Fanfic: Fenômenos Paranormais - Portiñón | Tema: Sobrenatural/Mistério e RBD/1D

Angelique chorou por horas nos braços de Maite, soluçava, ela estava sensível, o medo e a raiva de ter sido enganada a deixaram assim.

- Eu sinto muito Angelique, eu sinto muito. – Era tudo o que Maite conseguia dizer. Ela estava um pouco confusa, ela não tocava em alguém fazia 100 anos, mas achou aceitável depositar pequenos beijos no topo da cabeça da menor e acariciar o seu cabelo.

- Por que você mentiu para mim? – Angelique perguntou.

- Oi, eu sou a Maite, eu estou morta, quer ficar? – Maite revirou os olhos.

- Não cite American Horror Story, isso não vai me deixar menos puta! – A menor ralhou.

- American Horror o quê? – A morena arqueou uma sobrancelha.

- Ah, esqueci que você nem deve saber o que é uma televisão. – Angelique riu.

- Eu não podia, Angelique, mas eu precisava conversar com alguém, é solitário aqui quando a Dulce fica estressada. – Maite confessou.

- Dulce? – Angelique levantou a cabeça.

- É, ela é minha única companhia aqui, bom, ela e o Christopher. – Deu de ombros.

- Se você me explicar isso direito eu fico bem menos puta com você. – A menor sorriu inocentemente.

- Eu vou explicar o que eu posso explicar. – Angelique avisou.

- Por mim tudo bem.

[...]

- Quantas vezes você já procurou por eles? – O garoto de olhos verdes falou uma palavra pela primeira vez em vários minutos.

- Umas sete, eles não estão aqui. Merda. – Louis entrou no quarto com Harry ao seu lado.

- As dimensões devem ter se separado, eu e você ficamos em uma, e eles em outra. – Disse como se fosse a coisa mais normal do mundo.

- ENTÃO NÓS ESTAMOS PRESOS AQUI SOZINHOS? – O menor gritou.

- Uh, basicamente. – Deu de ombros calmamente e se encolheu em um canto com os gritos de Louis, Harry era muito sensível a gritos.

- Harry, como a gente vai sair daqui? – Arregalou os olhos.

- Não tem saída, a menos que nós fiquemos melhores. – Harry deu aquele sorriso

- Melhores?

- Sim, os demônios não nos prenderam aqui, eles nos internaram aqui. Eles vão nos enlouquecer até as nossas almas ficarem tão frágeis, que os nossos demônios internos vão queimá-las e nós seremos os novos demônios. – Disse quase em um sussurro e abraçou os joelhos.

Louis ficou tão atordoado que se sentou na cama e tentou processar o que Harry tinha dito.

[...]

- Procura melhor, Christopher! – Alfonso reclamou.

- Nós mudamos de dimensão, Alfonso, encare. – O garoto-gato falou calmamente.

- Eu me recuso a acreditar nisso. – O moreno disse, mas suas pernas estavam tão cansadas que ele entrou no seu quarto novamente e se sentou na cama.

- Você está preso aqui. – O maior deu de ombros.

- E você não? – Alfonso arqueou uma sobrancelha.

- Eu sou gato do demônio, babe, eu posso viajar nas dimensões. – Christopher lançou um beijo no ar e se sentou como um gato ao lado de Alfonso.

- Eu não acredito que você é um gato. – O moreno grunhiu.

- Vou ter que me transformar em gato de novo para você acreditar? – Christopher lambeu as costas da sua mão.

- Não, eu gosto da sua versão humana. – Alfonso riu.

- O que é isso nos seus olhos? – O gato mudou de assunto.

- Isso? – Apontou para seus óculos e Christopher assentiu.

- São óculos, eles me ajudam a enxergar melhor. – Alfonso explicou.

- É difícil de colocar? – O maior inclinou a cabeça para um lado.

- Nope, olha só. – O moreno tirou seus óculos e colocou no rosto do menino gato.

- Eu estou vendo tudo esquisito. – Fez bico.

- É porque esses óculos foram feitos pra mim. – Alfonso riu e pegou seus óculos de volta.

- Eu estou com sono. – Christopher reclamou e se espreguiçou.

- Boa noite então. – Alfonso disse e se deitou de barriga pra cima.

- Boa noite, Alfonso. – O gato se enrolou no estomago de Alfonso.

- Você podia se transformar em gato, sabe, você é bem pesado. – Alfonso reclamou.

- Está me chamando de gordo? – Christopher estreitou os olhos.

- Estou te chamando de pesado. – O moreno clarificou.

- Tudo bem, boa noite. – Christopher esfregou sua cabeça no estomago de Alfonso e se tornou um gato novamente.

[...]

Eram 5 da manhã, e Anahí já sabia pra onde ir.

Ela seguiu os lamentos e encontrou Dulce chorando enquanto abraçava os seus joelhos. Aquela cena até a deixava com um pouco de pena, mas Anahí não podia esquecer que a garota na sua frente era um demônio perigoso.

- Oi? – Anahí se sentou do lado de Dulce.

- Veio me dar outro tapa? – A garota soluçou.

- Hoje não, talvez amanhã. – Deu de ombros.

- É um avanço. – Dulce sorriu fraco e enxugou os olhos.

- Seus olhos são bonitos quando eles não estão queimados. – Anahí comentou.

- Obrigada. – A maior sorriu tímida.

- Eu acho que fiquei presa em outra dimensão, li sobre isso ontem. – A menor comentou.

