Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot

Alfonso viu o carro de Anahí atravessar os portões do Haras. Ele o reconheceria em qualquer lugar, afinal, ele mesmo o escolhera. Estava na sacada do quarto de hóspedes, enquanto observava com olhos de águia todos os convidados que chegavam. Havia deixado o chapéu e as botas de lado naquela noite. Vestia um smoking preto, com uma camisa branca por baixo e gravata borboleta. A ida no barbeiro naquela manhã lhe rendera um pouco de estresse, pois achara que seu cabelo tinha sido cortado demasiado e como sempre, soltou fogo pelas ventas, quase a ponto de botar o local abaixo, até Carlos o acalmar, como sempre. Ele esperava que Anahí gostasse da sua aparencia, não havia nada que não fizesse para deixá-la feliz. Até mesmo comprara um anel de platina, simples,para que ele pudesse usar como forma de afirmar o noivado.

- Poncho, o helicóptero dela está pra pousar daqui a meia hora, como combinado. - Carlos falou e Alfonso confirmou com a cabeça sem olhá-lo. Aquela seria a noite em que deixaria tudo em pratos limpos com Ari Tanaka. Ele havia convidado a mulher para o baile, com a desculpa que estava sem par, mas iria desmascará-la na frente de todos quando chegasse a hora certa. Não havia avisado Anahí sobre seus planos, pois corria o risco de que ela abandonasse a festa antes de saber toda a verdade.

- Ótimo. - Falou frio, colocando as mãos no bolso da calça. - Ela vai me pagar por ter se metido desse jeito na minha relação com Anahí. Por culpa dela, quase perdi a mulher da minha vida Carlos. - respirou fundo, tentando conter a raiva, que se dissipou quando viu sua noiva, descendo do carro sozinha e entregando a chave ao manobrista.

- Já falei o que acho sobre seu plano Alfonso e que não concordo com ele. Existem mil formas pra demonstrar a verdade a Anahí e essa não é uma delas. - falou o amigo em tom de aviso, Alfonso simplesmente o ignorou e deu os ombros. Ninguém iria desmotivá-lo daquele plano, nem mesmo Carlos.

- Ela chegou. Obrigado pelo conselho, mas dessa vez eu passo. - se virou e deu um tapinha no ombro de Carlos, saindo do cômodo. Estava ansioso para ver Anahí e desceu as escadas da casa quase correndo, dando passos largos em direção a festa e ignorando todos que mexiam com ele no caminho.

Quando o olhar de Alfonso cruzou com o de Anahí, seu coração descompassou. Ele a admirou dos pés a cabeça, estava completamente deliciosa. Ela sorriu e descaradamente se virou, de modo que ele pôde ter acesso às costas nuas da amada. Ele bufou furioso e se aproximou dela, puxando-a para um canto com mais privacidade.

- Você quer que eu tenha um ataque cardíaco antes dos 30? Que palhaçada é essa? - falou, quase susurrando. Seu maxilar estava travado, ele lutava com todas suas forças, para não levar Anahí dali em seus ombros e lhe dar umas palmadas.

- Isso é um vestido e pensei que você me acharia linda nele. - falou com falsa inocencia, fazendo biquinho. No fundo, estava achando a situação potencialmente divertida.

- Baby, você fica linda até vestindo um saco de batatas. Mas isso já é demais! - exclamou, passando a mão pelo cabelo, quase despenteando-o. - Aquele trouxa vai ficar tocando sua pele a noite toda Anahí, você acha isso divertido? E se fosse eu tocando dessa forma outra mulher, ainda estaria sorrindo como está agora? - cruzou os braços e sorriu convencido quando o sorriso no rosto de Anahí apagou. Ela soltou um resmungo inaudível e Alfonso só pensava em beijar aqueles lábios convidativos cobertos por batom.

- É claro que não acharia divertido ver você tocando outra mulher assim, não faça perguntas idiotas. - revirou os olhos - Pode ficar tranquilo, vou me certificar que as mãos dele fiquem somente onde tenha pano, ok? - assegurou e abriu um lindo sorriso, que fizera Alfonso quase cair de joelhos com tamanha beleza. - Por falar nisso, cadê sua acompanhante? - perguntou, olhando ao redor para conferir quem ele trouxera.

