Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot

- Boa noite, vocês já escolheram? – a simpática senhora sorriu para Anahí e fechou a cara ao olhar para Poncho.

- Er...bem... – Anahí ficara sem graça com a atitude hostil da garçonete para com Alfonso então resolveu se pronunciar antes que ele se exaltasse – Eu vou querer um milk-shake de chocolate com bastante calda, um cheeseburguer com fritas e anéis de cebola. Pode trazer o mesmo pra ele por favor. – completou rapidamente, querendo que ela se retirasse logo.

Poncho a admirava, ela realmente havia levado a sério o negócio de aproveitar o jantar já que ele iria pagar a conta. Gostou dela ser ela mesma em sua frente, sem se importar com o que ele iria pensar sobre sua comida.

- Claro querida, é pra já. Ah, se você precisar de alguma coisa ou se alguém te incomodar não hesite em me chamar viu? – e saiu os deixando a sós.

Alfonso fechou a cara com a insinuação da mulher, como alguém em sã consciência poderia pensar que ele faria mal a Anahí de alguma forma? Bem, não faria de propósito mas prometeu a si mesmo ser vigilante daqui pra frente.

- Voltando ao assunto, Herrera, quero saber o porquê de te ter me procurado. – sorriu timidamente, suas bochechas ainda estavam rosadas e ela pedia a Deus que Alfonso agisse como uma pessoa normal pelo menos dessa vez.

- Primeiramente eu quero me desculpar mais uma vez – sobre a mesa segurou as pequenas e delicadas mãos de Anahí – Eu sempre fui tão grosso com você, te dizendo coisas da boca pra fora. Não pense em nenhum segundo que eu penso tudo aquilo de você Any. – seu olhar então se desviou até as mãos entrelaçadas.

Anahí ouviu as palavras atentamente e ponderou antes de responder. Ela poderia passar uma borracha por cima de tudo e fingir que nada havia acontecido? Ela realmente poderia pensar em um futuro com Alfonso ou seria cedo demais pra isso? Ela observou sua pele morena, fruto de seu trabalho em baixo do sol, passou seu dedo pela mão grande e calejada pelo serviço bruto e aquilo só fez aumentar o calor que sentia entre as pernas.

- Segundo, eu preciso te fazer uma proposta. – ele continuou, desviando assim sua atenção.

- Ah é? Estou interessada em ouvir. – disse delicadamente.

- Fiquei sabendo que você tem feito um trabalho super interessante com as crianças na livraria e não sei se você sabe, mas eu tenho um haras. – ela continuou calada porém afirmou com a cabeça, se Alfonso pensava que iria conquistá-la esfregando em sua cara todo seu patrimônio ele estava redondamente enganado, ela não era mulher de se deixar levar por esse tipo de coisa. – No meu haras nós temos uma equipe especializada que trabalha com terapia equina em crianças especiais e em pacientes que sofreram acidente e ficaram para ou até mesmo tetraplégicos. Então eu pensei que talvez, sei lá... – Alfonso respirou fundo, aquela conversa estava se saindo mais difícil do que pensara. – Talvez se você tivesse algum tempo livre eu gostaria que você fosse lá ler para as crianças, com certeza você receberia por isso e eu pessoalmente viria te buscar e te trazer... – Anahí o interrompeu com a mão.

A expressão de Anahí não mostrava nenhum sinal se ela gostara ou não da proposta e aquilo preocupou Alfonso imensamente. Por dentro, Any parecia explodir de felicidade, ela amava poder ler para as crianças, aquilo seria um prazer.

- Eu sinto muito Alfonso, mas não posso aceitar que você me pague. – separou sua mão da dele e sentou-se mais ereta. – Eu aceitarei de bom grado a carona porque ainda não tenho carro, mas pagamento por isso jamais.

Alfonso não entendeu a súbita mudança no comportamento de Anahí, ele ficara aliviado quando ela aceitara sua proposta e feliz por ela querer fazer o trabalho voluntário, mas sentiu falta de seu toque e aquilo o incomodou.

O pedido chegou e Alfonso deu um olhar frio pra garçonete que rapidamente se retirou. Os dois começaram a comer em um silencio constrangedor que foi quebrado com a falta de paciência de Alfonso.

- Any, eu falei algo que você não gostou? – perguntou temeroso.

Anahí não sabia como iria falar o que estava pensando a Alfonso, ele chegou atrás dela com o que pareciam ser segundas intenções e ela de bom grado resolveu perdoá-lo para dar chance ao que começava a sentir por ele e, apesar de ter adorado esse convite irrecusável, ele também foi um banho de água fria.

