Fanfic: Sem Você *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Alfonso

— Então, o que vem a seguir no check-list de Maite? — eu perguntei depois de alguns minutos de silêncio.

Dizer que foi um pouco estranho estar no meu caminhão velho com ela, era o eufemismo do ano.

— Eu posso imaginar degustações de bolos até ficarmos doentes, ou talvez algum tipo de atividade de responsabilidade. Todos nós vamos ter que pegá-la enquanto ela cai de costas de uma plataforma elevada.

Any riu das minhas teorias.

Eu conhecia Maite muito bem. Eu não poderia estar muito longe.

— Nós temos que nos reunir para uma apresentação de slides para o jantar de ensaio. Deve ser fácil. Nós já fizemos a degustação do bolo, então você está seguro. Eu não poderia comer doces por semanas. Tudo que eu queria era um saco de fritas para equilibrar o açúcar. Nenhuma quantidade de leite pode lavar as mordidas de chocolate, cupcakes veludo vermelho... — ela nomeou diversos sabores quando os enumerava nos dedos. — Não vamos esquecer os vários recheios. Baunilha, morango, framboesa, mousse de chocolate, bananas. Então, me vi pensando: "Quem não gostaria de saborear os bolos de degustação?" Eu ainda me arrependo até hoje. Espero que Christian se atreva a empurrar o bolo no rosto dela no casamento.

— Eu estou feliz que perdi isso. — eu disse.

O passeio até a casa dela foi curto.

Eu sempre pensei que viveríamos aqui, juntos. Assim como os pais dela.

Quando eles mudaram-se para Big Bear, deram-lhe a casa. Seu pai me disse que era um presente de casamento precoce. Ele sempre assumiu que nos casaríamos, como todos fizeram, e que eu me mudaria.

Eles não ficaram muito satisfeitos comigo quando nos separamos. Eles não pretendiam que Any vivesse nesta enorme casa sozinha.

Pelo que os meus amigos disseram, seu pai tentou convencê-la a se mudar para as montanhas com eles, mas ela se recusou, dizendo que ela tinha idade suficiente para morar sozinha, e ela não precisaria de mim para cuidar dela.

Ela estava certa.

Ela vivia sozinha desde que saímos dos nossos dormitórios no segundo ano da faculdade. Tentei convencê-la a conseguir um apartamento comigo, mas ela recusou. Eu pensei que seria para poupar dinheiro com o aluguel desde que passávamos a maioria das noites juntos de qualquer maneira, mas Any tinha essa doce "Síndrome de Menina do Papai", e ela não queria estragar a sua imagem por morar junto com o namorado.

Eu sempre admirei isso nela.

Algumas pessoas podem até tê-la chamado de teimosa, mas ela sabia o que queria, e não permitiria que eu lhe dissesse o que fazer.

Eu amei isso nela. A força. A vontade dela. Foi uma rotação completa.

Assim que eu parei no meio-fio ao lado de sua casa, várias lembranças vieram sobre mim.

Eu olhei para ela e ela desviou o olhar.

Ela estava nervosa. Eu podia dizer.

Ela puxou as alças da bolsa, procurando algo para fazer com as mãos. Eu poderia dar-lhe algumas sugestões, mas eu pensei em Maite e a imaginei batendo na minha mão.

— Esta noite foi divertida. — eu disse a ela, não querendo que a noite terminasse. — Os convidados vão gostar das bebidas com os provérbios engraçados.

Ela sorriu, nervosamente.

— Eu aposto nisso. Eles ficaram mais danadinhos enquanto a noite avançava e nós bebíamos mais.

— As pessoas serão capazes de reconhecer Rebecca há milhas de distância.

Any riu novamente, um sorriso tão grande que fez seus olhos se fecharem.

Me fez sentir bem saber que eu ainda podia fazê-la rir.

— Sem brincadeira. Eu não acho que ela tenha um osso grosseiro em seu corpo. Seus bilhetes eram todos decorativos e inocentes.

— Onde está a diversão nisso?

Nosso riso finalmente parou e o silêncio encheu o caminhão mais uma vez.

— Bem, é melhor eu ir. — disse ela, sua mão estendendo-se para a maçaneta da porta.

— Eu vou levá-la até em cima. — eu me virei para sair também.

A mão de Any pousou no meu antebraço.

— Não. Você não precisa. Estou bem.

— Luz do sol, nunca houve um momento em que eu não levei você à sua porta. E não haverá de ser agora. — eu deslizei fora de seu aperto e saí.

Ela endireitou-se atordoada no banco do passageiro, então eu fui para o seu lado e abri a porta para ela. Eu ofereci minha mão para apoiá-la, ou talvez apenas para ter uma desculpa para tocá-la, mas ela não aceitou.