Fanfic: Sem Você *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— Então eu estou supondo que não se tratava de uma bebida derramada? Importa-se em me dizer o que aconteceu para fazer você querer ir embora? — perguntou Michael, depois que começou a descer a rodovia.

— Aquele era o meu ex-namorado que voltou.

— Voltou de onde? — ele olhou rapidamente de um lado para outro como se ele ainda pudesse avistá-lo.

— No bar. — eu respondi, irritada, de repente.

— Onde?

Um longo suspiro escapou da minha boca antes que eu pudesse responder.

— O cara que acabou de cantar.

— O último?

— Sim. O último.

Michael virou o volante, pegando a próxima saída da autoestrada, e freou bruscamente ao parar no estacionamento de um Taco Bell.

— Alfonso Herrera é o seu ex-namorado?

Olhando para fora da janela do lado do passageiro, eu balancei a cabeça lentamente.

— Sim.

— Você nunca disse que seu ex era Alfonso Herrera. — sua voz levantou alguns decibéis.

— Você nunca perguntou o nome dele. Eu disse que ele era um músico.

— Um músico Anahí? Um músico? Você nunca disse que namorou um vencedor do Grammy, Billboard, com um histórico de alto nível do circuito superstar do mundo.

Ele esfregou a mão sobre o rosto, bufando dramaticamente como se eu tivesse mantido algum segredo escuro e profundo dele como uma criança de cinco anos de idade, ou pior, uma doença sexualmente transmissível.

— Alfonso Herrera. Esse cara é como Frank Sinatra e Kurt Cobain desta geração, todos enrolados em um. Eu não posso acreditar nisso.

Eu não podia acreditar.

Eu não tinha certeza se Michael estava chateado que meu ex era uma celebridade, ou se estava desapontado que Alfonso não era o seu ex-melhor amigo.

Quando Michael estacionou na frente da minha casa, eu não pude sair do carro rápido o suficiente.

Eu tirei meu cinto de segurança assim que eu empurrei o botão, e eu fui para fora, quase murmurando um adeus ao meu namorado de longa data, e sem um convite para entrar como ele esperava.

Ele geralmente ficava, mas hoje à noite estava fora de questão. Meu estômago estava embrulhado, minha cabeça latejava e eu não podia tirar aquela letra da minha cabeça.

Nem eu poderia parar de ouvir o estrondo sensual da voz de Alfonso, fazendo coisas no meu interior, que já não deveria ser capaz de fazer.

Eu estava um desastre, e era tudo culpa de Alfonso. Mais uma vez.

Michael tentou chamar a minha atenção, mas desistiu depois de cinco minutos. Ele sabia que eu era teimosa, e não gostaria de fazer uma cena na frente da minha casa. Felizmente, ele não insistiu no assunto, ou eu o teria colocado numa discussão.

Minha vida, como eu sabia, tinha virado do avesso, sem se importar se eu era contrária ou não. Eu realmente não me importava se meus vizinhos me ouviram dizendo ao meu namorado para passear.

Eu bati a porta fechando-a atrás de mim, fui direto para o meu quarto e para o meu closet, chutando os meus saltos ao longo do caminho. Eu fiquei de pé no pequeno closet e deslizei para fora do meu vestido depois de conseguir puxar o zíper, que atravessava o comprimento das minhas costas.

Quando eu coloquei o vestido vermelho noite, eu imaginava voltar para casa com Michael, e permitir-lhe ajudar a livrar-me do vestido lindo que me coube como uma luva.

Agora, tudo que eu conseguia pensar era no pijama de flanela. Mesmo que eu não pudesse ter fantasias sexuais num pijama de vovó. E fantasias sexuais era a coisa mais distante de minha mente naquele momento.

Eu tinha acabado de ver o meu ex-namorado pela primeira vez em anos. Eu não deveria estar afetada em tudo. Mas, oh, eu definitivamente estava.

Eu conhecia Alfonso bem o suficiente para saber que aquela canção significava algo para ele.

Ao contrário de muitos artistas, quando ele escrevia, ele vivia, respirava, e sentia cada palavra de seus pensamentos para o papel. Ele raramente se preocupava em como escrever seu próximo maior sucesso.

Mas o que ele não sabia, era que todas as suas canções viravam sucessos, porque elas vinham direto de seu coração.

Se a inspiração vinha de seu amor próprio ou desgosto, ou um casal caminhando num parque, suas canções vinham de algum lugar profundo dentro dele, e seus ouvintes não podiam deixar de tomar nota.

Não poderiam deixar de ficar fascinados.

Uma vez que ele começava a cantar, você não tinha a menor chance. Ele hipnotizava-o com sua voz, sua expressão, e cada nota tocada a partir das combinações de teclas do piano ou da sacudida das cordas de sua guitarra.

Tudo sobre sua música puxava seu coração.

Assim que ele abria a boca, você era um caso totalmente perdido. E inferno, minha reação não foi diferente.

Mais uma vez.