Fanfic: Fenômenos Paranormais - Portiñón | Tema: Sobrenatural/Mistério e RBD/1D

Ironicamente, tudo que a Anahí tinha trazido para o hospício eram livros de terror e lendas, então era tudo o que ela tinha para se distrair, já que seu celular tinha descarregado e ela não iria descer para carregar de jeito nenhum.

Então ela pegou um livro sobre demonologia e começou a ler.

“Humanos com alma maligna são escolhidos por demônios para se tornarem novos demônios.”

“Humanos que se tornaram demônios só podem ser salvo pelo amor verdadeiro, porque não existe tal coisa.”

Anahí ouviu estrondos e fechou o livro. Definitivamente, ela odiava aquele lugar. Nunca devia ter aceitado o que Alfonso disse, ela nunca devia ter sido tão gananciosa.

- Ugh, que tédio. Bem que você podia falar, Nugget. – Ela murmurou e tomou um gole de água.

- Eu falo, idiota. – O gato disse e Anahí cuspiu toda a sua bebida em cima do gato.

- Pelo menos essa hora da madrugada, eu falo. – Continuou.

- SOCORRO, O GATO É DO DEMÔNIO MESMO! EXORCISTA, SAI CAPETA, VOLTA PARA O INFERNO, SATANÁS!

- Eu não sou do demônio, caralho, eu sou um libertador de demônios, é diferente. E meu nome não é Nugget. – Revirou os olhos e começou a morfar, ganhar características humanas até se tornar um ser humano.

- O QUÊ?! – O livro de Anahí folheou as páginas sozinho e parou em uma definição.

- Leia, por favor. – O agora garoto se encostou na parede.

“Libertadores de demônios são animais escolhidos pelas trevas para liberarem demônios pelos seus olhos e serem fiéis ajudantes dos mesmos, como recompensa, podem falar e transformar em humanos todo o horário das três da manhã.”

- Era só o que me faltava, o que mais vai ter aqui? Unicórnios? – Anahí bufou.

- Quem dera. – O garoto riu.

- Pera, fiéis escudeiros? Então, você é do demônio mesmo. – A menina fez uma cruz com os dedos.

- Eu sou fiel a minha dona, não me importo com você. Ela não me mandou fazer nada, nunca manda, ela sempre tem mania de fazer tudo sozinha. – Ele revirou os olhos.

- E quem seria sua dona? – Anahí arqueou uma sobrancelha.

- O que te faz pensar que eu diria? – Ele riu.

- Como você é grosso, Nugget – Ela reclamou.

- Meu nome é Christopher para começar, e eu não sou grosso, eu só não gasto minhas palavras com quem não merece. – Lambeu as costas de sua mão distraidamente.

- Nossa, obrigada. – A menor sorriu irônica.

- Por nada. – Ele riu e se aproximou, se esparramando na cama.

- Porra, como você é folgado. – Anahí se espremeu na cama.

- Eu sou um gato. – Sorriu inocente.

- Você bem que podia me dar umas respostas, sabe. – Ela começou.

- Nope. – O maior respondeu.

- Eu tenho peixe.

- Eu não sinto fome.

- Eu faço carinho em você.

- Minha dona já faz isso.

- Sua dona é uma demônia.

- Você nem sabe quem é.

- Mas sei que é uma demônia. – Anahí fez uma pausa. – Uh, eu te deixo escutar música.

- O que é isso? – Christopher pareceu se interessar

- É uma coisa muito maravilhosa. – Sorriu pegando o celular de Angelique e conectando os fones.

Christopher se aproximou e olhou o objeto curiosamente.

- É de comer? – Inclinou a cabeça para a direita e se sentou como um gato ao lado da garota.

- Nope, coloca na sua orelha – Ela riu.

- O que é orelha? – Perguntou de novo.

- Ai Deus, eu pensei que gatos fossem mais inteligentes. – Anahí bufou e colocou um lado do fone na orelha de Christopher.

- E agora? – Sorriu animado.

- Agora, apenas escute. – A garota selecionou “You Found Me” do The Fray.

- Mas o q... – Ele não conseguiu falar, o semi-humano estava maravilhado.

- Lindo, huh? – Anahí riu.

- Yeah. – Suspirou.

- Agora, você me deve informações.

[...]

Harry Styles tentava acordar o garoto desmaiado.

Angelique e Alfonso estavam estáticos.

- Ele não acorda. – Harry choramingou.

- H-Harry? – Alfonso foi o primeiro a se pronunciar.

- Todos nós vamos sair daqui quando nós estivermos melhores, não se preocupem. – O garoto de olhos verdes sorriu insano e continuou tentando acordar Louis.

- Uh? – Louis acordou e deu de cara com o vlogger.

- Você está bem? Eu sinto muito. – Perguntou.

- E-Eu estou... – O garoto de olhos azuis estava quase sem palavras.

- Como você sobrevive aqui, Harry? – Angelique perguntou.

- O gosto dos ratos é ruim no começo, mas você acostuma. – Deu de ombros. O garoto estava magro, suas maçãs do rosto estavam esqueléticas, olheiras enormes descansavam embaixo de seus olhos.

