Fanfics Brasil - Capitulo 7 ( parte 4) Amarras do passado (Adaptada)- Terminada

Fanfic: Amarras do passado (Adaptada)- Terminada | Tema: Vondy


Capítulo: Capitulo 7 ( parte 4)

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Isto com certeza foi um erro.


A voz de Dulce estilhaçou a concentração de Christopher, não pela primeira vez, e o fez compreender que não avaliava o pedido em suas mãos, mas observava a longa mecha de cabelo que ela enrolava no dedo enquanto lia. Estivera imaginando aquelas mechas vermelhas rodeando outra coisa, uma parte de sua anatomia que endurecia e queimava cada vez mais a cada segundo ao pensamento daquele cabelo, a língua... da boca o envolvendo. Afastou as imagens.


— O que foi um erro?


— Este candidato não devia ter sido rejeitado.


— Passe para mim


Dulce desdobrou as pernas sobre as quais estivera sentada na cadeira diante de sua escrivaninha... as pernas que ainda precisavam envolvê-lo, e se levantou com um movimento gracioso e fluido que o lembrou das aulas de dança que ela mencionara. Enquanto se aproximava, os papéis na mão, seu cheiro de madressilva encheu o espaço. O mesmo cheiro que continua em meus lençóis. Christopher precisava pedir à governanta que os trocasse. Hoje. E então talvez pudesse dormir em vez de se virar e rolar na cama com sonhos ilícitos.


Aquela maldita noite que nunca deveria ter acontecido despertara nele um instinto primitivo de caçador que não conseguia dominar. A mente continuava a reviver o que ele e Dulce haviam feito. E o que ainda ansiava por fazer com ela. Irritado consigo mesmo por sua perda de atenção, arrancou as folhas da mão dela e percorreu as palavras digitadas. Descobriu logo por que havia rejeitado o candidato.


— Ele é fraco.


— Tem média muito boa no ensino médio e recebeu uma avaliação incrivelmente alta nos exames das universidades. E ativo em muitos grupos comunitários e dá aulas particulares para os colegas desde que fez 14 anos. E é o mascote da escola.


— Veja sua escolha de carreira.


— Quer ser um conselheiro do ensino médio. O que há de errado com isto?


Aborrecido com ela por discutir um assunto menor, e mais ainda consigo mesmo por sua fascinação por ela, Christopher jogou os papéis de volta para Dulce.


— Estamos procurando por alguém com mais ambição.


— Está dizendo que ele merece menos porque escolhe definir o sucesso num nível mais pessoal e menos lucrativo? Nem todo mundo quer ser presidente de uma empresa listada na Fortune 500.


— Dulce, conhece este garoto?


— Não, mas...


— Então por que defende um garoto que não conhece?


Ela olhou para a folha de rosto, então para o piso, a cor lhe cobrindo as feições. E fez aquela coisa... aquilo que fazia sempre que estava nervosa. Mexeu os pés. Teria alguma ideia de como era erótica a visão das coxas se roçando?


— Ele me lembra de mim mesma. — Não levantou a cabeça.


O que um garoto com 7 anos no sistema de adoção do governo teria em comum com uma garota mimada que se formara na Vanderbilt? Christopher recostou-se e cruzou os braços.


— Como ele se parece com você?


— É presidente dos clubes de debates e de ciências e orador da turma. Tradução: é um nerd. Você provavelmente foi um atleta, assim não pode saber como o ensino médio pode ser um sofrimento para nós, nerds.


Christopher não se deu ao trabalho de confirmar a avaliação verdadeira que ela fizera dele. Tentou imaginar Dulce como uma adolescente desajeitada e não conseguiu. Não com aquelas curvas suaves, o cabelo ruivo espesso e brilhante, a pele cremosa e salpicada de canela, e os olhos incríveis. Como um homem deixaria de notar aquela combinação?


— Eu a imaginaria chefe de torcida, presidente da classe e rainha do baile.


Ela balançou a cabeça, e o cabelo deslizou pelos ombros... do modo como queria que aquelas mechas deslizassem por sua pele.


— Esta foi a minha irmã. Mas aprendi a fazer minhas desvantagens trabalharem para mim.


Aquilo lhe prendeu a atenção.


