Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot

A reunião havia sido mais exaustiva do que ele imaginara e no final não conseguira fechar o contrato. No restaurante ele esperou impaciente pela chegada do senhor Tanaka, que estava atrasado quinze minutos. Alfonso odiava esperar e se fosse outro comprador já teria ido embora há tempos, mas aquela venda era a mais importante de todo ano. Era a venda pelo qual preparara seu melhor gado, com a melhor alimentação e sem hormônios. Além de trazer um investimento alto em suas finanças, parte seria investido na rehabilitação das crianças em seu haras, já que ele pretendia expandir para atender adultos também.

Distraido com os papéis que lia não percebera a chegada da visitante a sua frente.

- Senhor Herrera? - perguntou a bela mulher a sua frente. - Sou Ari Tanaka, filha de Yoshi Tanaka. Vim representar meu pai hoje, ele teve outro compromisso de urgencia e me encarregou dessa reunião. - sorriu com os lábios vermelhos que contrastavam com o vestido branco e justo que usava. Os cabelos de Ari batiam na cintura, eram lisos e negros. Seus olhos puxados lhe davam uma aparência exótica que era rara naquela região, fazendo com que chamasse atenção por onde passasse.

Alfonso se levantou e a cumprimentou, achando a situação estranha. Nunca havia feito negócios com alguma mulher antes e estava impaciente pra voltar para casa.

Ari gostou do que viu, não havia esperado um cowboy musculoso e lindo e sim um velho barrigudo e nojento, entediado com a própria vida.

Já imaginara a noite maravilhosa que poderia ter ao lado daquele maravilhoso homem. Os pensamentos mais pervetidos passavam pela sua cabeça durante todo o jantar, mas Alfonso se mostrara irredutível a todas as suas insinuações e aquilo a deixara irratada. Ninguém nunca havia sido tão grosseiro e tão imune ao seu charme quanto ele, nunca havia sido rejeitada daquela forma, mas não deixaria barato. Fora contra todas as ordens de seu pai e acabara não assinando o contrato. Precisava de uma noite a mais para repensar sua estratégia com Alfonso.

Poncho estava por explodir de raiva, ele sabia que maltratar uma mulher fisicamente era ilegal e por isso tentou manter o controle. Achara a filha do Tanaka totalmente sem profissionalismo e por mais que quisesse a venda, não se submeteria as vontades de uma garota mimada e egoísta. Yoshi ouviria poucas e boas quando ele tivesse a oportunidade de ligar e assim aconteceu quando chegou ao seu quarto.

- Acho um absurdo primeiramente que o senhor não ter me avisado com antecedência que não viria me receber pois assim eu mesmo não teria aparecido aqui e teria mandado alguém da minha inteira confiança! - exclamou irritado ao telefone, andando em círculos pelo quarto.

- Me desculpe senhor Herrera, mas surgiu outra emergência aqui que eu não poderia ter deixado na mão de outra pessoa. Eu mandei minha filha ir somente por formalidade pois o negócio estava praticamente fechado, você sabe! - exclamou Tanaka tentando se explicar.

- Eu não quero saber Tanaka! - disse friamente enquanto a veia pulsava em sua têmpora - Ela veio aqui por sua ordem, tudo bem eu aceito isso... - falou tentando conter seu ódio - mas ficar dando em cima de mim ao invés de conversamos sobre o contrato e ainda ter feito eu perder meu tempo vindo aqui já é demais. Eu sou um homem comprometido e já deixei bem claro pra sua filha mimadinha. Não aceito ser manipulado por quem quer que seja, me ouviu bem? - falou entredentes, bufando de raiva.

Sua tensão estava no nível máximo então deu um soco na mesa para se aliviar. O que mais queria era estar nos braços de Any na manhã seguinte, mas seria impossível, dada a situação atual.

- Senhor Herrera, eu não... - Tanaka não sabia o que dizer, se Alfonso desistisse da negociação ele perderia muito dinheiro. Todas suas vendas dependiam de fazer aquela compra e ele sabia que Alfonso era um homem correto e havia criado as reses do jeto que ele exigira e que se ele não conseguisse fechar o contrato, outros empresários já estavam na fila. - Eu peço desculpas pelo comportamento da minha filha e garanto que isso nunca mais irá acontecer. Me perdoe Alfonso, nunca aconteceu isso antes...

- Espero mesmo que amanhã ela esteja com aquele contrato assinado, caso contrário tenho milhares de compradores esperando pra fechar negócio. - respondeu bruto - E pode dizer pra sua mimadinha que eu não vou tolerar mais aquela atitude da parte dela caso contrário, não responderei por mim. - desligou sem esperar uma resposta por parte de Yoshi. Jogou o chapéu em cima da cama e passou a mão pelo cabelo nervoso, bendita hora que a filha de Tanaka dera em cima dele, justo agora quando as coisas estavam indo bem com Anahí e ele não queria perdê-la por nada.