- E-Eu vou voltar para casa. – Se arrastou até um velho armário.

- De jeito nenhum! Nós temos comida de verdade, você vem com a gente. – Alfonso se pronunciou.

- N-Não, eles vão me achar e me torturar mais. – Sussurrou.

- Não, ninguém vai te torturar, não enquanto a gente estiver aqui. – Angelique tocou o braço do garoto, ele recuou assustado.

- Harry, vamos. – Louis se sentou, ainda atordoado, mas de jeito nenhum ele ia deixar um garoto assustado, faminto e desidratado ali sozinho.

- N-Não. – Harry abraçou os joelhos.

- Plano B. – Alfonso e Angelique deram de ombros e pegaram o garoto no colo, Louis se levantou e os seguiu.

Harry estava quieto, não dizia uma palavra, só chorava silenciosamente nos braços dos dois amigos.

[...]

- Porra, Nugget, faz um tempão que você está ouvindo essa merda dessa música. – Anahí bufou.

- Eu gostei dela. – O garoto balançava a cabeça ao som de “Baby” do Justin Bieber.

- E você ainda não me disse nada. – A menor reclamou.

- Eu não posso. – Deu de ombros.

- Ugh, pelo menos o seu cabelo é macio. – Acariciou os cabelos castanhos de Christopher, que ronronou e fechou os olhos.

- Que horas são? – O menino-gato perguntou.

- 3:50. – Anahí respondeu.

- Urg, só mais 10 minutos. – O maior suspirou.

E os dez minutos se passaram com Anahí tentando explicar para ele o que significava “Colar velcro”.

- Que nojo. – Mostrou a língua assim que ele entendeu o que significava.

- Você não reclamaria se soubesse como é o sentimento. – Anahí riu.

- Eu nem gosto de mulher, eu hein. – Fez um som de chiado.

- Como você sabe? – A menor arqueou uma sobrancelha.

- Eu sei de tudo, eu sou o demônio. – O gato piscou. – Tecnicamente, eu sou gato de demônio, mas um gato pode sonhar. – Ele se corrigiu.

- Que horas são agora?

- 3:59. – Anahí suspirou. Christopher era tão inocente e fofo que chegava a ser engraçado, ela não queria que ele fosse embora.

- Eu tenho que ir, obrigado por me mostrar essa coisa de colocar no ouvido. – Christopher tirou os fones e esfregou sua cabeça no ombro da garota.

- Sem problemas, Nugget, boa noite.

E as 4 da manhã chegaram.

E Christopher virou Nugget novamente, soltou um miado feliz para Anahí e saiu do quarto.

- Eu ainda vou enlouquecer nesse lugar... – Anahí pensou alto.

[...]

Alfonso e Angelique soltaram Harry no quarto de Louis, o garoto se recusou a ficar na cama, então o deixaram ficar no chão.

- Hey, toma, é comida. – Louis entregou uma barrinha de cereal pra ele.

- C-Comida? De verdade? – Seus olhos brilharam.

- Sim. – Sorriu.

Harry tentou abrir a embalagem, falhando miseravelmente, sua fraqueza o impediu de conseguir rasgar um mísero pacote de barras de cereal.

Louis suspirou e abriu a embalagem para ele, que comeu tudo quase de uma vez, a expressão satisfeita do garoto deixou os 3 amigos horrorizados, quanto tempo fazia que ele não comia comida de verdade?

- Acho que o Louis tem o controle, Angelique. Vem, vamos. – Alfonso riu e puxou Angelique para longe do quarto.

O caminho pelo corredor foi cheio de ruídos e risadas lunáticas, Angelique estava genuinamente assustada, ela estava sem lanterna e câmera, não estava enxergando em nada. Alfonso tinha ficado em um quarto portas atrás, ela estava sozinha e se sentindo observada.

Angelique chegou no seu quarto e deu de cara com Maite, ela soltou um grito de susto.

- MAY? – Maite se assustou e virou para ela.

- Ah... O-Oi Angelique. – Gaguejou.

- O que você está fazendo aqui? – A menor perguntou, horrorizada.

- Eu fiquei presa, então resolvi passar a noite. – Maite contou.

- May, isso no seu rosto... – Angelique chegou perto e tocou a bochecha gelada da maior, um arranhão.

- Você devia se orgulhar de mim, dessa vez eu não fiz o que eles queriam. – A maior choramingou.

- Ah, Maite. – Ela suspirou e abraçou a garota, novamente não sentiu a mesma nos seus braços, só aquele frio extremo.

- Eu não vou deixar isso acontecer de novo, da próxima vez eu vou arrombar a porta dos seus superiores e vou encher eles de porrada. – Ameaçou enquanto envolvia o rosto da maior nas suas mãos.

- Você não faria isso, você não pode. – Maite sussurrou tristemente.

- Ah, eu posso, eu iria até o inferno atrás deles. – A menor retrucou.

- Isso é bem fofo. – Maite sussurrou ainda mais baixo.

