Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot
O casal chamava atenção por onde passava. Ele, pela imponência e pelo porte arrogante, com o semblante fechado. Ela, pela beleza estonteante e a simpatia, misturada com a sensualidade natural. Alfonso caminhava até a mesa, levando Anahí pela base das costas como era de costume. Ele vestia uma calça jeans e suas botas – como sempre – e uma camisa preta com as mangas dobradas. A barba fechada gritava perigo, para qualquer um que sequer pensasse em se aproximar. Já Anahí, vestia um vestido luxuoso bege, com mangas curtas e rendado. Não havia decote, mas o detalhe estava nas costas abertas, quase até a base da coluna. Os cabelos estavam soltos, com as ondas naturais, maquiagem leve nos olhos, mas nos lábios levava um batom vermelho sangue.
Alfonso havia reservado a melhor mesa no Pappas Bros. Steakhouse. Era um restaurante antigo, mas bem luxuoso e com várias franquias no Texas. Ele arrastou a cadeira e ela se sentou, sorrindo. Prontamente o garçom lhe ofereceu o cardápio.
- Traga-me um Richebourg, 1987, por favor. – Pediu e encarou Anahí, que tinha os olhos arregalados. O garçom se retirou, indo buscar o vinho, deixando-os a sós.
- Alfonso... – Ralhou Anahí, olhando o cardápio.
- O que foi? Não posso nem mesmo pedir um vinho? – Perguntou, com falsa inocência.
- Claro que pode, mas porque tinha que ser um de 7 mil dólares? – Fechou o cardápio, decidida e o encarou.
- Porque eu posso. – Segurou a mão dela por cima da mesa, com um sorriso enviesado. Ela não resistiu e suspirou. O garçom serviu as duas taças e anotou o pedido de ambos. – Quero sempre te dar o melhor Any e se isso inclui um vinho, que seja então. – Tomou um gole, apreciando o sabor suave no paladar. Anahí o acompanhou, sorrindo, dando um gole na sua própria bebida.
- Nossa, é delicioso. – Comentou, tomando mais um pouco.
- É, mas por favor, não tome tudo de estômago vazio. Não quero arrastar minha esposa bêbada pelo restaurante... – Debochou e Anahí fez uma careta fofa.
- Estou tão feliz por estarmos aqui. – Ela arrumou o guardanapo em seu colo – Todos esses anos que estivemos juntos, foi como um sonho. Criamos nossa filha, ampliamos nossos negócios, viajamos ao redor do mundo... – Suspirou. Realmente estava feliz, mas sua felicidade só estaria completa se ela realizasse seu maior sonho. Ela precisava colocar o assunto em pauta, mas iria amaciar o terreno primeiro.
Alfonso soltou os dedos dela, acariciando o pulso de Anahí. Ele sentiu acelerado. Passou a ponta do indicador sobre a palma da mão dela, e sentiu ela tremer.
- Nem parece que aquela garotinha magrela e sem dentes já está na faculdade, não é? Meu Deus, como o tempo passa rápido. – Comentou, distraído. – Sinto falta dela, baby. – Murmurou, entrelaçando sua mão com a dela.
- Eu também querido, mas foi melhor assim. Ela está segura agora. – Sorriu de lado, tentando soar confiante. Sentia muita falta de Giovana e se preocupava com ela a cada minuto do dia.
- Ela realmente não poderá vir para o dia de Ação de Graças? – Perguntou, desolado. Anahí quis gritar, dizer que Gigi apenas faria uma surpresa, quis revelar toda verdade ao ver os olhos tristes de Alfonso. Mas a filha havia pedido. Pedido não. Implorado, para que ela mentisse. Chegaria de surpresa logo no início da tarde e faltava apenas algumas semanas.
- Não, os professores têm passado muita matéria e ela terá provas assim que o feriado acabar. – Mentiu, descaradamente. Para disfarçar, tomou mais um gole da sua taça. Alfonso a encheu novamente, sorrindo. – Agora que nós estamos aqui, em paz... – Foi interrompida com o garçom, trazendo o pedido.
Ele rapidamente colocou os pratos em cima da mesa e se retirou, pedindo licença. Anahí encarou seu prato, com o filé mignon não lhe parecendo tão delicioso mais. Alfonso não percebeu a insegurança de Anahí e rapidamente cortou seu bife suculento, levando um pedaço à boca.
- O que, baby? – Perguntou, encarando-a.
Ela engoliu o bolo que estava em sua garganta e sacudiu a cabeça de leve, com um sorriso forçado. Ainda não conseguia tocar no assunto, tinha medo que ele causasse um escândalo. Decidiu falar sobre o bebê apenas no fim do jantar, seria melhor e ambos aproveitariam, sem estresse.
