Fanfic: Meu amigo, meu amor... {terminada}

Primasvondy:este cap. é dedicado a vc!

A sala de espera na ala da maternidade do Hospital de Misericórdia já estava lotada de Uckermanns quando Dulce e Christopher chegaram.

Os dois casais mais velhos do clã tinham ido, bem como um representante de cada família, exceto Ryan e Dina, Ted e Hannah, já que os policiais da família encontravam-se em serviço, e suas esposas permaneciam em casa cuidando das crianças.

Christian promovia apostas sobre o evento "desmaio de Jack". Os interessados tinham que apostar altas somas na crença de que Jack sobreviveria à provação com os pés no chão, ou desmaiaria antes, durante ou depois da chegada do filho. Ninguém tinha dúvida quanto ao sexo da criança.

— Obrigado, obrigado — agradeceu Christian a Christopher ao receber uma aposta de vinte dólares. — Está atrasado, portanto, só resta a alternativa… Jack vai desmaiar na própria cozinha quando chegar em casa. Vai querer?

— Está bem — concordou Christopher. — Ele vai manter a compostura aqui e perdê-la mais tarde.

— Feito. — Christian rascunhou em um pedaço de papel. — Aliás, Christopher, lembre-se de que coloquei vinte dólares em você na aposta dos solteirões. Mantenha seu estilo avulso e descompromissado, primo. Sempre foi solteirão convicto e, se mudar de idéia, vou perder dinheiro.

— Pretendo manter minha forma de pensar atual — afirmou Christopher.

Que era arranjar uma esposa, ter filhos, um lar de verdade, mas disso Christian nem desconfiava. Na verdade, sempre desejara tudo isso, apenas jamais confessara a dificuldade que tinha para encontrar sua alma gêmea na multidão. Christian reagiria muito mal se soubesse que seu primo "avulso e descompromissado" Christopher pretendia se casar Dulce Saviñon… de algum modo.

— Fico contente em saber — declarou Christian. — Com certeza, gostaria que alguém determinasse por quanto tempo você e o xerife Montana no Arizona têm de ficar solteiros para eu pegar meu prêmio. Essa aposta dos solteirões é traiçoeira. Mas só porque não fui eu que a conduzi.

Dulce riu.

— Está tão convencido, Christian Uckermann. Com certeza, não há nada errado com sua auto-estima.

— Ora, o que posso dizer? — Christian sorriu. — Ou se tem, ou não se…

— Prendam minha língua com uma colher — ameaçou Michael, largado no sofá. — Não fale com ele, Dulce. É um desperdício. Diga, alguém sabe como Jack e Jennifer vão batizar o bebê?

— Não — respondeu Ralph Uckermann. — Jack disse que saberão com certeza quando virem o bebê. Já tenho um xará graças a Annie e Poncho, Andy é Andrew Ralph Uckermann Herrera, assim… — O futuro avô deu de ombros. — Não imagino como vão batizá-lo.

— Felizmente, não teremos de esperar muito para descobrir — comentou Mary Uckermann, ansiosa. — Essa espera é cruel.

— Você se acostuma após meia dúzia de netos, Mary — afirmou Ralph Uckermann. — Não é, Margaret?

— Não — respondeu a esposa, rindo. — Não importa quantas vezes venha a esta sala, sempre vai se sentir incapaz enquanto as horas passam. — Margaret fez uma pausa. — Dulce, venha se sentar perto de mim, querida. Não a vejo há tanto tempo.

Dulce cruzou a sala e sentou-se no sofá ao lado de Margaret Uckermann. O resto do clã voltou a conversar, os assuntos variavam do clima ao campeonato de beisebol.

Margaret Uckermann sorriu afetuosa.

— Eu queria que se sentasse aqui comigo um pouco, Dulce querida — declarou Margaret. — Assim como está, assim mesmo, ficou fácil adivinhar que está grávida.

A matriarca continuou:

— Não tinha certeza se você queria tornar o fato conhecido, já que não contou nada até agora. Se eu estiver errada, levante-se e faça uma declaração.

Dulce empalideceu e tentou, em vão, encolher a barriga.

— Oh, céus, não — sussurrou. — Não quero fazer uma declaração sobre… — Olhou rapidamente ao redor da sala barulhenta. — Acha que mais alguém… Oh, é terrível, simplesmente horrível.

