A boca de Reece se abriu.
— Dulce, do jeito que ele falou comigo...
— Você está indo me dizer que ele começou? Sério? Você não bate na minha porta a essa hora e chama a pessoa que atende de idiota, Reece. Isso não é legal.
— Desculpe — Ele deu a minha surrada velha geladeira um olhar sujo.
— O que está acontecendo aqui? Você nunca se importou comigo namorando antes. Não que eu tenha feito muito isso ultimamente.
— Nada. Eu só não esperava...
Eu esperei, mas ele não terminou a frase. Talvez fosse melhor deixar esse assunto para lá.
— Você gostaria de um café?
— Não, eu estou indo para casa.
— Ok. Bem, obrigada pelos donuts — Coloquei a caixa destruída em cima do balcão.
— Não tem problema — Ele só olhou para mim, seus olhos numa mistura de furioso e triste. Eu realmente não sabia o que fazer com isso. A raiva ainda me agarrava.
— Reece...
— Está tudo bem.
— Eu não quero que isso afete nossa amizade.
Seus ombros empurraram para trás.
— Não. Claro que não.
— Ótimo — Não sei o que deu em mim, mas eu tive que abraçá-lo. Ele estava se sentindo para baixo, eu quis corrigir. Mamãe nunca estivera para as coisas melosas e eu herdei seu talento, ou a falta dele. Assim, meus braços estavam rígidos, estranho. Bati-lhe uma vez nas costas e, em seguida, saltei o inferno fora de lá antes que ele pudesse reagir. Um ataque de surpresa, se você quiser.
— Como foi seu encontro ontem à noite?
— Não foi nada especial. O que você estava fazendo?
— Chris pediu o jantar. Apenas uma noite tranquila — Assim que mencionei o nome de Chris, o rosto de Reece voltou ao mal-humorado. Teria sido mais fácil simpatizar com ele, se ele não tivesse cheirando a sexo e se comportasse como um idiota, intitulado.
— Estou indo — Ele disse. — Te vejo mais tarde. — Mais tarde. Eu ainda estava ali olhando para ele muito tempo depois da porta da frente ter fechado. Lá no fundo, eu não estava nem zangada nem triste. Apenas um pouco chocada, talvez por descobrir que Reece se importava comigo daquela maneira depois de tudo. Como isso afetaria as coisas, eu não tinha ideia. Quando Chris reapareceu estava com o seu longo cabelo penteado para trás.
O loiro estava muito mais escuro estando molhado e os ângulos de seu rosto eram exibidos com perfeição. Ele colocou uma calça jeans e uma camiseta velha com aparência suave, desgastada do AC/DC. Mas seus pés estavam descalços. Seus longos dedos eram ligeiramente polvilhados com pelos. Arrumadas, unhas quadradas.
— Café? — Perguntei, já servindo-lhe um copo. Ele me deu uma desculpa sólida para olhar longe de seus dedos aparentemente fascinantes. O que era isso sobre seus pés descalços?
— Sim, obrigado. Seu amiguinho moderno já foi embora? Eu coloquei a xícara em cima do balcão e ele começou a acumular com o açúcar do recipiente. Uma, duas, três colheres de acumuladas. Toda a sua energia tinha que vir de algum lugar, eu acho.
— Reece saiu um tempo atrás — Confirmei, escolhendo através dos pedaços de donut. Delicioso.
— Difícil não pensar menos de você lá.
— Por quê?
Chris tomou um gole de café, olhando-me por cima da borda.
— Você gosta do idiota. Você gosta muito dele — Eu enchi minha boca com comida.
Como uma grande desculpa para não responder. Se realmente mastigasse bem devagar poderia matar toda a conversa.
— Mesmo com você me dando olhos loucos, eu poderia dizer — Ele continuou, infelizmente. — Você tem sorte que eu não sou o tipo ciumento.
Engasguei com a comida na minha boca.