ Postado em 01/02/2017 - 12:07:10

    POR FAVOR CONTINUA LOGO!

  • SweetPink ♡ Postado em 01/02/2017 - 12:06:53

    Leitora nova e apaixonada!!!

  • candydm Postado em 01/02/2017 - 01:32:11

    Leitora nova, continua por favor, já estou amando!

  • tahhvondy Postado em 19/01/2017 - 16:57:43

    continua assim esta bom

  • minhavidavondy Postado em 18/01/2017 - 22:53:23

    Assim está ótimo

  • tahhvondy Postado em 17/01/2017 - 20:23:48

    continua amado

    • srta.uckermann Postado em 18/01/2017 - 20:43:40

      Continuando...


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