Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot

A fúria de Alfonso podia ser sentida em todos os cantos fazenda, mesmo os mais remotos. Estava possuído pelo monstro do ciúme desde que saira do hospital.

- Sai da frente, porra! - gritou do carro para um funcionário, enquanto estacionava, desviando do mesmo.

Bateu a porta com força, e subiu a escada da entrada em passos largos.

- Cadê ele, Carlos? Eu vou matar aquele otário! Acredita que ele teve a audacia de convidar a Anahí pro baile? Nem fudendo ele vai fazer isso... - falou nervoso, enquanto dava voltas pela sala. Tirou o chapéu e jogou em cima da sua poltrona favorita, passando a mão pelo cabelo, impaciente.

- Primeiro de tudo, ele quem? Segundo, quem quer que seja ele, pode convidar Any sim porque ela não é mais sua namorada. - Carlos o observava com pena, seria difícil convencer Alfonso de que as atitudes de Anahí não lhe diziam respeito mais.

- Eu sei que não, ok? Mas já tinhamos combinado muito antes que ela me ajudaria e iriamos juntos... - falou pesaroso - E agora ela me disse que vai com o idiota do Heitor, acredita? Meu próprio funcionário, me apunhalando pelas costas...

- Heitor vai levá-la? Uau... Bem, por essa eu não esperava. - tentou segurar o riso.

- Isso não é nem um pouco engraçado, Carlos. O que eu vou fazer agora? Ela não vai me afrontar desse jeito, na minha própria casa... - falou decidido, parou de andar e sorriu pelo pasamento que estava surgindo. Aquela seria a cereja do bolo, se vingaria de duas pessoas ao mesmo tempo.

- Alfonso, você precisa se acalmar e agir como o adulto que você é. Anahí e Heitor são livres pra sairem com quem quiserem, mesmo que seja um com o outro. Você não tem que fazer nada, simplesmente tem que...deixá-la ir... - apoiou a mão no ombro de Alfonso, tentando confortá-lo.

- Eu sei disso, eu sei. Mas parece que ela quer me provocar e ao que parece, ela conseguiu. - bufou e se dirigiu ao bar que mantinha no canto da sala, servindo-se de uma dose de uísque. - E outra, eu estou muito preocupado com ela Carlos, muito mesmo...

- Alfonso, você precisa superar esse término e deixar a vida dela pra lá... - tentou dizer mas Poncho o interrompeu.

- Não, não estou falando do relacionamento ou do que ainda sentimos um pelo outro. - tomou um longo gole da bebida e encarou o capataz da sua fazenda - Estou preocupado com a saúde dela... - diante da careta confusa, continou - Ela deve ter perdido no mínimo quase dez quilos Carlos... - suspirou e remexeu o copo, encarando-o.

- Sério? Ela está doente ou algo assim? - Carlos começou a se preocupar, poderia até ser exagero de Alfonso, mas dez quilos é muito, principalmente pra uma pessoa do tamanho de Anahí.

- Na verdade eu não sei, ela não comentou nada se estava com alguma doença mas vou ver se consigo saber pela Dulce e pela Mai. Ela está apática, a pele ressecada, com olheiras fundas... - sentiu-se culpado, talvez fora culpa dele ela estar acabando daquela forma, se ele não tivesse sido tão estúpido e viajado ou não tivesse esquecido o aniversário de namoro dos dois.

- Eu já sei o que você está pensando e não é culpa sua. - Carlos se aproximou e deu leves tapinhas em suas costas - Fique tranquilo, vamos descobrir o que é e vamos tratá-la, ok? - disse com aparente confiança e Alfonso apenas assentiu com a cabeça.

Eles conversaram sobre a operação de Leo, ambos, Carlos e Berta, estavam super entusiasmados com o transplante de medula do garoto e tristes, já que logo ele deixaria de frequentar a terapia no haras. Alfonso também contou sobre os novos projetos que já estavam em andamento, como a terapia direcionada a adultos.

Depois vários e longos minutos de conversa, Alfonso resolveu que merecia esfriar a cabeça. Seus pensamentos estavam em embulição, fazendo com que sua cabeça doesse exageradamente. Deixou o copo vazio na mesa, colocou novamente seu stetson e foi em direção ao estábulo.

