Fanfics Brasil - Capitulo 5 (parte 2) Amarras do passado (Adaptada)- Terminada

Fanfic: Amarras do passado (Adaptada)- Terminada | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 5 (parte 2)

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Passos atrás dela fizeram Dulce pular. Respirou devagar para se acalmar e verificou o relógio; 9h. Uckermann... Christopher estava chegando para se juntar a eles. Mas, quando se virou, viu que era a assistente dele.


— Bom dia Dulce. Soube que fez cookies. Recebi ordens de levar alguns para o escritório.


Desalento e alívio encheram o coração de Dulce.


— Oi Anahí. E sim, tenho cookies, mas esperava que o sr. Uckermann se juntasse a Graham para o lanche. Eles precisam se ligar, no caso... 


— Gosto da maneira como pensa e concordo totalmente. Posso pegar um cookie...para mim, não para ele?


— É claro, sirva-se. Quer uma xícara de café?


— Nada de café. Adoro Graham, mas cuidar dele na semana passada agravou minha úlcera. Agora sei por que todas as minhas amigas ficam física e mentalmente exaustas depois da visita dos netos.


— Importa-se se lhe perguntar por que foi voluntaria?


— Não fui, a coisa foi mais ou menos como ser arrastada pela corrente. — Pegou um prato no armário e se serviu de um copo de água. — Todos os anos, Christopher e eu ficamos aqui por duas semanas de férias e trabalho. Avaliamos os pedidos para a bolsa de estudos e depois descansamos. Nos fins de semana, meu marido vem no jato da Uckermann. Quando a assistente social ligou para dizer que Graham estava com eles, Christopher descobriu que Bel estava desaparecida, então fomos logo pegar o bebê, acreditando que seria por um dia ou dois. — Sentou-se à mesa, perto das cadeiras dos meninos e se serviu de um cookie. — Christopher começou a investigar imediatamente, através de uma equipe de detetives particulares que enviou para a região. Quanto mais descobrimos, mais grave pareceu a situação. Quando percebemos que não seriam apenas alguns dias de ausência, eu disse a ele que não conseguiria lidar com Graham, mesmo com a ajuda da governanta. Insisti que contratasse uma babá. Não imaginei que pudesse ser derrotada por um bebê.


— Eles têm energia demais e, quando a casa não está preparada para eles, impedir que se machuquem é uma tarefa árdua.


— Aprendi à minha custa. — Jogou beijos para as crianças e sorriu para Dulce com malícia. — Vamos apostar quanto tempo Christopher levará para vir buscar seus cookies?


Dulce sorriu.


— Vejo que conhece bem o sr. Uckermann.


— Desde que o pai adotivo o trouxe para casa.


— Você quer dizer ele e o irmão.


O sorriso de Anahí desapareceu.


— Não, apenas Christopher. Victor não estava interessado em Christian, que tinha 15 anos. Christopher tinha apenas 8, era jovem, maleável e servia aos objetivos de Victor. Nada do que eu disse convenceu Victor a não separar os meninos. E Christian ter acusado Victor de ser um pedófilo não ajudou.


— Mas Victor não era, era?


— Ah, não, definitivamente não. Apenas precisava de um herdeiro.


Que coisa triste.


— Mas se Christopher e o irmão não cresceram juntos, por que ele criou uma bolsa de estudos no nome de Christian?


— Acho que se sente culpado porque teve uma vida fácil depois da morte dos pais, e o irmão, não. Christopher passou apenas alguns meses no sistema de lares de adoção, e Christian quase três anos. Quando foi liberado, aos 18 anos, Christian se juntou a um grupo errado. Poucos meses depois, foi morto num roubo de gangue. A policia acredita que foi a iniciação de Christian.


— Que coisa horrível!


— Aos 11 anos, Christopher perdeu todos que amava.


— Foi sorte dele ter o pai adotivo.


— Victor Uckermann não foi um pai amoroso. Mandou Christopher para um colégio interno e empregava babás durante as férias escolares até Christopher ter idade para se relacionar com Victor como adulto.


— Quer dizer que Victor cuidou de Christopher  no aspecto material, mas não no emocional.


— Sim, mas Victor jamais mimou Christopher. Obrigou-o a trabalhar na empresa em todas as férias de verão, fazendo os serviços mais desagradáveis. Victor alegava que aquilo não só faria Christopher aprender tudo sobre a empresa, desde a base, mas também construiria seu caráter e lhe daria calos e músculos. Por mais que deteste admitir, esta parte foi verdadeira. Não me entenda mal, Victor era um bom homem, mas tinha um coração duro e fechado.


