Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot

Alfonso dirigia concentrado, pensando em como nunca nenhuma mulher o havia defendido antes daquela maneira. Apesar da briga, ele ficara feliz com a atitude de Anahí, afinal ele faria o mesmo se outro cara o viesse provocar por causa dela.

Anahí estava em silencio e com a cabeça apoiada no banco, a adrenalina cessara e ela agora tremia violentamente.

- Querida, vem cá...a adrenalina tá passando. - Alfonso a puxou contra o seu corpo enquanto dirigia com uma mão só.

Anahí fungou o pescoço de Alfonso e apoiou a cabeça em seu ombro.

- Preciso perguntar, o que deu em você pra cair na porrada desse jeito hein? Se eu me lembro bem, seu pai havia me dito que você era uma pessoa super calma e delicada. – a olhou rapidamente e logo voltou com sua atenção na estrada.

Anahí bufou, nunca imaginara que seu pai iria fazer um papel desses de ir falar com Alfonso, ele bem que poderia tê-la avisado sobre isso mas estava tão esgotada que não tinha forças pra discutir com Poncho.

- Ele falou com você? Não sabia... O que vocês conversaram? – perguntou baixinho se sentindo confortável em seus braços.

- Coisas de homem, mas você ainda não respondeu minha pergunta.

Anahí se afastou de Alfonso, o corpo ainda tremia agora mas menos que antes. Suspirando ela olhou para a escuridão que dominava a estrada.

- Sinceramente? Eu não sei Poncho, eu nunca havia sido assim até conhecer você. Eu nunca havia brigado com ninguém do jeito que nós brigamos, nunca havia tido uma crise de ciúmes por nenhum cara, nem mesmo pelo Derrick... – disse sem pensar.

Rapidamente Alfonso dirigiu o carro para o acostamento, sabia que Anahí era misteriosa e que seria difícil arrancar algo do seu passado se deixasse aquela oportunidade passar mas não podia conversar sobre um assunto tão delicado e dirigir ao mesmo tempo, não poderia esperar chegar em casa. Mas quem diabos era Derrick?

Então se virou pra Anahí olhando-a nos olhos.

- E quem é Derrick? – perguntou tentando ser casual.

Então Anahí percebeu que havia falado demais e que deveria contar a verdade a Alfonso ou pelo menos parte dela porque se ela estivesse no lugar dele gostaria de saber também. Seria um momento difícil pra ela, falar sobre o passado que tanto tentou esquecer. Por um momento se lembrou do dia do seu casamento, da dor que sofreu ao saber que havia sido abandonada no altar, o olhar de pena em todos os rostos...

Até hoje não sabia por onde andava o ex-noivo e o que o levou a deixa-la no dia mais importante de sua vida. No fundo se sentia oca e com o orgulho ferido, os cacos do seu coração começaram a se colar assim que se mudou pra San Antonio mas ela tinha dúvidas se algum dia estaria completa e se voltaria a confiar em algum homem completamente.

Se ela queria saber os motivos de Derrick? Sim, claro que sim. Qualquer uma no seu lugar teria dúvidas em saber mas ela nunca teria coragem de procurá-lo pra descobrir. O mais engraçado, em sua opinião, é que, o que doeu mais não foi não ter se casado com ele e sim a vergonha que teve que passar perante a cidade e seus familiares. Se pelo menos ele houvesse lhe avisado antecipadamente, pensara que eram amigos antes de tudo... Sacudindo a cabeça para espantar os pensamentos, Any olhou nos olhos de Alfonso e sentiu a felicidade encher o peito por tê-lo ali consigo.

- Derrick é meu ex-noivo... – disse observando a reação de Alfonso.

A cabeça de Alfonso deixou de funcionar por alguns segundos, Anahí já foi noiva? Porquê...o que? Sem palavras ele ainda tentava entender o que poderia ter acontecido e lá no fundo sentiu-se grato pelo casamento não ter acontecido.

- Ex-noivo? Any, eu sei que você é muito reservada mas eu preciso de um pouco mais de informação sobre você... – Alfonso segurou suas mãos acariciando-as.

- Alfonso, eu ainda não estou pronta pra falar mais que isso com você... Só que é muito recente e que esse foi o motivo principal de ter vindo pra cá.

Poncho assentiu mas fechou a cara, quanto tempo mais demoraria pra saber a verdade toda sobre ela? Ele não queria descobrir por mais ninguém, queria ouvir da boca dela. Ele ajeitou o chapéu na cabeça e voltou a dirigir.

- Poncho, por favor não fica chateado comigo... – implorou Any.

- Tudo bem Anahí, nós acabamos de começar a ter algo e acho que não tenho o direito de...

- Não, é claro que não é isso. – o interrompeu – Eu é que não estou pronta pra falar sobre isso porque é humilhante e constrangedor.

- Ok, eu vou estar aqui quando você quiser falar está bem? – sorriu amenizando a situação – Então, está pronta pra conhecer o Carlos e a Berta? – a puxou novamente para seu peito.

- Eu deveria ter medo? – sorriu também acariciando-o carinhosamente.

- Não mesmo, tenho certeza que eles irão amar você. – beijou-a na testa.

