Fanfic: ºquerida_meninaº[vondy]

PRÓLOGO

— Você precisa partir mesmo amanhã, chris? Você não ficou o suficiente. Seu pai e eu vamos para o litoral em uma semana. Passe esta semana conosco! Não é pe­dir demais, é?

— Sinto muito, mamãe. — Uma tristeza genuína es­cureceu os olhos cinzentos de chris uckermann enquanto ouvia a exclamação exasperada de sua mãe.

Com cinqüenta e poucos anos, alejardra Maria ainda era uma bela espanhola de cabelos escuros e olhos alti­vos por quem o pai dele se apaixonara profundamente há 30 anos, quando tinha quarenta e poucos e já havia se conformado em nunca encontrar uma mulher com quem quisesse passar o resto da vida.

alejardra Maria se levantou rapidamente da cadeira de brocado.

— Ah, então pare de dizer o quanto gosta de ficar aqui!

chris descruzou as longas pernas, levantou-se e foi avivar o fogo da enorme lareira de pedras, uma comodi­dade necessária naquela época, quando os ventos frios da serra Nevada anunciavam a aproximação do inverno. Seu pai disse:

— Não perturbe o menino, alejandra — e deu um sorriso torto para mostrar que concordava com a mãe de chris.

Ele amara aquele lugar desde o momento em que o vira, aos sete anos, quando seus pais o compraram como casa de campo. Um antigo hotel para caravaneiros mouros, a casa ficava no coração de uma minúscula cidade andaluz. A construção cheia de arcos rodeava um pátio perfumado com rosas, murtas e lírios.

Seus pais haviam se mudado para ali desde que co­meçaram os problemas de saúde de seu pai, deixando a antiga casa, Wakeham Lodge, na Inglaterra, para chris; passavam o verão ali, fugindo para a casa no litoral quando o vento das montanhas ficava mais forte, per­manecendo lá até a Páscoa.

— O que eu mais queria na vida era ficar aqui — ele admitiu, endireitando-se e indo para a frente do fogo, os ombros largos se erguendo em resignação sob a casimira preta que moldava seu torso impressionante. — Mas estou com um problema.

— Negócios? — luis uckermann perguntou. Ele se aposentara há três anos, passando as rédeas da compa­nhia a seu filho único, mas ainda tinha grande interesse na empresa de construção que fundara com seu antigo sócio, fernando saviñon, fazendo-a crescer de modo im­pressionante, para depois transformar-se em um suces­so mundial nas mãos capazes de chris.

— Nada disso — ele rapidamente tranqüilizou seu pai, acrescentando secamente —, eu consigo lidar com problemas de negócios. Mas este se chama dulce saviñon.

Dois "Ah" simultâneos foram seguidos por um silên­cio no qual chris podia ouvir seu coração bater. Pesa­damente.

Ele olhou para o relógio de ouro. Em 15 minutos So­lha, a empregada, anunciaria o jantar. Era melhor falar logo.

— Ontem recebi um telefonema de Alice saviñon em meu celular. Parecia estar no fim da linha e, para en­curtar a história, era um pedido desesperado para que eu ficasse com a guarda de dulce, porque não consegue mais lidar com ela.

-— E? — alejandra Maria arqueou as sobrancelhas ne­gras e colocou dramaticamente a mão na blusa de seda.

— Como Alice pode pensar em algo assim? Sempre achei que ela era uma velha estranha, fria, mas respeitá­vel, mas agora parece que temos que acrescentar loucu­ra à lista! Por que ela pensa que você pode cuidar de sua neta? Seria diferente se você tivesse uma esposa, mas não é o caso.

desculpa a demora meninas!