- Está bem, mas vou ficar de olho. Ela ainda não chegou, mas você vai saber quando ela chegar... - falou enigmático - Você está maravilhosa, aliás. Não vejo a hora de podermos subir pra eu poder tirar esse vestido de você baby... - falou com a voz rouca, Anahí se arrepiou quando o ouviu, como sempr acontecia quando ele falava sensual daquela maneira. Ele tentou esconder um sorriso, quando a viu corar, que logo se fechou quando viu Heitor se aproximar. - Cuidado com esse paspalho, se ele forçar alguma coisa me chame. Amo você. - falou, olhando-a nos olhos e saiu. Anahí suspirou e se virou para comprimentar seu par.

- Ei Any, você está linda! - se aproximou, e Anahí rapidamente trocou a bolsa da mão direita para a esquerda e ofereceu a mão livre que possuía a aliança para que Heitor pudesse beijá-la. Ele arregalou os olhos para a peça e lhe deu um sorriso sem graça. - Você noivou?

- Bem, obrigada pelo elogio... - comentou, pegando uma taça de champanhe da bandeja do garçom que passara ao lado. Tomou um longe gole e o olhou - Sim, na verdade eu queria falar com você. - respirou fundo - Eu e Alfonso voltamos há alguns dias e ontem... - ela sorriu emocionada, lembrando do momento - Ele me pediu em casamento, por isso eu recusei quando você disse que queria me buscar. Óbvio, você continua como meu par, mas queria que você soubesse que aprecio muito sua amizade, viu? - sorriu, agredecida, pois apesar de tudo que passara, Heitor se dispôs a ir contra o chefe só para poder acompanhá-la.

- Any, eu nem sei o que dizer... Parabéns? - estava sem palavras, não imaginava que a história dos dois teria dado aquela reviravolta. Agora sentia-se pior, por ter ajudado a prima desde o início com o plano maluco. - Você está feliz, Any? - perguntou, engolindo o bolo na garganta, enfiou o dedo pela borda da gola, tentando afastá-la brevemente, para que pudesse respirar. Sentia-se sufocado, de repente.

- Como eu nunca estive em toda minha vida Heitor... - ela bebeu mais um gole da taça e suspirou - Ninguém sabe o quanto eu já sofri na vida, Alfonso trouxe luz novamente. Ele...não sei explicar, é tudo que eu nunca pedi. - deu um riso fraco e Heitor sorriu de canto - Mas é tudo que eu preciso, não imagino minha vida sem ele outra vez. Você viu o que aconteceu comigo da última vez... - falou chateada.

- Se me der licença Any, preciso dar um telefonema. - falou nervoso e se afastou, indo direto para o estacionamento, forçou os olhos para enxergar com a pouca luz que tinha no local. Sabia que Claudia estava lá e tentaria impedí-la. Depois das palavras de Anahí, sabia que toda ajuda no mundo oferecida por sua prima, não valia à pena se tivesse que destruir um casal como aquele. Anahí merecia ser feliz e ele sabia disso, vira com os próprios olhos o estrago que fora ela ficar sem Alfonso em sua vida. Que Deus lhe ajudasse.

- O que está fazendo aqui, Heitor? - ouviu a voz susurrada de Cláudia vindo da escuridão.

- Vim impedir você de cometer uma loucura... Melhor você desistir, parte pra outra. - falou, tentando soar calmo. Cláudia gargalhou, tentava entender como o primo poderia ser tão ingênuo.

- Que foi, priminho? Se arrependeu? Pois te digo que chegou tarde demais... - mostrou os fios do freio do carro de Anahí, em suas mãos. - Creio que a sua amiguinha vai ir embora, dessa vez sem volta. - falou fria e sorriu, seus olhos apesar de pouco visíveis, estavam gélidos. A inveja que sentia por Anahí ter conquistado o coração de Alfonso corria como veneno em suas veias. Era tarde mais pra que pudesse voltar atrás, mas na verdade, não o queria fazer.

