Fanfic: Sem Você *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Quando acordei, minha cabeça doía e eu não tinha nenhum analgésico. Eu estava com sede, com fome, e tomei alguns goles do meu aguado Dr. Pepper da noite anterior. Comi algumas batatas fritas e cookies.

Não me incomodei em levantar para lavar o rosto ou escovar os dentes. Liguei a TV e comecei mais um dia assistindo filmes estúpidos.

Por volta das três horas da tarde, eu só tinha saído da cama para fazer xixi e pegar um copo de água na torneira. Eu afundei ainda mais nos travesseiros em busca de conforto, que só viria se eu estivesse nos braços de Alfonso novamente.

Mas isso não aconteceria.

Alcancei meu telefone e notei imediatamente que eu tinha mais textos do que eu poderia imaginar.

Eu rolei passando várias mensagens de Alfonso, mas parando em uma de Maite.

"Levante sua bunda! Você tem cinco dias para consertar isso! Não me faça voltar para casa cedo, porque você é muito teimosa!"

Ela poderia ter razão.

As primeiras mensagens de Alfonso, juntamente com a dela, me interessaram.

Se estava interpretando tudo errado, o que eu estava perdendo?

Com meus olhos focados na tela do meu telefone, eu cliquei no nome de Alfonso. Uma série de mensagens apareceram, mas eu me concentrei na mais recente.

"Deixe-me saber que você está segura. Por favor. Eu te amo, luz do sol."

Esfreguei minhas mãos vigorosamente tentando descobrir algo para dizer.

"Não se preocupe. Estou bem."

Eu queria terminar com "Eu também te amo", mas não me sentia bem. Eu ainda não entendia o que estava acontecendo.

Tudo o que eu sabia, era que parecia que Alfonso estava de partida por um longo período de tempo, e em vez de esclarecer isso, ele não disse uma palavra.

Em seus textos, ele tentava me assegurar que não iria a lugar nenhum, o que não fazia o menor sentido.

Talvez eu estivesse errada. Talvez eu deduzi algo que não era verdade. Isso não queria dizer que Alfonso não havia retido alguma coisa de mim.

Algo tão grande que teve que assinar um maldito contrato vinculativo, que o comprometia a sabe-se lá o que ou quem, por três anos. Que eu saiba essa era a verdade. Alfonso não poderia contornar isso.

Meu telefone tocou nas minhas mãos.

"Obrigado."

Eu não respondi, e pelo o resto da noite meu telefone ficou em silêncio.

Muitas vezes minha garganta apertou e meus olhos arderam, mas as lágrimas não vieram. Certamente eu estava desidratada, incapaz de derramar mais lágrimas.

Na parte da manhã, levantei e sacudi a poeira. Eu não me pareceria como uma mulher de coração partido, não na frente dos meus alunos.

Tomei um banho, me preparei para o dia, enchi meu carro, fiz o check-out do hotel, e fui trabalhar.

Quando entrei na minha sala de aula, fiquei chocada ao ver um vaso cheio de margaridas amarelas em minha mesa.

Eu me sentei e olhei para elas por alguns minutos. Deixando as minhas malas no chão, eu notei um pedaço de papel que tinha caído.

Era uma nota da minha substituta dizendo que minhas aulas eram perfeitas, e que entregaram um buquê de flores para mim. Ela me disse que eu era uma garota de sorte.

Sim, muita sorte.

Corri meus dedos através das pétalas. Preso no vaso de plástico, eu arranquei um pequeno envelope com um bilhete dobrado.

"Um buquê de margaridas inocente e doce, lembra-me que eu estou sem você...

Eu te amo Luz do sol.

P.S: E dói."

Ele não assinou o cartão. Ele não precisava. Era a minha música.

Uma única lágrima correu pelo meu rosto. Eu a enxuguei com um lenço de papel para não estragar a minha maquiagem. Então, eu coloquei minhas flores no canto da sala numa estante, e fiquei aguardando meus alunos chegarem.

Na hora do almoço, outra entrega de margaridas apareceu na minha sala.

Ansiosamente, peguei o cartão imaginando o que ele poderia escrever neste momento.

"Você é a minha luz do sol

Minha lufada de ar fresco

Mas agora meu mundo é escuro

Sem você...

Eu amo você."

— São de Alfonso? — Abbi perguntou quando minha turma entrou, um sorriso insinuando nos cantos de sua boca.

Minhas palavras ficaram presas na minha garganta, então eu sorri de volta.

— Ele é tão romântico. — disse outra aluna.

Eu quis corrigi-la.

Ele está se redimindo. Há uma diferença.

Mas não. Eu a deixei acreditar em romance. Essas meninas ainda acreditavam em finais de conto de fadas, em felizes para sempre.

Quando voltei para casa naquela noite, minha casa estava estranhamente silenciosa.

Meu celular não tocou, nenhuma chamada e nenhum texto.

Eu verifiquei mais vezes do que eu poderia contar. Eu mesma tirei a bateria e a coloquei de volta, não acreditando que tanto Alfonso quanto Maite haviam me dado um descanso.

Se eu fosse honesta, eu estava sozinha.

Meu desgosto era a minha única companheira quando deslizei sob as cobertas da minha cama, ainda vestida com minhas roupas de trabalho, adormeci.

Minha mente e meu coração precisavam de descanso. Eu não podia ficar acordada a noite toda checando o meu telefone, na esperança de que ele ligaria, mas sabendo que eu não responderia de qualquer maneira.

Quarta-feira, recebi mais margaridas. Um lindo buquê de margaridas decorativas. Gérberas rosa brilhantes para ser exata.

"Eu quero balançar com você

Ao luar

Dançar em sua noite de núpcias

Mas eu não posso...

Sem você

Te amo."

Desta vez, eu tive que me desculpar para ir ao banheiro feminino. Eu sabia que eu me quebraria.

Por que ele estava fazendo isso comigo? No trabalho? Ele tinha que saber que me afetaria de uma forma que não poderia esconder dos alunos.

Felizmente, eu tinha dez minutos para me recuperar antes do almoço acabar, e minha sala de aula encher.

Eu respirava com a dor no meu coração, respirando profundamente pelo nariz e exalando pela boca. Eu segurei as lágrimas desta vez, mas quem sabia o que estava reservado para amanhã.