Fanfic: Em nome do Amor - 2° TEMPORADA | Tema: AyA Ponny Cowboy Hot

- Que demora, pensei que vocês nunca mais iriam descer. – Giovana lamentou, com os olhos focados na tv.

- Desculpe filha, seu pai estava fazendo uma massagem nos meus pés doloridos. – Anahí declarou e Alfonso corou. Giovana segurou o riso, sabia muito bem o tipo de massagem e imediatamente bloqueou aquele pensamento. Longe demais.

- Ok, bem, então papai...vem logo, o jogo vai começar. – Alfonso assentiu e beijou a testa de Anahí.

- Eu ficarei bem, logo as meninas irão chegar pra me distrair. Aproveite... – Declarou, sorrindo e ele assentiu, indo se sentar do lado da filha. Leo entrou pela porta e beijou a testa de Anahí, para logo ir se juntar a dupla na sala e Anahí foi para a sala de jantar.

Entre guardanapos de pano e decorações, por fim, estava tudo pronto para a chegada dos amigos. Não via a hora de dizer a todos a novidade, Dulce e Maite ficariam tão felizes porque elas poderiam criar seus filhos juntos, como primos. Ela mordeu os lábios, pensativa e ouviu a campainha. Como sabia que os três não iriam sair da tv por nada, ela foi até a porta.

- Cheguei cedo demais? – Dean perguntou, com um sorriso torto no rosto e uma garrafa de vinho na mão.

- Claro que não, só Deus sabe o quanto eu precisava de companhia agora... – Brincou e deu passagem para ele, que beijou seu rosto educadamente.

- Obrigada por me convidar, Any. Apesar de eu ainda achar que é um grande incomodo pra você, ainda mais na sua condição. – Falou Dean, colocando as mãos no bolso. Anahí caminhou para a sala de jantar novamente, com ele em seu encalço.

- Você está agindo como Alfonso. Gravidez não é doença, pelo amor de Cristo não comece com isso...- Continuou a dobrar um guardanapo em forma de cisne.

- Então ele aceitou bem a história dos bebês, uh? – Dean pegou um saca-rolhas em cima da mesa e abriu a garrafa que havia trazido. Anahí lhe ofereceu uma taça e continuou com o trabalho, dando olhares atravessados até a nuca de Alfonso, que estava na sala vibrando com os lances. Ela sorriu, mordendo os lábios.

Sim, Alfonso estava sendo um sonho realmente. Melhor do que ela supunha.

- Confessor que deveria ter dado mais créditos à ele desde o início. Conversamos sobre o que estava acontecendo e por fim entendi o medo dele. – Ela olhou Dean e ele entendeu, que aquele assunto não seria pauta – Ele está muito feliz com a ideia e por favor, não comente a ninguém. Vamos contar hoje à noite, durante o jantar, quanto todos estiverem presentes. – Ele assentiu e ergueu a taça, em um brinde simbólico. Estava realmente feliz por Anahí.

Ela era doce, forte e muito sincera. Seria um desperdício se Alfonso a tivesse rejeitado por causa dos bebês. Mas como ele havia decidido, estaria lá para ela. Sempre.

A campainha tocou novamente e ele se atreveu a abrir a porta antes que Anahí fosse. Não seria bom que ela ficasse zanzando de um lado para o outro. Se casaria rápido demais.

- Eu vou, fique tranquila. Trago o resto dos convidados pra cá... – Deixou a taça em cima da mesa e foi até a entrada.

- Ora, ora, ora... O que faz aqui, Dean? – Dulce sorriu para ele e reparou que ela carregava uma enorme bolsa de bebê. Ele coçou a nuca, confuso. Talvez Anahí tivesse contado para ela em segredo e aquilo fosse um presente, pensou.

- Anahí me convidou para jantar, já que ia passar o dia sozinho. Está esperando vocês na sala de jantar e já vou avisando, ela está meio temperamental. – Ele riu e Dulce assentiu, sabendo do que ele falava.

Existiam duas Anahí para Dulce. AA: Antes de Alfonso e DA: Depois de Alfonso. Ela amava a ambas com loucura, afinal, sempre fora sua melhor amiga desde que se conhecia por gente. Porém, Anahí de antes, era mais submissa, dócil e inocente...Já a Anahí que conheceu Poncho, trouxe à tona um lado adormecido e mais selvagem. Ela aprendera a se defender, a da voz aos sentimentos e impor suas vontades como mulher e esposa. Tinha Alfonso Herrera amarrado em seu dedinho mindinho e Dulce achava aquilo incrível. Sabia que a amiga ficaria super feliz pela surpresa que estava por acontecer.

- Você já chegou, infelizmente. Mas eu quero te dizer que essa casa é minha e quem recebe os convidados aqui, sou eu. – Alfonso surgiu atrás de Dean, que suspirou pesadamente. Dulce ergueu a sobrancelha, questionadora.

- Anahí pediu que eu abrisse a porta, pois ela estava ocupada. Qual é o seu problema? – Dean cruzou os braços, encarando Alfonso, que fez o mesmo. Os dois estavam frente a frente, bufando como touros.