— Como?


— Aproximei-me dos atletas, das chefes de torcida e dos estudantes populares dando-lhes aulas particulares, aquelas aulas de balé que mencionei, continuei nelas apenas porque davam às garotas populares a oportunidade de me ensinar. A alternância entre professora particular e aluna particular nos igualava e impedia que eu me transformasse numa pária social. As garotas não ficaram minhas amigas, mas se tomaram uma espécie de aliadas, assim ninguém me escolhia como objeto de tormento. Este jovem está fazendo a mesma coisa. E inteligente, sabe elaborar uma estratégia. Não o subestime.


Verdade. Teria que se lembrar daquilo. Podia ter subestimado a astúcia de Dulce.


— Mesmo se tiver sucesso, será em pequena escala. Ele mal fará uma onda no lago da vida. Por que desperdiçar o dinheiro da Uckermann Ltd. com ele quando posso financiar alguém que terá um impacto social muito maior?


— Conselheiros e professores têm uma influência mais abrangente do que pensa. Ajudam os alunos a passarem por situações difíceis e que podem prejudicar seu sucesso na escola. O sucesso na escola certamente se traduz em sucesso em outros aspectos das vidas deles. Um bom professor ou conselheiro protege as crianças e as faz se sentirem seguras e apreciadas. Ensina-lhes que suas opiniões têm valor e lhes permite expressarem seus pensamentos sem medo de censura ou ridículo. Nem toda criança recebe em casa esta simples cortesia.


O rubor apaixonado no rosto mostrou a Christopher que ela acreditava realmente na bobagem que dizia. E era evidente que encontrara um de seus botões mais quentes. Não o mesmo que apertara duas noites atrás. Ele piscou, tentando banir a imagem do rosto vermelho quando afagara aquele botão especial.


— Percebo que você não recebeu esta cortesia.


As pernas dela se moveram e o distraíram mais uma vez. Maldição.


— Meu pai era o único que podia ter opiniões em casa. Minha mãe jamais tomava uma decisão sem consultá-lo primeiro. Ela, minha irmã e eu devíamos fazer como papai mandava... até a escolha de nossas carreiras futuras... em vez de pensarmos por nós mesmas, fazermos nossas próprias escolhas. A menos que queira uma multidão de seguidores incapazes e nenhum líder, esta não é a forma de preparar a futura geração.


Victor tinha sido assim. Latindo ordens. Jamais aceitando um não como resposta. Jamais aceitando o fracasso em nenhum nível. Christopher aprendera a deixar Victor agir como quisesse, então seguia seu próprio caminho.


— Seu pai lhe disse para ser professora?


— Não. Insistiu que me formasse em história da arte, assim seria útil para meu futuro marido.


— Mas você não fez isto.


— Eu me formei em arte em segundo lugar, mas queria ensinar, então me formei primeiro em educação. Ele ficou lívido quando viu meu diploma.


— Ele só descobriu depois de sua formatura?


— Como não se importava, não perguntou.


A babá tinha coragem. Christopher teria admirado aquilo em qualquer outra mulher, mas, no momento, não precisava que lhe dissesse como gastar seu dinheiro.


— É por causa de seus estudos que encara tanto minhas pinturas.


— Não encaro, estudo, admiro. Nunca tinha visto originais desses artistas a não ser em livros e museus.


— São um investimento.


— Um investimento trancado numa casa de férias onde raramente são apreciados.


— Está me dando uma lição, Dulce?


— Sua coleção inclui alguns dos melhores artistas da América do Norte. É uma pena que não partilhe. Poderia emprestá-la a um museu sem desvalorizar seu investimento.


Ela estava tentando fazê-lo se sentir egoísta? Ou roubar-lhe as obras de arte?


— Suponho que queira arranjar isto para mim.


— Deus do céu, não! Não tenho este tipo de conexão. Mas posso ajudá-lo.


Abordagem interessante. Recuar, fazê-lo sentir uma segurança falsa.


— Este candidato não é o nosso homem. — Havia caráter definitivo na declaração. Tomou-lhe os papéis e os jogou na cesta de “não”.


— Devia lhe dar uma oportunidade.


