Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot

Assim que entrou em seu escritório, Anahí passou a chave na porta. Não queria ser perturbada e depois de tanta humilhação ela pensara que merecia um pouco de paz. Seu corpo todo tremia de raiva, a cena que acabara de acontecer não deixava de se reproduzir outra e outra vez em sua cabeça.

- Idiota, petulante, cowboy arrogante... Quem ele pensa que é? Ele vai me pagar, ah se vai! – resmungou com raiva.

As lágrimas que insistira em segurar de repente escorriam pelo seu rosto, ela nunca havia sido uma pessoa má, impulsiva e negativa mas desde que conhecera Alfonso ela vivia no limite. O que as pessoas iriam pensar dela? Até que ponto a cena patética vivida pelos dois atrapalharia o seu recente negócio? Essas perguntas rondavam a mente dela, mas ela sabia que só o tempo poderia respondê-las. Seu raciocínio foi interrompido com batidas na porta.

- Any, por favor abre a porta... vamos conversar. – suplicou Maite com a voz suave.

- Não Mai, me deixa sozinha, eu quero ficar sozinha agora... – respondeu baixinho tentando abafar o choro.

- Você não precisa ficar sozinha, você tem a mim e a Dulce pra desabafar. A culpa foi toda minha Any, eu não devia ter entregado meu currículo em dois lugares ao mesmo tempo. Como eu sou estúpida! Eu não sabia que o Alfonso ia brigar com você por minha causa. – disse Mai se sentindo culpada.

Any pensou na inocência da Maite naquele momento, mas também não teria como ela saber do que havia acontecido há alguns dias atrás com Alfonso. Durante a semana em que as duas organizavam a loja, Mai havia comentado com ela que havia destribuido seu currículo em vários locais da cidade e que sua vó insistira em que ela enviasse para Alfonso porque ficara sabendo que os negócios iam tao bem que ele procurava uma secretária. Sem poder dizer nao a um pedido tao simples, Maite enviara o currículo mas antes de saber a resposta, Anahí havia chamado-a para a entrevista. 

A consciência de Anahí falou mais alto naquele momento e mesmo não querendo ver ninguém e até mesmo responder as perguntas que ela sabia que fariam, ela resolveu abrir a porta e colocar as cartas na mesa.

- Oh Any, eu estava tão preocupada com você! Se você quiser me despedir eu vou entender... – disse Maite sem folego assim que ela abriu a porta e abraçando-a forte. – Meu Deus Anahí, você está gelada e tremendo.

Dulce que até agora se mantinha calada observava a amiga e depois que Maite se separou de Any, entregou-a o copo de água com açúcar e a levou para sentar no sofá que havia em sua sala. As duas se sentaram no chão na frente de Anahí e incentivaram-na a tomar toda água do copo até que finalmente ela parou de tremer. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, assim como a ponta do delicado nariz.

- Mai, o tal Alfonso não veio aqui brigar com a Any por causa de você... – começou Dulce e segurou a mão de Maite acariciando-a. – Ele fez isso porque algo aconteceu entre eles e isso Anahí vai nos contar agora. – disse com um tom firme e direcionou seu olhar para Any.

Anahí se sentia encurralada pelas amigas, ela queria contar o que havia acontecido mas queria que fosse no seu tempo e não daquela maneira, como se tivesse feito algo de errado. Aliás, ela fez algo de errado, ela deixou Alfonso a beijar e pior...retribuiu e pior ainda...ela gostou. De repente ela se levantou do sofá e começou a dar voltas pela sala sem saber como começar, seus pensamentos se mesclavam no que tinha acabado de acontecer. Ela sorriu pra si mesma quando pensou na própria ousadia em esfregar aquele cupcake na cara de Alfonso.

- Podemos compartilhar da sua alegria ou agora as amigas ficam de fora? – a voz irônica da Dulce a despertou de seus pensamentos e quando ela se virou deu de cara com as duas encarando-a.

- Eu lembrei do cupcake que esfreguei na cara dele, foi divertido! - tentou segurar o sorriso, mas foi inevitável - Vocês querem parar de me olhar assim? Estão me assustando...

- Foi engraçado sim, mas queremos saber o que levou você a agir assim.  Você que me assustou agora pouco, não adianta tentar desconversar Anahí. Eu sei que você não é assim, você não tem esse temperamento, pode começar agora a contar o que aconteceu entre você e esse antipático do Alfonso. – Dulce pressionou.

