Fanfic: Sem Você *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Alfonso

Meu celular tocou três vezes antes de eu decidir responder.

Era meu empresário. Eu já tinha deixado cair na caixa postal mais de quatro vezes, e eu aposto que ele estava ficando puto.

— O que está acontecendo Sam?

— É hora de você atender esse telefone do caralho. Você já ouviu alguma das minhas mensagens? — seu latido era pior do que sua mordida.

Ele podia dizer para mim tudo o que quisesse. Se isso o faz sentir-se melhor então, que assim seja. Não era como se ele fosse me pôr de castigo ou algo assim.

— Sim. Eu ouvi e eu não tenho tempo para fazer alguma coisa agora. Meu melhor amigo vai se casar, eu estou até os meus globos oculares com a lista de casamento. — eu folheava as fotos de Christian que deixei cair mais cedo.

— Listas de casamento? Eu pensei que você fosse o padrinho, e não a mãe da noiva. Vamos Alfonso. Não faça isso comigo. Este casamento é enorme, e eles estão dispostos a pagar-lhe qualquer quantia para você cantar em sua primeira dança.

Como se eu fosse me importar que algum ator premiado com o Oscar queria que eu cantasse em seu casamento.

— Meus próprios amigos nem sequer me pediram para cantar em seu grande dia, e você quer que eu cante em algo tão pessoal para pessoas que eu não conheço?

Claro que ele pensava.

— Eu estou ocupado agora. Eu não posso voar para alguma praia particular em Fiji quando meus amigos precisam de mim.

— Eles precisam de você? — ele perguntou, com sarcasmo espesso em seu tom. — É esperado que todo o padrinho planeje a despedida de solteiro. Nós todos sabemos que você tem uma cobertura. O que mais você está fazendo?

Eu não apreciei a ironia que eu poderia planejar uma despedida de solteiro em meu descanso. Qualquer homem poderia. Não apenas eu.

— Eu tenho que montar uma apresentação de slides de fotos para o jantar de ensaio.

Uma imagem de Any e Maite na escola me encarou da caixa na minha mesa de café. Elas estavam tão perto, mesmo assim. Sempre rindo e se divertindo.

Apanhei-me estudando seu cabelo selvagem e sorrisos inocentes. Maite estava andando com os braços em torno ombros de Any. Eram muito jovens.

Eu tomaria esses dias de volta num piscar de olhos.

— O escritório e Isabelle podem fazer isso durante a noite.

Meus olhos rolaram de volta na minha cabeça.

— Não. Eu não vou passar algo que me pediram para fazer. Isso seria rude. Durante os últimos três anos, eu tinha pessoas fazendo tudo para mim, exceto limpar a minha bunda.
Eu não quero mais fazer isso. Se meu melhor amigo me pediu para fazer algo, eu vou fazê-lo eu mesmo.

— Você mesmo?

— Desculpe-me? — perguntei.

— Você está fazendo o slide show sozinho? Quem está te ajudando?

Aí ele começou. Me interrogando de novo.

Sempre que eu voltava para casa, Sam desencadeava uma fúria de perguntas sobre mim.

Eu o conhecia bem o suficiente para saber que ele estava curioso sobre Any. Eu escondia meus sentimentos por ela. Ele sabia como eu me sentia.

Eu acho que ele se preocupava que eu não quisesse voltar com o ônibus, mas ele nunca foi direto ou disse algo. Falaria eventualmente. Sam não era idiota.

— Não. Anahí vai me ajudar.

Ele bufou ao telefone. Uma longa respiração profunda dentro e fora soou no meu ouvido como um 747.

— Eu deveria saber que havia mais naquela música do que de costume. Você tem escrito sobre ela desde que começou, mas esta é diferente.

Tirei o chapéu da cabeça e corri os dedos pelo meu tufo de cabelos.

— Sim, essa música é diferente. O desempenho na outra noite foi diferente. Era bom estar de volta em num palco pequeno com um público intimista. É onde eu sempre me sentia mais confortável.

Sam me interrompeu.

— Eu aposto que ajudou o fato dela estar lá.

— Eu não sabia que ela estava, quando eu parei lá.

Espantou-me que ela estivesse.

Ele bufou novamente.

— Parece que você está repensando seu futuro.

— Talvez seja a hora de colocar a minha formação em uso. Eu tenho algumas ideias. — eu disse a ele.

Desde a noite do show ao vivo, o lado criativo em mim me manteve à noite acordado. Não apenas os pensamentos em Any. Ou talvez o dois estivessem ligados.

— Eu adoraria ouvi-los. Algo me diz que você não vai fazer qualquer passeio em estúdios tão cedo.

— Ou nunca.

Eu não era de fazer rodeios.