- Poncho, ainda precisamos conversar sobre a Cláudia. – disse mordendo o lábio de nervosismo.

- Eu sei querida, mas antes preciso cuidar de você porque você está acabada. – Any lhe deu um tapa de leve no peito e ele riu.

- Seu grosso, eu fiz isso pra defender nós dois... mas agora, me deixa descansar vai... – disse fechando os olhos e rapidamente adormeceu.

Alfonso beijou-lhe os cabelos e apesar de estar descabelada, com arranhões por todo corpo e com pequenos hematomas, ela ainda lhe parecia a mulher mais linda que havia visto em toda sua vida. Agora sim conseguia perceber o quão pequena e sensível ela era, como uma flor que merecia todo o cuidado e zelo que poderia lhe oferecer. Ele era grosso, bruto e antipático, mas mesmo assim ela havia lhe dado uma chance...chance essa que ele faria de tudo pra merecer.

*

As luzes da fazenda ainda estavam acesas quando estacionou a caminhonete. Deu a volta no carro e delicadamente tirou Anahí carregando-a em seus braços. Sem deixar de observá-la, cheirou seu pescoço que exalava morangos, como ele amava aquele cheiro.

Rapidamente a porta principal se abriu, revelando um Carlos mal humorado e uma Berta assustada.

- Oh, pobrezinha Alfonso, o que você fez com ela? – sussurrou Berta raivosa.

- Não fui eu Berta, mas que coisa... porque a culpa sempre é minha? – revidou também sussurrando.

- Acho melhor levá-la pra cima e depois quero que você nos explique o que aconteceu. – disse Carlos pondo fim na discussão.

Alfonso subiu as escadas tentando não fazer barulho e seguiu diretamente para o seu quarto sob o olhar reprovador do casal que o seguia. Berta retirou as cobertas da cama e Alfonso a colocou delicadamente sobre ela, tampando-a novamente. Deixou a luz do abajur acesa, pois ela poderia acordar assustada ao saber que não estava em casa mas seus planos incluíam voltar rapidamente para ao seu lado e não ficar explicando suas decisões aos seus empregados a noite toda. Assim que saiu do quarto fechando a porta, recebeu uma chuva de tapas que o pegou de surpresa.

- Ai Berta, quer fazer o favor de parar? Já disse que não fui eu! – disse tentando defender-se com a mão.

- Mulher se acalme, deixe o menino explicar... ele já disse que não foi ele quem fez o estrago. – Carlos puxou a mulher para seus braços e os dois esperaram Alfonso começar a se explicar.

- Pois bem, Alfonso Herrera Rodrigues, estou esperando. – Berta cruzou os braços e batia o pé ansiosamente, sua cara não estava nada boa e Alfonso ali percebera que mesmo sem estar acordada, Anahí já havia ganhado uma defensora.

- Bem, fui atrás da Any logo após o expediente dela como tinha te falado e consegui levá-la pra jantar, tudo estava ocorrendo perfeitamente, ela havia aceitado a proposta de trabalhar aqui e no final das contas, nós decidimos tentar algo, juntos... – sorriu mas logo sua expressão se fechou – mas Cláudia apareceu por lá, provocou Anahí e as duas saíram no braço. – segurou o riso quando viu a boca aberta dos dois – E o melhor vocês não sabem, Any pegou Cláudia pelos cabelos e jogou dentro da fonte da praça.

Os três se entreolharam rapidamente e caíram na gargalhada, Berta não sabia se batia em Alfonso por ter permitido Anahí brigar até chegar nesse ponto ou se beijava os pés da mesma por ter colocado a Cláudia em seu lugar. Nunca havia ido com a cara de Cláudia mesmo que a mesma nunca tivesse pisado no haras, mas todas as vezes que a mulher havia ligado procurando o patrão havia sido prepotente e arrogante, pensando já ser a dona da casa. Por outro lado, Carlos não tinha dúvidas de que Anahí era a mulher certa para Alfonso. Alguém que sabia ser decidida e forte mas ao mesmo tempo tinha um lado gentil e bondoso, ficou feliz em saber que ela seria capaz de enfrentar não só Poncho quando precisasse, mas também todas as outras sirigaitas que surgiriam pelo caminho, e que ele sabia que não seriam poucas...

- Meu Deus, Poncho... eu estou sem palavras na verdade, essa menina tem personalidade, devo admitir. Vou trazer a caixa de primeiros-socorros pra você cuidar dela quando acordar e fazer uma sopinha, porque ela vai estar com fome. – Berta saiu apressada pra cozinha deixando Alfonso e Carlos a sós.

- É rapaz, essa é pra casar... – Carlos deu tapinhas em seu ombro e seguiu a esposa.

Poncho ficou parado em frente a porta do seu quarto e a palavra casamento o lembrou novamente que Anahí havia sido noiva, a curiosidade não parava de lhe corroer por dentro. Queria tanto saber o motivo, queria saber o que o tal Derrick poderia ter feito de tão ruim para que Anahí fugisse para uma cidade no meio do nada de tamanha humilhação. Ele iria esperar, as coisas estavam no rumo certo e não queria estragar tudo. Um dia de cada vez, pensou. Abriu novamente a porta do seu quarto e sentando-se na poltrona perto da sacada, zelando o sono de Anahí.