Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot

Alfonso saiu como um furacao de dentro da livraria, não estava com raiva do ataque da Anahí ou suas palavras, disso ele gostou e muito... Ela ficava uma delícia quando soltava a fera que existia nela. Nem mesmo a cobertura de buttercream espalhada por todo seu rosto e entrando por dentro do seu nariz o incomodou. O que o havia tirado do eixo foi ter ficado excitado com o beijo que lhe deu. Teve que sair quase correndo de dentro da loja para que ninguém pudesse perceber o quão duro ele estava.

Do lado de fora da livraria se encostou na parede limpando seu rosto com um lenço que tirou do bolso até que a presença de alguém lhe chamou a atenção.

- Se veio me dar algum sermão pode cair fora. – disse grosseiramente ignorando o senhor que parou ao seu lado.

- Eu até poderia te dar algum sermão meu filho, afinal de contas, aquela mulher que você agarrou e humilhou publicamente é a minha filha. – Henrique agora o encarava com a sobrancelha levantada e os braços cruzados.

No fundo havia se divertido com a atitude de Alfonso pois nunca havia visto tal comportamento em Anahí. Ele achara incrível a maneira como a filha o havia enfrentado, totalmente petulante e sem medo nenhum do jeito bruto de Alfonso.

- Me desculpe senhor, mas o que acontece entre Anahí e eu não é da sua conta. – com o olhar gélido, Alfonso encarava Henrique.

- Engraço como você mantém a postura defensiva comigo Alfonso. – disse tranquilo – Eu respeito muito as decisões da minha filha, se me conhecesse você saberia. Só achei, de fato, um tanto...interessante a atitude dela com você. – riu balançando a cabeça – Ela é mais parecida com a mãe dela do que eu pensava. – encostou na parede ao lado de Alfonso acendendo um charuto e oferecendo para o mesmo que recusou.

Poncho se mantinha calado, não estava entendendo nada daquela atitude do pai de Anahí. Qualquer outro pai chegaria afrontando-o e batendo de frente, mas o pai de Anahí não, ele tinha que ser tão excêntrico quanto a filha.

- Aliás, eu sou Henrique. – estendeu a mão para cumprimentá-lo.

- Alfonso, Alfonso Herrera. – retribui o gesto e desviou o olhar para a rua. – Acho que estamos meio crescidinhos para isso Henrique, por favor vá direto ao ponto pois eu tenho mais o que fazer. – resmungou grosseiramente.

- Pois bem, também gosto das coisas sem rodeios... – soltou baforadas do charuto. – Não a machuque. – disse perigosamente.

- O que disse? Eu não encostei um dedo na sua filha... – foi interrompido.

- Você entendeu o que eu quis dizer, não machuque o coração da minha filha Alfonso porque ele pode não suportar ser quebrado mais uma vez. – segurou o charuto entre os dedos observando atentamente a rua.

Alfonso não queria perguntar, mas a curiosidade estava batendo mais alto. Ele não queria se interessar por Anahí, não queria se meter mais uma vez em sua vida, mas era tarde demais...ele já estava envolvido.

- O que você quer dizer com mais uma vez? – tentou soar desinteressado mas pelo sorriso que recebeu de Henrique percebeu que havia falhado.

- Any passou por coisas que pessoas duronas e desconfiadas como você não aguentariam Alfonso. Apesar de terem errado com ela, foi ela quem sofreu pelo erro de outra pessoa, foi ela quem teve que ouvir coisas desagradáveis e desnecessárias, julgamentos de quem só observava a cena de fora. – Henrique começava a se exaltar, só o pensamento de algum outro homem machucar a sua menininha o deixava doente. – Porque você acha, Herrera, que uma linda mulher se mudaria pra um lugar a quilômetros de distância de um local em que ela cresceu e conhece a todos? – tragou novamente seu charuto e coçou a testa impaciente – Porque você acha que minha doce... – recebeu um olhar descrente de Alfonso pelo adjetivo – sim Herrera, minha filha é uma menina doce e gentil mas pelo visto ela muda quando está com você. Continuando, porque acha que ela se isolaria em uma cidade onde não conhece ninguém?

Alfonso bufou e continuou calado, não é como se nunca tivesse se feito todas essas perguntas a respeito de Anahí. Ele morria de vontade de perguntar o que havia acontecido e por mais idiota que fosse ele não se sentia no direito de saber algo que a própria não havia compartilhado com ele.

- Eu prefiro não saber disso, creio que Anahí não gostaria de que eu ficasse sabendo de seus assuntos, além do mais não me interessa. – desencostou da parede e suspirou – E pode deixar Henrique, eu irei ficar bem longe da sua filha... – começou e foi interrompido novamente.

