Fanfic: Sem Você *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Capítulo 2

Anahí

O soco na minha porta me assustou fazendo o chá derramar sobre a parte superior da minha xícara.

Droga! Eu não estava vestida para receber visitantes, nem eu os queria.

A batida continuou enquanto eu tentava enxugar minha calça molhada de yoga, que pensei em acomodar-me mais cedo.

Mais tarde, uma nova batida seguida de gritos. Não demorou muito para eu descobrir que era na minha casa.

O som estridente da minha melhor amiga vinha através da porta, através das janelas, através das malditas paredes.

Ela não fazia nenhuma tentativa de ser discreta. Ela sabia que eu eventualmente, a deixaria entrar, se ela causasse uma cena. Eu não era de chamar a atenção para mim mesma.

— Que diabos Maite Perroni Beorlegui? Eu ouvi a primeira batida. — eu coloquei a mão na cintura e fiquei em pé na porta.

Não era o olhar convidativo que ela estava esperando, e eu não me importava. Ela sabia que eu estava zangada.

Eu não tinha usado seu nome completo desde a primeira série.

— Devagar Anahí Giovanna Puente Portilla. — ela levantou as sobrancelhas, olhando para baixo, e apontando o nariz para mim através dos óculos.

Se eu queria usar nomes completos, eu imagino que ela queria também.

— É melhor pedir desculpas para mim neste minuto, ou sua bunda não vai obter vodka de baunilha e refrigerante de laranja que eu tenho neste saco.

Olhando para o saco de supermercado na mão, eu contemplava o meu próximo passo.

— Eu tenho sorvete arco-íris também.

Merda!

— Ok, mas por que eu estou pedindo desculpas?

Eu fiquei uma bagunça desde a noite anterior, e todos os dedos apontavam para ela e seu noivo como os culpados.

— Porque eu não sabia que Alfonso estaria lá. Nem Christian. — ela me implorou e eu acreditei nela.

Maite não tinha nenhum motivo para mentir. Ela era brutalmente honesta em demasia. Ela não tinha nenhum filtro, nenhum obstáculo.

Não importava se você tivesse acabado de comprar o que você pensa ser o par de sapato mais sexy do mundo. Se ela achava que eles eram feios, ela diria a você.

"— O que diabos você está usando? Parece que alguém vomitou aos seus pés."

Ela me disse uma vez, sobre um par de sapatos enfeitados que eu encontrei.

Foi um grande passo eu comprar sapatos de salto alto, e ela sabia disso. Eu odiava usá-los, mas eu acho que ela odiava meus sapatos, porque ela não parava de me dizer o quanto pareciam uma merda.

Algumas pessoas teriam ficado ofendidas por causa de sua natureza impetuosa, enquanto eu tomava isso como um sinal de que eu poderia sempre confiar nela.

Mas, falando sério, quem em sã consciência teria pensado que isso tudo foi uma coincidência? Eu não, isso é certeza.

Maite e eu tínhamos finalmente encontrado um tempo para sair para uma noitada, não para um rápido lanche de passagem em um café local.

Por uma noite, decidimos ir de carro até Los Angeles, para depararmos com o meu ex-namorado? Ele só passou para cantar num show ao vivo no mesmo bar, na noite que decidimos ir, por capricho?

Alguns poderiam ter dito que as estrelas se alinharam naquela noite para nos trazer de volta. Eu? Não muito.

Foi mais como um giro aleatório no universo, causado para que nossos caminhos atravessassem em uma falha de proporções épicas.

Maite fechou a porta atrás dela e me seguiu para a cozinha. Eu sabia que ela estaria pronta para fazer uma bebida.

Inferno, sabíamos que eu precisava de uma. Ou duas.

— Bem, tudo bem. Sinto muito. Eu só acho difícil acreditar que foi totalmente aleatório, que todos nós acabamos no mesmo lugar ontem à noite.

Ela colocou a bolsa no balcão de aço inoxidável, e vasculhou o saco, colocando uma coisa para fora de cada vez.

Ela parou, olhando para mim até que meus olhos pousaram sobre os dela.

— Talvez não fosse aleatório, Any. Talvez fosse o destino.

Veja. Apenas o que eu tinha pensado que as pessoas diriam.

Pelo menos, ela não mencionou estrelas em alinhamento. Então, eu poderia ter que expulsá-la. Com vodka, sorvete e tudo.

— Que seja.

Tirei dois copos de uísque com soda de um armário tingido de vermelho, e enchendo-os de gelo a partir do distribuidor do congelador.

Como reformei toda a cozinha, eu sorri para a re-decoração. O estilo elegante estava incrível. Não era prático para uma família, mas para uma única senhorita, era perfeito.

Maite e eu terminamos as misturas alternando, reunindo coisas que precisávamos para fazer o nosso coquetel. Ela sabia onde todos os utensílios estavam, e não demorou muito tempo para achar uma colher de sorvete.

Dentro de minutos, tivemos uma cocktail de laranja, com um montão de sorvete dentro. Estava delicioso.

Minha amiga sentou num banco do bar e tomou um gole de sua bebida. Eu fiz o mesmo, mas caiu pela metade quando eu suguei pelo canudo.

— Você está pronta para falar sobre isso? — ela olhou para mim através de seus longos cílios.

Seus longos cabelos negros estavam empilhados em um coque, então ela não conseguia esconder-se atrás da cortina escura, como ela normalmente faria quando ela tentava abordar um tema tabu.

E Alfonso era definitivamente um tabu. Ele foi desde que saiu pela porta.

— Eu não sei o que precisa ser dito. — eu disse a ela.

E eu realmente não sabia.

— Não é como se eu tivesse falado com ele. Eu o vi. Ele pode ter me visto.

Agora, isso era uma mentira.

Eu sabia que ele tinha me visto. Meus olhos fixaram nos dele o que pareceu uma eternidade, antes que eu fosse capaz de quebrar o olhar.

— Agora, eu estou em casa. E ele está... onde quer que ele esteja. É isso aí.