Fanfics Brasil - capitulo 4 (parte 2) Amarras do passado (Adaptada)- Terminada

Fanfic: Amarras do passado (Adaptada)- Terminada | Tema: Vondy


Capítulo: capitulo 4 (parte 2)

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Com um suspiro exasperado, Dulce soltou o livro que Uckermann lhe emprestara. Lera a mesma página cinco vezes e não se lembrava de uma só palavra. Os meninos estavam dormindo, mas ela não conseguia. E também estava ansiosa demais para conseguir ler... o que era surpreendente, já que a leitura era sua forma predileta de relaxar.


Levantou-se e foi até a janela, mas a vista iluminada por uma fatia de lua crescente não conseguiu impedir que seus pensamentos vagassem. Sua ida inesperada ao quarto do patrão tinha sido, ao mesmo tempo, emocionante, dolorosa e estimulante. Não queria pensar na última, então se concentrou nas duas primeiras. 


O rosto normalmente severo de Christopher mostrara uma gama completa de emoções desde que os três haviam invadido o quarto. Choque, perplexidade e medo, entremeados por meios sorrisos que lhe iluminavam o rosto, como raios de sol entre nuvens de tempestade. A surpresa e o alarme quando Graham se lançara sobre ele teriam sido engraçados se não ficasse evidente também que Christopher não sabia como fazer uma coisa tão simples como tomar o filho no colo. Aquilo tomara o incidente mais trágico do que divertido.


Mas fora sua total perplexidade ao tentar fazer Graham soltar-lhe os pelos do peito que lhe dera a esperança de ter sucesso em sua missão. Se Christopher fosse o cretino sem coração que tentara convencê-la de que era, não teria hesitado em se libertar do impiedoso aperto dos dedos do filho, sem se importar se machucava Graham ou não. Mas as grandes mãos de Christopher foram cuidadosas e tímidas enquanto tentava abrir os dedinhos do filho. O olhar de apelo que lançara a Dulce lhe apertara tanto o coração que ela esquecera a estratégia básica para afastar a atenção de uma criança. Distração e substituição.


Se tivesse se lembrado, talvez agora estivesse dormindo, e não inquieta e tensa. Mas a emoção mais inquietante que vira no rosto de Christopher fora o medo, quando Graham deitara o rosto no peito do pai. O peito de Christopher.


Lembrava-se de como a pele dele era quente e macia sob seus dedos e de como seu cheiro era deliciosamente masculino. E de como se arrepiara quando ela o tocara sem querer. O calor lhe tomou o corpo.


Admitia que ver um homem grande e forte intimidado por um bebê de nove quilos era, ao mesmo tempo, comovente e excitante. Pressionou a mão sobre o coração disparado e se afastou da janela.


Mas o que fazia um homem ter medo do próprio filho? Dulce sabia que, se tivesse a resposta àquela pergunta, seria capaz de encontrar uma forma de eliminar a distância entre pai e filho. Não encontraria o que procurava olhando para as paredes. E ficar ali, lutando contra a insônia, também não levaria a nada. Pensava melhor quando estava ocupada. Decidiu usar o segundo meio de aliviar o estresse: cozinhar. Vestiu uma calça de moleton, pegou o monitor de bebê e foi para a cozinha. Uma grande quantidade de cookies de aveia seria o antídoto perfeito para sua agitação.


Christopher leu de novo a inscrição diante de si. O candidato tinha potencial, mas alguma coisa não batia. Queria dar a bolsa de estudos a algum jovem que não desperdiçasse a oportunidade que a Uckermann Ltd. dava. Seu estômago roncou, rompendo a concentração. Ignorou a fome e tentou focalizar-se no trabalho, mas então um cheiro estranho lhe penetrou a consciência. Baixou os papéis e inalou uma mistura de alguma coisa familiar e apetitosa combinada com um odor desagradável. Alguma coisa queimando?


Olhou as horas. Dez da noite. A babá e os barulhentos haviam se deitado uma hora antes, finalmente lhe dando paz. Ninguém devia estar de pé tarde assim produzindo aqueles cheiros, bons ou ruins. Deixou cair os papéis e seguiu o nariz até a cozinha.


Quando viu Dulce, o coração deu um pulo. Tinha os olhos fechados, uma colher de chá na boca e uma expressão de puro deleite no rosto. Ele parou à porta e só então percebeu as tigelas, panelas e assadeiras espalhadas pelos balcões da cozinha geralmente imaculada. E pensava que estava em paz e solitude.


 — O que é este cheiro? Ela pulou, baixou a colher e pressionou uma das mãos sobre o peito... um peito coberto por uma camiseta velha e larga que deixava um dos ombros nu.


— Você me assustou. E acho que é o forno. Alguma coisa deve ter derramado dentro ou foi usado um detergente muito forte. Quando o acendi, pode ter queimado.


— Acho que esse forno nunca foi usado. Foi instalado quando reformei a casa.


— E isto foi...?


— Três anos atrás.


Os grandes olhos claros, de uma cor tão incomum, se abriram mais.


