Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot

- Alfonso, quer parar? Vai furar o chão dessa forma... – Falou Anahí, enquanto observava o médico fazer uma pequena sutura em seu braço.

- Desculpe, mas eu estou nervoso querida. Atiraram em você meu amor, querida que eu ficasse como? – Ele se aproximou e tomou a mão livre dela nas suas.

Anahí sorriu, compreensiva. Alfonso sempre estava lá por ela, não importa o que acontecesse. A briga já esquecida, dava lugar a apreensão e medo do desconhecido.

- Ligou pra nossa filha? – Anahí agradeceu o médico, que saiu logo em seguida, tremendo com os olhares que Herrera dirigia em sua direção.

Alfonso bufou e novamente sua expressão se tornou raivosa.

- Sim, eu liguei. E adivinhe quem atendeu? – Falou com um rosnado.

Anahí colocou a mão sobre a boca, para disfarçar um riso. Era óbvio para ela, que o marido estava furioso por Giovana deixar Leo atender o seu celular. A questão era que o garoto sempre atendeu o telefone da menina sem nenhum problema, mas agora que estavam namorando, Alfonso estava disposto a implicar com o mais simples dos gestos. Anahí bem que achava bem feito para a filha pela mentira que a mesma havia contado aos dois.

- Você não acha que está indo longe demais com isso? – Tentou dissuadi-lo pela última vez.

- Não, eu não acho. Ela é minha filha e eu sei como pensam os garotos na idade do Leo. Só porque ele cresceu com ela e o conhecemos, não quer dizer que ele tenha pensamentos diferentes dos demais meninos da sua idade... – Falou Alfonso com firmeza e ouviram batidas na porta do quarto.

- Eu espero que você se prepare para a próxima bomba que vem por ai... – Sussurrou Anahí, quando viu a filha e o namorado entrarem. Alfonso arregalou os olhos diante das palavras de Any, esperando que o pior em relação a filha.

- Mamãe, que susto a senhora nos deu! – Giovana a abraçou forte, com lágrimas embaçando seus olhos. Se lembrou de Cláudia, quando ameaçara a vida da mãe e era impotente em uma cadeira de rodas, sem poder fazer nada para ajudá-la.

- Eu estou bem, querida. Foi só um susto, a bala passou de raspão.

- Mesmo assim Any, ficamos preocupados quando Poncho nos ligou... – Leo falou com timidez, olhando de espreita para Alfonso, que se mantinha de braços cruzados e cara fechada.

- Eu sei queridos. Agora vamos deixar na mão da polícia e descobrir quem fez isso. – Trocou olhares com Alfonso, tentando dizer para não comentar sobre o bilhete.

O bilhete.

Ela lembrou que havia outro dentro de sua bolsa, mas decidiu que o mostraria assim que Giovana e Leo fossem embora.

- Mãezinha, eu te amo tanto...- Giovana beijou o topo de sua cabeça. Anahí sempre se derretia quando a filha demonstrava seu amor, mas agora tinha chegado a hora de contar a verdade.

- Eu também te amo, filha. Mas agora temos que conversar sobre o que eu fiquei sabendo na cidade. Sobre vocês dois. – Falou com firmeza e percebeu que Giovana havia ficado pálida. Leo segurou sua mão e ambos se encararam por um momento.

- Any, o que está acontecendo? – Perguntou Alfonso, desconfiado com a reação dos dois.

- Aparentemente, sua filha tem algo para nos contar. Quer dizer, contar para você, já que eu tive que ouvir fofocas pela cidade toda! – Cruzou os braços e fuzilou Giovana com o olhar.

- Mãe, o que quer que seja que a senhora ouviu...eu posso explicar...

- Mas é claro que você vai explicar Giovana! Principalmente para mim, que te apoiou desde o início nessa história toda. Você traiu minha confiança... – Falou decepcionada.

- Falar o que Any? Alguém me explica que porra está acontecendo? – A medida que os segundos se passavam, ele ficava mais nervoso e preocupado. Odiava se sentir de fora de uma situação de família e era justamente o que estava acontecendo.

