Fanfic: Sem Você *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Alfonso

Aquela menina era uma coisa.

Ela conseguiu me fazer uma pergunta que nenhum outro aluno pensou, uma que eu considerei desde que eu saí em minha primeira turnê.

— Essa é uma pergunta interessante, com nenhuma resposta concreta.

Sentindo os olhos de Any sobre mim, eu me esforcei para encontrar as palavras certas.

— Creio que minha música tem evoluído ao longo do tempo. Primeiro, eu queria ser um compositor. Então, quando me foi dada a oportunidade, eu queria cantar minhas próprias músicas. Agora que eu cresci e eu tenho mais experiência, eu sei que eu estava destinado a ser um compositor que compartilha a minha música com o mundo, através de mais de uma voz. Não apenas a minha própria.

Abbi estava pendurada em cada palavra minha, e quando eu terminei, ela assentiu com a cabeça em profunda reflexão, aparentemente contente com a minha resposta.

Lancei um olhar na direção de Any e seu rosto espelhava o da aluna. Ela estava contente demais, e isso me deixou muito feliz. E aliviado.

— Posso fazer outra pergunta? — disse Abbi antes que alguém pudesse saltar.

— Certo. Vamos lá.

— Você sabe que eu disse que um monte de nós somos cantores ou músicos?

Eu assenti.

— Você estaria disposto a cantar para nós? — ela inclinou-se para frente, mordendo o lábio inferior com a antecipação da minha resposta.

— Agora? — questionei.

— Sim. — ela praticamente gritou enquanto seus colegas tiraram a atenção dela, e voltaram-se para mim e para ela novamente. — A Srtª Portilla tem alguns instrumentos no armário. Nós podemos ter um pouco de seção improvisada. Isso é o que você chamaria certo?

— Ela tem, hum... — isso não me surpreendeu nem um pouco. — Vamos fazer isso.

Com isso, Any ficou de pé enquanto eu ia procurar este armário de música misterioso.

— Estou em choque agora. Abbi raramente diz alguma coisa, mas você trouxe-a para fora de sua concha. Ela quer cantar. Na frente de todos. — ela fez uma pausa. — Mas, você não tem que fazer isso Alfonso.

Agarrando os braços para poder olhar para seus belos olhos, sorri para relaxá-la.

— Eu quero. Isto será divertido. Agora os instrumentos. Diga-me que você tem um violão.

Ela estremeceu, os olhos arregalados como se eu tivesse acabado de assustá-la.

— Não? — eu disse a ela, embora isso tenha saído mais como uma pergunta.

Ela se afastou de mim, levando-me para o armário onde Abbi já estava, tirando o objeto do espaço. De dentro, veio um pequeno par de bongô, em seguida, um pandeiro, um mini teclado elétrico, e algumas maracás.

Isso parecia ser rotina para as crianças, como tirar uma folha de papel para fazer um teste. Os alunos passaram cada item a uma pessoa específica quando ela os removeu.

— Eu aposto que isso é o que você está procurando. — disse uma adolescente.

Olhando na direção de Any, eu rapidamente percebi que ela estava se mexendo. Ela esfregou as mãos com uma careta cansada.

Quando Abbi me passou o violão, minhas suspeitas tornaram-se realidade.

— Você manteve minha Gibson J185 1956 no seu armário de vassouras? — eu peguei da menina o meu violão vintage, agora rindo nervosamente.

— Desculpe Sra. Portilla. — ela disse quando correu de volta para o seu lugar, onde o tamborim repousava.

Any me deu um sorriso fraco que derreteu meu coração, e eu tive que rir.

— Não se preocupe, Abbi. Sua professora tem um senso de humor louco. — eu disse a ela, verificando se a obra de arte tinha alguma mancha.

Louco era um eufemismo. Essa coisa valia uns quinze mil, e estava enfiada no fundo de um armário em uma sala de aula da escola secundária.

Felizmente, ele ainda estava em boas condições.

— Você vai tocar Srtª Portilla? — um estudante perguntou.

