Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot

Alfonso foi diretamente para a bahia dos cavalos, parou em frente a Apolo e acariciou sua crina. Estava confuso e chateado também, uma mistura de sentimentos que ele nunca sentira antes. Na verdade, ele andara sentindo coisas novas desde que Anahí entrara em sua vida. Primeiro ele até achou engraçada e honrada a atitude de seu funcionário em pensar que poderia proteger Anahí ou qualquer outra mulher de um covarde em potencial. Depois ele viu que outras pessoas poderiam pensar também que fora ele o causador dos hematomas em Any, afinal ele tinha um temperamento explosivo e não era conhecido por fazer carinho em seus oponentes em uma briga de bar.

Qualquer um poderia pensar que um dia ele poderia perder a cabeça e ultrapassar todos os limites quando estivesse em alguma briga com Anahí. Ela, que era tão delicada e inocente como uma flor, não teria nenhuma chance de se defender caso ele não se controlasse. Não! Não poderia pensar assim nunca, ele não era um animal irracional e sabia que existia uma linha tênue entre uma discussão de casal e uma agressão física e ele nunca ultrapassaria essa linha com mulher nenhuma, principalmente com Anahí.

Ele fora criado pra respeitar e honrar a mulher que estivesse ao seu lado e pela primeira vez em sua vida ele poderia se colocar a prova e mostrar a todos que estavam equivocados sobre ele. Mas, e se não estivessem? Tantas dúvidas, tanta indecisão. Ouviu os passos de Anahí se aproximando, mas não se virou.

- Vamos ver no que isso vai dar, meu amigo... - murmurou baixinho para o cavalo.

- Ei, idiota! Porque me deixou falando sozinha hein? - Anahí disse grosseiramente.

- Não é da sua conta Anahí, já pedi pra me deixar sozinho. Não tô afim de brigar com você agora... - pegou uma escova e começou a alisar os pêlos de Apolo.

- Nós não precisamos brigar toda vez Poncho. - suavizou - Vamos conversar vai, quero saber porque você ficou bravo assim... - tentou se aproximar mas Alfonso se esquivou.

- Você é cega ou o quê? - explodiu raivoso, jogando a escova com força no chão. - Se ele, que me conhece a anos, pensou que eu havia te machucado, imagina o que vão falar as outras pessoas que não convivem comigo! - disse rudemente - Eles vão pensar que eu posso te bater a qualquer minuto, pra eles eu sou um bruto covarde que espanca mulheres! - completou com raiva.

- Bem, eles não estão errados na parte de ser um bruto mal humorado... - disse sorrindo e Alfonso a encarou com o maxilar cerrado - Mas eles não te conhecem como eu estou conhecendo Poncho, e entre nós, saberemos que aqueles que te julgarem assim estarão errados. - afirmou com certeza e tocou delicadamente seu braço.

- Esse não é o pior Anahí... - gemeu Alfonso com impaciencia - E se eles tiverem com razão no final? E se um dia eu não conseguir me conter e acabar...- respirou fundo- te machucando de verdade.

- Você não vai fazer isso, eu sei que não. - sorriu e envolveu seus braços no dele, apoiando sua cabeça em seu ombro - A única forma de você me machucar de verdade Poncho, é quebrando meu coração... - completou séria.

Alfonso se afastou abruptamente e lhe deu as costas, ele tinha sérias dúvidas se conseguiria ser o homem que Anahí merecia. Mas uma vez ele sabia que agiria como um imbecil, mas não conseguia evitar o ciúmes que borbulhava em seu interior e por isso, não se conteve a fazer a próxima pergunta.

- Porque você deu confiança a ele? - perguntou friamente ainda de costas.

Anahí não estava acreditando no que ouvia, só podia ser brincadeira ser acusada daquela forma nos quarenta e cinco minutos do segundo tempo.

- Você está bricando, né? - tentou achar graça.

- Não. Quero saber porque você deu tanta intimidade a ponto dele pensar que poderia defendê-la. - se virou e a encarou com o rosto fechado.

- Alfonso, diz que você está bricando e eu vou esquecer que você insinuou isso... - coçou a testa com impaciencia.

- Responde, AGORA! - pediu exigente.

- Você é um insano e arrogante, Herrera! Eu não tenho culpa se seu funcionário é louco e tirou conclusões precipitadas sobre nós, mas te garanto que eu fui nada mais que educada com ele. - começou furiosa - Como ousa me fazer tal acusação só por causa do seu ciúme idiota hein? - se aproximou com raiva e o empurrou pelo ombro, tal gesto soou como uma pequena cosquinha em Alfonso, que nem mesmo se mexeu.

Ele não conseguia encontrar as palavras, sabia que assim que elas haviam saido da sua boca, ele as queria dentro novamente. Mas não conseguiu evitar e deixou o ciúme falar mais alto.

- Se você tivesse dado meia volta na primeira acusação ou tivesse falado que era minha namorada pra começo de conversa, nada disso teria acontecido... - Anahí bufou em resposta, sua paciência estava no limite.

- Ah, agora eu sou tipo um troféu.. tenho que me apresentar as pessoas dizendo que sou a namorada do Alfonso Herrera antes mesmo de dizer meu nome é? - debochou.

- Não precisa ser a primeira coisa a dizer, mas se pra você é tão vergonhoso assim dizer que é minha namorada, ENTÃO NÃO SEI O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI COMIGO! - terminou gritando.

