Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot

Depois de uma semana Anahí já estava em casa, quer dizer, na fazenda. Alfonso ameaçou fazer um escândalo no hospital se ela se recusasse a ir com ele, afinal Dulce não teria tempo de ficar em casa para ajudar Anahí a se adaptar com a sua nova realidade e na fazenda ela teria Alfonso, Carlos e Berta como apoio.

- Você tem que parar de ser assim Alfonso, parece uma criança emburrada quando não ganha o que quer... – falou mal humorada, quando discutiam pela milésima vez para onde ela ia.

- Você que parece uma mula empacada, eu já disse que você não vai ficar naquela casa sozinha. Nós não prendemos o culpado ainda Any, ele está solto por ai e você está vulnerável... – explicou – Me entenda por favor, baby. – pediu enquanto se aproximava dela, enchendo-a de beijos.

Anahí não resistiu e desfez o bico imediatamente. Ele pensava que ela estava vulnerável por estar cega e provavelmente sozinha em sua casa, mas na verdade ela ficava com a guarda baixa ao lado dele e esse era o maior perigo de todos, na sua opinião.

- Você é irritante às vezes, sabe. – brincou, sorrindo, enquanto acariciava suas mãos.

- E você é a coisa mais linda que eu já pus os meus olhos.

Alfonso não parava se ser perfeito com ela, chegava a assustar as vezes. Será que até quando duraria aquela felicidade dele? Se ela ficasse cega para sempre, não queria ser um peso. Ele tinha uma enorme fazenda para cuidar, planos de reabilitação e ela seria só um problema a mais que ele teria que se preocupar. Afastou os pensamentos da cabeça quando ouviu passos entrando no quarto. Ela ainda não teve coragem para explorar a casa e Alfonso entendeu, dizendo que quando ela estivesse preparada, ele estaria lá para ajudá-la.

Ela se ajeitou na cama e passou a mão pelos cabelos, nunca fora uma pessoa tão vaidosa, mas agora lhe incomodava de que não pudesse checar sua própria aparência.

- Como eu estou? – sussurrou na direção que Alfonso estava.

- Perfeita, como sempre. – sussurrou de volta, sorrindo. – Tem alguém aqui que queria muito te ver, depois de mim, era a pessoa mais chata naquele hospital... – fala em tom divertido.

- Ei Any, sou eu. – falou a voz de um menino, que Anahí reconheceu imediatamente, era Leo. Ela segurou o riso e resolveu brincar um pouco com o garoto.

- Eu? Eu quem? – fingiu confusão e franziu o cenho. Alfonso reparara que ela estava brincando e tampou a boca com a mão, segurando o riso também.

- Eu, Leo. Esqueceu de mim já? – perguntou, se aproximando cabisbaixo. Como assim Anahí não se lembrava dele? Será que ela tinha perdido a memória no acidente também? Estava tudo muito confuso para ele.

- Não Leo, mas é claro que não! Mas sabe, eu não consigo mais ver né... – torceu a boca, tristonha.

- Oh Any, me perdoa. Alfonso me disse, mas eu esqueci! – arregalou os olhos, super envergonhado e com as bochechas coradas.

- Vem cá seu bobo, estou brincando com você. – Anahí tateou as pequenas mãos no ar e o puxou para um abraço apertado. Passou as mãos pelo rosto do garoto, que sorria e depois por sua cabeça, que agora já estava espetando, com os primeiros fios de cabelo nascendo novamente.

- Poxa Any, quase me mata do coração agora. – Leo coloca a mão no coração, enquanto sentava na beirada da cama. – Tem certeza que você não pode ver? Porque seus olhos estão normais pra mim...

Anahí jogou a cabeça para trás, gargalhando. Era tão bom conversar com alguém que não a tratasse diferente por estar cega. As crianças eram tão inocentes e ela adorava isso. Alfonso riu e pediu licença, deixando os dois a sós, aproveitando que agora ela estava acompanhada, ele resolveu resolver alguns problemas da livraria de Anahí em seu escritório. Ele tomou a frente e nao deixaria de nenhuma maneira o sonho da sua mulher se ruir daquela forma.