— Shh, shh… — Margaret apertou-lhe o joelho. — Não se preocupe. Você é como um membro desta família, Dulce. Ninguém vai censurá-la. Se está feliz com o seu bebê, ficaremos também. Os Uckermann colocam fé na felicidade. Está contente com o bebê? Dulce sorriu discretamente.

— Sim… a maior parte do tempo. Quando estou realmente cansada, fico bastante assustada, mas… já amo este bebê e o quero muito.

— Ótimo. Perfeito — declarou Margaret, sorrindo. — É isso o que importa. Sabe o sexo? Já fez um ultra-som?

— Oh, não. Não fiz ultra-som. Talvez seja menino. Meninos são legais. Sim, são umas gracinhas, esses garotinhos. Mas, por outro lado, poderia ser menina. E elas também…

— Oi, tia Margaret — saudou Christopher, surgindo de repente diante das duas.

— Olá, Christopher — respondeu Margaret, sorrindo. — Que maravilha você estar aqui para o grande momento da vida de seu irmão. Pensei que estivesse no Texas.

— Cheguei esta noite. — Christopher agachou-se diante de Dulce e apoiou a mão em seus joelhos. — Aposto que não jantou ainda, Dul. Que tal se eu fosse à lanchonete e lhe trouxesse um sanduíche e um copo de leite?

Dulce lançou um olhar de pânico a Margaret e então a Christopher.

— Não, obrigada, amigo Christopher — respondeu, fitando-o severa. — Vou comer algo quando chegar em casa. Pode ir conversar com seus primos e fazer o que os rapazes fazem. Adeus, Christopher, colega.

Ele franziu o cenho.

— Está com olheiras, Dul. Não notei quando viemos. Se demorar muito por aqui, vou levá-la para casa para que possa descansar.

— Christopher — sussurrou Dulce, com dentes cerrados. — Vá embora. Tenho certeza de que todos querem saber sobre Dallas. Vá lá dizer algo em texano à sua família… ou algo assim.

— Talvez uma das máquinas automáticas de venda neste andar tenha caixinhas de leite — ponderou Christopher.

— Oh, céus! — Dulce escondeu o rosto nas mãos. Christopher levou as mãos às coxas e impulsionou-se para se levantar.

— Vou ver as máquinas.

Dulce ergueu a cabeça só o bastante para espreitar entre os dedos e verificar que Christopher realmente partira. Encarou Margaret Uckermann e quase gemeu alto ao vê-la estreitar o olhar. Não podia deixá-la especular.

— Então! Joey está contente com a chegada do irmãozinho? Imagino que ele esteja com Maite, ou Hannah, ou… Joey é tão engraçadinho. Adorável. Vai ser um irmão e tanto, não acha, Margaret? Com certeza. A umidade do ar anda baixa. Agosto é tão abafado, sabe o que quero dizer? Eu…

— Christopher será um pai maravilhoso — afirmou Margaret. — Todos os homens Uckermann são papais devotados. Imagino que Christopher tenha decretado que é menina… Então, você terá uma menina porque é assim que funciona. O pai sempre sabe, sem a menor dúvida. Estou entusiasmada por vocês dois, Dulce, de verdade.

— Oh, mas… Christopher, quem? — desconversou Dulce, batendo os cílios.

Margaret riu.

— Tudo bem, não vou dizer nada. Você e Christopher se amam, estão esperando um bebê e, fora isso, seus planos não são da minha conta. Tenho certeza de que informarão a família sobre as novidades quando estiverem prontos, e está tudo bem.

— Margaret, preste atenção — sussurrou Dulce. — Christopher é meu melhor amigo e eu sou a melhor amiga dele. Sim, nós nos amamos, mas não… não de forma romântica, não estamos apaixonados, apenas amor de amigos. Não vamos nos casar porque a paixão não existe.

— Minha criança — começou Margaret. — Eu estava nesta mesma sala há vinte e seis anos quando Christopher nasceu. Conheço e amo esse menino como se fosse meu próprio filho.

Continuou:

— Christopher tem os expressivos olhos Uckermann. Eu o vi falando com você, olhando para você. Oh, sim, Dulce, nosso Christopher está definitivamente apaixonado, não importa o que diga. Isso não significa que ele esteja ciente da profundidade das emoções por você, ainda, mas…

— Não, não, não — declarou Dulce. — Não quero parecer desrespeitosa, Margaret, mas está muito enganada. Christopher e eu somos bons amigos… nada mais. Isto… aconteceu sem querermos — afirmou, indicando o abdome. — E repito… Christopher e eu somos bons amigos, os melhores, camaradas, parceiros. Ponto final.

