Fanfic: Sem Você *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— Foda-se! — eu desliguei o jogo e caí para trás descansando em minha cadeira. — Você é um mentiroso. Você obviamente, tem treinado. Eu nunca vi algumas destas peças que você tirou de sua bunda hoje.

Ele colocou as mãos em defesa.

— Bem, talvez um pouco.

Risadas fracas encheram a sala.

— Tempo para uma cerveja? Jogar sinuca?

Christian levantou.

— Cansado de ter sua bunda espancada e controlada por você, ainda assim, quer lembrar-me quem é que manda?

Nós rimos daquilo.

Christian planejava algo. Ele nunca poderia me vencer em uma partida de bilhar, e eu duvidava que tivesse mudado muito.

— Sim, eu preciso de um impulso de ego.

Nós fomos para o outro lado da sala, onde havia uma mesa de bilhar. As bolas seriam torturadas e prontas para serem esmagadas.

Embora eu pudesse pagar, eu nunca senti necessidade de ter um lugar enorme com várias salas, como muitos outras pessoas no negócio. Eu queria algo mais prático.

Eu nunca teria considerado viver no condomínio se não fosse pelos paparazzi. Se eu não tivesse a necessidade de segurança, eu teria comprado uma casa no vale perto dos meus amigos e família, onde eu cresci.

Mesmo que ainda pareça engraçado me considerar rico ou uma celebridade, eu fui forçado a viver com aquela multidão para que eu pudesse manter uma aparência de privacidade.

Embora a minha casa térrea fosse uma das menores do condomínio, se não a menor, a minha casa de um andar tinha quatro grandes quartos, uma suave super cozinha gourmet, cinco banheiros, e uma grande sala com espaço para um rei, ou um único cara que gostava de seus brinquedos.

Em vez de usar a sala grande com toda a sua glória, decorá-la como deveria ter sido, com cortinas e tapetes de design, e mobília bonita, ela era no estilo homem das cavernas. Sofás de couro, TV de tela grande para assistir esportes ou jogar jogos de vídeo, mesa de sinuca, bar abastecido, e ah, um minifreezer cheio com cervejas e refrigerantes de laranja.

Christian examinava os tacos de bilhar enquanto eu pegava as cervejas.

— Cara, você pode inspecioná-los durante todo o dia e não vai adiantar nada. — joguei-lhe uma garrafa e ele a pegou com uma das mãos.

— Cuidado, mano. Madden pode não ter sido a única coisa que eu tenho praticado. — ele levantou uma sobrancelha para mim, tentando esconder seu sorriso.

Nosso jogo começou com Christian fazendo um péssimo jogo ao separar as bolas. Eu dei uma tacada rápida separando-as ainda mais, e afundando-as no processo.

— Então me diga, a quanto tempo Any está com Michael Smith? — perguntei, me torturando com perguntas que eu não queria saber as respostas.

Christian parecia estar pensando.

— Um ano ou algo assim. Talvez menos.

— É sério então? — eu questionei, sentindo em meus pulmões, como se alguém estivesse sentado no meu peito.

— Eu acho. Ela pensa que é. Ele acha também. Mas qualquer um que a conhece sabe que não é real. Ela não o ama, mesmo que ela pudesse dizer-lhe que o amava.

E isso era tudo que eu precisava saber. Enquanto ela não o amasse, eu ainda tinha uma chance.

Eu nunca fui atrás de uma garota que estava com outro homem, mas porra, eu não poderia apenas sentar-me e deixá-la ir embora desta vez.

Eu vim para casa por uma razão. Eu vim para casa por ela.

Eu estava brincando de acreditar que a minha música pudesse ser suficiente. Ou talvez fosse meu orgulho. Ela me empurrou, e eu não queria que ela pensasse que eu precisava dela, quando ela não precisava de mim.

Mas, eu não me importava mais. Eu estava disposto a gritar isso para o céu, em cada palco na frente de uma multidão com ingressos esgotados.