- Nada, eu só estou...feliz. – Experimentou sua comida. Estava deliciosa a carne. Suculenta, bem temperada e macia. Mas ainda assim, não descia como deveria.
Ela tentou se concentrar no que o marido falava, em suas piadas e nos comentários em diversos assuntos, mas não conseguia. O assunto martelava em sua cabeça de uma tal forma, que Alfonso chamou sua atenção.
- Any, chega. O que aconteceu? Deus, você está gelada... – Disse pegando a mão dela, acariciando-a. – Baby, o que te chateia?
Anahí afastou a sobremesa com a mão livre e o estômago embrulhado. Chegara a hora que tanto temia. Inevitavelmente. Ela precisava dizer com palavras firmes.
- Eu quero ter um bebê. – Falou e viu o semblante dele se fechar. Ele soltou a mão de Anahí com um baque, como se tivesse sido eletrocutado. Ela ofegou, decepcionada com a reação inicial.
- Não comece... – Exigiu, entredentes.
- Alfonso, seja razoável. Somos dois adultos, conversando. Eu pensei que pudesse me abrir com você em relação a qualquer coisa. – Soou firme e respirou fundo – Eu sou sua mulher, sou saudável e você também. Quero que você pelo menos possa estar aberto em relação desse assunto. Não quer dizer que quero um filho hoje, agora. – Disse, começando a ficar exasperada perante ao olhar impassível dele.
- Não. – Murmurou e segurou a taça de vinho com força sobre a mesa.
- Não? Como assim não? – Perguntou, com a voz alterada. Não era possível que ele nem mesmo se abrisse a um diálogo, ou algo assim. Jogou o guardanapo sobre a mesa, irritada.
- Eu disse não. Não é não. Eu não quero você grávida, não quero ter mais nenhum filho e pronto. – Seu maxilar estava travado e ele forçou tomar um pouco mais do vinho. A boca estava seca e ele tentava não fazer uma cena no meio do restaurante.
- Você é inacreditável. – Murmurou raivosa.
- Não insista nesse assunto, Anahí. Eu não vou aceitar você grávida, em nenhuma hipótese. Não me enfrente, você não sabe do que eu sou capaz. – Sorriu, ameaçador.
Anahí ofegou. Era a primeira vez que sentiu medo de Alfonso, em todos os anos de casamento. Ela sentia-se enjoada com aquelas palavras, como ele poderia dizer aquilo com tamanha naturalidade? Indignada, ela se levantou, pegando a bolsa em seguida. Segurou as lágrimas, tentando manter o orgulho e saiu com passos apresados do restaurante. Ouviu Alfonso chamar seu nome, mas não se virou. Seu coração doía com as palavras do homem que amava. Foram palavras duras. Cruéis. Frias. Até mesmo para Alfonso, que sempre fora um pouco agressivo.
Ele se levantou com raiva, passando o cartão na máquina e saiu sem nem mesmo conferir o valor. Não lhe importava. Ele passou a mão pelo cabelo e procurou Anahí por todo estacionamento, mas em vão. Ele chutou a porta do carro, tentando extravasar toda a raiva que sentia. Se ele queria um bebê daquela mulher? Era óbvio que queria. Mas como trazer à tona a morte da sua primogênita novamente e entristecer Anahí? Ele não conseguia superar ter perdido Ava, talvez nunca conseguiria. Era um assunto delicado e ele não queria falar naquilo, tampouco pensar. Mas ela insistia e o contornava de todas, trazendo o assunto à tona. Ele apoiou a testa no carro, aliviado quando sentiu o metal gelado sobre a testa.
- Merda! – Gritou com raiva, o peito subia e descia, arfando. Agora sua esposa estava por aí, em algum lugar, sozinha e desolada. Ele se lembrou de Anahí na cama do hospital, pálida e frágil. Os dois chorando a perda de Ava. Não, ele não suportaria aquilo novamente. O medo era maior que a vontade de realizar o sonho dela.
O medo de perde-la, superava tudo. Ele faria qualquer coisa por ela. Mataria cada um dos inimigos, compraria os mais caros presentes, tomaria um tiro em seu lugar e até mesmo derramaria seu sangue por Anahí.
A única coisa que não suportaria, seria perde-la.
Anahí vagou por horas, até que se encontrou sentada em um balanço no parque da cidade. Era errado estar ali sozinha e vulnerável, mas não conseguia evitar. As palavras de Alfonso não saiam de sua cabeça, martelando sem parar. Duas lágrimas grossas e silenciosas escorreram pelo seu rosto e então ela deixou o soluço tomar conta do seu corpo. Seu sonho tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe. O que seria dele, do seu sonho, se o homem que amava, não o compartilhava ? Era tão devastador a forma que lhe fora tomado, que sentiu literalmente, dor física em seu peito.