Dulce não queria ouvir nada que justificasse os hábitos do patrão. Sabia tudo sobre homens que negligenciavam a família pelo trabalho. Aprendera com a mãe.


E depois usara as mesmas justificativas para o comportamento de Todd.


Christopher invadiu a cozinha. Seu olhar furioso percorreu os ocupantes e terminou em Dulce com tanta força que lhe tirou o fôlego. Ela não viu sinais de que ele se lembrava do beijo. Mas tudo bem, também não queria recordar. Infelizmente, seus hormônios não tinham problemas com a memória e dançaram com a antecipação de uma repetição.


— Ninguém aqui precisa trabalhar? — A voz era alta e áspera.


Dulce se apressou a servir o leite das crianças. Se queria que Christopher e Graham se ligassem, precisaria ser forte. Reuniu coragem e se obrigou a olhar para o patrão.


— Estou feliz por ter decidido se juntar a nós. Há um lugar pronto para você à mesa.


Christopher franziu a testa para o prato e o copo que ela preparara.


— Não vou ficar.


— É importante ensinar aos meninos que a cozinha é o lugar certo para comer, a menos que queira encontrar migalhas por toda parte. Sente-se.


— Não vou...


Um celular tocou, e Anahí se levantou.


— É meu marido, deve estar ligando por causa do fim de semana. Com licença. — Saiu e deixou Christopher e Dulce se enfrentarem.


— Por favor, sente-se. Posso pegar alguma coisa para você beber?


— Não.


— Não quer beber nada?


— Não tente se insinuar para ter qualquer coisa mais permanente do que um emprego temporário de babá.


Dulce arquejou.


— Não, estou apenas...


— Conheço o funcionamento da mente astuciosa de uma mulher. Outras mais experientes do que você já tentaram me agarrar. Bel, por exemplo. Ela deliberadamente deixou de tomar a pílula e engravidou sem que eu soubesse, acreditando que receberia uma aliança. Ninguém me obriga a nada. Uma lição que ela aprendeu da maneira mais difícil.


Aquilo revelava tanto. Não era de admirar que não aceitasse Graham como filho.


— Eu jamais...


— Você admitiu que engravidou sem o consentimento do marido.


— Já disse que foi um acidente.


— Quem era responsável pelo método contraceptivo?


— Eu, mas...


— Exatamente.


A acusação foi tão parecida com a de Todd que lhe despertou a fúria.


— Tive um problema estomacal e não consegui manter alimentos no estômago por dias. Perdi algumas doses da pílula. Ficar doente foi culpa minha?


— Justifique seu comportamento como quiser. Mas não me torne seu alvo. — Christopher saiu da cozinha como entrara, furioso.


— Foi você que me beijou, lembra?


Então Dulce se arrependeu. Discutir com o patrão não era a maneira certa de manter o emprego. Mas, maldição, estava cansada de acusações injustas.


Ele parou, virou-se e voltou com passos medidos até ficar tão perto que ela pôde sentir seu cheiro masculino, o calor que irradiava do corpo dele.


— Pode negar que queria o beijo tanto quanto eu?


Dulce desejou saber mentir.


— Não, não posso negar. Mas não foi prudente.


— Está malditamente certa. E não acontecerá de novo. Não serei apanhado na mesma armadilha duas vezes. — E então saiu da cozinha.


Dulce ficou imóvel, encostada no balcão. E, de repente, se lembrou dos bebês. Ninguém jamais a fizera se esquecer de Cody. Mas os meninos mastigavam alegremente seus cookies, indiferentes à confusão que Uckermann provocara. Christopher jamais confiaria nela, mas estava tudo bem. Só precisava do cheque do pagamento e uma referência. Não queria um marido ou um amante, e mesmo se quisesse, não seria um homem cheio de suspeitas e ressentimentos, além de viciado em trabalho. Mas queria derrubar as barreiras de Christopher e transformá-lo no pai que o filho merecia ter.


Maldita Dulce Savinon e seus cookies. Que fossem para o inferno ela, seu nariz sardento e seu atrevido rabo de cavalo que lhe lembrava como seu cabelo era sedoso nas mãos dele. E o gosto de sua boca. Especialmente o doce gosto de sua boca. No momento em que a vira na cozinha, a cena na doca voltou-lhe à mente, provocando uma onda de pensamentos indesejados.


Imediatamente foi tomado pela ânsia de mergulhar os dedos naquelas mechas sedosas de novo, puxar o elástico que as prendia e beijá-la com força, por muito tempo, profundamente, e experimentar a suavidade de seus lábios e a doçura de sua língua.