— Três anos e nunca usou o forno?


— Passo apenas duas semanas por ano aqui e, quando venho, costumo pedir comida fora ou faço sanduíches.


— É uma casa de férias?


— Sim.


— Isto explica tudo. — Ela tirou uma bolota de massa da tigela com uma colher limpa e colocou-a no tabuleiro.


— Explica o quê?


Ela continuou a colocar pequenas colheradas de massa na assadeira.


— Por que a casa parece um hotel. É muito bonita, mas não há nada pessoal aqui. Mas, se não cozinha, como vai alimentar Graham se a mãe dei...


— Não disse que não sei cozinhar... apenas que não cozinho quando estou aqui. E Bel vai voltar para casa. Logo. Até então, contratarei alguém... Alguém como você... Para cuidar do filho dela.


Dulce abriu a boca, como se fosse argumentar, e ele a cortou:


— O que está fazendo?


— Assando cookies. Desculpe por tê-lo perturbado, tentei não fazer barulho.


Assando cookies? As mulheres ainda faziam aquilo?


— De que tipo?


— De aveia. É o favorito de Cody.


 Aquele era o cheiro familiar, mas havia décadas que não o sentia.


— Meu também. Mas podia ter pedido uma caixa da padaria sem precisar ter o trabalho.


— O trabalho me relaxa. E nada é tão bom como o que é feito em casa.


— Se você diz...


— Cookies comprados não enchem a casa com este cheiro maravilhoso.


— Com isto eu concordo.


O timer tocou. Ela abriu o forno, tirou um tabuleiro, e o ar se encheu com o doce cheiro de canela. Colocou os cookies quentes sobre a ilha central e levou outro tabuleiro com pequenos montes de massa no forno quente, e reajustou o timer.


Ele não se lembrava da última vez em que comera um cookie quente. Salivando, Christopher cruzou a cozinha e estendeu a mão para um dos doces levemente marrons e cheirosos.


 — Ei! — Dulce deu-lhe um tapa na mão e, embora o contato fosse breve, aqueceu lhe todo o braço.


Droga. Christopher decidira que não se sentiria atraído pela babá e era conhecido por sua vontade de ferro. Onde estava ela agora?


— Você vai se queimar. Estão quentes demais e macios demais para serem tirados agora sem quebrar. E ainda tenho que decorá-los.


— Você decora cookies de aveia?


— Minha mãe, minha irmã e eu sempre os decorávamos. Era uma das coisas que fazíamos enquanto conversávamos sobre tudo e nada... uma experiência que nos ligava.


— Prefiro comê-los a tagarelar. Ela o olhou com pena.


— É preciso passar algum tempo com as pessoas que são importantes. Meu pai nunca fez isto e, quando morreu no ano passado, não sofri. E você pode comer os cookies amanhã de manhã com os meninos.


— E se eu não quiser esperar até amanhã?


A expressão frustrada foi substituída por uma de resignação.


— A casa é sua. Não posso impedi-lo. Mas também é sua perda. Jamais conseguirá recuperar o tempo que não passa conhecendo seu filho. Aqui. Veja se isto é suficiente. — Entregou-lhe a tigela vazia e uma colher coberta de massa.


— Espera que limpe? O que devo fazer com isto?


— Não me diga que nunca ajudou a assar cookies.


— Não desde que minha mã... — interrompeu-se. Não era da conta dela. — Não recentemente.


A compaixão suavizou o rosto de Dulce e mostrou que ela adivinhara o que ele não dissera.


— Coma a raspa da massa enquanto bato a cobertura.


Ele olhou para a tigela suja de massa.


— Está vazia.


Dulce olhou-o com total paciência, então passou um dedo lentamente pela borda... da maneira que ele imaginava que ela acariciaria um homem. Ergueu o dedo sujo de massa, levou-o à boca e chupou. A visão dos lábios dela fechados em torno do dedo fez o cérebro dele desligar. O pulso acelerar. A temperatura subir.


— Humm. A melhor parte de fazer cookies é lamber o que sobrou na tigela.


Determinado a afastar a atenção da babá e de sua boca, ele puxou a tigela e, com uma colher, limpou um pouco da massa, então lambeu. O sabor familiar lhe atingiu a língua e derrubou as barricadas que impediam as lembranças de fazer cookies com a mãe e o irmão, de brigar com Christian sobre quem comeria o último e, sim, implorando para lamber a tigela. Esquecera-se. Deliberadamente. Lembranças assim apenas causavam dor. Uma sensação de perda cresceu dentro dele e, no entanto, contraditoriamente, uma sensação calorosa. Aquele havia sido um tempo maravilhoso.


Christopher raspou a tigela e comeu, mantendo um olhar em Dulce enquanto ela pingava suco de laranja na cobertura e batia. Os movimentos rápidos faziam os seios dela balançarem. Não olhe para os seios dela. Mas não conseguiu se impedir. Apostaria a empresa que Dulce não estava de sutiã.