No outro dia Alfonso aproveitou para resolver outras pendencias em Dallas, fazendo com que chegasse no hotel de tarde, desesperado para falar com Anahí. Pra ele, ela havia entendido bem a situação e pensou que o tom triste na voz seria devido ao jantar que ele perderia à noite, mas ele iria recompensá-la assim que fosse possível. Tentou descansar e ficar com a cabeça fria ate na hora da reunião, então tirou um cochilo.

O despertador tocou tirando-o do seu sono profundo, antes de tudo enviou uma mensagem de texto pra Anahí se desculpando mais uma vez e dizendo que estava com saudade mas ela não respondera. Ele resolvera viajar aquela noite mesmo, imediatamente depois do jantar e lhe fazer uma surpresa, chegando antes do esperado.

Ele se vestiu, arrumou a mala e foi em direção ao restaurante, percebeu que Ari Tanaka já havia chegado e lhe esperava com uma cara nada boa. Aquilo lhe fez prender um sorriso, era sinal de que Yoshi havia cumprido com o combinado e chamado a atenção da filha.

- Boa noite senhor Herrera, está atrasado. - disse com uma fingida educação.

- Boa noite, senhorita Tanaka. Não estou atrasado. - disse conferindo o relógio de pulso - Pelo que vejo você está adiantada. Melhor assim, o quanto antes eu voltar pra casa, melhor. - disse em um tom cortante.

Ari semicerrou os olhos e tomou um gole de sua bebida, pensativa.

- Pra que tanta pressa pra voltar? - perguntou tentando soar casual.

Alfonso tamborilou os dedos na mesa impaciente, aquela conversa já começara a tomar outro rumo que não lhe interessava.

- Não que seja da sua conta, mas minha namorada me espera em casa e por sua culpa tive que adiar um compromisso com ela ontem a noite então... - respirou fundo tentando contar a raiva - se você por favor puder assinar esses documentos pra eu ir embora, ficarei grato. - fechou a cara, lhe dando um olhar gélido.

- Claro Herrera, meu querido paizinho deixou bem claro qual era o meu trabalho aqui. - falou ironica.

Alfonso retirou a pasta da mala e o celular do bolso, colocando ambos em cima ds mesa. Esperava uma mensagem de Carlos confirmando seu voo e que estaria a sua espera no aeroporto. Entregou os papéis a Ari, que cuidadosamente revisou mais uma vez e lhe fez algumas perguntas.

Apesar de ter sido descuidada na noite anterior, seu pai havia deixado claro que se estragasse aquele negócio estaria fora da empresa em um piscar de olhos, com a bunda chutada na rua. E ela nunca teria a chance de conquistar a presidencia que tanto queria, por isso, engoliu o orgulho e abaixou seu ego. Assinou os papéis sob o olhar penetrante de Alfonso e lhe entregou de volta.

- Bem, acho que deveríamos brindar à isso, não acha? - tentou fazer uma última tentativa de sedução.

- Felizmente, estou em cima da hora. Não posso dizer que foi um prazer fazer negócios com você, e pode deixar que agraderecerei seu pai eu mesmo. - levantou-se colocando a pasta na mala, e tocou a aba do chapéu saindo apressado.

Ari o olhou ir embora e ameaçou se levantar quando viu o que ele havia esquecido na mesa. Mas sorriu maliciosamente pra si mesma quando pegou o celular de Alfonso e a tela acendeu com a chamada de "Minha Garota" e a foto de uma mulher bonita e semidesnuda apareceu.

- Oi meu amor, vi agora sua mensagem... - disse Any tentando soar empolgada, ela estava em casa, de pijamas e se afogando em doces com Dulce e Maite, mas dessa vez sem bebidas.

- Oi, com quem deseja falar? - Ari soou despreocupada enquanto pegava o elevador, a caminho de seu quarto.

Anahí tirou o celular da orelha, conferindo se ligara realmente para o número certo. E estava, era o número de Alfonso, então porque outra mulher atendera seu celular?

- Desculpa, acho que a ligação foi para o número errado... - forçou um riso - queria ligar pro meu namorado, Alfonso.

- Oh querida, esse é o número do Alfonso sim. - falou Ari enquanto sentava em sua cama, com a expressão divertida. - Mas no momento ele não pode atender, ele está no banho. Sabe como é né, depois de uma noite e um dia intenso... - falou com a voz sugestiva.