- Tudo bem, eu confio em você. Mas eu tenho certeza que é minha filha que não irá ficar longe de você, porque você pode ter certeza que ela ainda irá se vingar e pelo que eu vi hoje, ela terá total exito. – deu um sorriso de lado. – Ela ainda não sabe Alfonso, mas ela gosta de você. E você, bem... acho que posso dizer o mesmo. – antes de receber uma resposta malcriada deu as costas para entrar na loja novamente, mas antes sem olhá-lo disse – Por favor, não conte que eu estava fumando charuto sim? Anahí é um pouco neurótica com essas coisas... – apagou o charuto em um canteiro de flores e entrou na livraria novamente.

Alfonso seguiu para sua caminhonete que estava estacionada do outro lado da rua enquanto sua mente trabalhava em cima das informações que recebera do pai da sua "arqui-inimiga". Entrou no carro mas não deu a partida logo em seguida, sua cabeça apoiou no assento do carro e ele fechou os olhos por alguns minutos. Reviveu o beijo roubado novamente e se perguntou se Henrique estava certo sobre Anahí gostar dele de verdade.

Ele queria que Anahí gostasse dele? O pai dela havia dito que ela era uma mulher doce e gentil, então ele imaginou como Anahí se sairia na fazenda em meio aos seus animais, as tardes de verão com ela na varanda fazendo cafuné em sua cabeça logo após um dia longo de trabalho e as noites quentes em que poderiam se amar durante a madrugada fazendo com que seus corpos chegassem a entrar em ebulição quando virassem um só.

Os pensamentos pecaminosos sobre Anahí foram interrompidos quando ouviu as batidas na janela do carro.

- Ei lindo, o que está fazendo aqui? – Claudia sorriu docemente.

Ela ficara sabendo da inauguração da nova loja de livros que abriria na cidade, mas de maneira nenhuma pensava em perder seu tempo com algo tão chato como livros. No entanto, recebeu a ligação de uma amiga que estava lá e ficou sabendo de toda cena patética que Alfonso armou. Imediatamente foi até lá quando ficou sabendo do beijo de Poncho com a nova moradora da cidade e seu sangue ferveu de ódio mesmo sem conhece-la. A sorte estava do seu lado, pois quando chegara reconheceu a caminhonete de Alfonso do lado de fora e esperou o momento propício para aborda-lo.

- Posso ajudar em alguma coisa, Claudia? – perguntou rudemente. Por Deus, era só o que faltava para completar meu dia, pensou Alfonso descontente. Ver Claudia naquele momento era a última coisa que ele queria na vida, sua cabeça estava a ponto de explodir e ela não se tocava que ele não queria conversar, esperava que ser grosso fosse o suficiente. – Eu preciso ir, nos falamos por ai. – ligou o carro para dar a partida.

- Ei, ei Ponchito... pra que a pressa? A gente pode, sei lá, sair pra comer alguma coisa e depois nos divertimos um pouquinho, o que acha? – perguntou esperançosa, acariciando o braço de Alfonso.

- Que droga, qual é o seu problema? – bateu com força no volante fazendo a mulher dar um pulo pra trás – Eu já disse mil vezes que eu não namoro, que eu não levo mulheres para encontros e quer saber mais Claudia, acabou por aqui isso de ser casual porque parece que você quer algo que eu não posso te dar. – bufou. – Eu não faço isso de "relacionamento" e você sabia desde o início, portanto fique à vontade para encontrar alguém que queira.

- Então é assim Alfonso? Você termina tudo comigo por causa de umazinha que você acabou de conhecer? - bateu com força na porta do carro. – Como você tem coragem de fazer isso comigo depois de tudo que passamos juntos? – sua raiva começara a borbulhar e seus gritos chamaram a atenção de quem passava na rua.

- Você ficou maluca mulher? O que a gente tinha era sexo, somente pra isso que você e todas as outras servem! Eu ligava e você aceitava, mas nem isso vamos ter mais. Anahí não é umazinha, ela é uma louca que não significa nada pra mim. – respondeu perdendo a paciência e encarando o volante a sua frente.

- Se ela não é nada pra você porque você a beijou? Hein Alfonso, me responde PORQUE VOCE BEIJOU AQUELA VADIA? – gritou furiosa.

Imediatamente Alfonso saiu do carro e com violência imprensou Claudia contra o capô segurando-a pelo pescoço. As veias da sua têmpora saltavam e seu olhar se tornou ameaçador.

- Nunca mais chame a Anahí de vadia novamente e se eu ouvir por ai que você anda falando mal dela você irá se ver comigo, fui claro? E não tente novamente pedir satisfações da minha vida porque eu não devo nada a você. – sua voz estava dura como aço e morrendo de medo, Claudia afirmou com a cabeça.

Alfonso a soltou e ela tomou folego novamente passando a mão pelo pescoço avermelhado. Ele seguiu para o carro ligando-o e arrancando com pressa em seguida.

Claudia o observava sumir pela rua com ódio eminente, sua respiração estava acelerada e o vergão vermelho com as marcas dos dedos de Alfonso começavam a desaparecer.

- Que se dane Alfonso Herrera, você vai me pagar. – deu meia volta e encarou a livraria de Anahí – E você também vadia, ninguém vai tomar o que é meu. – sorriu ironicamente e seguiu para casa.