Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot

A casa ainda continuava silenciosa, a sensação que invadia o corpo e a alma de Anahí era de leveza, mas ela se recusava a sentir-se dessa forma. A mezcla de raiva e plenitude se moviam dentro dela, como se estivessem em guerra e ela com certeza queria que a raiva ganhasse. Como podia ser tão idiota e ceder aos desejos carnais tão facilmente?

Depois do que acontecera no banheiro, ela saiu rapidamente de lá e vestiu seu roupão. Não queria olhar no rosto de Alfonso ou suportar ouvir mais uma vez seu pedido de perdão. Resolveu ir pra cozinha e passar um café para os dois, antes de soltar os cachorros em Alfonso.

Ela tremia da cabeça aos pés, o prazer tinha sido intenso demais que quase não suportara. Encheu a cafeteira com água e colocou o pó. Se apoiou na pia e abaixou a cabeça, respirando fundo. Fora um erro que acabara de acontecer, um erro gravíssimo. Ela se deixou levar pelo momento, pelas lágrimas, pelo estado frágil de Alfonso e...

- Como você está? - Alfonso se aproximou por trás e colocou as mãos em sua cintura.

Anahí deu um pulo com o susto e colocou a mão sobre o peito, com o coração acelerado. Se virou rapidamente e empurrou Alfonso.

- O que pensa que esta fazendo me tocando assim? - perguntou, levantando suas defesas novamente.

- Any, eu pensei que... - começou, confuso

- Pensou errado Herrera. Isso que acabou de acontecer, não irá se repetir mais... - respirou fundo - Foi simplesmente um erro que qualquer casal com um término recente comete. - se afastou, abrindo um armário e pegando uma caneca - Você ainda está bêbado, tome o café e vai dormir ok?

- Erro? Fazer amor comigo agora é um erro? - Alfonso estava confuso, a minutos atrás ela estava tão entregue, tão disposta. - Não adianta colocar a culpa na bebida, eu posso estar um pouco embriagado, mas qual é a sua desculpa pro que acabou de acontecer, hein?

Anahí não respondeu de imediato, não queria começar outra briga com ele. As ofensas seriam fortes demais e ela sairia magoada novamente. A verdade era que não tinha desculpas, que fora fraca e caiu em tentação. Com o café pronto, serviu na caneca para Alfonso e o entregou.

- PARA DE ME IGNORAR! - ele gritou com raiva, batendo a mão no balcão e Any o olhou assustada - Você não pode chamar isso de erro, Any, pelo amor de Deus... Nós nos amamos, acredita em mim quando eu digo que não te trai! - exclamou desesperado e se aproximou, segurando seu rosto.

- Não posso, simplesmente não posso... A dúvida, a incerteza, sempre vão existir Alfonso. Quando você tiver que viajar de novo, porque eu sei que vai... - o olhou diretamente nos olhos - eu sempre vou ficar aqui, sozinha, desesperada, criando mil histórias na minha cabeça sobre onde ou com quem você está. Eu não posso...não fui feita pra isso. - tirou delicadamente as mãos dele do seu rosto e seguiu para a sala, na intenção de arrumar o sofá para que ele dormisse. Ela estava fazendo o melhor que podia segurando suas emoções e suas lágrimas, mas Alfonso parecia querer empurrá-la até a borda do seu limite.

- Baby, eu nunca te dei motivos pra isso. Pelo amor de Deus, você está exagerando... - passou a mão pelo cabelo, frustrado - Eu já não sei mais o que fazer  ou o que falar pra te convencer... Me ouve - pediu com as mãos, desesperado - Eu não sou o tipo de cara de ama e desama fácil, aliás isso nunca tinha acontecido antes de você...Eu te amo e te amei desde o começo Any, porque acha que não merece meu amor, baby? - perguntou baixinho, as lágrimas livres rolando por seu rosto.

Anahí também já chorava a essa altura e não sabia o que fazer, estava confusa, magoada e extremamente abatida. Ela abaixou a cabeça pensando que talvez fosse a hora de dizer a Alfonso a fonte de todos seus medos, ela sabia que a hora chegara. Respirou fundo e o olhou, viu os olhos dele cheios de expectativas.

- Porque um dia... - forçou o bolo em sua garganta a descer novamente - eu achei que pudesse ser amada e desejada por um homem, mas esse homem me deixou sozinha no dia mais importante da minha vida, Poncho. E foi por isso que eu vim pra cá, e por isso eu relutei no inicio em ter algo com você. Eu não vim pra ca procurando um relacionamento, eu vim pra cá pra fugir... - fechou os olhos, e abraçou a si mesma, como se pudesse se proteger.

- Baby, eu não estou entendendo... Fugir de quê? - a olhava confuso, secando as lágrimas do próprio rosto.

