Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot

No outro dia, na hora do almoço, estavam todos reunidos em volta da mesa. Alfonso adorava ter toda sua família unida nesses momentos e ter a casa cheia. Depois de tantos anos solteiro e vivendo somente com Berta e Carlos, ele sabia que nunca mais gostaria de viver daquela maneira. Anahí surgiu na porta da sala de jantar, ajudando a Berta com as travessas. Cheirava tudo muito bem e Alfonso franziu o cenho.

- Isso é o que eu estou pensando? – falou retirando o chapéu e colocando em cima da perna. Seus olhos brilharam e Anahí abriu um lindo sorriso. Giovana mordeu os lábios, sabia exatamente o que sua mãe estava tentando fazer.

- Pode apostar que sim! Costeletas de porco, milho na manteiga, purê de batatas e... – se aproximou dele por trás, abraçando-o – De sobremesa teremos torta de pêssego com sorvete de creme.

Alfonso quase babou quando sua esposa terminou de falar, era sua comida favorita! Adorava as costeletas de porco que Any fazia, mas com a falta de tempo, ele tinha que implorar para comer aquela comida deliciosa. Então ele ligou os pontos e puxou Anahí para o seu colo, sem se importar com a presença dos outros no ambiente. Ela era sua mulher, porra!

- O que você aprontou dessa vez e quanto irá me custar? – perguntou, cerrando os olhos em uma minúscula fenda.

Anahí fez uma falsa cara de espanto e indignação, que não o enganou nem por um instante. Ouviu o barulho dos garfos ao redor, mas ele sentia que a belíssima mulher ao seu colo, estaria arrumando algum problema novamente. Ele havia percebido que ela sempre fazia sua comida favorita quando queria pedir algo que sabia que ele não deixaria. Sua esposa o tinha na palma de sua mão, mas não que isso lhe importasse.

- Nossa Poncho, você é um ingrato. Fiz sua comida favorita e você vem logo com essa agressividade. – soou magoada e tentou se levantar.

Alfonso a segurou mais forte, impedindo que ela se levantasse e Anahí fez um lindo bico. Ele não resistiu e lhe deu um selinho, sentindo as mãos carinhosas da esposa dentro de seu cabelo.

- Amor, não tente me enganar. Sempre que você faz minha comida favorita é porque tem algum problema pela frente, então trate logo de dizer porque todo mundo está comendo a comida que eu mais gosto e no entanto eu estou aqui esperando você desembuchar. – apertou sua coxa e Anahí fechou a cara, sabendo que havia perdido.

- Querido, fique tranquilo. Não vai lhe custar nada e eu não quero lhe pedir nada também. É só mais como, um aviso, entende? – divagou, enquanto mexia na gola da sua camisa.

Ele ainda estava confuso, como assim não custaria nada? Não que Anahí fosse de sair comprando, a mulher ainda tinha um puto orgulho e gostava de comprar as coisas com o próprio dinheiro. Ele sentia uma grande emoção quando ela recorria a ele para pedir algo, mas como o homem que é, não poderia ceder sem receber uns afagos. Então eles sempre fingiam esse joguinho e no fim, acabavam na cama. Um aviso? O que no mundo poderia ser? Será que ela estava grávida? Ele empalideceu na hora e engoliu o bolo na garganta.

- Alfonso? Amor? – chamou Anahí e ele a olhou, com os olhos arregalados – O que houve? Você está branco como uma folha de papel. – ela tentou lhe dar um copo com água, que ele prontamente aceitou.

- Você não vai falar que está grávida, né? – Anahí fechou a cara, mas não queria entrar em uma nova discussão antes de resolver a primeira.

- Não, engraçadinho. Não estou grávida e se estivesse nós teríamos que conversar sobre essa cara que você acabou de fazer. – bufou – A questão é que... – respirou fundo e olhou para a filha, que já tinha parado de comer.

Sentiu pena da filha no momento, esperava que ela fosse forte para enfrentar o pai. Giovana nunca ia contra a Alfonso, então torcia para que a filha tivesse tomado a decisão certa. Mas se não fosse, ela sempre estaria ali pra sua menininha. Alfonso tomou mais um gole de água, mas antes que pudesse engolir, Anahí soltou a bomba.

- Giovana está namorando. – deu um sorriso amarelo e logo arregalou os olhos quando Alfonso cuspiu a água em forma de jato. – Poncho! – exclamou, enquanto pegava o guardanapo na mesa e tentava secar os respingos de si mesma.

- SÓ POR CIMA DO MEU CADÁVER! – gritou, batendo o punho na mesa e o copo na mesa ao mesmo tempo, e levantou Anahí do colo em um supetão.

- Papai! – Giovana ficou vermelha e olhou com indignação para Alfonso.

Berta e Carlos se mantinham calados, mas o homem claramente não concordava com a reação de Alfonso, pois balançava a cabeça, desapontado.

- Namorado? Giovana, você ainda é um bebê. Filha, eu não posso deixar um rapaz qualquer, que só quer o seu dinheiro, se aproveitar de você assim.

Giovana se levantou, totalmente revoltada. Jogou o guardanapo na mesa e o encarou.

- Então quer dizer que um cara só gostaria de mim pelo meu dinheiro, é isso? Eu não tenho outras qualidades que possa fazer alguém me amar? – cruzou os braços e Anahí viu a tristeza nos olhos da filha.

Alfonso tentou se aproximar, passando a mão pelos cabelos, mas Giovana deu um passo pra trás. Aquilo nunca tinha acontecido e ele sentiu uma pontada de dor no coração, pela distância que a filha colocou entre os dois.