Anahí seguia calada, ao lado do esposo, esperando que a filha se pronunciasse. Giovana respirou fundo e umedeceu os lábios, que estavam secos de nervoso. Não queria nem imaginar o que seu pai faria quando terminasse de escutar o que tinha para falar.

- Pai, acontece que... Meu namoro com o Leo não começou assim que eu e ele fomos falar com o senhor...

- Não? Não me diga que...- Alfonso fechou os olhos, pensando onde havia errado tanto. Porque será que Anahí queria ter tanto outro filho? Para que ele pudesse também esconder as coisas, como Giovana fazia? – Quanto tempo vocês têm estado escondido juntos?

Giovana mordeu os lábios, apreensiva. Leo apertou sua mão, lhe demonstrando apoio. Ele queria poder falar no lugar dela, mas sabia que Alfonso só veria o gesto como uma afronta e não como proteção.

- A um pouco mais de um ano. – Sussurrou.

Alfonso tirou o chapéu e coçou a testa, desolado. Soltou um suspiro, cansado de toda essa história. Deixou-se cair na cadeira que havia na sala e Anahí logo sentou-se no seu colo, lhe fazendo carinho nos cabelos.

- O senhor não vai falar nada? – Perguntou Giovana, com medo de se aproximar do pai. – Nem ao menos gritar? Xingar?

- Falar o que? Gritar vai resolver alguma coisa? Eu estou tão decepcionado, Giovana, que nem sei por onde começar. Você traiu a nossa confiança, mentiu para nós, nos enganou. Quem somos nós pra você? Estranhos?

- Verdade, filha. A mentira é sempre o pior caminho. Eu nem acredito que toda a cidade sabia que vocês andavam namorando por aí e nós, os pais idiotas, soubemos por meio de outras pessoas. Estou tão decepcionada... – Anahí balançou a cabeça, totalmente desgostosa com a atitude da filha.

- Eu não sei se eu e sua mãe poderemos confiar em você novamente como antes. Agora tudo que você nos contar, iremos nos perguntar se você está escondendo algo a mais. E quer saber mais? Se vocês querem namorar, tudo bem. – Levantou Anahí de seu colo e a abraçou de lado, se encaminhando para a porta.

Giovana e Leo ficaram sozinhos na sala. Ambos se sentindo muito mal por terem enganado Anahí e Alfonso.

- Oh, Leo... o que foi que fizemos? Mamãe e papai nunca mais irão confiar na gente de novo. Viu a cara do meu pai? Eu nunca o vi assim, ele nem gritou! E disse ainda que aceitaria nosso namoro, então porque não estou feliz como deveria? – Tampou o rosto com as mãos e soluçou.

- Não fica assim amor, logo isso vai passar. Nós erramos sim, mas foi por medo. Todo mundo erra ok? Eles vão nos perdoar, fique tranquila. Eu amo você. – Retirou as mãos dela do rosto e limpou as lágrimas com o polegar. – Eu te amo. – Repetiu e lhe beijou.

Anahí e Alfonso passaram na delegacia e ela deu seu rápido depoimento, então voltaram para casa. Ela estava exausta, nunca pensou que sair um pouco de casa teria consequências tão assustadoras. Agora estava pensando duas vezes na faculdade, não seria idiota a ponto de não ficar com medo. Ela mais do que ninguém, sabia que coisas ruins aconteciam a pessoas boas. Era uma prova viva disso. Antes que pudesse esquecer o assunto e tomar uma boa chuveirada, Alfonso lhe parou a caminho do banheiro.

- Amor, posso fazer uma pergunta?

Estava em dúvida se tocava ou não naquele assunto, não queria sobrecarregar Anahí depois do que aconteceu. Mas sua curiosidade falara mais alto e quando viu, estava cuspindo a pergunta de sua boca.

- Claro querido, o que foi? – Respondeu desatenta, enquanto desabotoava sua blusa e jogava no cesto. Retirou a calça jeans e ficou somente com seu conjunto de lingerie rosa.

Alfonso quase esqueceu do que queria saber, mas balançou a cabeça, voltando para o foco.

- Posso saber o que você fazia na faculdade?

Anahí mordeu os lábios, apreensiva.