— Hum… A questão, Dulce, é que meu querido Robert também é meu melhor amigo, assim como minha alma gêmea.

— Sua família tem uma abordagem estranha sobre esse assunto — comentou Dulce, intrigada. — Realmente, inusitada.

Christopher exclamou do outro lado da sala:

— Vejam quem encontrei nessa roupa verde de centro cirúrgico, pessoal! Senhoras e senhores, apresento meu irmão Jack, o mais novo papai deste clã. Oh, e aqui está minha mana caçula, Annie, direto da sala de parto também.

Abriu um sorriso largo.

— É um menino, claro. Porque eu disse que seria, pesa três quilos e trezentos e setenta e seis gramas. Jennifer foi fantástica, o bebê não pára de chorar. Eu… — Emocionou-se. — Eu me sinto abençoado.

— Qual é o nome, filho? — indagou Ralph.

— Ele se chama Jason. — Jack olhou para Christopher.

— Joey e Jason. Soa bem. E, ele é Jason… Christopher… Uckermann.

Richard arregalou os olhos, brilhantes de repente.

— Você… vai batizar o seu filho com o meu nome? Ah, Jack, nem sei o que dizer. É… quero dizer… obrigado. — Olhou ao redor. — Ei, Dul, onde você está? Ouviu isso? Jennifer e Jack vão batizar o bebê de Jason Christopher Uckermann.

Dulce aproximou-se de Christopher. Ele pousou o braço em seus ombros delicados e a apertou contra si.

— Não é demais? — indagou Christopher.

— Demais — confirmou ela, sorrindo.

Todos fitaram o par, enquanto eles continuavam sorrindo um para o outro.

— Bem! — Margaret colocou-se diante de Dulce e Christopher. — Quando poderemos ver Jason Christopher? Jack? Anahí?

— Vou verificar — declarou a médica. — Enquanto isso, podem abraçar o novo papai, pessoal. Ele se comportou muito bem lá dentro. Para Jennifer, nada de visitas esta noite, exceto para Jack, mas Jason Christopher estará no berçário. Volto em um minuto.

Jack levou muitos abraços, apertos de mão e tapas nas costas, e as conversas paralelas recomeçaram. Quando Christopher soltou Dulce para dar um grande abraço no irmão, Margaret aproximou-se dela.

— Christopher definitivamente está apaixonado — sussurrou Margaret. — Agora, você precisa descobrir como se sente em relação a ele naquele tempo que ainda tem, antes que ele descubra a verdade de seus próprios sentimentos.

— Mas…

— Não se apresse, querida — tranqüilizou Margaret. — O tempo guarda todas as respostas.

— Mas…

— Jason Christopher Uckermann está pronto para receber a visita dos parentes — avisou Annie, da porta.

— Mas… — Dulce viu Margaret se afastar. — Está enganada e… — Suspirou. — Ah, não importa.

— Vamos, Dul! — chamou Richard. — Vamos conhecer meu xará.

Jason Christopher Uckermann era lindo, avaliou Dulce, quando chegou sua vez de vê-lo pela vitrine do berçário. Tão perfeito. Tinha cabelos loiro avermelhados, bochechas rosadas e era tão bonito. Além de pequenino. Nunca percebera antes como os recém-nascidos eram pequenos.

— O que você acha? — indagou Christopher. — Garotão, hein?

— Sim, é lindo — concordou Dulce. — Mas é tão pequeno, Christopher, e indefeso e… Como é possível segurar uma criança tão pequena sem amassá-la?

— Com muito cuidado, acho — ponderou ele, risonho. — Não sei, Dul. O instinto natural entra em ação e a coisa vai. — Deu de ombros. — Não pode ser tão difícil. Até Christian conseguiu ajudar a cuidar das trigêmeas quando elas eram pequenas sem quebrá-las.

— Ouvi isso, Christopher! — protestou Christian. — Devo informar que já era profissional uma semana após a chegada das meninas em casa. Ora, deve haver algum tipo de aposta que eu possa promover sobre a proficiência dos novos papais. Hum. Vou pensar nisso.

— Digam boa noite a Jason Christopher, pessoal — avisou Annie. — A hora de visita acabou. Jack, vá dar um beijo na sua esposa. Eu vou para casa dar as boas-novas a Poncho. Até para todos.

Continua...