Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot

Os dias se passaram mais rápido do que Anahí gostaria. A livraria começava a ir mal, as pessoas estavam perdendo a empolgação com os livros e ela estava totalmente desfocada dos negócios. Tudo que ela conquistara, havia perdido o brilho de novidade. Pelo menos a cafeteria funcionava a todo vapor e os momentos de leitura faziam valer a pena manter o local aberto.

Anahí andava confusa, desanimada e quase depressiva. Havia perdido mais peso, o que em sua pequena estatura ficara totalmente evidente, fazendo com que Dulce e Maite vigiassem-na a todo instante.

- Any, tem uma ligação pra você no escritório. - Dulce falou atrás dela, que examinava uma prateleira, com olhar vazio. - Anahí, ligação pra você urgente! - a cutucou com pressa.

- Ah, oi Dul...ok. - se virou e forçou um sorriso pra amiga, saindo logo em seguida.

Dulce voltou para o caixa pensativa e apreensiva.

- Mai, precisamos levar ela no médico urgente... - falou preocupada.

Maite parou de limpar a mesa imediatamente e a olhou.

- Ela estava distraída de novo? - perguntou e Dulce afirmou com a cabeça - Também acho que ela deve procurar um médico, viu como ela está apática? Pode ser anemia, ela nem come direito...

- Essa situação dela com Alfonso, sei lá... Você acredita que ele traiu ela mesmo? Ele parecia tão convincente. - Dulce falou, estava com a pulga atrás da orelha desde que soubera da explicação de Alfonso. Parecia ridículo que ele fosse traí-la e não encobrisse tudo, era obvio demais para que fosse verdade.

- Pode ser que seja verdade, mas... - entortou a boca - considerando que se trata do Herrera e todo seu histórico, não coloco minha mão no fogo.

- Cara, ele tirou a virgindade dela. Ele seria tão canalha a ponto de fazer isso de sacanagem? - se recusava a acreditar que a amiga havia sido enganada novamente, mas antes que Maite pudesse responder, Anahí voltou, chorando desesperada.

- Any, pelo amor de Deus... - Dulce correu e abraçou - O que aconteceu? Porque você ta assim?

- Responde mulher, você ta bem? Ta passando mal? - Maite a olhava apavorada, Anahí só sabia chorar e soluçar, as amigas acariciaram suas costas e ela conseguiu respirar fundo e começar a sorrir e falar.

- Acharam um doador... - falou quase sem fôlego, seu rosto agora irradiava felicidade - Acharam um doador para o Leo... - ela se ajoelhou no chão, sem se importar com os olhares que recebia e as meninas a acompanharam.

Se abraçaram e juntas agradeceram a Deus por aquele milagre. Para Anahí, era a melhor notícia que recebia em semanas. Apesar do relacionamento conturbado com Alfonso, todos os problemas com as vendas na livraria e seus supostos problemas de saúde, ela ainda rogava a Deus por um milagre na vida de cada uma das crianças do haras, especialmente Leo e Giovana porque foram as que mais se apegou.

- Eu... - limpou a garganta e o rosto avermelhado - eu vou ao hospital, ele acabou de ser internado e quero estar ao lado dele antes dele entrar e assim que ele sair da cirurgia. - se levantou e sorriu para as amigas, a vida parecia boa novamente.

- Any, er... - Maite começou, sem graça - a gente queria te pedir uma coisa. - olhou para Dulce em busca de apoio e a mesma a confortou com o olhar, então respirou fundo - Por favor, você pode fazer uma consulta? É que...

- Pode parar por ai, vocês duas. Eu não estou doente, só perdi o apetite ultimamente... - falou direta, estava cansada das insinuações de Maite e Dulce de que tivesse alguma coisa errada com ela - Só de pensar naquele infeliz eu perco a fome... - bufou, enquanto pegava a bolsa, atrás do balcão.

- Então isso significa que você pensa nele o tempo todo né? - perguntou Dulce, com deboche.

- Sim, Dulce. Eu penso naquele arrogante o tempo todo, satisfeita? Penso também em como foi fácil pra ele viajar e colocar dois galhos imensos na minha cabeça ao invés de comemorar comigo, nosso aniversário de namoro! - exclamou, perdendo a paciência - Agora chega desse assunto, ligo dando notícias... - assoprou um beijo e saiu pela porta, apressada. Não via a hora de ver Leo, olhar naqueles olhos e ver a esperança novamente. Seu menino finalmente sairia daquela cadeira de rodas e poderia aproveitar a infância como uma criança normal.

Se olhou no retrovisor e lembrou-se de Giovana, a garota ficaria triste quando Leo parasse de frequentar o haras. Apesar da frequente implicancia dos dois, ela sabia o quanto se gostavam. Teve uma ideia e não sabia se iria funcionar, mas precisava tentar. Então sorriu pra si mesma no espelho, um sorriso verdadeiro desde que terminara com Alfonso, e ligou o carro, desviando do caminho do hospital para primeiro passar no orfanato.

-

O hospital estava quase vazio, era mais um dia da semana e mesmo assim Alfonso via médicos e enfermeiras se movimentando a todo vapor. Ele estava nervoso e empolgado, nunca sentira algo assim antes. Leo era um garoto especial, pelo qual ele tinha muito apego. Ele ajudava a família do garoto em todos os aspectos, até mesmo nas contas do hospital quando precisava, mas nunca pensou que se sentiria da mesma forma que a família se sentia, quando Leo fosse curado.

Ele entrou no elevador, as esporas fazendo barulho por onde passava. Ainda carregava consigo no bolso de trás da calça as pesadas luvas grossas que lhe ajudavam a cuidar das cercas. Saira tão apressado que não se incomodou nem em tomar banho para ir vê-lo. O barulho da campainha o despertou e as portas abriram, rapidamente ele localizou o pai de Leo, que conversava com uma pequena mulher, que mesmo de costas lhe era totalmente conhecível. Ele respirou fundo e então ela se virou.