- Não me chame de baby, eu não sou mais sua baby... - falou com raiva, ainda de olhos fechados. - Ele me abandonou Alfonso, no altar. No dia do meu casamento eu fui abandonada no altar pelo meu noivo. - falou baixinho e abriu os olhos, já sabendo o que iria ver no olhar de Alfonso: pena. - Não me faça mais perguntas sobre esse assunto ok? Odeio falar disso e se te contei não é porque te devo alguma coisa, mas simplesmente porque achei que era a hora...

- Oh, minha Any... - ele tentou se aproximar, mas foi repelido com rudeza.

- Não! NÃO SE ATREVA, HERRERA! - gritou com raiva, não suportaria aquele olhar mais uma vez, não dele. - Não me venha com palavras de pena ou consolo e muito menos esse olhar ok? Eu não preciso disso, foi justamente por isso que eu sai da minha cidade. Estava cansada de ser acusada de não ter sido o mulher suficiente para prender meu próprio noivo, porque então eu seguraria logo você?! O herdeiro Herrera, solteirão mais cobiçado no Texas, o indomável... - falou, com escárnio escorrendo pela voz. Passou a mão pelo rosto, tentando se controlar e subitamente sentiu-se tonta, então respirou fundo. Aquela conversa não estava lhe fazendo bem, não mesmo.

Alfonso não sabia o que dizer, muito menos sabia que estava lhe olhando daquela forma. Nunca fora sua intenção tratar Anahí como se estivesse com pena, mas era inevitável pensar no sofrimento que sentira após ser abandonada no dia do casamento. Imaginou que a vergonha que ela sentira fora tão grande, à ponto de fazê-la largar tudo que tinha e se mudar para uma cidade em que não conhecia ninguém, para começar do zero. Agora tudo se encaixava, tudo fazia sentido.

- Nós nos seguraríamos, porque nos amamos, Anahí. - falou olhando-a nos olhos. - Converse comigo, me conte o que aconteceu, o porquê dele ter te...abandonado...- foi incapaz de continuar.

Anahí o ignorou, limpou seu rosto e a garganta.

- Nós não temos mais nada Alfonso Herrera e o que houve hoje, não voltará a acontecer mais. Por favor... - o deteve com a mão quando ele ameaçou a falar - me respeite e não insista. Essa noite foi muito longa, preciso ir descansar. Você sabe como funciona tudo aqui em casa, portanto, não quero te ver aqui amanhã quando eu levantar. - apertou o roupão firmemente ao corpo.

- Espera, Any...espera. - pediu - Nós não usamos proteção essa noite...

Anahí revirou os olhos e soltou um riso sem humor.

- Nós fizemos amor tantas vezes sem proteção e você nunca se incomodou com isso. Que foi é? Está achando que quero dar o golpe do baú? - provocou-lhe.

Alfonso fechou a cara, nunca havia pensado nisso. Na verdade, seria uma benção ser pai de uma criança que nascesse de Anahí, mas não lhe daria o gostinho. Estava cansado de ser pisado e tratado como se fosse o errado da história, sendo que não havia feito nada. Ele ainda iria provar e quando isso ocorresse, ele já teria seguido em frente e quem lamentaria, seria ela.

- É, na verdade pensei sim... Seria péssimo ter que pedir um exame de DNA - cruzou os braços e sua expressão se fechou - Vai saber com quem você tem andado ultimamente, não é? - falou amargamente.

Os olhos de Anahí marejaram diante vil acusação.

- Eu sabia que você poderia ser baixo, mas não imaginava quanto. - limpou as lágrimas antes que caissem - Pode ficar tranquilo, Herrera... eu tomo remédio. Deus me livre ficar grávida de uma cria sua! - exclamou com a voz fria - Boa noite... - e saiu silenciosa, enquanto Alfonso pôde ouvir a porta do quarto ser trancada.

Ele pegou sua caneca do balcão e tomou o café amargo. Sua bebedeira havia ido tão rápido quanto chegara, ele sabia que no outro dia a ressaca seria intensa, então se dando por vencido, tomou todo o café e uma aspirina que achou na gaveta da cozinha e foi se deitar no sofá, sentindo o perfume de morangos que estava por toda parte. Ele não pôde deixar de reparar que estava mais magra, com olheiras profundas e escuras, os ossos de seu rosto começavam a se sobressair e sua cintura estava mais fina. Conhecia aquele corpo de cor, tinha alguma coisa errada. Será que o término havia a afetado tanto assim? Bom, não era mais problema dele, pensou com amargura. Ela conseguiu o que queria, não iria mais insistir e nem se humilhar por uma mulher que não lhe retribuia os sentimentos. Agora iria tratá-la da mesma forma que era tratado. Agora, era cada um por si.

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É isso meninas, aproveitem! Próximo cap somente semana que vem (sexta).

Com amor, Fran ❤