- Noite e dia? - perguntou Any baixinho. Ela ficara sem palavras, então Alfonso havia a dispensado em um dia importante porque estava com outra?

- É, me desculpe.. - tentou soar inocente - Ele não me disse que tinha namorada então eu o convidei pra subir ao meu quarto. Passamos a noite toda juntos e o dia também, ele está no banho agora. - Alô? Alô? - perguntou quando o silêncio tomou conta da linha.

Olhou a tela do celular e viu que a chamada havia sido finalizada, aquilo era uma pequena vingança por Alfonso tê-la rejeitado e ainda feito queixa sobre ela para o seu pai. Satisfeita com sigo mesma, ela gargalhou e resolveu ir para o bar do hotel.

-

Anahí estava estática e segurava o telefone com um olhar aéreo no rosto. Maite e Dulce voltaram da cozinha rindo de alguma coisa, mas ela não escutava o que acontecia ao seu redor. As lágrimas escorriam com rapidez pelo seu rosto e ela deixou seu corpo escorrer pela parede até se sentar no chão, com a cabeça entre as pernas.

Seu soluço chamou atenção das amigas que correram e se ajoelharam ao seu lado.

- Any, o que aconteceu? Alfonso está bem? - perguntou Maite tentando acalmá-la.

Ela não conseguia responder, sentia-se humilhada mais uma vez, só que dessa vez era pior porque amava Alfonso mais do que jamais pensara em amar Derrick. Será que ela nunca seria mulher o suficiente pra segurar ninguém? Só esse pensamento fez seu choro aumentar, seu corpo tremia intensamente e os soluços só a deixavam mais impossibilitada de responder alguma coisa.

- Anahí, por Deus! Fala logo o que aconteceu... - pediu Dulce desesperada, Any nunca havia chorado dessa forma. Quando fora abandonada chorou, mas expressou mais raiva que tristeza e agora era totalmente diferente.

- Ele, e-le... - tentou dizer entre soluços - Alfonso... - levantou a cabeça apoiando-a na parede e encarou as amigas com os olhos vermelhos.

- O que tem Alfonso? - Dulce segurou o rosto dela em suas mãos, encarando-a.

- Ele me traiu, Alfonso me traiu. - disse em um susurro quase inaudível, com a voz vazia.

Maite e Dulce se entreolharam e não sabiam o que dizer. Mai segurou as mãos de Anahí, tentando lhe tranquilizar e a levantou do chão, fazendo-a sentar-se no sofá. Aos poucos Anahí ia acalmando os tremores e o soluços, mas as lágrimas ainda escorriam. Ela olhava fixamente a parede e sua respiração estava acelerada.

- Any... - chamou Maite cuidadosamente - Porque você acha que Alfonso traiu você? - perguntou baixinho.

Anahí virara o rosto, como se só agora percebesse que estava com companhia. Seus lábios tremeram novamente e ela fechou os olhos, respirando fundo.

- Eu... - tentou se acalmar - Eu liguei pro celular dele e uma mulher atendeu, primeiro pensei que fosse engano mas depois ela confirmou que era o número dele. - passou a mão pelo rosto tentando limpar as lágrimas e fungou o nariz - Ela disse que haviam passado a noite e o dia todo juntos e que ele estava no banho... Ela falou com uma voz nojenta, tentando soar simpática e disse que não sabia que ele tinha namorada porque ele não havia contado. - tampo o rosto com ambas as mãos - Oh Deus, como pude ser tão estúpida? O celular dele ficou fora de área o dia todo até ele me ligar falando que não iria voltar hoje... - e novamente se debulhou em lágrimas enquanto as duas tentavam controlá-la sem sucesso.

Enquanto isso o voo de Alfonso acabara por atrasar mais de três horas e ele ficara agarrado no aeroporto impaciente. Percebeu que havia esquecido seu celular no restaurante do hotel quando o procurou pra ligar pra Carlos e Anahí. Mas ficou tranquilo, afinal ela não sabia que ele estava tentando chegar mais cedo e Carlos com certeza verificaria no aeroporto o seu atraso. Assim resolveu ir na loja de presentes e escolheu uma pelúcia e chocolates pra dar de presente a Anahí assim que chegasse.

Ele desembarcou animado e ansioso para vê-la novamente, não foram nem dois dias completos mas fora o suficiente para que seu peito explodisse de saudade. Carlos o estava esperando quando desembarcou e o levou direto pra casa de Anahí.

Ele tocou a campanhia, arrumou seu chapéu enquanto esperava e quando a porta se abriu, uma Anahí pálida, com olheiras e olhos vermelhos o encarou e rapidamente bateu a porta em sua cara.