- Ei campeão, faz tempo que não ficamos juntos né? - perguntou ao seu cavalo, Apolo, enquanto acariciava sua crina. - Ela me deixou, acha que eu a trai... - falou, enquanto preparava a cela e o arrastava para fora do estábulo. O cavalo relinchou em resposta, para Alfonso aquilo significava que estava sofrendo, assim como ele. Anahí amava Apolo, sempre que ia na fazenda fazia questão de ir ao estábulo cumprimentá-lo. Aquelas semanas sem Any estavam matando-no pouco a pouco.

Ele subiu no cavalo e começou a trotar, pra longe da casa principal. O dia estava maravilhoso, o céu com algumas nuvens, o vento deixava tudo mais refrescante, mas faltava Anahí. Nada nunca seria o suficiente sem ela, ela estava marcada tão profundo em sua alma, que pensou que iria ficar louco se não a tivesse de volta. Pensou em desistir, de fato, já havia dito isso para a mesma mil vezes. Mas se ela precisava de provas pra provar sua inocência, ele daria provas.

-

Anahí estava arrependida pela forma que tratara Alfonso no hospital, mas não poderia ceder a ele mais uma vez. Deixou Gio no orfanato, se despedindo da garota quase aos prantos. Era de partir o coração toda vez que via o olhar da menina quando tinham que se separar. Forçou a pensar no que era necessário fazer, entrara numa fria sem tamanho por causa da sua boca grande.

Parou no estacionamento do restaurante onde tivera seu primeiro encontro com Alfonso e uma enxurrada de memórias lhe invadiu, ela respirou fundo, saiu do carro e entrou no restaurante. 

O sino na porta alertou a chegada de visitantes e Anahí logo o reconheceu e foi em sua direção.

- Obrigada por ter vindo me encontrar, Heitor... - sorriu sem jeito, sentando-se de frente a ele.

- Any, o que aconteceu com você? Parece... - foi interrompido.

- Doente, eu sei. É só um resfriado que ainda não me recuperei, mas eu vou ficar boa. O que eu tenho pra falar é outra coisa... - limpou a garganta - Quero primeiro te pedir desculpas pela forma que Alfonso te tratou daquela vez, ele é bem rude quando quer... - soltou um riso fraco - Mas como você sabe, nós terminamos há algum tempo.

- Olha Any, não quero problemas para o meu lado novamente. - sentiu a garganta seca e tomou um gole do seu refrigerante - Aceita?

- Não, obrigada. Eu te juro que ele não vai fazer nada, nós terminamos, já disse. - encostou a cabeça na poltrona, sentindo-se fraca.

- Eu sei mas parece que ele não, porque hoje depois de ter te encontrado no hospital, chegou na fazenda cuspindo fogo pelas ventas... - falou com deboche.

Anahí revirou o olho, era típico de Alfonso sair gritando e descontando nos funcionários toda vez que discutiam.

- É, sobre isso... - respirou fundo, pensando que talvez fosse melhor falar logo de uma vez - Ele ficou assim porque eu disse que você ia como o meu par ao baile. - sorriu inocentemente e mordeu o lábio de leve.

Heitor fechou os olhos e contou até três. Quando recebeu a ligação de Anahí pensou que talvez ela só quisesse conversar, alguém pra desabafar, alguém diferente e que visse a situação do lado de fora. Estava redondamente enganado por sinal, a primeira vez que se meteu com ela, mesmo que fazendo uma boa ação, acabou sendo jogado na lama junto com um bando de porcos. Se ele aparecesse na ocasião mais importante da fazenda, acompanho da ex namorada do chefe ele seria um homem morto, com toda certeza.

- Eu sei o que você está pensando Heitor, mas por favor... Te prometo que Alfonso não vai incomodar, eu já avisei a ele... - falou, tentando animá-lo. Ela precisava ir com ele, precisava que Alfonso desse o primeiro passo pra fora de sua vida.

- Any, eu posso ser despedido, você já pensou nisso? - bufou, mas ao ver o olhar no rosto de Anahí, cedeu. Ela parecia devastada, o olhar suplicante o tocou profundamente - Ok Any, eu vou com você. Mas... Eu não quero problemas com o chefe. - falou determinado e Anahí assentiu freneticamente com a cabeça e sorriu.

Conversaram por algum tempo, até que Heitor teve que voltar ao trabalho, resolvendo coisas ali mesmo no centro da cidade. Anahí se despediu carinho e agradecida por ter feito um amigo, então partiu em direção a fazenda, pois tinha negócios a tratar com o patrão.