- Anahí? – Ela reconheceu a voz de Dean e ele se aproximou, com a preocupação estampada no rosto. – Meu Deus, você tá bem? – A conferiu, em busca de algum machucado, se ajoelhando na frente dela.
- Eu...eu estou. Alfonso e eu tivemos uma briga. – Fungou, com a ponta do nariz vermelho.
Dean a encarou e tomou a liberdade de enxugar as lágrimas do rosto delicado com o polegar.
- Você está uma bagunça. – Falou, com a boca torcida. Anahí não conseguiu evitar o riso. – Pelo menos fiz você rir, já é um avanço. – Ela fez um bico fofo.
Ele se levantou e sentou-se no balanço que havia ao lado do dela. Os dois ficaram por um bom tempo ali, sem dizerem nada. Até que Dean resolveu puxar assunto, já que ela parara de chorar.
- Quer falar sobre o que aconteceu? Eu sei que nós nos conhecemos pouco, mas eu estou aqui para o que precisar. – Comentou, olhando para frente.
Anahí se balançou de leve, ainda com os pés no chão. Ponderou as palavras de Dean e resolveu que precisava desabafar. Ela apoiou a cabeça na corrente e o encarou.
- Eu quero ter um bebê e Poncho...se nega. – Suspirou, tristemente. – Não posso falar sobre isso com as minhas melhores amigas porque elas acabaram de adotar um bebê. – Falou novamente, com a voz chorosa. – Minha filha acabou de ir para a faculdade com o namorado e meu esposo simplesmente se nega a realizar o maior sonho da minha vida.
A dor na voz de Anahí era tão evidente para Dean, que ele se perguntou como Alfonso conseguia lhe negar algo tão simples. Eles eram casados, saudáveis, tinham dinheiro. De fato, tinham muito dinheiro. Era a vida perfeita.
- Ele te explicou o porquê? – Ele balançou, no mesmo ritmo dela e a olhou.
- Não, porque toda vez que tocamos no assunto ele diz algo que me machuca e acabamos por brigar. Ele se recusa a pelo menos tentar conversar sobre isso. Isso me mata! – Disse, com um soluço de cortar o coração. – Eu só toco no assunto e ele muda totalmente de comportamento. Fica rude e na defensiva, sabe? Ele não me conta o porquê, só diz que não quer. E hoje ele disse algo que me assustou até a morte...
Dean a olhou nos olhos e viu neles o quanto ela realmente estava assustada, com medo e frágil. Sempre ouvira falar o quanto Anahí Herrera fora forte e concordava, em base tudo que ela havia enfrentado. Mas agora ele só conseguia enxergar uma menina mulher, delicada e vulnerável. Ela era linda, até mesmo com a maquiagem borrada e o rosto corado pelo vento. Na cabeça de Dean, Alfonso Herrera estava desperdiçando um caralho de uma oportunidade ao rejeitar Anahí daquela forma e praticamente jogando o casamento no lixo. Ele não se importava com Alfonso, mas se importava com Anahí.
- E o que foi? – Perguntou, curioso. Ela fungou novamente e olhou para frente, com os olhos desfocados.
- Disse para eu não tentar engravidar, porque eu não sabia do que ele era capaz. – Disse, com a voz fria.
Apenas uma semana depois do desastroso jantar, o pior pesadelo de Anahí se cumpriu.
Ela sumiu durante os primeiros períodos e Dean conseguiu encontrá-la no banheiro dos funcionários, no segundo andar. Ela estava ajoelhada sobre o vaso, vomitando copiosamente. Ele rapidamente segurou os cabelos dela para trás, e afagou suas costas. Não havia mais nada no estômago de Anahí que pudesse ser colocado para fora, mas ainda assim ela vomitava sem pausa. Quando ela finalmente sentiu que parara, olhou para Dean, que estava ajoelhado ao seu lado. Ela o encarou, o rosto suado e os olhos arregalados de medo.
- Eu estou grávida. – Murmurou fraca, com lágrimas escorrendo pelo rosto.
- Oh, Any... – Dean suspirou, pesaroso.
Realmente ela não sabia do que Alfonso era capaz, mas ela com maldita certeza não ficaria para descobrir.
Autor(a): Lost Graphics
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- Você precisa me ajudar De, por favor, eu te imploro. – Anahí ainda chorava, os olhos vermelhos e inchados. Dean não sabia o que fazer, ela parecia tão frágil, como se fosse quebrar a qualquer momento. Ele se levantou e puxou papéis toalha da máquina, voltou e secou o rosto de Anahí carinhosamente ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 150
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anniemorinunes Postado em 04/07/2019 - 05:04:27
Ainda tem o final da fanfic??
