Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot

Depois que foi deixada com o coração na boca, Anahí não conseguiu se concentrar mais em nada durante o resto da tarde. Havia tomado um banho e vestia um pijama de flanela xadrez rosa, bem confortável. Era bom se sentir em casa. Da cozinha ela podia ver a sala, estava tão aconchegante que ela passaria o dia todo em casa lendo!

Ela preparava o jantar, enquanto ouvia Elle King tocar no seu iphone. Dançando sozinha, ela podia dizer que não era a garota na qual a música falava.

“1-2-3, eles vão correr de volta para mim, porque sou a melhor que eles nunca conseguiram manter. 1-2-3, eles vão correr de volta para mim. Eles sempre querem vir, mas nunca querem que ir!” (Ex’s and Oh’s)

Mordeu o lábio e se lembrou do dia do seu casamento fracassado. Parecia que fora há décadas atrás enquanto havia se passado somente um pouco mais de uma semana. Enquanto ela lavava as verduras para a salada, ela pensava em quão feliz estava aqui. Apesar da saudade que sentia dos seu pai e da sua melhor amiga, era muito bom viver em uma cidade em que ninguém a conhecia e consequentemente não falariam mal dela pelas costas.

Ela abriu a geladeira e retirou uma garrafa de vinho branco. Retirando a rolha ela despejou o liquido claro em uma taça. Como era bom desfrutar do silencio e da solidão...Tomou um gole e deixou a bebida descer pela garganta, explorando o sabor suave de frutas cítricas em sua boca.

- Perfeito! – sorriu pra si mesma e foi cortar os tomates.

Seus pensamentos mudaram de rumo drasticamente. Ela só conseguia ver em sua frente um par de olhos verdes, maliciosos...aquele sorriso arrebatador, aquela barba fechada. Oh, aquela barba...ela queria tanto poder passar a mão. Aquele peito bronzeado de tantas horas no sol, ela só queria lambe-lo e saber se o gosto era tal qual havia imaginado. Então se lembrou também o quão sem educação aquele ogro era! Com raiva, ela bateu a faca forte sobre o tomate na tábua.

- Droga, maldito Alfonso Herrera! Me irritando até quando não está por perto...infeliz! – exclamou irritada enquanto o sangue escorria pela mão. Enrolou um pano de prato para estancar o ferimento e enquanto ia para o banheiro, a campainha tocou e ela franziu a testa imaginando quem poderia ser. Ela não conhecia ninguém! Talvez algum vizinho...

Abriu a porta e qual foi sua surpresa ao ver seu ogro menos favorito. Ele levantou a cabeça, observando-a de baixo pra cima. Ele sorriu descaradamente ao ver seu pijama e ela já estava a ponto de explodir.

- Ah meu Deus, era só o que me faltava! Posso saber o que você está fazendo aqui a essa hora? – ela disse irritada, havia acabado de amaldiçoa-lo e então ele magicamente apareceu em sua porta, só podia ser alguma praga!

Ele reparou no pano de prato enrolado em sua mão e o sangue que o manchava. Preocupado, ele entrou na casa e ouviu Anahí xingando baixinho enquanto fechava a porta.

- O que aconteceu? – ele se aproximou e segurou delicadamente a mão ferida.

- Não foi nada! Posso me cuidar sozinha, obrigada. Posso saber o que faz aqui? – ela retirou a mão de perto dele e deu um passo pra trás. Ele estava mais delicioso do que mais cedo, se é que era possível! Ela nunca pensou que os cowboys eram tão gostosos e Alfonso exalava tanta masculinidade. Com esse pensamento ela corou.

Alfonso se perguntou o que ela estava pensando quando Anahí se pôs vermelha como uma pimenta. Ele estendeu sua bolsa que até então ela não havia reparado. Ele depositou sobre o sofá e a olhou.

- Eu vim devolver pra você, penso que poderia precisar de algo urgente e não saberia como me achar... – ele levantou a barra do seu chapéu e sorriu. – Posso ver o ferimento? Eu estou acostumado a ajudar meus peões nas emergências... – ele perguntou delicadamente, não queria que Anahí corresse novamente.

- Ok...- ela respondeu baixinho e seguiu para o banheiro pedindo que ele a acompanhasse.

Ela se sentou na tampa do vaso e lhe disse onde estavam o kit de primeiro socorros. Ele se ajoelhou, de modo que seus rostos ficaram quase da mesma altura. Cuidadosamente retirou o pano de sua mão e lavou o ferimento em agua corrente.

Anahí mordeu o lábio enquanto o observava. Seus traços rústicos, as rugas precoces em volta dos lindos olhos. O nariz fino e pontudo, o queixo quadrado... Era uma combinação tão perfeita que a fez suspirar.

Alfonso ouviu o suspiro de Anahí e queria ter o poder de ler mentes novamente naquele momento. Ele tentava disfarçar o tremor que sentia enquanto fazia o curativo em sua mão. O cheiro de morangos o embriagava e ele puxou o máximo de ar para dentro dos pulmões.

- Pronto! Por sorte o corte não é muito profundo então não precisa de pontos... – ele sorriu e se levantou para guardar o kit.

Anahí piscou várias vezes ao se dar conta que ele havia terminado e tinha feito um bom trabalho em sua mão.

- Obrigada Alfonso. Foi muito gentil da sua parte. – ela respondeu sincera. Sua personalidade geralmente era de uma pessoa calma e bem tranquila. Poucas coisas tiravam-na do sério, mas parecia que Alfonso era um tsunami que faziam suas águas interiores criarem gigantescas ondas de raiva.

Ela se levantou e segurou sua grande mão, o puxando de volta pra cozinha. O ato pegou Alfonso desprevenido, ele se sentiu acolhido com aquele toque suave e gentil que envolvia sua mão.

- Eu estava preparando o jantar, você...por acaso...quer...- ela estava embaraçada e Alfonso segurou o sorriso. Anahí estava dócil e por nada no mundo ele queria acordar a potranca raivosa que habitava nela, então esperou calado. – Você quer ficar pra jantar Alfonso? Quer dizer...se você ainda não comeu é claro. – Anahí perguntou, estava nervosa novamente. Ela sentiu as bochechas esquentarem e então Alfonso sorriu.

- É claro, eu adoraria jantar com você Anahí. – ele respondeu calmamente, seu olhar escureceu e ele a observava como um predador atrás da caça.

Anahí levantou uma sobrancelha e a boca se tornou uma linha fina.

- Não pense que isso é um encontro Alfonso Herrera, é somente para agradecer tanto pela bolsa como o curativo. E também, porque penso que fiz comida para um batalhão. – bufou e foi para atrás do balcão da cozinha.

Uma batalha de cada vez...pensou Alfonso sorrindo.