- Eles estão noivos, Cláudia. - falou direto e a outra se calou, agora mais do que nunca queria levar o plano até fim. - Vamos desistir disso, furar os pneus do carro, mandar uma carta anônima, sei lá, qualquer coisa serve. - implorou, mas Cláudia negou com a cabeça.

- Já disse, tarde demais. - falou, fazendo biquinho - Se eu fosse você, fugiria sabia? Porque você acabou de se tornar cúmplice. Um rostinho lindo como o seu arrumaria companhia rapidinho na prisão... - bateu palmas e riu com vontade ao ver os olhos arregalados do primo.

- Você é doente...me dá asco. - disse Heitor com desgosto aparente na voz, nunca pensou que poderia ter o mesmo sangue imundo correndo em suas veias da mulher à sua frente. Ele virou de costas e foi em direção ao seu carro, não queria estar perto quando o desastre acontecesse. Cláudia rapidamente recolheu suas ferramentas e entrou em seu carro, assobiando, nada poderia lhe deixar mais satisfeita do que aquele prato frio de vingança.

-

Anahí ficou parada no lugar, confusa com o desaparecimento súbito de Heitor. Sozinha e chateada, sentiu um par de mãos em sua cintura, enquanto colocava a taça em uma mesa. Alfonso a arrebatou em seus braços para uma dança e ela sorriu quando percebeu que era ele. Apoiou as duas mãos em seus ombros, uma ainda segurava a pequena bolsa. A banda tocava uma música romântica e naquele instante Alfonso reparou no brilho cerca do seu rosto.

- Você está usando. - afirmou, com um sorriso imenso no rosto, apertou o pequeno corpo conta si.

- Você também está. - também afirmou, sorrindo. Alfonso encostou seu rosto no dela, de modo que pudesse cantar baixinho em seu ouvido.

- Podemos esquecer todas as mentiras que nós falamos, nos levaram tão longe da verdade... - cantou susurrando, acariciando a pele nua das costas dela, que se arrepiou com o contato - Podemos apagar todas as lágrimas e arrependimentos. Medo escondido na dor, a sombra de ontem... - girou com ela em seus braços e Anahí riu, maravilhada. Era tão bom estar nos braços dele daquela forma, despreocupada. - Eu quero me apaixonar de novo com você, com você, com você... - cantou novamente ao final da música e se separaram alguns centímetros para se encarar. Ambos eram felicidade estampada como em um comercial de margarina. Alfonso insipirou o doce perfume de morangos que ela exalava e os rostos se aproximaram, antes que pudessem se beijar, ele viu Carlos acenar com a cabeça positivamente. Era o sinal que estava esperando.

- O que foi amor? - olhou para onde olhava - Carlos parece que precisa de você... - falou com um tom decepcionado.

- Sim, eu sei. Queria muito continuar aqui mas preciso resolver isso e preciso que você continue aqui, onde está, promete? - pediu, segurando as pequenas mãos de Anahí entre as suas. Ela afirmou com a cabeça e ele selou seus lábios demoradamente. - Eu te amo Anahí, mais que tudo. - falou com um aperto no peito e recebeu um sorriso dela resposta.

- Também amo você cowboy, resolva o que tem que resolver logo e volte pra mim. - piscou e Alfonso sorriu, indo até Carlos.

- Amiga, graças a Deus eu te achei. - Maite chegou de repente e a abraçou - Dulce provavelmente deve ter te falado sobre Charles, né? - perguntou com uma careta e Anahí afirmou com a cabeça achando graça. - Por favor, não deixa ele me arrastar daqui... - implorou, com olhos suplicantes - Aquele homem é pior que chiclete, meu Deus! - perguntou uma taça de champanhe da mesa e virou de uma vez só.

- Ei, ei, Mai... Calma! O mundo não está acabando, você vai ficar aqui comigo e ele vai se tocar rapidinho. - falou confiante e a morena respirou fundo, se acalmando por hora - Alfonso pediu pra que eu ficasse aqui, então fica comigo ok?