Ela explicou para Leo de um jeito mais fácil, o porquê de estar cega. O garoto pareceu entender e eles tiveram uma deliciosa tarde juntos. Anahí nunca riu tanto desde que saiu do hospital, era uma delícia se divertir novamente. Leo a ajudou a sentar em um sofá na sacada e ela estava agradecida por sentir o vento novamente em sua pele. Ele contou todos os detalhes da sua cirurgia e o quanto estava feliz por daqui há algum tempo poder fazer tudo que fazia antes de adoecer.

- Então, tem visto a Gio? – ela perguntou ao menino.

- Eu não queria tocar nesse assunto com você Any, ela me fez prometer que não, mas... – o garoto levava uma expressão triste no rosto, que ela não pode ver, mas percebeu pelo seu tom de voz.

- Você pode me contar Leo, confie em mim. Estão maltratando ela no orfanato, é isso? – começou a ficar preocupada. Em nenhum momento ela havia esquecido de Giovana, porém não queria que a garota a visse naquelas condições.

- Não, não é nada disso Any. Ela se sente sozinha lá, abandonada. Você sabe que ela não gosta muito de ter gente perto dela e por isso tem poucas amigas e todas foram adotadas. Isso tudo começou depois que você e o Poncho terminaram, sabe? Tudo ficou muito estranho e todo mundo percebeu... – Leo gostava muito de Giovana, se importava com a amiga.

Apesar de discutirem bastante, os dois eram como carne e unha. A diferença é que no final do dia, Leo tinha uma casa com pais amorosos para lhe receberem e Giovana voltava para o orfanato, totalmente solitária.

- Oh não Leo, pobrezinha... – levou a mão a boca, ela realmente não sabia disso. Não parava de pensar em como a garotinha estava se sentindo abandonada por todos, já sem os pais tão novinha e agora, já não podia contar nem com as poucas amigas que fizera.

- E tem mais, ela está tão triste que a fisioterapia dela não tem funcionado. Eu ouvi a fisioterapeuta dela dizer que algo sobre depressão e que a cirurgia dela tinha sido um sucesso, mas que ela não vai voltar a andar se ela não confeitar... – falou sério. Anahí riu, tao pequeno mas sabia tanto desse mundo de hospitais e médicos...

- Cooperar, se ela não cooperar... – corrigiu e Leo assentiu com a cabeça, mas rapidamente se lembrou que Anahí não podia ver e lhe respondeu.

- Isso, então, Any você precisa fazer alguma coisa. – pediu carinhoso – Eu sei que ela chora todas as noites e tem até pesadelos com o acidente, uma outra garota lá do orfanato me disse. – sussurrou como se fosse um segredo.

Anahí puxou o garoto para um abraço, ainda não sabia o que faria, mas sabia que ela não podia mais se esconder de Giovana. Algo precisava ser feito e com certeza Alfonso lhe ajudaria, disso ela tinha certeza.

- Obrigada pequeno, por ter me contado tudo isso. Acho que Giovana não sabe o grande amigo que ela tem... – falou carinhosa e Leo corou novamente.

Eles ficaram conversando até os pais do menino irem busca-lo. Alfonso insistiu que eles deveriam dar um passeio ali na fazenda e ela ainda contagiada pela animação de Leo, concordou. O noivo escolheu um lindo vestido florido, apertado no busto e solto pela cintura. Ela sentiu-se bem e confortável. Desceram as escadas com cuidado, todos os dias ela se acostumava um pouco com todos os objetos da casa. Era estranho, pois estivera lá tantas vezes e nunca havia reparado onde estava cada coisa, afinal, nunca precisou saber. Mas agora, suas limitações à estavam forçando a isso.

Rapidamente estavam na varanda e Anahí pediu carinhosamente que Alfonso lesse para ela.

- Jura? Logo eu? – perguntou receoso, não era muito bom naquele tipo de leitura.

- Claro, eu gosto de ouvir sua voz e de quebra, você ainda pode ganhar cafuné na cabeça... – ele riu e saiu disparado pela porta da casa, indo em sua biblioteca pegar um livro.

Anahí já estava sentada no grande balanço da varanda esperando-o. Ele deitou com a cabeça em suas pernas e ela retirou seu chapéu, colocando de lado e imediatamente enfiando as mãos por dentro da cabeleira negra de Alfonso. Ele quase dormiu nos primeiros minutos, adorava aquele carinho que Anahí lhe proporcionava, era tão íntimo, tão cuidadoso. Ele amava os momentos que tinham na cama, mas fora dela ele continuava a sentir-se completo também. Ele começou a leitura de uma das histórias de Sherlock Holmes e no final se surpreendeu, porque gostara bastante.

