Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot

Alfonso e Anahí ouviram batidas na porta. Ela assentiu com a cabeça, conversaram bastante sobre aquilo. Anahí estava insegura em rever as amigas, achava que não estava pronta o suficiente ou que sofreria algum tipo de preconceito por parte delas. Mas estava enganada, não lhe dariam nada menos que amor, suporte e ajuda.

- Temos uma princesa perdida por aqui? - soou Dulce receosa, seguida por Maite.

- Dul... - seus olhos marejaram ao sentir o perfume da amiga e sua voz.

Já haviam se passado três dias depois do acidente e até agora só pôde receber seu pai, que estava na cafeteria, e Alfonso, que não saia do seu lado um minuto sequer.

- Trouxe flores pra você também - disse Maite se aproximando e colocando o buquê de tulipas nas mãos de Anahí.

- Oh Mai... - falou emocionada - Obrigada por vocês terem vindo.

- É, só porque você está cega eu não vou ficar pisando em ovos não, ouviu? - falou Dulce com deboche e Anahí riu. Era típico da amiga ser direta, em qualquer situação.

- Dulce, pelo amor de Deus... - Disse Maite espantada, nunca havia lidado com essa pessoa cega, não sabia como agir perto de Anahí.

- Ela está certa Mai, vocês não podem me tratar como se eu fosse de porcelana. Logo, logo eu verei novamente e tudo vai voltar ao normal. - sorriu forçadamente.

No fundo estava morrendo de medo daquele trauma nunca mais passar, pois a cada dia mais sentia falta de Ava, apesar de só tê-la conhecido em um sonho.

- O que eu quero saber é, porque diabos você teve que sair daquele jeito da festa? E você, Herrera, como pode preparar uma palhaçada dessa sem avisar a Any? - falou Dulce indignada - Vocês são dois idiotas... Só pra você saber, eu estou com uma cara muito brava agora, Anahí. - completou irritada.

- Nem tente me culpar Dulce Maria. Aqui não tem culpados, tudo foi uma sucessão de eventos que infelizmente terminaram com a Any aqui, e graças a Deus viva. - beijou os cabelos de Anahí no topo da cabeça.

Ele não conseguia afastar da mente as imagens de Anahí desacordada e ferida dentro do carro. Pegou as flores da mão de Anahí e colocou em um vaso que estava em cima de uma pequena mesa no canto do quarto.

- Dul, eu sei que deveria ter ficado até o final pra saber o propósito daquilo, mas tende me entender né, aquela mulher já havia causado muita destruição entre eu e Alfonso. - explicou - E o que o Poncho falou é verdade, eu já tinha sentido umas pontadas na barriga antes de ir pra festa. Depois de ter visto a mulher no palco e que sai correndo, eu entrei no carro e durante o caminho a dor aumentou demais. - suspirou desanimada - Dai veio a chuva forte, não conseguia ver direito a estrada. Tentei freiar, mas não consegui...eu pisava, mas nada acontecia. - falou quase em pânico, ao se lembrar dos últimos momentos com sua visão.

Alfonso franziu o cenho, aquela informação Anahí não havia lhe contado.

- Baby, você não me disse que havia tentado freiar... - segurou delicadamente no queixo de Anahí, fazendo com que ela pudesse saber que a estava encarando.

- Era mais que óbvio que tentaria, não?

- Não, você não entende. Você disse que o freio do seu carro não funcionou... - falou ainda encarando os olhos azuis. - Isso é impossível.

- Amor, eu falo sério. Os freios não funcionaram...Eu juro. - Alfonso beijou a testa dela delicadamente. - Por que seria impossível?

- Porque quem escolheu aquele carro a dedo, especialmente pra você, fui eu. Não fique brava comigo, nós havíamos terminado e eu fiquei preocupado em como você teria que ir pra fazenda trabalhar. - falou acanhado.

Anahí riu fracamente, já devia ter imaginado que tinha dedo de Alfonso naquela compra.

- Por isso ele estava tão barato? Não estou brava, provavelmente se soubesse na época teria ficado. - sorriu e tateou a mão dele, que estava sobre a cama. - Obrigada por cuidar tão bem de mim, sempre...

- Para o resto da vida baby. - lhe deu um selinho modesto.

- Então quer dizer que, alguém alterou o carro da Any? Mais especificamente os freios... - falou Maite pensativa.

- Sim Maite, alguém deve ter cortado os freios do carro. - falou sombriamente - Baby, preciso ligar pra polícia. Eu estarei bem aqui fora, me chame se precisar. - selou novamente os lábios macios de Anahí, enquanto ela continuava reunida com as amigas.

Ele saiu furioso do quarto, dessa vez estava grato por Anahí não poder ver sua expressão, mas Dulce e Maite viram e seguiram caladas.

- Alfonso, o que aconteceu dessa vez? - Henrique se aproximou e lhe entregou um copo de café. Alfonso agradeceu, enquanto tirava o celular do bolso.

- Anahí disse que no dia do acidente tentou freiar, mas os freios não funcionaram. - bufou furioso - Alguém alterou o carro da Any e eu vou descobrir. Coitado do culpado porque provavelmente vou matá-lo com as minhas próprias mãos. - Alfonso tremia de raiva, respirou fundo tentando se conter.

- Meu Deus, quem seria capaz de fazer uma coisa dessas com a minha filha? - Henrique tampou a boca, nunca pensou que depois de tudo que a filha passou com o ex, acidente e o aborto, ainda teria que lidar com um psicopata solto, tentando machucá-la.