- Não, imagina Alfonso. – limpou sua boca com o guardanapo – É que eu pensei que, seria outro tipo de proposta... – pausou com a mão – Deixe-me terminar, por favor. – pediu calmamente – Não é que eu não tenha ficado feliz com o convite, é claro que sim. Imagina, levar um pouco de alegria pra essas crianças será muito gratificante mas em troca eu penso que entre nós não poderá existir qualquer tipo de relacionamento que não seja profissional.

Alfonso jogou com força seu lanche no prato e bateu com o punho na mesa fazendo-a balançar.

- Por Deus Alfonso, quer fazer o favor de se controlar? Toda vez você age como um ogro saindo da caverna e estraga tudo! – disse Anahí com a voz controlada, mas o sorriso havia sumido dando lugar a uma carranca.

Alfonso fechou os olhos e respirou fundo, sentiu o cheiro de morangos vindo do suave perfume de Any e se forçou a relaxar.

- Por que? Por que nós não podemos tentar nada? – impacientemente se levantou e sentou-se ao seu lado acariciando sua bochecha com o polegar fazendo-a se derreter.

- Porque, Alfonso, você pode não entender as crianças mas eu sim. Elas se apegam muito e eu não quero estar lá somente uma vez por semana como na livraria, agora eu tenho a Mai e a Dul pra me ajudar então isso me deixaria tranquila pra me dedicar a ajudar na terapia delas mais vezes. – disse olhando fundo naqueles olhos verdes e por um momento pensou em voltar atrás – Mas... e se a gente brigar? E se começarmos a discutir na frente delas como sempre acontece? E se a gente terminar, como elas ficarão? Como eu vou ficar? – perguntou temerosa.

Poncho ouviu atentamente as palavras de Anahí, mesmo que aqueles olhos azuis o hipnotizassem ele não podia deixar passar essa oportunidade.

- Any, essas são perguntas que você realmente tem em mente ou são desculpas que você está tentando usar pra não ficar comigo? – franziu o cenho pensativo, ele pedira desculpa pelas coisas que falara com Anahí mas e se ela acreditasse realmente em tudo que o chamou, e se não fosse da boca pra fora? Sua mão caiu imediatamente e ele retirou seu chapéu colocando-o na mesa. – Eu sei que não sou nenhum cara da cidade, sou grosso e mal educado, temperamental, não entendo nada de livros como você...

- Poncho! Ei, claro que não é isso, não seja bobo... – Any soltou uma risadinha e segurou seu rosto assim como sonhara várias vezes, passou a mão pela barba e acariciou seus lábios com polegar.

Alfonso engoliu seco com aquele gesto, o que significava? Ela queria ou não? Ele estava ficando confuso e aquele toque o embriagava cada vez mais.

- Eu ainda não tive a chance de me desculpar por tudo que eu disse também, é claro que eu não vou retirar algumas das coisas porque você mereceu. – disse fazendo Alfonso rir – Mas é esse seu jeito verdadeiro e ogro que me faz gostar de você. – falou roucamente. – Esses são meus medos de verdade, eu juro.

- Então nós faremos assim... se a gente brigar, aliás, quando a gente brigar você pode me jogar coisas e gritar comigo o quanto eu quiser, se começarmos a discutir na frente delas você vai me arrastar pela orelha até o local mais próximo ou eu posso arrastar você e te dar umas boas palmadas e dizer o quão má você foi. – disse movimentando as sobrancelhas com safadeza, fazendo Anahí gargalhar tão alto que todos se viraram para vê-la.

Any apoiou sua cabeça no ombro de Alfonso enquanto parava de rir, estava morta de vergonha. Eles ainda não tinham um relacionamento sério, mas pelo visto Poncho pensava muito no assunto.

- E, se nós nos separarmos algum dia – continuou ele sussurrando em seu ouvido – eu prometo que agiremos como bons adultos que somos e você continuaria a trabalhar no haras sem a minha interferência, eu prometo. Então, o que você acha?

O tesão borbulhava no interior do corpo de Anahí enquanto ela ouvia a voz sussurrada de Alfonso no pé da orelha acompanhada daquela barba passando pelo seu pescoço, aquela era uma combinação fatal pra qualquer mulher.

- Ok, eu concordo mas já vou avisando que eu posso ser uma menina muito, mas muito má. – sussurrou em seu ouvido e Alfonso soltou um gemido que parecia mais o urro de um animal enjaulado.

Como se tivessem presos em um mundo próprio, mal perceberam a chegada de uma pessoa que observava fixamente de longe todas as demonstrações de afeto do casal e que se aproximou furiosamente da mesa.

- Ora, ora... vejamos o que temos aqui, o casal mais famoso da cidade! – exclamou Claudia com ironia.

Anahí olhou a visitante calada imaginando quem poderia ser e Alfonso gemeu, só que dessa vez de terror, prevendo o que estava pra acontecer quando Any soubesse quem era Cláudia.