Fanfic: Acidentes e incidentes

Capítulo 4 – Novos ares, velhas faces

Dez anos se passaram. Algumas coisas, porém, não mudaram...

_Papi!!!

_Calma, Any, já estou indo.

_Avie-se! Não quero chegar atrasada ao meu primeiro dia de aula. – a menina falou – “Ainda mais na escola nova”.

Anahí, agora com seus dezessete anos, havia acabado de se mudar para a nova cidade. Iria cursar o terceiro ano e, patricinha como continuava a ser, mal podia esperar para chegar à sala de aula e fazer novas amizades, encantar os garotos e fazer inveja às meninas.

_Bonequito de plástico! – a garota gritou da sala – Saia desse banho ou eu mesma irei enxugá-lo e pôr à força a roupa em você! – a garota ria de si mesma ao imaginar a cena e corava, pois ele já não era mais uma criança.

                Após alguns segundos, Franco Colluci chegou à sala.

_Calma, filha. Quem mandou você derramar suco no meu terno?

_Hihi – Anahí sorriu matreiramente – O senhor não está combinando!

_É mesmo, mas que puxa! – Franco Colluci olhava para a sua gravata vermelha, que não combinava em nada com suas meias em tom pastel.

_Assim é a vida, Charlie Brown – Christopher descia as escadas, fazendo certa piada com a personagem de Schulz sem denotar qualquer encanto. Realmente, Christopher parecia com o Charlie Brown, porém, um Charlie ainda mais solitário e que havia perdido o seu Linus.

_Olha só quem está fazendo gracinha – Franco, de certa forma, estava contente pela piada, apesar de aparentar irritação pela aparente falta de atenção ao trocar de roupa – Christopher Uckermann!

_... – Christopher já havia descido as escadas e não esboçava qualquer expressão senão sono e tédio.

_Animação, bonequito! Primeiro dia de aula na nova escola!

_... – Christopher olhava para a sua nova morada. Estava ali havia dois dias e não se acostumara ainda com o lugar.

_Christopher, estou muito contente por seu pai ter deixado você vir conosco. Não fazia sentido separar você e Any. São quase irmãos!

_Tem razão, Franco.

_Já disse: me chame de tio.

_...

_Tudo bem, papi. Esse enjoado segue regras próprias!

_Minha filha... – Franco falou espantado.

_O quê? – Anahí se expressou um pouco assustada.

_Você finalmente falou algo com sentido!

_Nhé! – Anahí fez uma careta, mostrando a língua ao pai e virando a cara. Conseguiu um leve sorriso do seu primo, o que Colluci percebeu.

_Olha só, conseguimos! – o homem vibrou.

_Isso! – Anahí bateu com a palma da mão na mão do pai: já tinham combinado fazer o jovem Uckermann sorrir de manhã bem cedo, apesar de que essa animação não duraria muito tempo...

_Agora, vamos. São quase sete da manhã. Se não sairmos agora, vocês chegarão atrasados.

=^^=

_Dulce María!!! Acorde agora mesmo! – Alma Rey retirava o cobertor de sua filha.

_Problemas, tia? – Alfonso aparecia à porta trajando apenas um samba-canção.

_Sua prima! – Alma olhava-o furiosa – Como sempre! Pode me ajudar, meu querido?

_Claro – um sorriso quase sádico surgiu nos lábios do garoto.

_Vou até sair do quarto. Você sempre me assusta com esse sorriso! – Alma sorria para o sobrinho que, nos últimos anos, vinha se soltando cada vez mais, libertando-se da tristeza que o assolava antigamente por não ter uma família e amigos, especialmente o seu melhor amigo.

_Duuuulceeee – Alfonso a chamada calmamente. Sabia que aquilo não daria resultado – “Um... dois... três!”

                Contou mentalmente antes de pular em cima da sua priminha, jogando todo aquele corpo pesado de um rapaz de seus dezessete anos sobre a pobre moça que dormia embalada em sonhos tão leves quanto o algodão. Até parece! Com aquele pesado, poderiam explodir uma bomba ao seu lado que ela talvez não acordasse!

_Ah. – Dulce tentou gritar, mas estava sufocada.

_Acorda, moranguinho!!!

_Es... tou... sem... a... aaarrrr...

                Poncho saiu de cima dela, o que deu tempo para ela recuperar o fôlego. Estava quase roxa pelo sufocamento involuntário.

_Ora, seu! – a garota rosnou de raiva.

                Alma só pôde escutar o barulho de um vidro quebrando: Dulce María havia pegado sua chinela no chão, corrido atrás de Poncho e acertado o porta-retrato com uma foto da mãe dela.

_DULCE!!! – Alma gritou, já correndo para ver o que Poncho tinha feito Dulce quebrar dessa vez.

_Ops... – Dulce correu para o banheiro – Não fui eu, mãe! Estou tomando banho!

=^^=

                Após mais algumas confusões em sua casa, Alma Rey chegou à escola de Dulce María, Elite Way School.

_Filha, tenha uma boa aula.

_Obrigada.

_E se esforce. Esse ano já é vestibular.

_Eu sei – Dulce sabia que sua mãe iria começar uma sequência de recomendações.

_Respeite os professores. Não gazeie. Se você colar, mocinha, saiba que receberá castigo grande.

_Tá, tá. Mãezinha, vai deixar o Poncho na faculdade que hoje é o primeiro dia, tá?

_Tem razão. A faculdade de Poncho.

                Alma Rey fez menção de entrar no carro, no qual estava Poncho, mas a visão de três pessoas quase a fez cair no chão de tão tonta que ela ficara. “Será?”, ela se perguntou. “Não acredito!”.