Antes que Maite pudesse responder, a banda parou de tocar e Alfonso surgiu no palco sorridente. Ele buscou Anahí com os olhos e ela sorriu confiante para ele.

- Boa noite pessoal. Vocês me conhecem a muito tempo, sou um homem de poucas palavras e hoje não seria diferente. - falou fazendo graça e os convidados soltaram risos em concordância. - Hoje, antes de dar início oficialmente ao nosso baile beneficente, preciso apresentar vocês a uma pessoa muito especial. Essa pessoa mudou minha vida de uma forma que vocês não imaginam... - soou debochado - Essa mulher, que virou o meu mundo de ponta cabeça é ela, Ari Tanaka! - exclamou com um sorriso.

Anahí estava cega pelo ciúmes e não percebeu que tudo que Alfonso falara fora com ironia e deboche. Pensou que Alfonso estava brincando com sua cara e com seus sentimentos ao se atrever levar aquela mulher no mesmo local que ela e se referir a ela daquela forma tão íntima.

- Any, espera... - Maite tentou contê-la, mas resultou inútil. Anahí saira tão rápido que ninguém percebeu, as lágrimas começavam a rolar grossas por seu rosto e seu coração parecia que ia sair pela boca. Quase arrancou a chave da mão do manobrista e saiu do local cantando pneu.

- Essa senhorita que está aqui, mudou minha vida, só que pra pior. - riu e o sorriso no rosto de Ari morreu. Ela reconheceu seu pai na multidão, nem sabia que ele estaria lá. Não tivera tempo de conversar com Alfonso, pois assim que chegou, ele tratou logo de arrastá-la para o palco. - Ela, meus senhores, mentiu, enganou e manipulou a minha noiva. - procurou Anahí com o olhar, mas não conseguia mais vê-la. Maite sussurrou com os lábios que ela havia fugido e o que Alfonso mais temera havia acontecido. Ele estava ali pra mostrar a verdade e Anahí não teve a paciência de esperar. Bufando de raiva, se forçou a continuar - Agora, quero que todos vocês e inclusive o Sr. Tanaka, possam ver o que ela tirou com o meu celular e enviou para a minha namorada, sem o meu conhecimento. - então todas as fotos que ela havia tirado apareceram no telão. Alfonso não esperou pra ver a reação de ninguém atrás de si, literalmente jogou a bomba e deixou explodir.

Desesperado, saiu perguntando aos funcionários sobre a noiva, e o manobrista afirmou que ela havia saido há poucos minutos bastante alterada. Ele subiu em sua caminhonete, dirigindo o mais rápido possível.

Anahí dirigia com rapidez, queria ficar longe de Alfonso o mais rápido possível. Não queria ser enganada pela segunda vez, pelo mesmo motivo. Ela observou o anel em sua mão, que segurava o volante e foi inevitável não soltar o grito de raiva que estava em seu peito, misturado com as lágrimas. Parecia que a natureza compactuava com seu estado emocional, pois uma chuva torrencial começara a cair. As lágrimas haviam borrado toda sua maquiagem, agora um rastro negro corria sob seu rosto, que antes estava impecável. A chuva castigava os vidros do carro e os buracos no caminho só piorava tudo. Seu peito ardia e arfava, com o nervosismo. Em seu ventre, começou a sentir pontadas que aumentaram com o tempo. Ela sentia como se fossem milhares de agulhadas dentro de si e gritou com a dor. Tentou frear o carro até a dor passar, mas o freio não obedecia seu comando mais. Anahí começou a se desesperar.

- AIIIIIII! - exclamou quando as dores aumentaram, ela fechou os olhos por alguns segundos, que infelizmente, lhe foram fatais, pois perdera o controle do carro, que desceu a ribanceira, capotando várias vezes no processo e batendo de frente à uma árvore. - Alfonso... - susurrou, sem forças.

A última coisa que vira antes de apagar, fora a luz de um farol se aproximando, em meio a escuridão da estrada.