- Provável que sim, as dimensões aqui mudam muito. – Concordou.

Anahí analisou as roupas de Dulce, ela não parecia alguém que nasceu em 1896, ela usava jeans colados e um suéter branco, então resolveu perguntar.

- Por que suas roupas não são esquisitas?

- Eu evoluo junto com esse lugar, Anahí, minhas roupas mudam. – Dulce respondeu.

- Urg, meu sinal mal pega aqui. – Anahí reclamou enquanto olhava a tela do seu celular.

- Isso é uma dimensão sobrenatural, idiota, não tem certo nem errado, com sinal ou sem sinal, a sua caixinha mágica funciona aqui. – A maior revirou os olhos.

- Caixinha mágica? – A garota de olhos castanhos arqueou uma sobrancelha.

- Essa coisa aí. – Dulce apontou timidamente para o celular.

- O meu celular? – Anahí riu.

- É, isso aí. O que isso faz, afinal?

- Muita coisa, no momento eu queria ver um filme, mas o 3G não está facilitando. – Anahí grunhiu.

- Se eu me tornei humana agora, sua caixinha provavelmente tem sinal, seja lá o que isso significa. – Dulce disse.

Anahí entrou na sua conta da Netflix sem dificuldade nenhuma.

- Ai. Meu. Deus. – Ela surtou.

- De nada. – A maior revirou os olhos.

- OBRIGADA! – Anahí gritou e se jogou nos braços do demônio, sim, ela estava tão desesperada por um filme que abraçou um demônio.

- De nada...? – Dulce repetiu e a abraçou de volta com cuidado, ela sabia que se tocasse muito intensamente em Anahí, podia acabar queimando a garota.

- O que é isso na sua caixinha afinal? – O demônia/humana apontou para a tela do celular.

- Um filme. – Anahí respondeu.

- Parece a vida real. – Os olhos de Dulce brilharam.

- Acho que não tinha filme colorido no seu tempo, vovó. – Anahí riu.

- Quieta, eu tenho 18 anos até alguém ousar dizer o contrário. – Dulce respondeu. – Mas não tinha filme colorido não. – Ela completou.

- Claro que não tinha. – Anahí riu e voltou a dar play no filme, Dulce se assustou com o toque dela na touchscreen e caiu pra trás.

- MEU DEUS O QUE FOI AGORA?! – A menor gritou e deu pause no filme de novo.

- A CAIXINHA É POSSUÍDA! – Dulce gritou.

- FALOU A DEMÔNIA. – Anahí abraçou seu celular protetoramente.

- VOCÊ TOCOU NISSO E SE MEXEU! – A maior reclamou e voltou a se sentar.

- É uma touchscreen, criatura, você toca e responde ao seu toque. – Anahí explicou.

- Como assim? – Dulce estreitou as sobrancelhas.

- Assim ó. – Anahí pegou a mão de Dulce e tocou o dedo indicador do demônio no botão de “play”.

- Oh. – Os olhos de Dulce brilharam e seu queixo caiu.

- Agora vamos ver o filme. – Anahí riu e se virou para o celular.

As duas assistiram “A Culpa é Das Estrelas”. No final do filme, Anahí estava afogada em lágrimas, Dulce estava calma e sem derramar uma lágrima.

- ELE MORREU, DULCE! – Anahí soluçou e limpou os olhos com a barra da blusa da maior.

- E eu com isso? Eu também morri. – Dulce arqueou uma sobrancelha.

- MAS ELE NÃO VAI VOLTAR. – Anahí choramingou.

- Nope. – Dulce deu de ombros.

- Você não está ajudando. – A menor reclamou.

- Como você quer que eu ajude? – Dulce perguntou.

- Deixa de ser insensível e me abraça. – Anahí respondeu.

- Como faz isso? – Perguntou.

- Você não sabe abraçar? – Anahí voltou sua atenção para o demônio.

- Eu esqueci como se faz muita coisa, eu nunca vou precisar delas de qualquer jeito. – Dulce explicou.

- É assim: Você pega os seus braços e coloca em volta de mim. – A menor explicou.

Dulce levantou os seus dois braços e ficou paralisada sem saber o que fazer com eles.

- Deixa eu te ajudar. – Anahí deitou a cabeça no peito do demônio.

- Agora abaixa os seus braços. – Ela pediu e os braços de Dulce caíram perfeitamente entrelaçados sob o seu tronco.

- Isso é bom. – Dulce comentou e deitou sua cabeça na de Anahí.

- É claro que é! É um abraço. – Anahí riu.

- Mas o que significa um abraço? – Perguntou.

- Depende, por exemplo: agora você está me abraçando porque eu quero chorar até eu ficar seca, abraços são confortantes. – A menor respondeu.

- Ana–Anahí. – Dulce gaguejou.

- Sim?

- V–Vai embora. – Pediu, sentindo o fogo tomar conta da sua alma.

- Por quê? – Anahí levantou a cabeça.

- VAI LOGO! – Os olhos da garota ficaram negros e Anahí entendeu: Eram 6 da manhã.

Então ela saiu correndo.

Quando Anahí chegou no seu quarto, ela percebeu que tinha abraçado um demônio, e que ela foi otária ao extremo. Se o celular dela tinha sinal, ela podia ligar pra alguém e pedir ajuda, Dulce realmente podia mostrar caminhos de volta pra casa. Isso fez a garota querer voltar na noite seguinte.