Os olhos de Anahí lacrimejaram, mas ela respirou fundo e contou até cinco antes de responder. Ela precisava se acalmar, assim como Alfonso. Eles estavam brigando por nada, ela entendia que ele nunca havia tido um relacionamento antes e por isso teria que ter paciência com ele. Pelo bem do relacionamento, ela resolveu engolir o orgulho e partir.

- Quando você se acalmar, me procure. - deu meia volta e seguiu para fora do celeiro.

Alfonso se sentiu mais péssimo do que já estava, o conflito interior ainda o deixaria louco. Socando a parede, ele soltou um grito de raiva e correu até alcança-la.

- Baby, me perdoa... Eu fui um estúpido. - disse cauteloso puxando-a pelo braço.

- Claro que está perdoado, mas quem quer ficar sozinha agora sou eu Alfonso. - respondeu puxando o braço. - Mais tarde a gente conversa porque agora eu não quero ter que olhar pra sua cara ridícula. - disse entredentes e correu em direção a Carlos, que naquele momento acabava de ligar a caminhonete.

Alfonso mordeu a língua pra evitar soltar alguma outra baboseira. Ele não queria que ela fosse embora, queria na verdade que ela passasse outra noite ali com ele, afinal era sábado e ela não tinha que trabalhar mas decidiu dar espaço.

- Ei, quando eu posso te ver de novo? - disse baixinho puxando-a pela cintura antes que ela subisse no carro.

Any suspirou, toda sua raiva já havia se evaporado como mágica mas ela precisava ensinar a Alfonso a lidar com seu temperamento ou o relacionamento já estaria fadado a fracassar antes mesmo de começar.

- Me liga mais tarde, não vamos poder sair porque hoje marquei noite das meninas lá em casa. - sorriu rendendo-se.

Carlos sorriu e olhou para o lado fingindo admirar a paisagem, dando-lhes privacidade. Como eram belas as explosões do amor, brigavam e faziam as pazes com tanta facilidade...

- Tudo bem, mas vou sentir sua falta... - susurrou em seu ouvido sorrindo enquanto acariciava sua cintura.

- Eu sei, também sentirei a sua mas você vai ficar de castigo até aprender a ser um bom menino. - gargalhou e encheu o rosto de Alfonso com beijos quando viu seu olhar incrédulo.

- Ah, Any. Fala sério, eu não sou cachorro...Posso agir como um burro xucro às vezes mas... - Anahí tampou sua boca impedindo-o de falar.

- Então pare de agir como um! - falou simplesmente.

Ainda em recusa, Alfonso concordou com a cabeça e abraçou Anahí, tirando-a do chão e a fazendo rodar.

- Já te desculpei mas ainda estou brava com você, ok? Nos vemos em breve... - e então lhe beijou sem pudor, fazendo com que o coração de Alfonso disparasse como uma manada de boi desgovernada.

Assim, Any o afastou delicadamente e sorriu ao entrar na caminhonete. Acenando pela janela, ela suspirou quando o perdeu de vista.

- Peço que tenha paciência com ele... - disse Carlos concentrado na estrada.

Anahí o olhou com curiosidade, lhe dando abertura para que continuasse.

- Alfonso foi muito amado, mas criado muito sozinho, no entanto. Estamos com ele aqui desde pequenos e vemos como ele luta contra alguns sentimentos. - deu-lhe um rápido olhar antes de focar na estrada. - Ele não sabe lidar com certas emoções e seu medo é perder novamente as pessoas que ama. Obviamente ele nunca falou isso com essas palavras, mas eu o conheço muito bem...

Anahí não disse nada por longos minutos, seu olhar vagou pela estrada que parecia se mover a medida que o carro andava. Refletindo as palavras de Carlos, ela sentiu uma vontade repentina de desabafar.

- Fui abandonada no altar no dia do meu casamento... - disse direta sem encará-lo.

Carlos a olhou novamente tentando esconder seu espanto diante de tal informação.

- Alfonso sabe? - perguntou.

- Não e apreciaria se você não contasse. - o encarou serena.

- Da minha boca ele não ouvirá nenhuma palavra, mas eu penso que você deveria contar a verdade a ele. - estacionou o carro em frente sua casa - Alfonso tem sonhos, Anahí. Se você não estiver preparada por favor não o magoe. Espero de todo coração que você não deixe o passado interferir no futuro de vocês. - disse ao encará-la - Fique tranquila, seu segredo está seguro comigo. - sorriu para acalmá-la.

- Obrigada Carlos, não sei o porque de ter te contado isso, simplesmente...escapuliu. - riu sem emoção - É algo realmente embaraçoso de contar para o cara pelo qual estou apaixonada, mas eu te prometo que ele vai saber. Só precisava, sei lá...- suspirou pesadamente - tirar esse peso de cima de mim e eu senti que você não me julgaria se eu te contasse. - abriu a porta do carro para descer.

- Any, ele também não irá julgá-la mas respeito seu tempo. Espero que nos vejamos mais vezes mocinha.. - sorriu e se despediu, arrancando rapidamente com o carro.

Perdida nos próprios pensamentos, Anahí abriu a porta de casa ao mesmo tempo que seu celular apitou com uma mensagem.

"Pensando em você e olhando pro melhor souvenir de todos. AH."

Sorriu para a tela do celular e suspirou, quando levantou a cabeça encontrou uma Dulce María lívida de raiva encarando-a.