Fanfic: Sem Você *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Quando acordei na manhã seguinte, meus olhos ardiam por falta de sono.

Eu fiquei inquieta a maior parte da noite, agitando e virando, ficando enroscada em meus lençóis. Depois de algumas horas, eu tive que ir ao banheiro, e invadir o meu armário de remédios, a procura de algo para me ajudar a dormir.

Eu decidi por uma dose de xarope Nyquil, que faria o truque de qualquer modo. Eu só queria que eu tivesse lembrado de desligar o meu alarme primeiro, para que eu pudesse ter dormido sem a droga, mas não o fiz.

O alarme soou, e eu estava acordada. Imediatamente, minha mente sobressaltou esgotada.

Qual era o curso de novo?

Algo sobre balançar lentamente ao luar e segurar-me apertado? Na nossa noite de núpcias? Algo assim.

Por que ele não tinha pensado nisso antes?

A retrospectiva é uma puta, isso é certo.

Tudo o que ele cantou na noite anterior me fez derreter, mesmo que eu soubesse o que é melhor. Mas droga, esse homem me teve como massa de vidraceiro nas mãos no momento em que abriu a boca, a partir do segundo que ele começou a tocar piano.

Havia sempre algo doce e sexy sobre seus dedos deslizando sobre as teclas, o modo como seus olhos fechavam ao sentir a música. E isso era apenas quando ele tocava piano. Alfonso sabia tocar violão e saxofone, também.

Só em pensar em suas mãos fortes e hábeis, e como elas tinham me tentado com a mesma paixão que ele era com o instrumento, fez minhas coxas apertarem.

Mais uma vez.

Ele era uma banda de um homem só. Um homem muito quente, de uma banda só.

Um que tinha me deixado. Eu não poderia esquecer isso. Eu não tinha esquecido isso.

Eu levei meu tempo tomando banho, tendo prazer em massagear minha cabeça dolorida, quando eu lavei e condicionei meu cabelo. Mas não importava o quanto eu tentasse duro, eu não conseguia parar de pensar em Alfonso.

Nós nos conhecemos no colégio. Ele era um estudante do segundo ano quando eu era caloura. Eu não prestei muita atenção nele. Eu pensei que ele era estranho, vestindo botas e óculos Buddy Holly.

Para mim, ele estava tentando muito duro ser diferente. O cara legal com a guitarra amarrada nas costas, e um gorro cobrindo seu cabelo bagunçado.

Isso foi até que ele leu um poema em nossa aula de redação criativa.

Era sobre um desabrochar da flor. Uma margarida para ser exata. Ele a comparou com um filhote adorado, bonito, doce, e inocente.

Ele olhava para mim toda vez que lia em voz alta na frente da classe, com um livro de composição da velha escola em suas mãos.

O seu olhar nunca deixavam os meus, e eu não conseguia desviar o olhar mesmo que tivesse tentado.

Eu estava viciada, viciada na melodia suave de sua voz, na intensidade de seus olhos, e se possível, tão rapidamente, sua alma.

Se isso era amor, eu o queria.

— Você gostou? — ele me perguntou, quando ele deslizou na sua cadeira ao meu lado.

Antes então, ele nunca tinha falado uma palavra para mim, por isso me pegou desprevenida.

Eu estava na nona série, meninos não falavam comigo. Especialmente os mais velhos. Mas ele o fez.

E ele me fez uma pergunta e eu não tinha ideia de como responder.

— Sim. Eu gostei. Foi doce.

— Como você, Luz do sol. — ele sorriu para mim.

Foi a primeira vez que testemunhei aquele sorriso, e se ele não queria o meu coração, não importava. Era seu para ser tomado. Tudo o que ele tinha que fazer era perguntar.

— Doce e inocente, assim como uma margarida na luz do sol. Você ilumina a sala.

Lembrei-me de me sentir desconfortável, sem saber o que dizer em seguida. Então, eu não disse nada.

A campainha tocou, e eu corri fora de lá o mais rápido que pude. Antes que eu fizesse algo estúpido, como dizer ao menino que eu o amava, e que o queria.

Impossível, dado que eu somente tive de dizer seis palavras para ele.

Isso foi apenas o começo.

Eu logo descobri tudo sobre o cara de Doc Martens que não ia a qualquer lugar sem seu livro de composições em uma das mãos, e um instrumento na outra.

Não me levou muito tempo para eu descobrir que Alfonso não era estranho em tudo, ele era apenas... diferente. Ele era apaixonado.

Quando olho para trás, ele era mais apaixonado aos quinze anos do que a maioria dos homens adultos que eu conhecia.

Que horror!

Eu me deixei cair no sofá, esperando que meu chá quente pudesse ser capaz de fazer algo para acalmar o meu mau humor.

Eu não queria pensar em Alfonso ou o nosso passado.

O nosso passado... bem, estava no passado. Ele era história. Algo que eu deixei ir há muito tempo atrás.

E eu não tinha interesse em levantar todas as memórias que me tomaram nos últimos três anos, para superar depois que eu o perdi.

Depois que ele foi embora.