Eu precisava de Anahí Portilla. Eu estraguei tudo antes. Eu não estava prestes a fazê-lo novamente. Eu estava pronto para pegar a minha garota de volta.

Havia tantas coisas que eu deveria ter feito. Deveria ter dito. E eu não tinha.

Eu pensei que ela sempre estaria lá. Mas então ela não estava, e ela quase me matou.

Não que o mundo nunca soubesse disso. Eu desempatei muito bem, fingindo ser o melhor jogador em frente às câmeras, mas, em seguida, afogando em minha solidão nos bastidores.

Música não era nada sem o meu coração, minha alma, minha razão de ser, e eu precisava trazê-la de volta.

Christian quebrou minha linha de pensamento quando ele soltou uma gargalhada.

— Cara, onde você estava? Eu não posso acreditar que você perdeu.

Nem eu poderia. A tacada estava perfeitamente alinhada para abater as duas bolas, e eu acabei de totalmente enviá-las em diferentes direções sem cair qualquer uma delas em um buraco.

— Se continuarmos a falar de Any e seu novo namorado, você pode apenas ganhar este.

— Vamos lá, vocês estiveram separados durante anos. Você não pode esperar que ela sentasse à espera de sua bunda gorda. Abra os olhos e lute para recuperá-la.

Encostado à parede, deixei escapar um grunhido. Estendi a mão, coçando a parte de trás da minha cabeça, e escovando meus dedos pelo cabelo.

— Honestamente, eu queria lutar por ela no momento em que a deixei. Eu nunca pensei que fosse passar tanto tempo. Conforme o tempo passou, só ficou mais difícil crescer e lutar. Eu só espero que não seja tarde demais.

Um sorriso de merda se espalhou pelo rosto de Christian.

— Então você voltou por ela? Isso é o que falava a canção?

Eu não respondi com palavras, mas eu tenho certeza que meus olhos me traíram.

— Maite estava certa. Ela vai virar a merda dela. — ele riu, um enorme sorriso iluminando-o. — Todos os tabloides dizem que você esteve escondido, e eles estão esperando algo grande quando você ressurgir.

Malditos jornais. Eu tentei não prestar atenção a eles.

— Quando a turnê terminou, eu só queria um pouco de sossego. Subi até a cabana em Arrowhead e relaxei. Meu empresário tem me oferecido shows e músicas de outros compositores, mas eu não via sentindo nisso. A única canção que eu tinha trabalhado, é a que eu cantei na noite passada. Sam disse que eu saberia quando eu estivesse pronto para ir lá novamente, e eu acho que ele estava certo. Eu estava dirigindo, descendo pela Sunset, e o hit me bateu. Eu queria cantar. Eu queria cantar a canção dela.

— E ela ouviu. Alto e claro.

— Isso é loucura.

Eu ainda não posso acreditar. Foi surreal para mim que ela estivesse lá. Como um filme de romance fodido.

Ela estava sentada lá na plateia, na noite em que eu finalmente decidi cantar em público depois de meses de reclusão.

Ela estava ali ouvindo, enquanto eu cantava sobre ela e todo: "Teria, poderia ter e deveria ter."

Seria como dizer: "Se ao menos pudéssemos voltar no tempo para mudar as coisas."

Como disse Christian, ela ouviu alto e claro.

— Eu só espero que ela tenha sentido também.

Vê-la ali, só confirmou a minha necessidade de tê-la de volta na minha vida.

Eu vi a tristeza em seus olhos, a pura raiva. Mesmo depois de todos esses anos, ainda estava lá. Eu as tinha colocado lá.

Aquelas devastações não pareciam pertencer a Any. Seus olhos deveriam estar iluminados pela felicidade. E eu estava disposto a trabalhar para fazê-la feliz novamente.

Eu só espero que ela compreenda as palavras que eu cantei para ela, por ela.