- Uau, esse Sherlock era um cara bem inteligente... – falou entusiasmado, ainda com a cabeça no colo da noiva.

Anahí não respondeu e simplesmente suspirou. Sua mente estava longe, não conseguia parar de pensar em Giovana, tão frágil, chorando toda noite e sem ninguém para ajudá-la com seus pesadelos. Ela sabia que era uma carga muito grande para alguém levar, afinal, ela mesmo havia sonhado algumas vezes com seu próprio acidente e ela tinha Alfonso no fim das contas. Era totalmente diferente para uma criança, um trauma tão grande e o pior, Giovana não tinha mais ninguém.

- Pode me contar o que aconteceu, baby? Você ficou aérea a leitura toda e olha que eu dei o meu melhor aqui. – debochou e Anahí riu, passando a mão pelo rosto dele, com a barba por fazer.

- Leo me contou umas coisas hoje sobre a Giovana... – suspirou novamente com pesar – Todas as amigas que tinha no orfanato foram adotadas, ela tem chorado toda noite e tendo pesadelos pelo acidente, além de achar que eu a abandonei. – sussurrou, sentindo os olhos úmidos. – Ela não quer mais fazer fisioterapia, sendo que a cirurgia foi um sucesso. Precisamos fazer alguma coisa Poncho...

Alfonso se levantou e a puxou para o seu peito, lhe fazendo carinho.

- Eu tenho uma ideia, é muito louca, mas... – falou receoso. Aquela ideia já tinha lhe passado pela cabeça milhares de vezes, mas com tudo que aconteceu, ele não teve coragem de falar com Anahí.

- Tem? Qual? – ela tocou seu rosto e o encarou, como se o pudesse ver. Alfonso admirou os olhos azuis, com os quais sonhara por tanto tempo e respirou fundo.

- Podemos adotá-la... – falou, com uma careta de medo.

Anahí ficou em silencio por vários minutos, como não teve essa ideia antes? É claro, Gio já havia lhe dito que a considerava uma mãe antes... A garota ficaria muito feliz morando na fazenda, perto dos animais, faria sua fisioterapia direitinho e voltaria a andar. Anahí não se conteve e se jogou nos braços de Alfonso, derramando lágrimas de felicidade.

- Como você pode ser tão perfeito assim? Não é possível... – sorriu em meio as lágrimas. Agora ela entendia, eles tinham perdido sua pequena Ava, mas agora a vida lhe dava oportunidade de ser mãe novamente e seria tão especial quanto se ela tivesse nascido da sua própria barriga.

- Eu... já tinha pensado nisso antes, mas tanta coisa aconteceu. – deu os ombros e esqueceu que Anahí não podia ver.

- Não importa, precisamos adiantar o casamento então. Eu queria poder ver, mas devido as circunstancias... – explicou – Você vai ter que se encarregar de tudo sozinho amor. – falou com um pingo de tristeza na voz.

- Claro que não, você vai me ajudar em todos os detalhes. Eu simplesmente serei seus olhos – segurou o queixo e a encarou de novo – Você terá o casamento dos seus sonhos baby, prometo. – ela abriu um enorme sorriso, estava nas nuvens. Seu coração iria explodir de felicidade a qualquer momento, para ficar completo só faltava recuperar sua visão. Ela tinha fé que ia acontecer, só não sabia quando.

- Obrigada... – sussurrou amorosa – Mas por favor, não conte para ninguém sobre isso. Quero me aproximar novamente dela e ajudá-la com a fisioterapia. Não quero que pense que nós só vamos adotá-la se ela voltar a andar, entende? É muita pressão para uma criança... – explicou.

- É verdade, bem pensado. Nós nos aproximamos, vamos conquistando a confiança dela e depois que tivermos todos os papéis prontos, contamos a verdade. – selou os lábios de Anahí, sugando o inferior e ela gemeu – Vou ligar hoje mesmo para o advogado – Ela assentiu com a cabeça – Seremos os melhores pais que o Texas já viu, baby! – exclamou brincando e lhe dando um beijo saudoso.