- Chega dessa testosterona toda rapazes. Dean só estava fazendo um favor e pelo que sei, Anahí pode ser bem persuasiva. – Falou Dulce, entrando entre os dois e entregando a bolsa de bebê para um Alfonso confuso – Tome, segure pra mim. E outra, ela te escolheu Herrera e só Deus sabe o porquê, então, não estrague o dia. Eu e Maite temos uma enorme surpresa. – Contou animada e foi até a porta.

Anahí começava a desconfiar que havia algo errado, já que Dean estava demorando tanto. Aflita, posicionou os últimos talheres na mesa e foi até a sala, temendo que Alfonso já o tivesse visto e tivesse também, começado um massacre ao estilo texano. Sua maior surpresa fora ver Dulce entrando abraçada com Maite, que carregava em seus braços, um pequeno pacotinho embrulhado de azul. Na mesma hora, ela se emocionou e colocou a mão sobre a boca, de puro espanto e felicidade.

- Oh meu Deus... – Falou, com a voz trêmula, indo de encontro das duas. Giovana e Leo também perceberam a movimentação na porta e imediatamente pausaram a tv, indo ao encontro de todos. – Não acredito, ela chegou antes. – Completou, quase em um sussurro.

- Pessoal, esse é Seth. – Maite disse, sem deixar de encarar o bebê em seus braços. Ouviram-se suspiros por toda parte e todos queriam pegá-lo.

Ele tinha os cabelos negros e as bochechas rosadas. Olhava para os lados, tentando entender o que se passava. Os olhos azuis eram enormes, mas as duas desconfiavam de que ele ainda podia mudar de cor. A mãe biológica de Seth havia entrado em trabalho de parto antes do previsto, então Dulce e Maite foram buscar o bebê o mais rápido possível. Ficaram ao lado da adolescente durante todo o nascimento e a agradeceram pelo maravilhoso milagre que ela estava concedendo. Depois de todos os testes, Seth fora liberado para finalmente ir pra casa.

Alfonso encarava Anahí, que encarava e acariciava o bebê com delicadeza. Quando finalmente ela pegou Seth em seus braços, ele se emocionou também. Como poderia ter vivido tanto tempo, sem que tivessem outros filhos? Anahí era perfeita para ser mãe. Apesar de não ter sido criada pela sua, estava em seu DNA. Era inevitável. Mas assim como tudo em sua vida, havia acontecido no momento certo. Suas feridas estavam cicatrizando e pensar naqueles que haviam partido, já não doía tanto. Não teria um dia que ele não pensaria em Ava, ele sabia que seria assim da parte de Anahí também. Mas no entanto, ela precisava ser mãe. Outra e outra vez. Ele nunca mais se negaria.

- Eu já te amo tanto Seth. Você sabe que pode fugir pra cá quando suas mães te colocarem de castigo, não é? – Any murmurou, tocando o rostinho dele com o indicador – Também sempre terei chiclete na minha bolsa e bem, conselhos de garotas você poderá ter com o titio Poncho, afinal, ele era um garanhão quando era mais jovem. – Ela deu um olhar divertido para Alfonso, que exibia um sorriso orgulhoso. Com toda certeza ele faria isso para aquele moleque.

Alfonso abraçou Anahí por trás, também admirando o bebê. Ela lhe deu um olhar com significado e ele assentiu. Todos estavam ali, havia chegado a hora.

- Any e eu queremos falar algo pra vocês...- Ele respirou profundamente, com as mãos sobre o ombro da esposa. Anahí sorria, embalando o pequeno Seth. Todos os olhos estavam atentos sobre eles naquela hora.

- Nós vamos ter bebês. – Disse Anahí, esperando que todos entendessem. A felicidade foi grande, Giovana abraçou o pai com força e encheu o rosto de Anahí com beijos, dizendo o quão feliz estava. Leo os cumprimentou, também animado pela chegada dos novos integrantes.

Quando Dulce foi abraçar os dois, ela parou no meio do caminho, confusa.

- Pera ai, pera ai... – Ergueu as mãos, pedindo silêncio. – Você disse bebês..."vamos ter bebês"... – Demorou alguns segundos, mas então todos se tocaram e a felicidade fora duplicada. – Oh meu Deus, vocês terão gêmeos! Isso é demais! – Dulce bateu palmas, animada.

Anahí e Alfonso só sabiam sorrir, como se tivessem um cabide na boca. Todos estavam entusiasmados, tanto por Seth, como pelos gêmeos e pela primeira vez, o jogo de futebol fora esquecido na casa dos Herrera.

Depois de muitas perguntas e várias dúvidas respondidas, o jantar estava pronto para ser servido. A mesa estava farta e com lugares para todos, até Carlos e Berta, que também eram da família. Quando todos se serviram, Alfonso, que estava sentado na cabeceira, como o chefe da família que era, se levantou com a taça na mão.