— Conselheiros não ajudaram meu irmão. Christian passou de melhor aluno da classe para um fracassado nos seis meses que antecederam nossa separação. Ninguém... menos ainda o conselheiro da escola... se importou em descobrir o motivo.


A empatia lhe suavizou os olhos.


— Não foi apenas luto pela perda dos seus pais?


— Não. Recebíamos tarefas demais na casa adotiva, não tinha tempo para estudar. Inferno, mal tinha tempo para dormir, e éramos muito mal alimentados.


O choro de um bebê soou no monitor e, desta vez, Christopher sentiu alívio, não aquela reação nervosa e tensa. Queria parar de pensar em Dulce, na fome que ela lhe despertava e que não fora saciada, na química violenta que partilhavam. Droga, nem mesmo provara a doçura entre as pernas dela ou sentira o calor de sua boca envolvendoo. Se ela saísse do escritório, talvez pudesse se concentrar nos candidatos e não pensar em sexo.


 Dulce foi até as cestas, pegou o pedido rejeitado e o mudou para a cesta do “sim”. Ele quase riu da audácia dela.


— Pelo menos entreviste-o.


— Vá — ordenou, ansioso para ter de volta seu escritório, seu santuário, sua solitude.


No minuto em que ela saiu, ele pegou o pedido para devolvê-lo à cesta dos rejeitados, então parou. Os argumentos dela eram válidos, e sim, seu preconceito pessoal contra conselheiros tinha influenciado sua rejeição. Christopher quase admirava Dulce por apoiar o perdedor. Se alguém tivesse sentido tanto por Christian, seu irmão jamais teria se perdido e não haveria necessidade desta bolsa em sua memória. Mas o sistema havia falhado.


E gostar da opinião de Dulce, respeitá-la ou qualquer outra coisa sobre ela definitivamente não estava em seus planos. Precisava dela para cuidar do filho de Bel, e assim que ela voltasse Dulce e seu filho partiriam. Seriam esquecidos. Como qualquer outra amante do passado.


Mas descobrira uma coisa vital na conversa. Dulce sabia como usar e manipular pessoas. Os pobres-diabos do ensino médio provavelmente nunca souberam o que os atingira. Ele não seria tão ingênuo.



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Autor(a): gabyy

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A exaustão de Dulce desapareceu no momento em que Christopher entrou no escritório na manhã de sábado e fez o ar, e ela, estalar de energia. Ele ainda não a vira sentada no chão, as costas apoiadas nas portas francesas, ou Graham dormindo sobre o cobertor ao lado dela, o pequeno traseiro erguido e o polegar na boca rosada. Christoph ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 32



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  • Nat Postado em 18/02/2017 - 14:37:39

    Gente não acredito que a história já acabou ;( AMEEEIII!!!!S2

  • millamorais_ Postado em 18/02/2017 - 00:35:46

    >.< Aí g-zuis, eles vão formar uma família linda, ansiosa, espero que ela de uma chance. Toda história merece um recomeço <3

  • Nat Postado em 18/02/2017 - 00:00:39

    Continua!!!S2S2

  • Nat Postado em 17/02/2017 - 13:32:41

    CONTINNNUUUAAA!!!Não acredito que a história já esta acabando*0*;(

  • Nat Postado em 16/02/2017 - 21:53:54

    *0*CONTINUUUAAA!!!!!O Christopher vai ajudar a Dul a encontrar a professora que ela tava procurando? :)

  • Nat Postado em 16/02/2017 - 14:35:39

    *0*CONTINU,CONTINUA,CONTINUA,CONTINNNNNNUUUUUUAAAAA!!!!!!!!!

  • millamorais_ Postado em 15/02/2017 - 22:15:23

    Meu deus é tão difícil assim atingir o coração desse homem? Armaria, deveria deixar de patin e fazer com que todos vivessem como uma família feliz mas não tem que ser idiota...

  • Nat Postado em 15/02/2017 - 21:52:49

    Meuuuuu Deuuuussssss!!!!CONTINUUUAAA!!!!

  • Laryy Postado em 15/02/2017 - 21:17:51

    Posta maissss *-*

  • Nat Postado em 15/02/2017 - 13:33:36

    *0*POSTA MAIIIIISSSSS!!!!!:)


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