Ah, sim, queria-a demais, admitiu, perturbado. Mas não se submeteria ao desejo. Dulce não era seu tipo de mulher... o tipo temporário. Vinha com laços... carregava correntes... do tipo lar, lareira e filhos. Cheirava a permanência e lar, e ele aprendera que aquilo não existia, que se acreditasse nisso, apenas sofreria com a dor e o desapontamento.


Sua reação emocional a ela incomodava-o. Não era impulsivo. A lógica era a base de suas decisões e ações. Planejava seu caminho com frieza e deliberação e fazia com que o resultado desejado acontecesse. Assim, como se preparava bem, raramente cometia erros e, quando os cometia, aprendia com eles e jamais os repetia. E por isso, aquele beijo descuidado o abalara tanto e aquele impulso avassalador de beijá-la na cozinha o perturbara ainda mais.


Sabia que não devia querê-la, não podia confiar nela, e isso devia matar sua fome por ela. Alguma coisa em Dulce derrubava suas defesas. Não ajudava o fato de que seu cheiro de madressilva permeasse a casa, demorando-se até muito depois de ela ter deixado um aposento. O cheiro suave o lembrava de Christian ensinando-o a apanhar as flores e sugar o néctar... um tempo feliz, quando tudo tinha sido bom no mundo de Christopher.


O som de uma risada alegre vindo da cozinha despedaçou sua concentração, como acontecera tantas vezes. O som da voz de Dulce falando, cantando ou rindo das graças dos meninos enchia a casa antes silenciosa, tornando impossível para ele manter o foco. Rosnou, furioso consigo mesmo. Estivera segurando um dos pedidos por dez minutos, minutos que não podia perder, e não conseguira entender uma palavra. Sua bússola mental estava voltada para a ruiva. Tinha que encontrar uma forma de bloquear aquele trio e se concentrar na agenda.


Anahí voltou, com um sorriso presunçoso no rosto, um prato de cookies em uma das mãos, um copo de leite na outra, e os colocou sobre a escrivaninha.


— Feliz agora?


— Obrigado.


Sob o olhar vigilante de Anahí, ele mordeu o biscoito, saboreando o gosto doce e a textura macia. Comeu o primeiro e tomou o leite gelado. Admitiu que Dulce estava certa. Cookies comprados em padaria não se comparavam aos feitos em casa. Ergueu o segundo para a boca.


— Agradeça a Dulce. Ela insistiu para eu lhe trazer estes, apesar de sua recusa teimosa de comer com seu filho. Eu o teria deixado passar fome.


Dulce seria atenciosa ou manipuladora? O que quer que fosse, ele não precisava da desaprovação de Anahí para saber que estava agindo como um idiota. Mas ele e Dulce ficariam sozinhos na casa à noite, e todas as noites até a volta de Bel. Não podia deixar que a babá tivesse ideias e fosse para seu quarto, pois não conseguiria mandá-la embora. Não se orgulhava da conclusão, mas Victor lhe ensinara que, se um homem não conseguisse identificar suas fraquezas, jamais seria capaz de controlá-las. O apetite desapareceu, e Christopher empurrou o prato.


— Como está Alfonso?


— Ligou para confirmar o horário de chegada. Às vezes, penso que está mais interessado no voo do que em passar o fim de semana comigo. O piloto deixa que ele seja o copiloto do avião da empresa. Obrigada por permitir que ele venha.


— Não é por você, é por mim. Quando Alfonso receber a licença de piloto, poderei contratá-lo.


— Chame como quiser, continua a ser um gesto gentil.


Ele descartou a gratidão dela. Aprendera, há muito tempo, que empregados felizes eram empregados leais. E gostava de ter Anahí por perto. Além disso, Alfonso era um sujeito sensacional. Seria uma bela aquisição para a equipe da Uckermann.


— Mas se todos souberem que faz coisas assim, sua reputação de ser tão duro quanto Victor ficará abalada.


Ele mudou de assunto:


— Os resultados dos exames de drogas de Dulce e da investigação de seu passado em busca de atividades criminosas já chegaram?


— Sim e, como previ, ela não tem nada a esconder. Liguei para todas as referências... dois colegas professores e o professor universitário que a recomenda para os alunos que precisam de ajuda. Os três falaram muito bem dela e disseram que você teve sorte quando a contratou.


— Pode ter pedido aos amigos para mentir.


Anahí bufou.


— Para um homem brilhante, generoso e com quem é uma alegria trabalhar, você pode ser denso demais, e tenho vontade de sacudi-lo. O que teria feito se qualquer das respostas fosse negativa? Já esgotamos todas as opções.