Angelique apenas sorriu e se aproximou. Devia ser a primeira garota que ela ia beijar na vida, mas, de repente, o clima tenso sumiu e tudo estava calmo. Ela sentiu os lábios de Maite nos seus, e em vez de gelo, sentiu fogo.

Maite também se assustou, fazia anos que ela não sentia alguma coisa, e ela havia sentido algo. Um sentimento real, um toque.

Elas pararam o beijo e as duas estavam de olhos arregalados.

- Eu senti alguma coisa.

- Eu beijei uma garota.

[...]

Alfonso se jogou na cama desconfortável de ferro e se assustou quando sentiu uma coisa peluda se aconchegar nele.

- Ah, oi Nugget. – Riu e se aconchegou no gatinho. Ele parecia um travesseiro, era quente e confortável.

- Você é bem confortável. – O moreno comentou, fazendo com que o gato ronronasse sonolento.

[...]

Harry já tinha comido todas as barrinhas de cereal e bebido três garrafas de água, ele parecia mais calmo, mas ainda estava assustado.

- O-Obrigado. – Sorriu tímido, suas covinhas haviam sumido graças a magreza do seu rosto.

- Que isso, mas nós temos um problema: A cama é bem pequena. – Louis respondeu.

- E-Eu fico no chão. – Harry começou a se deitar.

- Nem a pau, colega, anda, para a cama. Já! – O menor repreendeu, Harry soltou um gemido assustado e subiu na cama.

- Eu não vou te machucar, você sabe. – Louis comentou.

- Eu não posso confiar em ninguém. Ninguém. – Harry choramingou.

O silêncio reinou. Louis estava sentado no chão e Harry estava de olhos arregalados, ainda sem dormir.

- Step one you say we need to talk... – Louis começa a cantar baixinho.

He walks you say, “sit down, it’s a just a talk”

He smiles politely back at you.

You stare politely right on through.

Some sort of window to your right.

A voz suave do menino cantarolava distraidamente.

As he goes left and you stay right.

Between the lines of fear and blame.

And you begin to wonder why you came.

Louis sorri ao lembrar a melodia da música e canta o refrão um pouco mais alto.

Where did I go wrong? I lost a friend.

Somewhere along in the bitterness.

I would have stayed up with you all night.

Had I known how to save a life.

Louis parou e olhou para o menino em cima da cama, Harry tinha adormecido.

Louis se deitou na cama com cuidado para não assustar o garoto de olhos verdes, que agora dormia calmamente, e adormeceu junto com o vlogger.

[...]

Angelique acordou sozinha, Maite não estava ali, como ela estava quando adormeceram.

- Por que você tem que ir embora sempre? – Angelique se perguntou e abraçou seu travesseiro antes de voltar a dormir.

[...]

Anahí acordou cedo naquela manhã, se lembrou do que Angelique tinha visto, pegou suas coisas e foi chamar os amigos.

*Câmera da Anahí ligada*

- Alfonso e Louis resolveram ficar. Alfonso quer filmar mais, e Louis está tentando convencer um amigo novo dele que é seguro sair, enfim. – A garota contou.

- Alfonso tem probleminha, esse lugar é do capeta. – Angelique comentou enquanto as duas desciam as escadas.

[...]

- Angel, quantas vezes a gente já passou por essa janela? – Anahí começou a ficar ofegante.

- Não, não, NÃO, NÃO! – Angelique gritou e jogou seu corpo contra a janela, nem um arranhão.

- ISSO NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO! – Anahí gritou. – ALFONSO, LOUIS! – Anahí começou a chorar.

Alfonso foi o primeiro a aparecer, Nugget dormia no seu ombro, Louis apareceu com o garoto de olhos verdes ao seu lado.

- NÃO TEM SAÍDA! – Angelique gritou.

- Puta merda. – Alfonso xingou.

- E o seu amigo, Alfonso? Ele vai nos tirar daqui, certo? – Louis estremeceu.

- Ele sabe mexer em dimensões, se acalmem, ele vai nos tirar daqui. – O garoto tranquilizou os amigos e acariciou a cabeça do gatinho.

*Câmera da Anahí desligada*

Aquilo foi o suficiente para assustar todos ali, no fundo, eles sabiam que se o plano de Alfonso não funcionasse, eles estariam presos ali. Anahí era a mais afetada por aquilo, ela estava chorando fazia tantas horas que já havia anoitecido e o escuro começava a predominar no quarto.

Um barulho fez a garota parar de chorar e ficar em estado de alerta.

De repente, Nugget estava ali, seus olhos dilataram e a garota sem olhos estava ali novamente.

Anahí comparou a foto na mesinha ao lado do demônio com a garota ali e se assustou mais ainda.

Aquela era Dulce María Saviñón.

- Prepare-se para sentir a maior dor que você já sentiu na sua vida. – Rosnou e pulou em cima da garota.

Anahí começou a sentir como se sua pele estivesse sendo rasgada aos poucos e um fogo estivesse queimando as feridas ao mesmo tempo que álcool era jogado ali. Ela começou a agonizar de dor, enquanto tudo ia ficando preto.

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Atualização dupla! Espero que vocês estejam gostando da história