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foreverrbd Postado em 12/07/2018 - 23:12:37
Oii Fran!! Tudo bem?? Te acompanhava no wattpad mas eu perdi minha conta e só consegui recuperar agora, e vi que você não tem mais perfil lá, você pretende terminar a fic aqui? Gostaria muito de ler o final dela! É uma das minha favoritas!! Se puder me mandar uma mensagem!! bjjss
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ponnyyvida Postado em 19/03/2018 - 15:37:50
Aí, eu até entendo o ciúmes do Poncho, mas gritar com a Any na frente de todo mundo é sacanagem né ?! :/ Continuaa
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anaylleaya Postado em 18/03/2018 - 07:43:54
Ótima sua fic, Poncho está certo, a reação foi um pouco exagerada, mas Anahí sabe que ele não gosta do Dean e fica o jantar inteiro de conversinha e ele tocando ela, me poupem ninguém tem sangue de barata, se fosse ao contrário era teria partido p cima da amiga do marido, então é bom ela refletir melhor nas atitudes que toma, foi ridículo o que ela fez
Amando Ponny 👯 Postado em 18/03/2018 - 22:28:44
Seja bem vinda! Com certeza foi mesmo. Ela já sabe o marido que tem e o ciumes que ele sente, ainda mais com tantos anos de casamento. De qualquer forma, Anahi esta com os pensamentos misturados pelos hormonios da gravidez e sabe que entre Dean e ela é somente amizade. Eles irão se acertar, como sempre, não conseguem ficar muito tempo longe rsrsrs
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Anamaria ponny_ Postado em 17/03/2018 - 02:58:41
leitora nova, posta mais.
Amando Ponny 👯 Postado em 17/03/2018 - 13:05:26
Seja bem vinda! Espero que esteja gostando 💫
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Angel_rebelde Postado em 04/03/2018 - 22:44:11
Tanta hora pra evitar isso e o Derick aparece assim do nada ? :OO Como ele adivinhou onde a Anny estuda ? Virou vidente ? Poncho chegou na hora certa para ajudar ela. Cooooooooooooonntt Por Angel_rebelde
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ponnyyvida Postado em 04/03/2018 - 04:51:03
Meu Deus, como assim o Derrick reapareceu ^_^ Tô em choque. Isso ainda vai dar mto rolo. Continuaaa anjo
Amando Ponny 👯 Postado em 04/03/2018 - 21:10:58
hahaha pois é, quem é vivo sempre aparece...
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ponnyyvida Postado em 09/02/2018 - 01:09:52
A reação do Poncho foi a melhor <3 Aí, esse "por enquanto" dá um medinho :| Continuaaa amore :)
Amando Ponny 👯 Postado em 10/02/2018 - 02:06:13
Foi mesmo né? Ele é um xucro, mas quando quer é um príncipe *----* Pois é, não vem coisa boa por ai...
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anyherreira Postado em 08/02/2018 - 22:28:49
Tava apostando que o poncho não ia aceitar a gravidez ainda bem que estava enganada , ele se abrindo e falando dos seus centimentos sobre a filha que morreu foi muito bom, assim ele divide o peso que carregava sozinho a muito tempo.continua
Amando Ponny 👯 Postado em 10/02/2018 - 02:05:22
Falou tudo amora,ele preciava dividir essa carga que ele carregava e Any, como esposa, também serve pra isso. Pensei em afastá-los, mas acho que ficam melhores juntinhos *------*
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Angel_rebelde Postado em 05/02/2018 - 19:46:44
Gêmeooos :OOO Aiiiii scrrrrrrrrrrrrr !!! Lindooo saber q será um casal <333 Medo do Poncho acabar gritando com ela e falando todas as besteiras sem pensar, até Anny pedir divórcio e aí sim as coisas irem ao fundo do poço =(( Matar o Heitor foi um ato mto perigoso, q pode ter dado um alívio ao Poncho mas certeza q a coisa certa a fazer tá passando longe de ser. Coooooooooooonnntt Por Angel_rebelde
Amando Ponny 👯 Postado em 10/02/2018 - 02:03:59
Ele precisava conter Heitor, já que a justiça não o fez. O sangue texano fez com que ele resolvesse o problema com as próprias mãos, já que Heitor havia deixado há muito tempo de ser uma ameaça. Atirou em Any e envenenou Gigi, isso foi demais pra ele. Ainda mais pq ele não engolia Heitor não ter avisado Any sobre Claudia... Mas agora eles vão superar muitascoisas juntos *-----*