Fanfic: Meu amigo, meu amor... {terminada}

- Dulce, sem dúvida alguma, você está… grávida. - A dra. Anahí Uckermann cruzou os braços sobre o prontuário médico e fitou Dulce sentada de frente para a escrivaninha no consultório.

— Dulce ? — chamou Annie, erguendo o sobrolho.

— Ai, estava esperando você acabar a piada, Annie. Na verdade, você não fez direito. Devia ter dito: "Sra.Saviñon, tenho boas notícias", aí, eu diria "É srta. Saviñon", e então você se corrigiria dizendo: "Srta.Saviñon, tenho más notícias".

Deu de ombros.

— Tudo bem. Sou igualmente péssima para contar piadas. — Fez uma pausa. — Então! O que há de errado comigo? Por que estou me sentindo tão cansada e tão enjoada?

E persistia na atitude de negação:

— Oh, antes que me esqueça, obrigada por ter me atendido hoje. O médico com quem me trato desde que nasci partiu em um cruzeiro para… bem, ele está muito longe daqui. Não consigo me lembrar do destino de todos os clientes.

Annie recostou-se na cadeira.

— Não tentei contar uma piada. Você… realmente…está… grávida. Com cerca de quatro semanas de gestação é normal sentir-se cansada e ter enjôos matinais… que no seu caso parecem durar o dia todo. Dulce inclinou-se para a frente.

— Como? Estou o quê de quatro semanas?

— Grávida — repetiu a médica. — Esperando um bebê. Com um pãozinho no forno. — Ergueu as mãos. — De quantas formas mais quer que eu descreva?

Dulce levantou-se.

— Não é possível. Com certeza, não estou grávida, Anahí Uckermann. Como pode sugerir tal coisa? Está enganada. Entendo que você e Alfonso vão finalmente se casar amanhã, após um "zilhão" de adiamentos, mas precisa se concentrar no trabalho enquanto medica. Você errou, Annie, mas eu a perdôo.

— Dulce, por favor, sente-se. – Dulce largou-se na cadeira.

— Eu tomo pílula, lembra-se? Ninguém fica grávida tomando pílula, Dra. Uckermann.

— Sim, engravida-se, srta. Saviñon — informou Annie. — Saiba que antibióticos anulam o efeito das pílulas anticoncepcionais. Você me disse que tomou antibiótico para uma infecção nasal há um mês. Essa informação, mais a análise de seu ciclo… além do teste e do exame que fiz… De quantas evidências mais precisa? Você está grávida.

— Que absurdo. —Dulce arregalou os olhos e sentiu um vazio no estômago. — Eu vou ter um bebê?

— Finalmente — aliviou-se a médica. — Parece que se convenceu. Sim, minha amiga, você vai ter um bebê.

Annie levantou-se e contornou a mesa. Puxou uma segunda cadeira para perto de Dulce, sentou-se e tomou-lhe as mãos.

— Parece que foi totalmente inesperado, não é? Dulce a fitou de olhos arregalados.

— Não acredito. Bem, quero dizer, eu acredito, mas… não acredito!

Annie soltou-lhe as mãos e deu tapinhas no joelho, consoladora.

— É verdade, Dulce— reafirmou. — Não precisa tomar decisão nenhuma hoje em relação à gravidez, mas está ciente, tenho certeza, das várias opções que tem. Claro, é preciso considerar a opinião do pai, caso opte por lhe contar o fato.

— O… pai… do bebê? — sussurrou Dulce. Christopher. Oh, céus, estava grávida do filho de Christopher Uckermann. — Não é possível!

Annie riu.

— Está parecendo um disco quebrado. — Ficou séria novamente. —Dul, por favor, não se ofenda, mas tenho de perguntar. Você sabe quem é o pai?

— Sim, sei quem ele é. Não tenho propriamente uma longa lista de amantes batendo na minha porta,Annie. — suspirou. — Céus, que bagunça, que desastre, que catástrofe, que…

— Pare — ordenou Annie. — Entendi. Não está entusiasmada com essa gravidez.

Dulce pousou as duas mãos sobre o estômago e sorriu.

— Um bebê — murmurou, maravilhada. — Um milagre. Aninhado em mim. Crescendo, sendo nutrido, mesmo enquanto falamos. Não é incrível? Imagino se é menino ou menina. Oh, céus, um pinguinho de gente… Annie, vou ser mãe. Vou ter um bebê.

A médica sorriu.

— Quer dizer que vai ter o bebê?

