Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot

O dia do baile finalmente havia chegado. Todos na cidade estavam empolgados e animados, porque os bailes beneficentes do Haras Herrera tinham fama de serem legendários. Dessa vez, o falatório se fez ainda mais proeminente, por Anahí estar na frente de tudo, mesmo tendo "terminado" o namoro dos dois.

Ela, na verdade, estava em êxtase. Depois do pedido feito na noite anterior, ela e Alfonso jantaram juntos, entre risadas, beijos e carinhos. O vinho fora suficiente para que ela se deixasse levar pelo momento e os dois fizeram amor sobre os lençóis de seda. Como ficara tarde e ela acordaria cedo, resolveu ir pra casa e a muito custo conseguiu, pois Alfonso não queria deixá-la ir por nada. Fora subornado com muitos beijos e com a promessa que ela dormiria na fazenda depois da festa.

Anahí acordou, ainda com um sorriso no rosto. Fez sua higiene pessoal e vestiu um vestido leve de verão. Tirou sua aliança e a colocou em um cordão, deixando-a escondida dentro do vestido. Foi para a cozinha tomar café e encontrou Dulce já de pé, vestindo um roupão e cara de poucos amigos.

- Bom dia querida, porque essa cara de quem não dormiu? - perguntou, servindo-se de uma xícara de café, ainda observando a amiga. Dulce bufou e prendeu os cabelos em um coque.

- Maite e eu estamos namorando... Ou pelo menos estávamos, né. - soltou direta e Anahí tomou um gole do café, sorrindo sob a xícara.

- Eu já sabia, mas como assim estavam? Não estão mais? - perguntou, com a testa franzida. Seu celular tremeu dentro do sutiã e ela se apressou pra ler uma mensagem de Alfonso que dizia "Bom dia meu amor, não vejo a hora de ter você em meus braços essa noite. Te amo, AH." Ela abriu um sorriso, mas logo voltou sua atenção à Dulce.

- Primeiro... - começou contando nos dedos - como assim você sabia? Segundo, nós brigamos porque ela deixou de ir comigo hoje pra ir com um idiota escolhido a dedo pela avó. Terceiro, quem é o homem que você tem falado ultimamente? - perguntou interessada, já que a atitude da amiga mudara da água para o vinho. Antes, Anahí andava o tempo todo cabisbaixa, desanimada, mal se alimentava, praticamente em depressão. Mas ela e Maite, mesmo não se falando, notaram a drástica mudança na personalidade da amiga, que voltara a ser como era antes, alegre e cheia de vida.

- Sim, Dulce. Eu já sabia a séculos. - revirou os olhos - Vocês duas não são exatamente experts em disfarçar né? - riu, terminando o café e lavando sua xícara.

- E você e esse novo cara, acham que são né? - falou com deboche, e Anahí simplesmente deu os ombros, relevando a insinuação da amiga.

- Não estamos falando de mim, espertinha. - apertou a bochecha de Dulce, que deu um leve tapa em sua mão - Me conta essa história da vó dela, não entendi. - se apoiou no balcão, encarando a amiga do outro lado.

- Eu e Maite estávamos pensando em assumir, iríamos no baile juntas, sabe... - suspirou - Como um casal. - completou, tirando um fio invisível da manga do roupão felpudo que usava. - Mas ai essa semana, um tal de Charles chegou na livraria, dizendo que a dona Helena havia insinuado para que eles fossem juntos e Maite não pensou duas vezes em aceitar... - sua voz soara embargada no final e Anahí pode ver as lágrimas se acumulando nos olhos da ruiva. Deu a volta na bancada e abraçou Dulce de lado, beijando o topo da sua cabeça.

- Ei, não fica assim... - falou, consolando - Você sabe que a avó da Mai é bem religiosa, e por Deus, ela preferiria à morte do que magoar a velha. - disse em tom de brincadeira e Dulce soltou um riso, limpando as lágrimas, antes que pudessem cair. - Se quer um conselho, acho que você deveria ter paciência. Nada que vem fácil e que conseguimos sem um pouco de luta, vale a pena no final. - disse sabiamente, ela sabia por experiência própria, já que com seu ex tudo viera fácil demais. 

Derrick era perfeito, galante, falava tudo que ela queria ouvir, nunca à contrariava. Já Alfonso era totalmente o oposto, desde o início o relacionamento dos dois fora turbulento. Ficou vermelha de imediato e teve que segurar o riso quando se lembrou da surra que dera em Cláudia por causa dele.