- Eu não queria ter te contar dessa forma, mas lá vai. Eu pensei em voltar para a faculdade.

Imediatamente, as palavras de Carlos voltaram à mente de Alfonso.

- Puta que pariu, Carlos maldito! – Murmurou, convencido de que o amigo lhe rogara uma praga.

- O que?! – Perguntou Anahí confusa, não havia entendido o que Alfonso falara.

- Nada. Voltar para a faculdade? Que loucura é essa Any? Achei que você estivesse feliz com nossa vida...

- Claro que eu estou feliz amor, mas eu preciso de algo mais, entende?

- Não, eu não entendo. Porque você tem arrumado essas loucuras ultimamente Any? Pelo amor de Deus mulher...

- Loucuras? Isso não são loucuras seu idiota. São anseios de uma mulher que passa vinte e quatro horas fazendo as vontades do marido na cama e fora dela também! – Falou com raiva e logo pegou um roupão para se cobrir. Odiava brigar com Alfonso em poucas roupas, sentia-se vulnerável demais.

- Nem se atreva a se cobrir! – Alfonso puxou o roupão de sua mão e o jogou no chão. – Você não passa o dia todo fazendo minhas vontades e sabe disso. Só parou de ir na livraria por opção sua, então não me culpe por isso. Disse também que amava cuidar da casa e de outras coisas na fazenda. E só pra constar, eu também faço muitas das suas vontades na cama... – Sussurrou a última parte em seu ouvido e a sentiu tremer em suas mãos. Anahí o empurrou no peito e se afastou alguns centímetros.

- Não se faça de doido, Alfonso. Sabe muito bem o que quero dizer. Claro, eu amo cuidar da casa, da fazenda. Eu amo ir na livraria e passar um tempo com as meninas, mas eu quero mais! – Falou exasperada, parecia que Alfonso não estava lhe levando a sério e aquilo a deixava com mais raiva ainda.

- Você não pode me dar uma folga, não é mesmo? Todo dia é isso agora, uma loucura diferente... – Alfonso jogou o chapéu na cadeira e começou a desabotoar sua blusa.

- Ahh, agora querer um filho é uma loucura? Qual é o seu problema Alfonso? Não posso ter um bebê, não posso estudar... Só lamento te dizer querido, estamos no século vinte e um! Eu não pedi sua permissão para voltar a faculdade, só estou lhe avisando que eu QUERO E EU VOU! – Gritou e bateu o pé no chão com força. Já tinha quase desistido da ideia, mas fora Alfonso não concordar para mudar de opinião.

- Não Anahí, pode tirar essa ideia da cabeça! Não amor a própria vida? Esqueceu do que te aconteceu hoje? Você não tem um pingo de juízo, como quer ser mãe novamente se nem da sua própria segurança você cuida? – Gritou de volta, mas assim que suas palavras saíram, ele queria puxá-las de volta.

Anahí sentiu sua visão embaçada, mas não iria chorar ali. Tentou pegar o roupão que estava no chão, mas Alfonso mais uma vez o tomou de sua mão.

- Eu disse que não, você não vai se cobrir! – Se aproximou e a tomou forte pela cintura.

- Agora vai decidir o que devo vestir ou não? – Perguntou com a voz trêmula, encarando Alfonso nos olhos.

- Any, bebê... Me perdoe pelo que eu falei, eu só estou nervoso com tudo que aconteceu. – Murmurou, com os lábios próximos aos dela.

Anahí soluçou, agora tendo certeza do porquê Alfonso não queria que tivessem um filho juntos. Ele a achava uma péssima mãe. Ela o empurrou novamente, mas dessa vez, ele não se moveu um centímetro.

- Não Alfonso, não. Você me sufoca às vezes, sabia? Me solte... – Falou baixinho. Alfonso viu as lágrimas não derramadas no rosto dela e resolveu lhe dar um pouco de espaço. Doía saber que Anahí sentia-se assim em sua presença, mas ele iria melhorar, porque a amava. Mais do que tudo.

Ele a soltou e ela correu para o banheiro, trancando a porta em seguida. Ele ficou em pé, no meio do quarto, sem saber o que fazer em seguida.