- Não foi isso que eu quis dizer e você sabe. Filha, você ainda é muito nova pra...pra diferenciar o caráter bom e ruim das pessoas. Eu não posso concordar com isso e não vou. – falou entredentes, com os braços cruzados.

- Eu nao sou mais uma criança e eu o amo. - sua voz estava fria e ela tentava esconder o medo que sentia, se caso seu pai a separasse de Leo.

- Ama? Giovana, voce é muito nova pra saber o que é amor, pelo amor de Deus... - riu sem humor e passou a mao pelo rosto, já cansado.

- Sim papai eu o amo. Nao queria pedir a sua permissao, somente te avisar. Nao escolhemos por quem nos apaixonamos ou quando isso acontece, tenho um exemplo excelente bem aqui na minha frente. - apontou para ele e para Anahí, que estava atrás.

- Isso é totalmente diferente, nao tente usar a minha vida em seu favor mocinha. 

Então os dois ficaram ali, de braços cruzados, se encarando no meio da sala de jantar. E Anahí tentou apaziguar as coisas, se colocando no meio de ambos.

- Querido, você não sabe quem é o rapaz. Tenho certeza que assim que você souber quem é, não terá mais dúvidas sobre o seu caráter. Nossa menina cresceu, já tem idade pra namorar. – acariciou o peito do marido, tentando acalmá-lo, mas sentiu seu coração acelerado sob o peito.

- É verdade, mamãe falou tudo. Você simplesmente está sendo um ciumento preconceituoso! Não vejo a hora de ir embora dessa fazenda e ficar longe dessa super proteção idiota! – jogou as mãos pra cima, exasperada.

- Você não está ajudando com essa atitude garota, olha como fala, ainda sou o seu pai e você vive dentro da minha casa! – apontou o dedo, com a voz firme. Giovana simplesmente virou o rosto e respirou fundo. – Quem é o idiota?

A filha e a esposa ficaram em silencio, então Alfonso fechou os olhos e apertou a ponte do nariz entre os dedos.

- Giovana, eu não vou perguntar de novo. Quem-você-está-namorando? – ainda de olhos fechados, ele podia sentir a fúria em suas palavras.

- Poncho? Gi? Está tudo bem? – ouviu a voz de Leo vindo da porta, o rapaz segurava o chapéu nas mãos.

Mesmo depois de tanto tempo, ele ainda sentia-se tímido em sua casa. Abrindo os olhos ele primeiramente olhou para Anahí e viu o pânico em seus olhos. Depois olhou para Giovana, que olhava para Leo e tentava conter um sorriso, detectando algo ali.

Então, na hora ele soube.

- Vem cá seu safado, eu vou te matar! – gritou, correndo atrás de Leo.

Giovana e Anahí gritaram ao mesmo tempo de pavor. Nunca haviam visto as feições de Alfonso daquela forma. O rapaz correu em volta da mesa, com Alfonso em seu encalço e logo foram pro lado de fora da casa.

- Seu filho da puta, eu te coloquei dentro da minha casa e é assim que você me trai? Seduzindo minha própria filhinha! – gritou mais impropérios, à medida que corria atrás dele. Todos os funcionários, pararam seus serviços, totalmente confusos com a atitude do patrão. A maioria começou a rir, quando entendeu do que se tratava mas ninguém se atreveu a dizer algo sobre.

- Poncho, por favor, me deixa explicar! Não é nada disso que você está pensando... – gritou enquanto ainda corria, entrando na baia dos cavalos. Deu algumas olhadas por cima do ombro e se assustou ainda mais quando Alfonso não parecia nem um pouco cansado, ao contrário dele, que poderia desmaiar a qualquer minuto.

- Para pai, por favor! – Giovana pediu ao longe e Leo correu em sua direção, ficando atrás dela. A mesma abraçou os braços, impedindo que o pai se aproximasse.

Alfonso soltava lufadas de ar em intervalos curtos e Anahí pensou que ele parecia um touro enjaulado. Teve que esconder o riso com as mãos, mas seus olhos não mentiam.

- Como tem coragem de se esconder atrás da minha filha hein? – perguntou, se aproximando em passos lentos. Anahí entrou em sua frente, os olhos brilhando de diversão. – Isso é engraçado pra você, Any? – ela então viu uma pontada de tristeza nos olhos verdes que tanto amava.

- Alfonso, não é matando o garoto que vamos resolver os problemas. Por favor, vamos nos acalmar e deixar eles falarem.

- Claro que vamos resolver, com ele morto todos os meus problemas acabam! – falou ainda encarando Leo com raiva.

- Se ele morrer, outros irão aparecer então não vai adiantar de nada. – Anahí tentou ser razoável, mas Alfonso não colaborava.

- É mas se eu mata-lo vai servir de exemplo para os próximos... – estalou os dedos da mão ameaçadoramente, enquanto exibia um sorriso predador.

Giovana queria rir, mas sabia que aquilo só pioraria o humor do seu pai, então rolou os olhos.

- Ponchito, por favor. Vamos conversar, tá bom? – Anahí passou a mão pelo seu peito carinhosamente e ele foi se acalmando. Se aproximou do seu ouvido e sussurrou – Se você for bonzinho, vai ter direito a qualquer coisa hoje à noite.

Os olhos dele brilharam quando ele pensou nas diferentes ideias, então limpou a garganta, concordando com a cabeça. Anahí chamou o jovem casal para entrar, mandando todos os funcionários voltar ao trabalho e puxou um Alfonso carrancudo pra dentro de casa. Nenhum deles tinha ideia de que os problemas daquela família, haviam acabado de começar.