— Oh, sim, claro que vou! — confirmou Dulce. — Estou tão excitada. Não, na verdade, estou aterrorizada. — Agitou as mãos. — Mas não se preocupe. Só preciso de um tempo para me acostumar à idéia, só isso, e então a sensação de terror vai passar… espero.

— Essas emoções conflitantes são compreensíveis. — Annie fez uma pausa. — Vamos voltar à questão do pai, sim?

— Oh, não. — Dulce meneou a cabeça. “É o seu irmão Christopher, Annie. Que tal esta como novidade?” — Não quero discutir sobre ele.

— Por que não? Acha que ele não vai dar apoio?

— Ele vai dar, sim, mas não a mim — declarou Dulce. — E muito complicado, Annie, e não quero falar nisso agora.

— Tudo bem… por enquanto, mas a questão da paternidade não vai desaparecer só porque… você não se sente confortável de alguma forma. Sabe que estou aqui, se quiser conversar. Devo mandar o resultado dos exames para o consultório do seu médico regular?

— Não, prefiro que você seja minha médica daqui para a frente — decidiu Dulce. — Sei que não está pegando novas pacientes, porque reduziu seu horário para ficar mais tempo com seu filho Andy, mas, por favor, Annie, diga que vai ser a minha obstetra.

— Sim, claro que serei.

— Obrigada. Andy vai estar no casamento, amanhã?

— Sim, claro — afirmou Annie, sorrindo. —Poncho e eu compramos uma roupinha linda para ele. A outra boa novidade é que já falamos com a assistente social hoje cedo, e todos os documentos estão prontos para Poncho adotar Andy assim que nos casarmos. Seremos todos Herrera, embora eu vá manter o Uckermann profissionalmente. E menos confuso para minhas pacientes. Annie expressou perspicácia ao prosseguir:

— E estamos saindo da questão do pai do seu bebê, conversando sobre o pai do meu bebê. Sei que não quer falar sobre o pai do bebê, mas… como planeja sustentar a criança? E não acha que o homem tem o direito de saber que vai ser pai?

— Não. Sim. Bem, acho que sim — titubeou Dulce, confusa. — Sim, suponho que ele deva saber.

Além disso, pensou Dulce, seria impossível esconder o fato, já que era vizinha do homem. O pai de seu bebê…Christopher Uckermann. Oh, céus, não conseguia acreditar!

Uma noite. Uma. Fizera amor com Chrsitopher só naquela noite e… bingo… engravidara. Só uma única noite de amor gloriosa e…

Como contaria tudo a Christopher? Ele teria um ataque nervoso, com certeza. Ela não devia ser a mãe do filho dele… devia ser só a melhor amiga, a camarada, a parceira.

— Bem — concluiu Annie, levantando-se. — Tenho outra paciente aguardando. Vou prescrever algumas vitaminas pré-natais e mais algumas orientações que organizei para futuras mamães. Se tiver dúvidas, ligue.

E finalizou:

— Marque consulta para daqui a um mês. Quanto ao enjôo, há dicas no material que vou lhe fornecer.

Dulce levantou-se, e Annie a abraçou.

— Parabéns — cumprimentou a médica. — Posso dizer isso, agora que sei que quer esse bebê. — Tomou o rosto da cliente. — Lembre-se, Dulce, não importa como o pai da criança reaja, você não está sozinha.

Praticamente, já pertence à família Uckermann, e todos iremos apoiá-la.

— Quero que saiba disso, principalmente com seus pais fora de Ventura e sem data para voltar das férias na Grécia. Sua gravidez é um assunto confidencial entre nós, mas, quando chegar a hora, os Uckermann estarão todos lá com você. —Dulce quase riu histérica, e a médica se preocupou: — Perdi algo?

— Não, não. Bobagem. Só me lembrei de uma piada. —Dulce fechou os olhos e meneou a cabeça. — Bem, até o casamento amanhã. Tem certeza de que vai se casar amanhã, não é?

Annie riu.

— Sim. Claro que tenho! Todos têm sido tão pacientes com os adiamentos. Mas o grande dia finalmente chegou. Poncho e eu vamos nos casar na sala da nossa nova casa maravilhosa, exatamente da maneira como queríamos. É perfeito.

— Bem — declarou Dulce, alisando o vestido. — Acho que Christopher deve estar voltando de Detroit agora, e poderá comparecer à cerimônia.

— E melhor que compareça, se quiser comemorar o próximo aniversário — declarou Annie. — Tenho de me apressar. Passe na recepção, marque a próxima consulta e pegue o material com Lucy. Até amanhã, Dulce.

Beijos queridas, até amanhã!!!