                No outro lado da rua, dois adolescentes desciam do carro onde um homem abaixara o vidro e entregava algum dinheiro à uma jovem de longos cabelos loiros e corpo invejável.

_Aqui. Para você e para o Chris.

_Não precisa, Franco.

_Tio – o homem retrucou.

_Meu pai já depositou dinheiro na minha conta. “Apesar de eu achar que é muito pouco para o mês inteiro” – o garoto falou e pensou.

_Chris, aceite, por favor.

_...

_Tudo bem, se assim prefere, não precisa pe...

_EU FICO!!! – Anahí tomou o dinheiro da mão do pai – Ah! Dá para comprar mais roupas. Bonequito, vamos de mãos dadas! – a garota agarrou o braço de Christopher Uckermann.

_Assim vão pensar que vocês são namorados! – Franco falou franzindo o cenho.

_É essa a intenção, papi! Deixar as garotas mortas de inveja por acompanhar o garoto mais gato da escola, ainda que seja um prego! – Anahí sorriu do amigo.

_Tá bem, mas, vê se não exagera, Any. E prestem atenção na aula, é ano de vestibular. Passo aqui para pegá-los assim que acabar, terei um encontro no escritório e... Meu Deus!

_O que foi, papi!? – Anahí perguntou assustada.

                Nesse instante, a visão de uma mulher de corpo escultural a olhar para ele fez Franco tentar, sem sucesso, balbuciar algo.

_A... li... Al... Ma...

_Alialma? O que é isso??? – Anahí perguntava sem entender. Christopher, entretanto, olhou para o outro lado da rua e ficou teso ao encarar aqueles olhos castanhos, com longos cabelos vermelhos a atravessarem a sua frente, totalmente fixados nele.

Flashback on

_Prometa que não vai se esquecer de mim – Dulce aproximou-se de Christopher, segurando suas mãos pequeninas.

_Prometo – ele respondeu fitando os orbes daquela garotinha que, para ele, mais parecia um anjo.

Flashback off

_Não acredito – Franco conseguiu falar. Seu coração batia completamente desequilibrado em seu peito.

_Nem eu – Anahí desferiu as poucas palavras que conseguiu encontrar entre seus neurônios, que faziam uma confusão em sua cabeça, ao perceber quem estava do outro lado da rua – A-aquele é... ele?

_São eles, sim... – Franco pronunciava atônito aquelas palavras.

                Um misto de raiva e saudades perambulava nos seis corações ali presentes.

_Mãezinha – Dulce sibilou – Aqueles...?

_Então eu não estou doida – Alma não conseguia desviar o olhar de Colluci.

                Alfonso, por sua vez, continuou impassível. Estava sério, frio.

_É melhor irmos, esqueceram o que eles fizeram? – Alfonso chamou Alma.

_Tem razão – Alma endureceu e ergueu o queixo – Vá assistir aula, minha filha. Eles não merecem nossos cumprimentos.

_Mas... – Dulce olhou nos olhos de Christopher, que já desviava o olhar. Ele observava o nada que acontecia na rua, apesar do movimento de primeiro dia de aula – “Ele continua triste...”

_Vem, tia – Alfonso a guiou pelo braço até o carro.

                No outro lado da rua...

_Ela não é digna de confiança – Franco Colluci falava – Afastar as crianças assim!

_Eles também não fizeram esforço algum em nos cumprimentar – Anahí completava.

_... – Christopher não falava. Pensava e tentava formular questionamentos sozinho – “Por que eles fizeram aquilo?”

_Vamos, Chris. Ou iremos nos atrasar.

_Tchau – Franco falou. Ainda estava surpreso com o que vira e aquilo o perturbaria pelo resto do dia – Venho buscá-los ao meio-dia.

_Tchau, papi! Vamos Chris!

                Alma deixou Alfonso na faculdade, a um quarteirão dali apenas, e se encaminhou ao seu consultório. Para sua sorte, hoje nada de cirurgias: estava trêmula.

                Christopher e Anahí, que estudavam na mesma sala, chegaram dois minutos atrasados. Para aquele professor, dois minutos eram uma eternidade.

_Alunos novos chegando atrasado no primeiro dia de aula? – o professor falou com um tom cínico – Apresentem-se.

_Bom dia – Anahí estava atordoada ainda com a visão de um “Alfonso perfeito” – Eu me chamo Anahí.

_Muito bem. Sente-se na terceira cadeira da segunda fila. Você.

_... – Christopher, que estava com as mãos nos bolsos e uma mochila nas costas, demorou um pouco a falar. Ele fitava o chão – Meu nome é Christopher Uckermann.

_Muito bem – o professor se zangara de imediato pelo fato de o garoto não olhar para o restante da turma – Sente-se na terceira cadeira da terceira fila.

                Christopher andou, olhando para baixo e ainda com as mãos nos bolsos, até o seu assento. Quando sentou-se, percebeu fios de cabelo estranhamente familiares a enfeitaram a sua carteira: Dulce María era a garota sentada à sua frente!

Olá, pessoal! (=

Eu comecei a escrever uma webnovela há algum tempo, aí parei. Daí, o site proibiu uma continuação. Estava muito primitivo o estilo (realmente deplorável u.u`) apesar da narrativa soar interessante. Então, adquiri experiência e aqui estou postando uma nova webnovela. Espero que estejam gostando.

Sobre os comentários: agradeço e, por favor, um por pessoa! Dois ou mais, em especial repetidos, são chatos de serem lidos ^^

Ah, quem quiser ler boas fanfictions, há sites interessantes. Eu mesma, writer, com esse mesmo nickname, escrevo no animespirit, um portal para todos os gostos.

No mais, agradeço a companhia de vocês e espero que curtam essa minha nova fase.