Fanfic: A Saga do Tigre - Adaptada Vondy - Cancelada | Tema: Vondy - Dulce & Christopher

O Sr. Kadam riu e foi pegar sua bolsa no carro.

Diego apoiou o quadril na mesa. Juntou as mãos, ergueu um dos joelhos e me olhou com a expressão séria.

— Na verdade, eu diria que nunca vi nada mais bonito.

Arrastei os pés, nervosa.

— Bem, é sempre impressionante quando a pessoa se arruma. Um tratamento de beleza de fadas iria causar comoção nos salões.

Ele segurou delicadamente meu cotovelo e me virou para ele.

— Não foi um tratamento de beleza que a fez ficar linda. Você é sempre linda. A maquiagem somente realçou o que já estava lá. — Ele ergueu meu queixo com um dedo e me olhou nos olhos. — Você é uma mulher maravilhosa, Dulce.

Diego pôs as mãos quentes em meus braços nus e os esfregou com carinho. Ele me puxou para mais perto. Seus olhos desceram para minha boca. Quando ele baixou os lábios até poucos centímetros dos meus, eu deliberadamente pressionei as mãos contra seu peito e adverti:

— Diego.

— Gosto da maneira como você diz meu nome.

— Por favor, me solte.

Ele ergueu a cabeça, suspirou e disse baixinho:

— Chris ... é um homem de sorte, muita sorte.

Com relutância, ele retirou as mãos dos meus braços e foi até a janela.

Eu me ocupei recolhendo artigos de toalete e um pijama. Diego me observou em silêncio por um minuto e então anunciou:

— Acho que também preciso de um tratamento de beleza. Um banho quente está me chamando.

Ainda nervosa, eu disse:

— E, eu também. Um banho quente vai ser magnífico.

Ele ergueu uma sobrancelha.

— Quer ir primeiro?

— Não, pode ir.

Seus olhos faiscavam ao me fitar.

— Seria sensacional se você me dissesse que queria economizar água.

— Diego! — exclamei, indignada.

Ele piscou para mim.

— Não achei mesmo que quisesse. Mas não se pode culpar um homem por tentar.

A volta do Sr. Kadam me poupou de dar uma resposta a ele.

No segundo dia, o Sr. Kadam e eu comparamos anotações sobre a visão de Lokesh. Ele também notara o criado tatuado ajudando Lokesh e achava que sua aparência era singular o bastante para que rastreássemos a origem do homem. O Sr. Kadam também havia planejado investigar discretamente o escritório de Lokesh em Mumbai.

O ar estava tão úmido e abafado do lado de fora que provavelmente poderíamos ter enchido nossas garrafas de água apenas pendurando-as na janela. Passamos por templos com cúpulas douradas e pessoas trabalhando nos campos, atravessamos rios caudalosos e estradas inundadas, mas eu só conseguia pensar em chegar até Ren. Na verdade, a única coisa que interrompia meus pensamentos em Chris era Diego.

Alguma coisa havia mudado entre nós em Shangri-lá e eu não sabia exatamente o que fazer a esse respeito. Ter passado todas aquelas semanas com Diego não ajudava. Ele estava indo além do flerte e começando a fazer investidas sérias. Eu havia esperado que ele perdesse o interesse.

De início acreditara que quanto mais ele me conhecesse, menos gostaria de mim. Mas aparentemente eu exercera o efeito oposto nele. Eu o amava, mas não da mesma maneira que ele se sentia em relação a mim. Eu aprendera a confiar nele. Ele havia se tornado um bom amigo, só que eu estava apaixonada por seu irmão. Se eu tivesse conhecido Diego antes de Chris, as coisas talvez fossem diferentes. Mas não fora assim.

Os pensamentos ficavam me importunando enquanto seguíamos no carro. Fora apenas sorte eu ter conhecido Chris primeiro? Termos tido a oportunidade de nos apaixonar? E se Diego houvesse ido atrás de mim nos Estados Unidos e não Chris? Será que eu teria feito uma escolha diferente?

A verdade era que eu não sabia. Diego era um homem muito atraente, tanto por fora quanto por dentro. Havia algo nele, algo que faria qualquer garota querer abraçá-lo e mantê-lo assim para sempre. Ele era solitário. Estava procurando um lar, alguém que o amasse, assim como Chris. Precisava de alguém que o aceitasse e deixasse o tigre errante e perdido descansar. Eu podia facilmente me ver como essa pessoa. Podia me ver me apaixonando por ele e sendo feliz ao seu lado.

Mas aí pensava em Chris, que tinha as mesmas qualidades que eu amava em Diego. Chris também precisava de alguém para amá-lo, para sossegar o tigre inquieto. Mas Chris e eu combinávamos de forma tão mais natural... como se ele fosse feito especialmente para mim. Ele era tudo que eu poderia desejar embrulhado num pacote estonteante.

Chris e eu tínhamos muito em comum. Eu adorava a maneira como ele me dava apelidos carinhosos. E como cantava para mim e tocava violão. Adorava como ele ficava entusiasmado em ler Shakespeare e como gostava de assistir a filmes e torcer pelos mocinhos. E adorava o fato de ele não trapacear, mesmo que fosse para ganhar a garota que ele ama.

Se eu nunca tivesse conhecido Chris, se tivesse sido Diego na jaula do circo, eu sentia que poderia ser feliz com ele também. Mas como Chris me amava e queria estar comigo, eu nunca poderia ser convencida a olhar Diego com outros olhos. Chris preenchia meu mundo mesmo quando não estava presente.

Para Chris não havia nuances de cinza. Ele era o gato branco e Diego, o negro, literalmente. O problema era que eu não via Diego da mesma maneira que Chris o via. Diego também era um herói. Ambos haviam sido feridos. Ambos haviam sofrido. E Diego merecia um final feliz tanto quanto Chris.

Ao volante, Diego olhava no retrovisor interno de tempos em tempos, me observando.

Eu mordia o lábio, pensativa, quando ele disse:

— Um tostão por seus pensamentos.

Corei e respondi:

— Só estava pensando em salvar Chris.

Então deliberadamente me virei no banco de trás e cochilei.

Quando o carro finalmente parou na entrada da garagem, Diego me acordou com gentileza:

— Chegamos em casa, bilauta.