Anahí observou quando Dulce soltou a mão de Maite sob seu olhar e levantou a sobrancelha, questionando-a em silencio. A cara de Dulce se fechou imediatamente e Maite desviou o olhar com as bochechas vermelhas.

- Any, melhor eu deixar vocês conversando a sós, seu pai precisa de ajuda e ... – começou Maite e foi interrompida por Anahí.

- Voce fica Mai, é minha amiga também. Eu vou começar a falar, ok? Foi assim, tudo começou no primeiro dia que eu cheguei a cidade...

E assim Anahí fez todo o relato para as amigas do que ocorreu desde que vira Alfonso pela primeira vez com as duas ouvindo em silencio.

- Essa foi a primeira vez em dias que nos vimos e ele simplesmente estragou tudo. – novamente Anahí se desabou em lágrimas, Dulce e Maite a abraçaram enquanto ouviam o soluço da amiga, que era de cortar o coração.

- Você não precisa se preocupar com a opinião do pessoal Any, tenho certeza que todos estão achando que Alfonso pirou e, bem, a gente já sabia que ele era meio doido porque ele sempre foi exagerado. O que todos vão ficar sem entender é o porquê dele ter feito isso com você, já ninguém sabe do que aconteceu antes. – consolou Maite. - Aquele bobao bem que mereceu o bolinho esfregado na cara dele! - tentou animá-la.

- Eu-eu sei, mas eu queria que tudo fos-sse perfeito ho-je. – disse soluçando.

- Ah Any, o que seria de uma grande inauguração sem um grande barraco não é? – brincou Dulce – Fora que depois do grande beijo e do cupcake esfregado na fuça dele, as vendas alavancaram. – as três riram juntas e com as brincadeiras das amigas, Anahí foi parando de chorar novamente.

- Tem outra coisa que você precisa saber sobre mim Mai. – disse Any e lançou um olhar significativo para Dulce, que apoiou-a com um aceno de cabeça. – Eu vim pra cá porque... – respirou fundo – porque eu era noiva e no dia do meu casamento eu fui abandonada no altar. – sua voz terminou fria e seu olhar vazio.

Já não sobrara lágrimas para chorar sobre o que aconteceu no passado, ela sabia que teria muitas tristezas e muitas alegrias dali pra frente e que poderia chorar por isso, mas pelo que Derrick havia feito com ela...ela jamais voltaria a derramar-se em lágrimas outra vez.

Maite encarava-a com a boca aberta sem saber o que dizer mas Anahí não via pena nos olhos da amiga, via desprezo e raiva. Seu coração ficou tranquilo por saber que Mai continuaria tratando-a de igual pra igual, sem ter medo de dizer ou falar algo com cuidado somente para não machuca-la assim como todos na antiga cidade.

- Any eu sinto muito. Eu sei que não entendo nada de relacionamentos ou casamentos mas foi melhor assim, pelo menos você descobriu que ele era um cafajeste antes de casar e não depois, não é? – Mai sorriu e de repente o clima na sala começara a mudar.

- A pergunta que nao quer calar é, ele beija bem? - Dulce perguntou e gargalhou quando Any fechou a cara mas rapidamente sorriu envergonhada.

- Ai meninas, foi o melhor beijo que já tive em toda minha vida... - suspirou. - Apesar disso, ele ainda vai me pagar por ter invadido minha loja. Se ele acha que vai ficar barato, nao vai mesmo! - afirmou com veemencia - Ele disse que eu havia dado em cima dos peoes dele, o que era totalmente mentira.... - sorriu misteriosa.

- Era? Nao vai ser mais? - questionou Maite nao gostando naquela daquela história.

- Voces verao meninas, mas agora vamos mudar de assunto vai, chega de falar desse Herrera... - bateu palminhas animadas.

Anahí e Dulce contaram para Maite suas histórias sobre a infância e a adolescência e foi a vez de Mai derramar lágrimas com tantas gargalhadas das duas pelas loucuras que fizeram. Maite finalmente sentia-se em casa, finalmente havia encontrado amigas de verdade. Ainda estava confusa sobre o que pensar de Dulce, pois desde que ouvira sua voz no telefone um pequeno comichão de instalara na barriga.