O que estava errado com ele, afinal? Dulce o transformava em um adolescente carregado de hormônios. Estaria atraindo-o de propósito? Christopher estudou-lhe o rosto, buscando sinais de astúcia feminina, mas não viu nada suspeito. Ela mantinha os olhos no trabalho e agia como se tentasse ignorá-lo. Sabia que estava fingindo porque havia uma tensão nos ombros dela que não existia quando estava com os bebês.


Então ela ergueu os olhos e o viu estudando-a. Os olhares se encontraram, se prenderam, e a consciência cresceu entre eles. O ritmo das batidas no suspiro diminuiu lentamente, então parou. O olhar dela baixou para a boca de Christopher. Ela estendeu a mão, então parou de repente, pouco antes de tocá-lo, baixando a mão. Os lábios dele formigaram.


— Você está... — Dulce indicou um ponto acima do próprio lábio superior. — Está com massa aí. Ele ergueu uma das mãos.


— Não. — Os dedos dela flexionaram, como se estivesse combatendo o impulso de limpar para ele.


E o fato de ela não fazê-lo levou as terminações nervosas de Christopher a praticamente chiarem. Seu controle era muito mais sexy do que um gesto ousado para fazer contato.


— Do outro lado.


Ele passou o dedo sobre a migalha de massa e levou-o à boca. Não tivera a intenção de tornar o gesto sensual, mas os lábios dela se entreabriram, os olhos cresceram, e a cor lhe cobriu o rosto. Inalou, trêmula, os seios se erguendo e baixando, os mamilos endurecendo sob o tecido fino.


O rubor o surpreendeu. Não via uma mulher ruborizar em anos. Poderia a história de Dulce ser verdadeira? O marido dela fora mesmo um canalha? Não encorajara o pai do aluno?


A tensão cresceu entre eles. Christopher baixou a mão para a bancada e segurou a beirada com força, assoberbado pelo mais estranho e intenso impulso de beijá-la. Descobrir se o sabor da massa de cookie permanecia na língua dela. Se seus lábios eram tão macios como pareciam. Sentir seus seios contra o peito. Tudo o que precisava fazer era seguir o impulso e passar para o outro lado da bancada. Deu um passo à frente, e ela também. Poucos centímetros os separavam. E então o timer tocou, Dulce pulou e se virou. Abriu a porta do forno e estendeu a mão nua para o tabuleiro quente.


— Cuidado!


Ela puxou a mão, fechou os olhos e inalou profunda e lentamente, então voltou e pegou a luva protetora. Com o rosto virado contra ele, lidou com os cookies enquanto ele tentava entender o que acontecera em sua imprudente visita à cozinha e a fome ilógica que Dulce despertara por alguma coisa além do que assava.


Beijá-la teria sido um erro. Dulce poderia ser o que parecia, mas, com rubores inocentes ou não, ainda precisava vigiá-la. Tinha truques nas mangas, um fato provado pela forma como oferecera cookies em troca de ele passar tempo com ela, e os meninos, se quisesse comer aqueles doces sensacionais.


Mas precisava mesmo vigiar a si mesmo. Porque parecia que havia perdido o juízo.



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Autor(a): gabyy

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CAPÍTULO CINCO       Dulce se sentou na doca com os pés balançando sobre a água, uma caneca de café em uma das mãos e seu segundo cookie de aveia na outra. Observou o nascer do sol e os barcos se agitando nas outras docas e tentou planejar uma estratégia para passar o dia sem se meter de novo em problemas. ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 32



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  • Nat Postado em 18/02/2017 - 14:37:39

    Gente não acredito que a história já acabou ;( AMEEEIII!!!!S2

  • millamorais_ Postado em 18/02/2017 - 00:35:46

    >.< Aí g-zuis, eles vão formar uma família linda, ansiosa, espero que ela de uma chance. Toda história merece um recomeço <3

  • Nat Postado em 18/02/2017 - 00:00:39

    Continua!!!S2S2

  • Nat Postado em 17/02/2017 - 13:32:41

    CONTINNNUUUAAA!!!Não acredito que a história já esta acabando*0*;(

  • Nat Postado em 16/02/2017 - 21:53:54

    *0*CONTINUUUAAA!!!!!O Christopher vai ajudar a Dul a encontrar a professora que ela tava procurando? :)

  • Nat Postado em 16/02/2017 - 14:35:39

    *0*CONTINU,CONTINUA,CONTINUA,CONTINNNNNNUUUUUUAAAAA!!!!!!!!!

  • millamorais_ Postado em 15/02/2017 - 22:15:23

    Meu deus é tão difícil assim atingir o coração desse homem? Armaria, deveria deixar de patin e fazer com que todos vivessem como uma família feliz mas não tem que ser idiota...

  • Nat Postado em 15/02/2017 - 21:52:49

    Meuuuuu Deuuuussssss!!!!CONTINUUUAAA!!!!

  • Laryy Postado em 15/02/2017 - 21:17:51

    Posta maissss *-*

  • Nat Postado em 15/02/2017 - 13:33:36

    *0*POSTA MAIIIIISSSSS!!!!!:)


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