Surpresa deve ter ficado registrado no meu rosto.

— Você não sabia que ela tocava? Ela é uma bomba.

— Não Jimmy. Acho que o Sr. Herrera pode lidar com isso. — ela sorriu para mim maliciosamente. — Comecei a tomar aulas. Talvez eu toque para você em algum momento. — ela sussurrou enquanto passava por mim voltando para sua mesa.

A mulher nunca deixava de me surpreender.

Sentado em cima da mesa de Any com meu pés balançando, eu comecei a me familiarizar com a minha velha amiga novamente. Eu arranquei alguns acordes para verificar a tensão antes de decidir.

Então eu comecei com uma canção que eu tinha certeza de que levantaria algumas sobrancelhas.

Não consegui mais do que algumas batidas na música, antes que Any começasse a uivar de tanto rir. O sorriso no rosto valeu a pena com as expressões enlouquecidas que os alunos estavam nos dando.

Algumas das minhas mais caras memórias compartilhadas com Any, era quando passamos os nossos verões como conselheiros no acampamento para crianças, que iam de seis a quatorze anos.

Os meninos sempre agiram como se fossem muito legal para se sentar ao redor da fogueira e cantar canções patetas.

Eu decidi balançar a merda do violão enquanto cantava Little foo foo o coelho pulando através da floresta, você sabe o resto. Logo os meninos se juntaram cantando e fazendo o gestos com as mãos.

Eu sabia que a canção seria uma lembrança dos tempos felizes em nosso passado. Ver a reação de êxtase em Any, era exatamente o que eu queria.

Ela nunca desapontava, isso era certo.

— Sinto muito, pessoal. Esta foi para a Srta. Portilla. Agora vamos levar a sério.

Quando comecei o refrão de uma melodia familiar, as crianças sorriram, e aqueles que tinham instrumentos juntaram-se.

Fiquei surpreso ao ouvir que as crianças mandavam muito bem. Isso me lembrou de Jack Black na Escola de Rock.

Minha noiva era realmente uma falsa professora substituta para ensinar música a um grupo de crianças desajustadas?

O pensamento me fez sorrir por dentro, mas rapidamente desapareceu quando Abbi começou a cantar.

Eu ouvi muitas crianças cantarem, e incluía variedades que viravam pop-star. Mas Abbi tinha a voz de um anjo. Doce, alta, e clara.

Sem perder o ritmo, me virei para olhar para Any por cima do meu ombro, e ela estava radiante e orgulhosa, enquanto observava sua aluna. Ela espiou para mim com um aceno de cabeça.

Juntos, nós cantamos o refrão de canções que iam de Nirvana para Christina Aguilera. Se eu não soubesse que Any ensinava Inglês, gostaria de ter pensado que era uma classe de coro.

Os alunos estavam tão em sintonia com a música e uns aos outros, que nenhum deles cobria o outro. Quando um estudante começava a brilhar, os outros saíam, desaparecendo para deixar que a pessoa tivesse um solo.

— Isso foi incrível. — eu gritei quando a campainha tocou.

Eu não estava preparado para acabar com isso. Eu poderia ficar preso com eles pelo o resto do dia.

Onde eles estavam quando eu estava montando uma banda para assumir uma turnê?

Agitando as mãos dos alunos quando eles saíram, eu estava em êxtase completo. Eu mesmo parei com alguns da "banda" para tirar uma foto com eles antes que saíssem.

— Abbi, você será a próxima American Idol. — eu disse a ela, antes de arrastá-la para um abraço. — Estou feliz que cheguei a ouvi-la cantar pela primeira vez. Não deixe que essa voz incrível suba à sua cabeça.

Ela balançou a cabeça com um sorriso quando eu puxei seu rabo de cavalo.

— Obrigada por tudo Sr. Herrera. — ela saltou em torno de mim para Any, circulando os braços ao redor da cintura da professora. — Obrigada Srtª Portilla. Eu nunca esquecerei o dia de hoje.