Verdade. Porque, apesar de tudo, ele jamais permitiria que o garoto ficasse sob a custódia do governo. Felizmente, gritos vindos de fora o salvaram de precisar responder, já que não sabia o que dizer.


Levantou-se e olhou pelas janelas francesas que davam para o quintal. Dulce corria pelo gramado, descalça, o rabo de cavalo balançando. Brincava como uma criança, como se não tivesse uma preocupação na vida. Ou uma consciência culpada. Mas o vento grudava a blusa aos seios e a saia às coxas, o que provava que, definitivamente, era toda mulher.


Os meninos a seguiam, rindo e gritando. Precisava de um protetor de ouvido. Dulce pegou a bola de um azul vivo que Christopher vira na cesta que carregara do apartamento e a rolou no chão em direção aos meninos. O filho dela correu atrás, o de Bel tropeçou quando tentou e caiu no gramado. Um grito infernal surgiu no segundo em que ele ergueu a cabeça, embora certamente não estivesse ferido. Christopher se encolheu, cada músculo tenso. O grito o fez se lembrar do voo pavoroso de Atlanta.


Dulce tomou Graham nos braços, abraçou-o e lhe beijou a ponta do nariz, então o ergueu no ar. O grito imediatamente se transformou em uma risada, e os lábios de Christopher se mexeram. Então ela se deixou cair de joelhos com o menino. O filho dela pulou sobre os dois e logo os três riam e rolavam na grama. Ela abraçou o filho com um dos braços e o filho de Bel com o outro, dando atenção igual aos dois. Um deles logo estaria fora de sua vida... para sempre, assim não devia se deixar envolver. Mas suas mágoas não eram problema dele. Balançou a cabeça e olhou para Anahí ao seu lado.


— O que ela está fazendo?


— O que a está pagando para fazer. Divertindo seu filho e se divertindo também. Dulce tem uma ligação natural com os bebês. Devia se juntar a eles por alguns minutos. O ar fresco lhe faria bem.


— Temos trabalho a fazer, se quer passar algum tempo com seu marido neste fim de semana.


Christopher fechou as cortinas isolantes e voltou para a escrivaninha. Infelizmente, não abafavam por completo o barulho que o trio fazia. Abriu uma gaveta, pegou fones de ouvido, colocou-os, conectou-os ao iPod, então ligou a música. O filho de Bel era barulhento demais. Como previra, contratar uma babá com um bebê apenas triplicou o barulho e o caos em sua casa. E aquilo não se comparava ao tumulto que ela causava nele. Mas, como Anahí dissera, não tivera escolha, a não ser suportar a tortura de sua companhia, uma tortura mental e física, e ter a esperança de conseguir controlar sua libido até a volta de Bel. O que rezava para que fosse logo.


 


 


 


 


 


Obrigada metrica400 e baah por comentarem, é muito satisfatório saber que vocês estão gostando da adaptação. Preparem -se que vem fortes emoções por ai, aguenta coração! 


Mais tarde posto mais! ;)



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Autor(a): gabyy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 32



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  • Nat Postado em 18/02/2017 - 14:37:39

    Gente não acredito que a história já acabou ;( AMEEEIII!!!!S2

  • millamorais_ Postado em 18/02/2017 - 00:35:46

    >.< Aí g-zuis, eles vão formar uma família linda, ansiosa, espero que ela de uma chance. Toda história merece um recomeço <3

  • Nat Postado em 18/02/2017 - 00:00:39

    Continua!!!S2S2

  • Nat Postado em 17/02/2017 - 13:32:41

    CONTINNNUUUAAA!!!Não acredito que a história já esta acabando*0*;(

  • Nat Postado em 16/02/2017 - 21:53:54

    *0*CONTINUUUAAA!!!!!O Christopher vai ajudar a Dul a encontrar a professora que ela tava procurando? :)

  • Nat Postado em 16/02/2017 - 14:35:39

    *0*CONTINU,CONTINUA,CONTINUA,CONTINNNNNNUUUUUUAAAAA!!!!!!!!!

  • millamorais_ Postado em 15/02/2017 - 22:15:23

    Meu deus é tão difícil assim atingir o coração desse homem? Armaria, deveria deixar de patin e fazer com que todos vivessem como uma família feliz mas não tem que ser idiota...

  • Nat Postado em 15/02/2017 - 21:52:49

    Meuuuuu Deuuuussssss!!!!CONTINUUUAAA!!!!

  • Laryy Postado em 15/02/2017 - 21:17:51

    Posta maissss *-*

  • Nat Postado em 15/02/2017 - 13:33:36

    *0*POSTA MAIIIIISSSSS!!!!!:)


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