- Primeiramente, quero agradecer a presença de todos aqui nessa noite. Eu e Anahí, consideramos todos como nossa família. Menos você Dean. – Ele deu um sorriso alegre, mas Anahí lhe deu um beliscão no braço. – Ai, baby...- Ela mantinha a cara fechada e só voltou ao normal, quando ele se desculpou – Tá bom, você também é da família. – Disse ele com gosto amargo na boca. Alguns deram risadinhas, então continuou – Esse dia de Ação de Graças, não poderia ser mais completo. Damos graças todos os dias, mas hoje, principalmente, pela chegada de um novo membro em nosso clã e pelas bênçãos que estão sendo geradas no ventre da minha amada esposa. – Anahí o olhou com adoração, mais feliz do que se podia imaginar. – Agora, vamos comer! – Ele ergueu a taça, mas antes do primeiro gole a campainha tocou novamente.

- Quem poderá ser? – Giovana perguntou, olhando para todos. Pelas suas contas, não faltava ninguém. A não ser...- Vovô! – Ela disse com felicidade e assim como Anahí, correu para os braços do senhor.

Ele quase não mudara nada com o tempo, porém as visitas se tornavam cada vez mais esporádicas. Anahí tentara fazer com que ele se mudasse para a fazenda, mas ele era irredutível. Agora, talvez, ele fosse ceder para ficar mais perto dos netos. Ela ficou ainda mais empolgada com o pensamento e curtiu os braços carinhosos do pai envolta de si.

- Eu não poderia perder esse jantar por nada, princesa. – Falou Henrique, beijando a testa da filha. Logo tomou Gigi nos braços, apertando a bochecha da neta. – Meu Deus, como você está enorme querida. Está linda... – Elogiou, entrando na sala de jantar, com uma em cada braço.

- Você poderia ter nos avisado, assim teríamos te buscado no aeroporto. – Implicou Any, dando um beijo no rosto enrugado.

- Ah menina, fique tranquila. Eu não quis dar trabalho pra vocês, sei que são ocupados. Será que ainda tem lugar pra mais um? – Perguntou apertando as duas.

- Claro que sim, vovô. Quero que sente do meu lado, eu e Leo temos tanto pra contar pro senhor...- Giovana o puxou, colocando uma cadeira do seu lado. Berta rapidamente colocou mais um prato e talheres na mesa para Henrique e finalmente todos, começaram a comer.

Alfonso e Anahí não paravam de trocar olhares e carícias, sendo interrompidos por Dean. Any achava engraçado o ciúme sem fundamento de Alfonso, que estava a ponto de chutar a bunda do outro dali. Maite e Dulce babavam em cima de Seth, que passava de colo em colo. Na vez de Berta, Carlos teve que praticamente tirar o bebê a força dos braços da mulher, o que fora motivo de risos para todos. Giovana não parava de contar sobre a faculdade e Leo, igualmente animado, dizia como estava a nova vida.

- Chega, chega! – Alfonso se levantou, jogando o guardanapo na mesa com raiva – Posso saber porque diabos você sentou ao lado da minha esposa? – Perguntou grosseiramente, fuzilando Dean com o olhar.

Todos permaneceram calados, sem entender. Pensava que Alfonso estava levando tudo na brincadeira, afinal de contas.

- Alfonso, o que é isso? Ficou maluco? – Anahí também se levantou, indignada pelo comportamento do marido.

- Ah, agora eu sou o maluco, Anahi? Você ficou ai, a noite toda deixando esse cara te encostar, mexer no seu cabelo e tocar sua barriga, aonde os MEUS filhos estão e eu sou o maluco? – Falou grosso, já sem paciência. Anahí bufou, colocando as mãos na cintura.

- Dean é só um amigo e ele sabe disso, mas parece que você não. E não só SEUS filhos, ele são meus também. São nossos! A barriga é minha e eu deixo quem eu quiser tocá-la. Você não é meu dono, Alfonso Herrera! – Falou gritando, já farta com aquele temperamento.

- Pois então, aproveite a sobremesa ao lado do seu amiguinho e quando você tiver um tempo, pense em como você se sentiria se eu tivesse uma amiga e tivesse o mesmo comportamento com ela, que você teve essa noite. Pense se você se sentiria feliz em ter que jantar, assistindo outra mulher tocar o meu cabelo e os meus braços, de forma carinhosa como ele fez. E depois que você tiver pronta para pedir desculpas, me procure. Você está grávida, mas não posso passar a mão na sua cabeça quando sei que você está errada. – A voz saiu fria e ele deu um olhar gelado para Dean, que se manteve calado.

Alfonso saiu de casa, batendo a porta. Todos estavam calados e em choque, porque apesar de ter sido tudo inocente, eles sabiam que Alfonso estava certo. Errado mesmo, era o jeito que ele abordara Anahí, na frente deles.

Ela mordeu os lábios, contendo o choro, mas fora em vão, pois seu rosto já estava banhado em lágrimas. Ela correu porta a fora, e se trancou no quarto, deixando-se tomar pela tristeza. O dia não tinha acabado tão bem assim, afinal.