- Eu tenho meus suspeitos, mas não posso acusar ninguém sem provas. Não se preocupe com isso, Anahí será vingada. - apertou o ombro do sogro com respeito - Aliás, com tudo que aconteceu, ainda não tive tempo de te pedir a mão da Any...

- Herrera, depois de tudo que vocês passaram ainda estão juntos... Quem sou eu pra impedir a felicidade da minha filha? - sorriu - Pelo menos eu sei, que no meio de toda essa tragédia ela encontrou alguém para estar do lado dela, independente do que aconteça.

- Obrigado Henrique, eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance pra ver Anahí feliz.

- Eu sei rapaz, agora vá pegar esse cafajeste que feriu a minha filha... - pediu e entrou novamente no quarto.

Alfonso atendeu o sogro prontamente e ligou para a delegacia, exigindo a presença do delegado naquele instante. Depois, ligou para Carlos para contar do ocorrido e o capataz rapidamente foi para o hospital, deixando Berta aflita e sozinha em casa.

- Herrera, será que posso falar com você? - chamou o médico de Anahí.

- Claro doutor, pode falar. - desviou a atenção do celular, guardando-o no bolso e tomando o resto do café em sua mão.

- Vou dar alta à Anahí essa tarde. - falou animado.

- Sério? Ela realmente vai poder ir embora? Isso é ótimo! - disse animado, o que mais queria era sair daquele local e levar Anahí para um lugar mais familiar.

- Sim, ela já está recuperada do acidente e perfeitamente bem para ir pra casa. Obvio que vamos seguir com as sessões com um psicólogo e fazer exames periodicamente, pra checar a visão.

- Bom, Deus sabe que precisava de pelo menos uma notícia boa em meio essa merda toda. - soltou um suspiro cansado - Vou avisá-la então, obrigado. - apertou a mão do médico, que saiu para atender um chamado urgente.

Voltando ao quarto, observou que Anahí parecia abatida mas pensou que talvez a notícia que lhe daria pudesse melhorar seu estado.

- Baby, voltei. - Anahí sorriu ao som da  sua voz - Tenho uma novidade muito boa... - falou com suspense.

Dulce, Maite e Henrique estavam sentados no apertado sofá do quarto e com os rostos ansiosos.

- Boa? Ain... Me diz logo Poncho, não me mate de curiosidade. - pediu, ficando animada.

- O doutor disse que hoje pela tarde você vai poder ir pra casa, meu anjo... - colocou um pouco do cabelo de Anahí atrás da orelha.

Ele ouviu as palmas e os assobios de comemoração dos três atrás de si, mas franziu a testa quando viu que os olhos de Anahí estavam arregalados de medo.

- Pra casa? Como assim Alfonso? Eu ainda não posso ir pra casa, eu não estou bem... - rejeitou a novidade.

Ela não queria ir embora, não se sentia preparada pra enfrentar o mundo lá fora, o preconceito, o julgamento novamente. Ela não poderia ver, mas saberia que as pessoas a olhariam com pena. Estava acontecendo tudo novamente, ela não poderia passar por isso uma segunda vez. Seus olhos encheram de água e ela virou de lado, ficando de costas para Alfonso.

- Amor, pensei que você iria ficar feliz... - Alfonso deu a volta na cama, ficando de frente à ela, segurando o pequeno rosto em suas mãos. - É claro que está bem, daqui há alguns dias você vai tirar o gesso do braço e estará novinha em folha. Os pontos irão cicatrizar e...

- MAS QUE INFERNO, ACHO QUE QUEM BATEU A CABEÇA DEVE TER SIDO VOCÊ! EU ESTOU CEGA ALFONSO, CEGA! EU ESTOU LONGE DE ESTAR BEM E "NOVINHA EM FOLHA"... - explodiu, com o peito arfando. - Me deixem sozinha, por favor... - fechou os olhos e ouviu os passos se afastando e o barulho da porta fechando. - Isso inclui você também, Herrera. - completou quando ainda podia sentir o cheiro dele por perto.

- Não adianta, você não vai conseguir. - falou Alfonso rudemente.

- Conseguir o quê? Que você saia do quarto? Posso muito bem pedir à uma enfermeira, ninguém nega nada a uma pessoa cega... - disse com sarcasmo.

- Conseguir me afastar de você, Anahí. Dessa vez eu não vou te dar espaço pra pensar, pra imaginar ou cogitar qualquer coisa. - segurou sua mão e observou a aliança de noivado, ainda reluzente. - Isso aqui é a prova da minha fidelidade à você, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, até que a morte possa nos separar... - susurrou no ouvido de Anahí, que suspirou.

Ela podia sentir que Alfonso honraria cada palavra desses votos, embora ainda não estivessem casados. Porque afinal, ele já estava cumprindo. Ele limpou a lágrima solitária que rolou pelo rosto dela e aproximou sua boca na dela. Lentamente abriu espaço com sua língua e sentiu a língua quente e macia dela. Ambos suspiraram, fazia tanto tempo que não se beijavam, que estavam nas nuvens. Anahí estava sedenta, queria estar novamente nos braços de Alfonso. Era o único que podia fazê-la sentir-se amada e desejada, até mesmo naquelas condições. Eles se separaram quando o ar faltou e Alfonso encostou sua testa na dela, olhando diretamente nos lindos olhos azuis.

- Eu amo você meu amor, sempre vou amar.

- Eu também te amo Alfonso, mas você terá que ser paciente...

- Eu sempre fui, minha moranguinho. - ambos riram e pela primeira vez, Anahí sentiu paz em voltar para casa.