Fanfic: A Saga do Tigre - Adaptada Vondy - Cancelada | Tema: Vondy - Dulce & Christopher

Ele riu.

— Não. É evidente que a senhorita se importa com ele. Quer que ele encontre a felicidade. E, como Chris não está aqui, todo o seu instinto maternal está focado em Diego.

— Não acho que o que sinto por Chris seja maternal.

— Bem, é em parte, pelo menos. Lembra-se do que a tecelã lhe disse sobre os diferentes fios?

— Sim. Ela disse que sou a urdidura.

— Exatamente. Os fios de Chris e Diego se entrelaçam ao seu redor. Sem sua força, o tecido não ficaria completo.

— Hum.

— Srta. Dulce, sabe algo a respeito de leões?

— Muito pouco.

— O leão não caça sozinho. Sem a leoa, ele morreria.

— Não sei se estou entendendo.

— Estou dizendo que, sem a leoa, o leão morre. Diego precisa da senhorita. Talvez ainda mais do que Chris.

— Mas eu não posso ser tudo para os dois.

— Não estou pedindo que seja. Só estou dizendo esperança. Algo a que se agarrar.

— Posso ser amiga dele. Até posso caçar para ele. Mas amo Chris. Não vou desistir dele.

O Sr. Kadam bateu de leve na minha mão.

— Uma pessoa amiga, alguém que se importe com ele, que o ame o deixe desistir de si mesmo, é disso que Diego precisa.

— Mas não foi isso que o senhor fez por ele durante todos esses anos?

— Ah, sim. Claro. Mas um rapaz precisa de uma moça que acredite nele. Não de um velho rabugento.

Levantei e o abracei.

— Velho e rabugento são duas palavras que eu nunca usaria para descrevê-lo. Boa noite.

— Boa noite, Srta. Dulce. Partiremos bem cedo amanhã, portanto descanse bem.

Naquela noite sonhei com os dois irmãos. Eles estavam diante de mim e Lokesh me ordenava que escolhesse qual deles viveria e qual morreria. Chris sorriu, triste, e acenou com a cabeça na direção de Diego. O rosto de Diego se contraiu e ele desviou o olhar de mim, sabendo que eu não o escolheria. Eu ainda ponderava minha escolha quando a ligação do serviço de despertador do hotel me acordou com um susto.

Arrumei minhas coisas e encontrei o Sr. Kadam e Diego no saguão. Dirigimos em silêncio por cerca de 20 quilômetros até Katmandu, a maior cidade e capital do Nepal. Kishan e eu permanecemos no Jeep enquanto o Sr. Kadam entrou num prédio para pegar os últimos documentos de que precisávamos para a viagem pelo Himalaia.

— Diego, eu queria pedir desculpas por ter agido como uma idiota ontem. Se você quer se apaixonar por uma deusa, vá em frente.

Ele bufou.

— Não estou me apaixonando por uma deusa, Dul. Não se preocupe comigo.

— Bem, ainda assim. Fui insensível.

Ele deu de ombros.

— As mulheres não gostam de ouvir os homens falarem sobre outras mulheres. Foi rude da minha parte agir daquele jeito. Confesso que só elogiei tanto a beleza dela para irritar você.

Eu me virei no banco.

— O quê? Por que você faria isso?

— Queria que você sentisse ciúme e, quando não sentiu, isso... me aborreceu.

— Ah, Diego, você sabe que eu ainda...

— Eu sei. Eu sei. Não precisa me lembrar disso. Você ainda ama Chris.

— Amo. Mas isso não significa que não me importe com você. Sou sua urdidura também, lembra?

Seu rosto se iluminou.

— É verdade.

— Que bom. Não se esqueça disso. Vamos todos ter um final feliz, está bem?

Estendi minha mão para ele, que a segurou entre as dele e sorriu.

— Promete?

Retribui o sorriso.

— Prometo.

— Vou cobrar. Talvez eu devesse registrar isso por escrito. Eu, Dulce, prometo a Diego que ele terá o final feliz que procura. Devo definir os termos para você agora?

— Ah, não. Prefiro deixar meio vago por enquanto.

— Tudo bem. Enquanto isso vou criar uma lista mental do que constitui um final feliz e depois informo a você.

— Faça isso.

Ele beijou meus dedos com atrevimento, segurando-os com força enquanto eu tentava livrar minha mão.

— Diego!

Ele riu quando finalmente me soltou e então se transformou em tigre antes que eu pudesse repreendê-lo.

— Covarde — murmurei, virando-me para a frente no banco.