Fanfic: Meu amigo, meu amor... {terminada}

Três horas depois, Dulce abriu os olhos e imaginou vagamente por que despertara. No momento seguinte, perdeu o fôlego ante a dor que lhe atravessou o corpo.

Quando a pontada diminuiu, respirou fundo e tentou se acalmar.

O que quer que fosse, acabara. Podia relaxar e voltar a dormir…

— Oh! — exclamou, ao sentir outra pontada atroz.

Agarrou-se ao cobertor com força até a agonia terminar e, então, sentou-se na cama. Ao levantar-se, um fluxo de líquido ensopou sua camisola e o carpete.

— Oh, céus, não! — sussurrou. — A bolsa de água se rompeu. — Levou a mão à barriga. — Ângela, não, ainda não, querida. É muito cedo. Você não pode chegar ainda. Christopher. Oh, céus, Christopher, preciso de você. Por favor, Christopher.

Acalme-se, Dulce, convenceu-se, enquanto acendia a luz.

Sentou-se na beirada da cama, abriu a agenda e pegou o telefone, trêmula. Teclou os números, errou, lamuriou-se e tentou mais uma vez. Annie atendeu logo:

— Dra. Uckermann.

— Annie? É Dulce. Oh, Annie, minha bolsa de água se rompeu e estou tendo dores agudas, é muito cedo para Ângela nascer e…

— Calma, calma. Peça a Christopher para levá-la ao hospital imediatamente. A gente se encontra lá.

— Christopher não está aqui… Teve de ir a São Francisco rápido. Ele não está aqui, Annie!

— Está bem. Dulce, não se desespere, ouviu? Vou mandar uma ambulância aí. É o modo mais seguro. Destranque a porta para que os paramédicos possam entrar. Não se incomode em se vestir, apenas troque a camisola. Está entendendo?

— Destranque a porta. Camisola nova — repetiu Dulce, assentindo. — Mas e o bebê? Ela não devia nascer ainda, Annie.

— Ângela obviamente não quer perder a festa de Natal — brincou Annie. — Vou estar com a equipe especializada em alerta, Dul. Ângela vai receber o melhor atendimento possível, prometo. Agora, desligue para darmos início ao show.

— Está bem… até.

Dulce desligou o telefone e abraçou-se quando outra contração começou. Depois que a dor diminuiu, fez outra ligação telefônica. Dali a minutos, chorava enquanto Christopher se afligia na outra ponta da linha:

— Como?!

— Christopher, o bebê está chegando. Agora. A bolsa de água se rompeu, e Annie vai mandar uma ambulância, mas estou tão assustada porque ainda é muito cedo. Não está na hora, Christopher, ela vai nascer tão pequena e…

— Dulce, tem certeza de que… Ah, raios, claro que tem. A bolsa de água se rompeu. Estou voltando… de algum modo. Vou pegar um avião nem que tenha de seqüestrar um. Oh, céus, Dul, lamento não estar aí com você. Eu… lamento tanto, Dul! Eu te amo, estarei aí o mais rápido possível, e Ângela vai ficar bem… você vai ver. Eu te amo, Dulce, de todo o coração.

— Também te amo, Christopher — respondeu Dulce, chorando bastante. — Te amo muito. Preciso de você aqui comigo, porque você é minha alma gêmea, este é o nosso bebê, e… apresse-se, Christopher. Por favor!

— Estou indo! — exclamou ele, e desligou.

— Seu papai está vindo — murmurou Dulce, soluçando. — Ele está a caminho para nos ajudar, Ângela. Destranque a porta. Troque a camisola. Eu posso fazer isso. E Christopher vai chegar… logo.

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