- Depois da briga, quase não nos falamos. Ficou tudo estranho, sabe? - envolveu os braços na cintura da amiga e apoiou a cabeça em seu ombro, de modo que Anahí ainda pudesse fazer carinho em sua cabeça.

- Sei, como sei. Mas e você? Ainda vai hoje à noite? - perguntou, queria muito que a amiga fosse, mas sabia que ela se sentiria mal vendo Maite ao lado de outro a noite toda.

- Acho melhor não, sei que vou acabar me estressando vendo ela dançar a noite toda ao lado daquele idiota do Charles - falou o nome com deboche e Anahí não se segurou e riu. Dulce também riu, mas a dor que sentia por ter sido rejeitada por Maite daquela forma ainda estava cravada dentro do peito.

- Foi muito bom conversar com você dessa forma e se eu já não estivesse super atrasada pra ir no salão, ficaria mais com você. - beijou a testa da amiga e a encarou - Vai dar tudo certo, vocês vão conseguir se assumir sem nenhuma preocupação e todos ficaram felizes, até mesmo a vó da Mai. - disse, tentando soar esperançosa. Queria muito ver a felicidade das amigas assim como queria mostrar pra todos o quanto estava feliz também e se tudo desse certo, essa noite iriam descobrir.

Ela saiu de casa apressada e foi diretamente no spa da cidade. Seu telefone tocara o dia todo, e ela pacientemente resolvera todos os poblemas que estavam ao seu alcance. Falara com Alfonso várias vezes também, algumas para dar instruções e outras, simplesmente porque ele estava com saudade e queria ouvir sua voz. A aliança parecia mais pesada e sentia que sua pele queimava, sob onde descansava. Não via a hora de poder usá-la pra que todos pudessem ver que Alfonso e ela pertenciam um ao outro e que todo passado havia ficado pra trás. Ela tocou a delicada peça sob o pano do vestido e sorriu pra si mesma, enquanto observava a maquiagem feita a poucos minutos em seu rosto.

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Anahí se admirava no espelho do quarto, estava arrependida de ter levado adiante Heitor como par, mas agora já era tarde. Esperava que tê-lo pedido para acompanha-la até o baile, não houvesse confundido a cabeça do rapaz quanto à amizade dos dois. Pelo menos recusou o convite quando ele ligou para confirmar que horas poderia levá-la e disse que o encontraria lá.

Ela vestia um vestido longo de veludo azul, que contrastava perfeitamente com sua pele clara. Ele tinha mangas compridas, mas não era quente. Às costas eram abertas quase até o fim da coluna. Sorriu pra si mesma com o ataque de ciúmes que causaria em Alfonso. Da cintura pra baixo, o tecido se transpassava e formava uma enorme fenda na perna esquerda que começava um pouco acima da coxa.  Usava uma sandália de salto altíssimo e prateada, com algumas pedras incrustadas. Seu cabelo estava um pouco preso atrás com alguns fios soltos na frente, o resto estava solto com grandes e modeladas ondas, a maquiagem sobre os olhos estava suave, mas sua boca parecia mais atrativa com um batom quase cor de uva. Ela respirou fundo e retirou a aliança do colar, colocando-a no dedo certo. Um par de brincos de diamantes, presente de Alfonso, completou o look. Não gostava de muitos adereços e nem sentia-se confortável com eles. Pra ela o anel estava de bom tamanho e já era chamativo o bastante.

- Meu Deus, você está maravilhosa! - exclamou Dulce de boca, desviando a atençao da tv, sentada no sofá vestindo seu pijama de flanela favorito.

- Não acha que é demais? - perguntou embaraçada e com o rosto corado, colocando suas chaves, celular e documentos em sua bolsa de mão.

- Mulher, quem quer que seja a pessoa que você preparou isso tudo, tenho certeza que ele vai subir pelas paredes quando te ver. - disse maliciosa e piscou para a amiga. - Se divirta e fique de olho na Mai pra mim! - falou alto enquanto Anahí ia saindo de casa e fechando a porta, rindo, sem responder a amiga.

Ela entrou delicadamente no carro, por sorte tinha escolhido um tecido que não amassava. Se olhou no retrovisor e reparou que Dulce não havia percebido a aliança em seu dedo, mas não importava. Quem ela mais queria que ela soubesse que estava usando, ela veria logo, logo. Ela sentiu uma leve cólica no ventre e um aperto no peito mas pensou que deveria ser nervosismo, ignorou e deu partida no carro em direção a fazenda.

Ela decidiu que nada poderia estragar sua noite, ela só não sabia como poderia estar mais errada.