O coração de Alfonso pareceu descompassar por um segundo, antes de voltar a bater totalmente acelerado. Sempre seria assim com ela, ele sabia. Ele se preocupou, ela havia perdido ainda mais peso desde a última vez que se viram. Parecia mais pálida, mais frágil.

- Theo, Anahí... - cumprimentou rapidamente sem olhá-la - Então, como nosso garoto está?

Antes de vê-lo, Any sabia que ele estava lá. Poderia distinguir aquele perfume a milhas de distancia, mas além do perfume, ela sentia a conexão, a presença dele a fazia tremer. Então ela respirou fundo, pedindo que o resto de paciência que ainda lhe restara pudesse ser o suficiente, pois aquele momento era só sobre o Leo.

- Ah Alfonso, que bom que você chegou... - Theo estendeu a mão e Alfonso logo apertou - Ele não para de perguntar por você, disse que só entraria pra cirurgia assim que você chegasse. - sorriu emocionado, finalmente o sofrimento do filho teria fim, ele não poderia estar mais grato.

- Posso ir vê-lo? - perguntou, tentando se controlar ao máximo para não agarrar Anahí ali mesmo

- Claro, Giovana já está lá dentro mas a partir de você não vai mais receber visitas, eles precisam abaixar o sistema imune dele quase totalmente antes do transplante de medula... - falou empolgado - Vem, eu levo vocês lá. - então os guiou até o quarto.

Anahí já havia conversado com Leo assim que chegou, aliás, tinha mais chorado do que falado e o garoto tentou acalmá-la.

Eles se vestiram apropriadamente e colocaram máscaras, Alfonso se aproximou e passou a mão pela cabeça dele, como sempre fazia.

- E ai garoto, fiquei sabendo que agora você vai poder deixar o cabelo crescer né? - sorriu, tentando conter as lágrimas.

- Poncho, você veio! - exclamou Leo - É agora vou ter cabelo, sabe, sempre quis deixar tipo o seu assim, bem selvagem... - falou com entusiasmo.

- Você vai ter que comer muito feijão com arroz pra chegar no mesmo nivel garoto. - brincou e pode ver de lado, que Anahí sorria por trás da máscara.

Eles papearam até a hora que o médico os mandou sair e Giovana pediu um momento a sós com Leo antes de irem embora.

Alfonso e Anahí se encararam no corredor, constrangidos.

- Como você esta? - perguntou ele, tentando ser educado.

Ela pensou bem antes de responder, poderia ser grossa ou deixá-lo no vácuo, mas não queria causar uma cena logo naquele dia tão especial.

- Vou bem Herrera e você? - respondeu e se encostou na parede, olhando em outra direção.

Alfonso queria agarrá-la e levá-la para casa em seus braços, por Deus, ela estava tão frágil... Era a única coisa que conseguia pensar.

- Pois pra mim parece que tem alguma coisa errada com você, Anahí... - se aproximou, ficando de frente e olhou em seus olhos - Eu causei isso? Eu realmente fiz isso com você? - segurou seu braço delicadamente, avaliando-o.

- Você deve se achar a última bolacha do pacote mesmo, pra pensar que o nosso término me afetaria tanto assim, não é mesmo? - puxou seu braço, e apertou o casaco em volta de si mesma. - Eu peguei um resfriado e ainda não consegui me recuperar totalmente, ok?

- Por enquanto eu vou aceitar essa desculpa - sorriu com arrogancia e segurou o queixo de Anahí e a mesma empurrou sua mão.

- Fala logo o que você quer Alfonso, não sou obrigada a aturar sua presença, nem mesmo pelo Leo... - se afastou e respirou fundo.

- Quero falar sobre o baile beneficente, você ainda vai me ajudar né? - perguntou tentando soar desinteressado, queria passar o máximo de tempo em contato com ela, pois mesmo que não fosse se humilhar novamente pedindo para que voltassem, ele amava estar com Anahí.

- Claro, eu disse que independente do que acontecesse eu iria cuidar de tudo, não disse? - respondeu com rispidez.

- Que horas eu te pego então? - perguntou Alfonso, que não entendeu a confusão no rosto de Anahí - Que foi?

- Eu acho que entendi errado, mas... Parece que você pensa que vai ser meu par no baile... - sorriu com deboche.

- Claro que vai, já tínhamos combinado isso. - cruzou os braços, tentando conter a raiva.

- Não, senhor arrogância. - o cutucou com dedo, era muita audácia dele pensar que ela seria seu par depois de tudo que aconteceu - Eu disse que te ajudaria a organizar, mas não que seria seu par... - falou, com um sorriso ironico no rosto, também cruzando os braços.

- Seria de bom tom que os dois organizadores fossem juntos, como um par... - a veia na têmpora de Alfonso já pulsava, ele não estava entendendo onde Anahí queria chegar com aquilo, seria muito mais fácil conseguir fundos para as crianças se estivessem juntos.

- Seria bom se você cuidasse da sua própria vida e não metesse o bedelho na minha... Porque eu já tenho um par e certamente não é você, passar bem Herrera. - Anahí lhe deu as costas e começou a andar em direção à sala de espera, onde Gio ja a esperava.

- Ei, Any, espera... Quem você vai levar? - perguntou, ainda parado no mesmo lugar.

Ela parou de andar e teve uma leve tontura, mas fechou os olhos e respirou fundo. Virou o rosto e olhou Alfonso nos olhos.

- Heitor. - disse e guiando a cadeira de Giovana, entrou no elevador, sem olhar para trás.